Novo levantamento da Accenture (NYSE: ACN) mostra que o setor de comércio global via redes sociais, atualmente avaliado em US$ 492 bilhões, deve triplicar e chegar a US$ 1,2 trilhão em 2025. O crescimento será impulsionado principalmente pelos usuários da Gen Z e Millenials, que irão responder por 62% dos gastos globais no chamado ‘social commerce’ em 2025.
De acordo com o relatório “Why Shopping’s Set for a Social Revolution”, o significado de ‘social commerce’ (ou comércio social, em português) engloba toda a experiência de compras do indivíduo — da descoberta do produto ao processo de check-out — que ocorre nas redes sociais. Cerca de 64% dos usuários de redes sociais entrevistados afirmam ter feito algum tipo de compra dessa natureza no último ano. Segundo a Accenture, o dado reflete cerca de 2 bilhões de compradores espalhados pelo mundo.
“A pandemia mostrou o quanto as pessoas usam as redes sociais como ponto de entrada para tudo que fazem online – notícias, entretenimento e comunicação”, explica Robin Murdoch, líder global de Software & Platforms Industry na Accenture. “O aumento constante no tempo gasto nas redes sociais reflete o quão essenciais elas se tornaram em nosso dia a dia. Elas estão mudando a forma como as pessoas compram e vendem diversos bens, abrindo novas oportunidades para plataformas e marcas em termos de experiência do usuário e fluxo de receitas”.
Enquanto a oportunidade é mais clara para as grandes empresas, indivíduos e marcas menores também podem se beneficiar. Ao todo, 59% dos entrevistados preferem apoiar negócios de pequeno e médio porte do que comprar em grandes sites de e-commerce. Além disso, 63% optam por realizar novas compras junto ao mesmo vendedor, o que reforça os benefícios do comércio social em termos de lealdade e condução de compras repetidas.
“O comércio social é uma força niveladora impulsionada pela criatividade, engenhosidade e poder das pessoas. Além de empoderar pequenas marcas e indivíduos, faz com que as grandes empresas repensem sua relevância em um mercado formado por milhões de pessoas”, explica Oliver Wright, diretor e líder da prática global de Consumer Goods na Accenture. “A fim de entender o comércio social, criadores, revendedores e marcas terão que levar seus produtos e serviços até o consumidor, não mais o contrário. Isso significa trabalhar lado a lado em um ecossistema dinâmico de plataformas, marketplaces, redes sociais e influenciadores a fim de compartilhar dados, insights e capacidades, entregando os incentivos certos e a melhor experiência do consumidor em um marketplace digital integrado”.
Todavia, metade dos usuários de redes sociais entrevistados se mostra preocupada com a falta de clareza nas regras de proteção e reembolso do comércio social, o que torna a confiança a maior barreira para a sua adoção. Vale lembrar que o comércio eletrônico passou por dificuldades semelhantes no início.
“Quem ainda não usa o comércio social afirma que um dos motivos é a falta de confiança na autenticidade dos vendedores sociais, enquanto os usuários ativos na nova modalidade apontam as políticas de devoluções, reembolsos e trocas como algo a melhorar”, afirma Wright. “A confiança só pode ser conquistada com o tempo, mas os vendedores que focarem nessas áreas terão mais chances de aumentar sua participação no mercado”.
Quem compra o quê
O levantamento da Accenture mostra que até 2025, o maior número de compras globais via redes sociais deve ocorrer nos setores de vestuário (18% do comércio social até 2025), eletrônicos de uso pessoal (13%) e itens de decoração (7%). Alimentos perecíveis e lanches prontos devem representar 13%, ainda que praticamente só na China. Itens de beleza e cuidados pessoais, embora menores em termos de vendas totais de comércio social, devem ganhar terreno rapidamente no comércio eletrônico e capturar mais de 40% da média de gastos digitais para essa categoria nos principais mercados até 2025.
A seguir, as principais conclusões do estudo.
- Consumidores nos países em desenvolvimento são mais propensos a usar o comércio social e o fazem com frequência. Oito em cada dez usuários de redes sociais na China usam o comércio social para fazer compras para uma determinada categoria, enquanto a maioria dos usuários de redes sociais no Reino Unido e nos EUA ainda não realizou uma compra via comércio social.
- Consumidores espalhados por países como China, Índia e Brasil se preocupam mais com os recursos que os ajudam a descobrir e avaliar compras em potencial. Já no Reino Unido e nos EUA, os consumidores estão mais atentos a preços e descontos.
- Confiança é mais importante para as gerações mais velhas. Clientes mais velhos valorizam recursos de segurança e a familiaridade da marca, enquanto as gerações mais jovens são atraídas por transmissões ao vivo e confiam mais nas opiniões de outros compradores.
Mais informações e dados sobre comércio social podem ser acessados aqui.
Metodologia do estudo
A Accenture Research conduziu uma série de estudos sobre o comércio social a fim de compreender a natureza desta oportunidade. Desenvolvemos e realizamos uma pesquisa online com 10.053 usuários de redes sociais na China, Índia, Brasil, EUA e Reino Unido. O estudo online foi conduzido entre 12 de agosto de 3 de setembro de 2021. Além disso, conduzimos entrevistas aprofundadas com compradores e vendedores desses mesmos mercados entre 26 de maio e 2 de junho de 2021.
As previsões de mercado de social commerce da Accenture foram produzidas usando modelagem econométrica, considerando a otimização das preferências dos consumidores para acelerar o momento do mercado existente. O mercado de social commerce inclui produtos ou serviços encomendados por meio das redes sociais, independentemente da forma de pagamento ou cumprimento, abrangendo transações business to consumer (B2C) e consumidor to consumer (C2C).