“A queda de 6,6% na produção industrial em 2016 e o crescimento de 2,3% em dezembro são dados que deixam muito claro o que está acontecendo com o setor. O número positivo no mês passado não terá sustentação no longo prazo se não repensarmos a indústria brasileira. O sucateamento é algo claro, mas este não é o principal problema. Além do país precisar investir muito em tecnologia e inovação, através de políticas públicas, é preciso ampliar a visão do que é prioridade para o crescimento do Brasil e consequentemente para a geração de empregos. A produção e exportação de commodities já conseguiu o seu espaço na economia e hoje estamos entre os maiores do ranking global. Entretanto, exportamos produtos de baixo valor agregado e importamos produtos com alto valor. Como exemplo, cito que enviamos para fora do país o melhor café do mundo e importamos cápsulas do mesmo produto por um preço muito superior. Este processo vai contra a lógica de mercado. A ABDI tem com meta fomentar uma mudança drástica no setor, com a inclusão das “startups” dentro das indústrias. Precisamos pensar 20 anos para frente, para começar a recuperar os 20 anos que estamos para trás em relação ao resto do mundo”, comenta Guto Ferreira, presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI).