Por Carolina Cabral*
Dentre as tendências originadas pela transformação digital, as tecnologias cognitivas, bem como a computação em nuvem, ganham cada vez mais força no mercado. Segundo estimativa realizada pela International Data Corporation (IDC), esse tipo de solução recebeu investimentos de US$12,5 bilhões apenas em 2017. Não atoa, essas plataformas, que combinam Inteligência Artificial (IA), Internet das Coisas (IoT) e Cloud Computing, dentre outras, são vistas como inovações necessárias para o processo de compras 4.0.
Nele, as funções deixam de ser operacionais, e o que antes era visto como um “colocador de pedidos” ou “setor que regulariza processos”, assume um papel de protagonista e estratégico impulsionado pela disrupção nos negócios. Portanto, para que as empresas possam aproveitar ao máximo essa evolução, é preciso que a equipe de compras corporativas esteja capacitada para seu uso. Só assim haverá um reflexo positivo em produtividade, operação e redução de custos, dentre outros.
Estratégia é a palavra da vez
Se as atividades rotineiras continuarão a ser automatizadas, assim como outras etapas do processo de compras, os profissionais dessa área devem buscar cada vez mais capacitação para potencializar o uso dessas ferramentas e, consequentemente, gerar melhores resultados para as companhias.
Hoje, já é possível automatizar mais da metade das tarefas em processos de aquisições, o que gera um impacto direto em compliance, eficiência, controle e redução de custos por transação. A aquisição que antes tinha um valor específico, poderá passar a custar 50% desse montante, afetando toda a cadeia de suprimentos. Ou seja, o movimento da área e dos profissionais para etapas mais estratégicas é algo natural e que faz parte do movimento evolutivo do negócio.
Novos relacionamentos
Além disso, a tecnologia muda também a forma como compradores e fornecedores se relacionam, acabando com a relação comercial de mão única, onde apenas um solicita e cobra enquanto o provedor é apenas receptivo. Com a computação cognitiva e a automação, passamos a ter uma relação muito mais colaborativa e permissiva no que tange todo o ciclo da negociação. A operação fica mais ágil, eficaz e flexível, com o atendimento das demandas dentro dos prazos, na qualidade esperada e com menor custo.
A inovação para a área de suprimentos já é uma realidade e não existe mais a opção de voltar atrás. Com isso, ocorre um grande interesse e movimento corporativo para que as empresas acelerem suas estruturações e possam usufruir das soluções, o que prova que ainda existe um caminho a ser percorrido, mas as companhias já entendem que é uma necessidade e atuam para suprir de maneira ágil e eficaz essa demanda.
Carolina Cabral é sócia-diretora da Nimbi, especialista em tecnologia para a cadeia de suprimentos.