Por Rafaela Bassetti, fundadora e CEO da Wishe
Uma pesquisa da KPMG confirmou que, em épocas de crise, os investidores preferem direcionar mais de seus investimentos em um número menor de projetos, indicando a busca por negócios que apresentam menos riscos. E a tomada de decisão segue o viés inconsciente de, ao buscar por segurança, buscar seus iguais. Foi assim que vimos o ano passado bater recorde de investimento em startups, mas o aporte em startups fundadas por mulheres caiu 22%.
Quando pensamos no ecossistema de inovação, esperamos uma mudança de status quo relevante e, por isso, a equidade de gênero precisa ganhar força nesse território. E é neste ponto que atuamos. A Wishe nasceu da dor que identifiquei quanto empreendia: há uma grande dificuldade em conseguir investimentos.
Conversamos com empreendedoras e investidores para entender o cenário e identificamos que para elas não há muitas informações e orientações disponíveis sobre os tipos de aporte, networking com outras fundadoras que conseguiram aporte e acesso aos investidores.
Já para os investidores, além da falta de mulheres em cargos de decisão, falta conexão com os celeiros de fundadoras e processos livres de vieses inconscientes (aquele de buscar os iguais para uma tomada de decisão mais segura). As startups fundadas por mulheres tendem a ser mais diversas e isso impulsiona resultados, fomenta a economia e contribui para diminuir o gap de gênero.