A IESE Business School e a Wayra, hub de inovação aberta do grupo Telefónica no mundo e da Vivo no Brasil, acabam de publicar um relatório inédito sobre o corporate venturing na América Latina, uma região promissora quanto à cooperação entre empresas estabelecidas e startups inovadoras, mas sobre a qual havia pouca informação disponível até o momento. O relatório Corporate Venturing Latam apresenta novos dados sobre a adoção dessa prática na América Latina. Além disso, analisa as empresas e mecanismos estabelecidos na região e oferece recomendações concretas, respaldadas por entrevistas com 133 diretores e líderes de inovação das principais empresas latinoamericanas.
Hubs de Corporate Venturing na América Latina:
Com foco nos hubs de corporate venturing da região, o relatório dedica uma atenção especial às empresas de maior tamanho que atuam nos seis países onde foram observados níveis mais altos de atividades de corporate venturing (Brasil, México, Colômbia, Argentina, Chile e Peru). Nesse grupo, foi possível identificar que:
• Há 184 empresas em 19 cidades latinoamericanas liderando 460 iniciativas, entre as quais cabe destacar: desafios de inovação aberta, missões de scouting (descoberta) de startups, incubadoras e aceleradoras corporativas, espaços de coworking, corporate venture capital, venture builders e aquisições de startups. No Brasil, foram identificadas 66 empresas, que impulsionam 172 iniciativas e representam o maior número da região (38%).
• As empresas com receitas superiores a 25 bilhões de dólares estão adotando o corporate venturing em maior medida que aquelas cujas receitas oscilam entre 4 e 25 bilhões de dólares.
• Essas iniciativas de corporate venturing vieram acompanhadas do boom de investimento de venture capital na região que cresceu mais de 200% entre 2015 e 2018.
• O Brasil lidera em todos os estágios de investimento de venture capital na região, com 73% do investimento em dólares.
• Os setores com maior atividade nesse campo são serviços financeiros, tecnologia da informação, consultoria de negócios e telecomunicações.
Apesar da adoção dessas práticas estar aumentando na América Latina, ainda há espaço para crescer. O relatório indica que apenas 16% das maiores empresas da região possuem algum mecanismo formal de corporate venturing. Enquanto, 75% das empresas presentes na lista da Fortune 100 (que inclui as mais importantes dos EUA) investem ativamente em startups, considerando apenas corporate venture capital, um dos mecanismos de venturing capital.
O cenário acima ocorre em uma região onde:
• Os investimentos de venture capital em startups da América Latina quadruplicaram, crescendo para USD 2 bilhões entre 2016 e 2018.
• O capital de risco para startups locais cresceu mais de três vezes entre 2015 e 2018.
• Os fundos de capital de risco (venture capital + private equity) investiram R$ 7,4 bilhões em 115 startups no Brasil, nos primeiros seis meses de 2019.
• As aceleradoras de startups, inclusive as importantes iniciativas estatais e privadas, desenvolveram-se bastante.
• As empresas que contam com iniciativas de corporate venturing são principalmente de origem europeia (45% dos casos analisados), seguidas pelas latino-americanas (25%) e empresas provenientes dos Estados Unidos (24%).
Para obter mais informações sobre as conclusões do relatório, consulte o seguinte endereço: http://www.ieseinsight.com/doc.aspx?id=2273&idioma=2
Este relatório foi desenvolvido pela IESE Business School (Josemaria Siota e Julia Prats) com a colaboração da Wayra e apoio da CORFO (Corporación de Fomento de la Producción), agência governamental chilena de fomento à produção.