Plataforma de Telemedicina do InCor já viabilizou 50 cirurgias cardíacas pediátricas em três estados brasileiros
No início de 2025, o marco de cinquenta procedimentos cirúrgicos de alta complexidade em crianças portadoras de cardiopatia congênita foi alcançado por meio da Plataforma de Telemedicina para Teleorientação de Ato Cirúrgico (TAC).
Essa plataforma foi desenvolvida pelo Instituto do Coração (InCor) do Hospital das Clínicas da FMUSP, em parceria com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e a Cisco Brasil. Os atendimentos, distribuídos entre os estados da Paraíba, Maranhão e Minas Gerais, representam um marco inédito no uso da tecnologia para ampliar o acesso a cirurgias cardíacas em regiões distantes de centros de referência como São Paulo.
A solução TAC, implantada em 2022, já passou por duas fases de expansão durante sua validação, e encontra-se novamente em momento de ampliação. Utilizando recursos como videoconferência de alta resolução, câmeras inteligentes e dispositivos conectados via Internet das Coisas (IoT), a plataforma conecta equipes médicas a distância em tempo real, permitindo que especialistas em São Paulo orientem cirurgias realizadas em outras regiões do país.
A plataforma TAC foi utilizada em diferentes perfis de hospitais como o Hospital Universitário da UFMA, a Santa Casa de Passos (MG) e o Hospital Metropolitano da Paraíba, que passaram a integrar salas cirúrgicas conectadas com o InCor. Além da orientação em tempo real, todos os procedimentos são gravados e armazenados seguindo as normas da LGPD, possibilitando o uso posterior para ensino e capacitação de novos profissionais.
“A colaboração do InCor, que é um centro de excelência nacional em cirurgia cardíaca, com o apoio do MCTI e a tecnologia da Cisco, nos permitiu criar um modelo sólido de telementoria cirúrgica. Este projeto é uma resposta concreta aos desafios de acesso à saúde especializada em nosso país”, afirma o Prof. Dr. Fábio Biscegli Jatene, Diretor da Divisão de Cirurgia Cardiovascular e Vice-Presidente do Conselho Diretor do InCor.
Com a plataforma já validada em cirurgia cardíaca pediátrica, iniciou-se a adequação tecnológica do projeto para outras áreas da cardiologia, com foco em pacientes adultos. Essa nova fase é vista como essencial para garantir que mais brasileiros tenham acesso a cirurgias que, de outro modo, exigiriam deslocamentos longos e, muitas vezes, inviáveis.
“Estamos transformando em realidade a visão das telecirurgias colaborativas. Essa experiência mostra que a tecnologia pode ser um instrumento real de inclusão, ampliando a capacidade de atendimento do sistema de saúde e ajudando a salvar vidas.”, destaca Rodrigo Uchoa, diretor de Digitalização da Cisco Brasil.
“Desde o primeiro procedimento, vimos o impacto dessa solução. Em uma das cirurgias, a equipe de São Paulo detectou à distância uma extensão do problema cardíaco, que foi imediatamente investigada e tratada na mesma operação. Isso evitou uma nova cirurgia e representou um ganho real para o paciente e para o sistema de saúde”, afirma Guilherme Rabello, Head de Inovação do InovaInCor.
A tecnologia tem também um papel fundamental na jornada do paciente, reduzindo a necessidade de deslocamentos até grandes centros e proporcionando acesso ao cuidado cirúrgico de alta complexidade em regiões com centros de menor volume cirúrgico para esses casos complexos.
“Estamos satisfeitos em ter desenvolvido uma solução que intensifica a colaboração técnica e fortalece outras habilidades não-técnicas (soft skills) entre centros cirúrgicos de diferentes regiões do Brasil. A continuidade deste projeto representa um ganho sob a ótica da saúde pública, agregando inovação e eficiência ao nosso SUS”, enfatiza a Dra. Rosangela Monteiro, Gerente de Inovação do InCor e uma das idealizadoras da iniciativa.
O projeto integra também o programa Brasil Digital e Inclusivo, da Cisco, que tem como objetivo a aceleração digital de setores estratégicos do país. O êxito da plataforma TAC reafirma o papel das parcerias entre instituições públicas e empresas privadas na modernização do atendimento à saúde e no enfrentamento das desigualdades regionais.
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