Corporate Venture no Brasil caminha para maturidade

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Trabalhar com startups é uma realidade bem comum das grandes empresas globais. Seja por estratégias de M&A, desenvolvimento de produtos em conjunto ou simplesmente contratação de serviços de startups, esse cenário vem gerando uma aproximação cada vez maior entre startups e corporações já estabelecidas no mercado. Pensando nesse cenário a ACE, empresa de inovação, realizou um mapeamento exclusivo, identificando 138 programas de conexão entre startups e grandes empresas, no Brasil.

Apesar da quantidade de programas existentes e crescimento das iniciativas de Startup Engagement, o levantamento revelou que cerca de 60% dos programas não alcançou seus objetivos iniciais na primeira onda e gerou um sentimento de frustração para uma das partes. “Por isso, ter uma estratégia condizente de inovação, uma definição clara da governança, envolvimento da liderança, budget alocado e clareza dos outputs ou expectativas finais das startups são alguns fatores que podem contribuir”, alerta Pedro Waengertner, fundador e CEO da ACE.

Os números foram obtidos por meio da unidade de negócios ACE Cortex, que atua com consultoria de inovação para grandes empresas, e ainda apontam que apenas 34% dos programas de Corporate Venture são realizados sem o auxílio de um parceiro. Entre esses, destaca-se a vertical de tecnologia com mais programas organizados internamente. Já áreas como Varejo e Telecom são os que mais contam com ajuda externa. Além disso, das 120 empresas que trabalham com startups no Brasil, 55 possuem fundos de investimentos em startups, que é a frente mais avançada e complexa no relacionamento. Os setores que mais se destacam são Financeiro, Varejo e Tecnologia.

Entre as formas de conexão existem níveis de maturidade e complexidade diferentes: contratação de startups como fornecedores das áreas de negócio, startup como impulsionadora em projetos de inovação; estratégias de go-to-market conjuntas; investimento em startups e aquisição de startups. Pouco mais de 40% das empresas atuam nos dois últimos, considerados mais avançados.

Destaques do mapeamento:

– Apenas 40% das empresas que se relacionam com startups atuam nos níveis mais avançados, como investimentos e aquisição. O que mostra que os projetos de Startup Engagement ainda podem amadurecer muito no Brasil

– Financeiro, Varejo e Tecnologia são os setores com maior número de programas com startups

– Para aproximações de nível 1 e 2, o cenário mais comum são as empresas executarem os programas sozinhas. Isso significa o uso de startups como fornecedoras (1) ou como impulsionadora em projetos de inovação (2).

“Mergulhamos nas análises e cruzamos dados para trazer maior entendimento sobre como esse cenário se apresenta no país, seu grau de maturidade e oportunidades”, finaliza o executivo.