Conhecimento do perfil dos clientes ajuda bancos a otimizar o uso dos canais digitais

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94% das transações do Bradesco já são feitas por meios eletrônicos. A afirmação foi feita pelo diretor de canais digitais do Bradesco, Luca Cavalcanti, durante o evento O Futuro da Atividade Bancária, realizado pela Serasa Experian e Acrefi – Associação Nacional das Instituições de Crédito, ontem (23), em São Paulo. Segundo o executivo, o número leva à necessidade de as instituições financeiras se relacionarem com seus clientes por essa via de acesso. Trata-se de um mercado competitivo, mas que traz grandes oportunidades de rentabilização para as organizações.

Para ser bem-sucedida, porém, esta rentabilização dependerá do conhecimento e da segmentação prévia do portfólio. Isso porque os novos canais digitais são uma excelente via de acesso para ofertas de produtos e serviços bancários. Mas o bom aproveitamento da internet, smartphones e redes sociais, entre outros meios, só acontecerá se as ofertas forem customizadas, considerando a tipologia de cada cliente.

O conhecimento também é importante para mitigar os efeitos negativos das condições ruins do mercado sobre os clientes. Essa foi uma das conclusões do consultor global da Serasa Experian, Luciano Scalise, em sua palestra Gestão de portfólios de crédito em cenários de incerteza. Segundo ele, as características do portfólio vão determinar quais fatores ou quais eventos econômicos geram risco para determinado grupo. A elevação da taxa de juros, por exemplo, afetará diretamente clientes desempregados, mas não prejudicará um segmento de aposentados ricos. Essa compreensão ajuda a estabelecer estratégias para ofertas assertivas caso a caso, considerando e antecipando os efeitos da economia sobre a carteira.

Este tipo de projeção torna-se importante porque, em sua palestra, Perspectivas para a economia brasileira em um cenário de juros globais mais altos, o chefe de economia e estratégia do Bank of America Merrill Lynch, David Beker, analisou o panorama econômico mundial e concluiu que a economia global crescerá a índices mais baixos. “Todos se perguntam por que o Brasil está crescendo tão pouco”, disse David. “Mas o mundo está crescendo menos.” Segundo ele, a China também está em desaceleração e a Europa permanecendo em situação complicada, com previsão de crescimento de 0,5%. Apenas os Estados Unidos começa a reagir, prevendo crescer entre 2,5 e 3%.