A mais recente pesquisa da Affero LAB, em parceria com o IBOPE Inteligência, traz um panorama atual de como a área de RH é percebida no contexto organizacional
No estudo, mais de 600 executivos, com cargos de decisão em grandes empresas, apontaram suas perspectivas sobre o papel do RH e seu posicionamento nas questões estratégicas das organizações. Com uma amostra composta por 46,4% de profissionais de RH e 53,6% das demais áreas da organização, a proposta da pesquisa foi fazer uma análise comparativa e verificar como o RH é percebido por seus próprios profissionais e pelas outras áreas.
De acordo com Alexandre Santille, co-CEO da Affero Lab, concorrência, maior mobilidade e economia baseada no conhecimento, são algumas das mudanças que fazem com que os profissionais de RH sintam-se cada vez mais cobrados a se envolver, efetivamente, com os resultados de negócios. “Além das suas práticas tradicionais como recrutamento, seleção, benefícios, recompensas, o RH sofre pressão para atuar mais estrategicamente, agregando valor por meio do capital humano”, diz Santille.
Nesse cenário, saber o quanto a área de RH é envolvida nas questões estratégicas e o peso que a alta liderança realmente dá para a aprendizagem e desenvolvimento torna-se uma oportunidade de entender os desafios atuais desta área que ganha cada vez mais importância na arena dos negócios.
Destaques apontados pela pesquisa:
• Profissionais das demais áreas indicam “Lucratividade” (29,3%) e “Crescimento da organização” (28,1%) como as questões mais prioritárias, enquanto profissionais do RH apontam “Gestão de talentos” (25,9%) e “Redução de custos” (22,5%). Esses dados, de certa forma confirmam a percepção de que as demais áreas dão menor atenção à gestão de talentos do que o RH , priorizando desafios que estão mais diretamente ligados aos resultados de negócio.
• Há uma grande disparidade entre as áreas quanto à importância do “Desenvolvimento de lideranças”, que dispara entre os profissionais de RH (53,4%) em relação aos profissionais das outras áreas (26,6%). Isso pode estar relacionado, por um lado, ao entendimento habitual do RH, que vê a liderança como uma das principais responsáveis por engajar pessoas e estimular a performance. E por outro, à dificuldade das demais áreas em relacionar a qualidade da liderança aos níveis de turnover e aos níveis de excelência na performance da organização, por exemplo.
• Os dados demonstram como as áreas de negócios ainda não reconhecem o RH com um papel estratégico atuante. Apenas 29,7% dos profissionais das outras áreas têm a percepção de que o RH esteja envolvido nas decisões estratégicas. Curioso observar que a percepção do RH quanto à sua própria participação nas decisões estratégicas é muito superior (60,6%) do que observado pelas outras áreas.
• 73,0% dos profissionais de RH afirmam que T&D é algo muito importante para a organização contra apenas 56,1% de outras áreas. Esses dados mostram o grau de importância que o RH dá ao desenvolvimento do capital humano da organização, mas também revelam a defasagem em perceber essa importância estratégica entre os profissionais das áreas mais diretamente responsáveis pelos resultados de negócio.
•O RH está muito mais satisfeito (50,8%) com o próprio trabalho do que seus “clientes” das outras áreas (18,7%), que revelam grau de satisfação baixo quanto às iniciativas de T&D propostas pela área de RH. Um alerta para que o RH procure entender melhor a efetividade das intervenções de aprendizagem e desenvolvimento que implementa.
• Todos parecem concordar que os fatores que mais preocupam o CEO sejam “Custos” (34,9% RH e 25,8% outra áreas) e “Crescimento” (17,3% RH e 22,9% outras áreas) da organização. Curiosamente, apesar de toda discussão em torno da escassez de profissionais capacitados para enfrentar os desafios atuais no cenário de negócios, na percepção das outras áreas e do próprio RH “Talentos” aparece em penúltimo lugar como fator de maior preocupação para o CEO.