Os empresários brasileiros começam a ficar cautelosos com a crise europeia e seu impacto no cenário mundial. Segundo o International Business Report (IBR) 2012 da Grant Thornton International, 61% dos empresários brasileiros estão otimistas com relação à economia local nos próximos 12 meses, uma queda de 25 p.p em relação ao primeiro trimestre. Com a redução, o Brasil caiu da 2ª para a 8ª posição no ranking mundial de otimismo. O otimismo global foi de 23%, 4 p.p acima do trimestre anterior. O estudo é feito com 11.500 empresas em 40 economias.
“Com a continuidade da crise internacional, o empresário brasileiro começa a sentir os efeitos de cortes de investimentos, por exemplo, e volta o foco para a economia local, onde as perspectivas não são mais tão animadoras, com confirmação de um crescimento modesto do PIB e políticas de incentivo focadas no consumo e não no crescimento”, diz Fábio Luis de Souza da Grant Thornton Brasil.
Entre os mais otimistas estão os empresários do Peru (96%), Chile e Filipinas (90%), Geórgia (83%), Canadá (70%), Índia (67%) e África do Sul (63%). O destaque positivo foi da Bélgica, onde o nível de otimismo no segundo trimestre aumentou 64 pontos percentuais para 28%, ante a perspectiva negativa dos primeiros três meses do ano (-26%). O mesmo ocorreu na Suíça com uma elevação de 38 p.p do nível de otimismo, passando de -22% para 16%.
Apesar de uma leve melhora, o país mais pessimista continua sendo a Espanha (-66%), seguido pela Grécia (-58%), Holanda (-46%) e Japão (-41%). A maior queda de otimismo ocorreu entre os empresários argentinos de 54 p.p, fazendo com que o índice de otimismo caísse de 24% para -30%, um reflexo dos conflitos internos do país.
Na América Latina, o nível de otimismo também registrou redução em relação ao último trimestre (-20 p.p) para 53%, seguida pela América do Norte (52%). O otimismo dos empresários dos países do BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China) ficou estável em 41%. Na Zona do Euro o sentimento de otimismo melhorou 2 p.p para -2%.