De acordo com profissionais, falta de oportunidades é o principal entrave para inclusão de deficientes no mercado de trabalho

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A baixa oferta de oportunidades profissionais é a maior barreira enfrentada por pessoas com deficiência para inclusão no mercado de trabalho, segundo a pesquisa “Pessoas Com Deficiência – expectativas e percepções sobre o mercado de trabalho”, realizada pela Catho em parceria com a i.Social, a ABRH Brasil e a ABRH-SP.

Quais são as principais barreiras que você considera impeditivas para a inclusão das pessoas com deficiência no mercado formal de trabalho? Assinale as três principais alternativas

Poucas oportunidades

52%

Foco exclusivo no cumprimento de cota

41%

Oportunidades ruins

41%

Barreiras culturais (preconceito, falta de informação)

27%

Falta de preparo dos profissionais de RH

25%

Procedimentos para contratação (tempo do processo seletivo, laudo médico, documento

24%

Falta de preparo dos gestores

20%

Acessibilidade (barreiras físicas, tecnológicas e de comunicação

17%

O Brasil tem 45 milhões de pessoas com deficiência, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Destes, apenas 400 mil estão empregados, o que corresponde a menos de 1% do total. Para tentar promover a inclusão desses profissionais, nos anos 90, foi instituída a Lei Federal nº 8.213/91, conhecida como Lei de Cotas, que estipula que empresas com mais de 100 funcionários devem destinar de 2% a 5% de suas vagas para pessoas com deficiência.

“A Lei ajudou a promover a inclusão, porém, ela precisa ser aplicada com planejamento, de forma que a empresa considere, por exemplo, um plano de carreira para o profissional. A própria pesquisa mostra que 34% dos respondentes têm formação superior, incluindo mestrado; 23% estão cursando ou tem superior incompleto e 32% têm o ensino médio completo”, reforça Cavellucci.

Os gestores e líderes de empresas também foram ouvidos no levantamento: 66% deles concordam que as oportunidades de trabalho oferecidas às pessoas com deficiência poderiam ser mais adequadas aos perfis profissionais e 21% dizem que as vagas são ruins e inadequadas.

“Para contribuir não apenas com a inserção destes no mercado de trabalho, mas também fazer com que eles ocupem vagas mais adequadas a seus perfis e qualificações, a Catho oferece o cadastro gratuito para pessoas com deficiência em sua plataforma. Além disso, eles concorrem a todas as 221 mil vagas disponíveis no site, não apenas as sinalizadas como PCD”, ressalta o diretor de RH.

A falta de perspectiva em uma empresa também é um dos fatores que fazem com que eles desistam ou queiram mudar de emprego. Sentir-se como, apenas, um funcionário contratado para cumprir cotas também é um agravante.

Quais são os principais fatores que te levam a desistir de um trabalho (ou querer mudar de emprego)? Assinale as três principais alternativas:

Falta de perspectiva de carreira

58%

Me sentir apenas como um funcionário de cota

52%

Propostas de trabalho com melhores funções (desafios, cargo)

47%

Propostas de trabalho com salário melhor

46%

Falta de incentivos para aprimorar minha qualificação

40%

Preconceito com relação a minha deficiência

27%

Falta de acessibilidade

13%

Problemas de relacionamento com o gestor

10%

Problemas de relacionamento com meus colegas de trabalho

7%

Entre os principais itens que tornam a vaga de emprego atrativa para o profissional com deficiência estão o salário (48%) e o plano de carreira (44%).

Quais são os itens mais importantes que te atraem em uma oportunidade de emprego? Assinale as três principais alternativas:

Salário

48%

Plano de carreira

44%

Pacote de benefícios

36%

Equilíbrio entre vida pessoal e profissional

34%

Ambiente de trabalho (colaboradores sensibilizados/informados sobre pessoas com deficiência)

27%

Localização

26%

Plano de saúde

24%

Área de atuação

20%

A empresa possui um Programa de Inclusão estruturado

17%

Acessibilidade

10%

Nome/tamanho da empresa

8%

Sobre a Pesquisa:

Foram entrevistadas 1.091, entre pessoas que possuem algum tipo de deficiência ou mobilidade reduzida; 117 executivos e 1.240 recrutadores. O levantamento foi realizado entre julho e setembro de 2017.