Especialistas da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp) explicam como pesquisa pode melhorar eficiência do procedimento
A impressão de um coração em 3D a partir de tecido humano é um grande passo para uma revolução na área de transplante cardíaco. Foi o que explicou o cardiologista Fábio Jatene, membro da Socesp. “Apesar de ser muito eficiente, existem dois grandes problemas no transplante de órgãos: o primeiro é uma desproporção entre o número de órgãos doados e a quantidade de pessoas necessitadas. O segundo é a rejeição”, diz o especialista.
Por conta disso, a pesquisa chefiada por cientistas da Universidade de Tel Aviv, em Israel, pode melhorar o proveito do transplante cardíaco. A grande novidade do estudo, publicado na revista Advanced Science, em 15 de abril, é a utilização de células do próprio paciente. Com isso, a rejeição do órgão seria praticamente descartada e o número de corações produzidos seria proporcional à quantidade de pessoas necessitadas.
“A produção de órgãos em uma escala compatível com o número de indivíduos que precisam deles seria uma solução extraordinária”, enfatiza o diretor de Comunicação da Socesp, Dr. José Luis Aziz. “No caso do coração, é preciso que, além de bombear sangue de modo eficiente, ele seja durável o bastante para oferecer qualidade de vida ao paciente”.
A estimativa é de que os corações 3D comecem a fazer parte da rotina médica em dez anos, já que, atualmente, o protótipo tem apenas três centímetros e ainda não estaria preparado para ser transplantado em um ser humano.