Compliance é diferencial de negócios em 2017, diz especialista

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Ter uma política clara de compliance já há algum tempo está na lista de deveres básicos de qualquer grande empresa, mas até agora os pequenos e médios empreendimentos têm se mantido ao largo dessa necessidade. Esse cenário, porém, muda ao longo deste ano. O advogado internacional Barry Wolfe, da consultoria em compliance Wolfe Associates, prevê que ao longo do ano as PMEs e companhias familiares formarão nova linha de frente na busca por soluções de governança. Confira as 8 grandes tendências em compliance para 2017 prognosticadas pelo especialista.

1. Empresas que nunca pensaram em governança passam a buscar soluções na área – em especial grupos familiares e pequenas e médias companhias, que precisarão de compliance para disputar contratos públicos e privados disponíveis com a retração de grandes fornecedores enfraquecidos por escândalos.

2. Distribuidores de produtos estrangeiros tendem a conformar sua atuação pelas leis anti-corrupção não só do Brasil como de outros países. Eles o farão por perceber que os negócios podem ser gravemente afetados por desvios éticos nas cadeias de produção e fornecimento em qualquer parte do mundo.

3. A privacidade no meio corporativo diminuirá, tanto para empresas quanto executivos: por temor de desvios, as companhias passam a contratar serviços de due diligence contínuo e mais detalhista que os atuais, incluíndo clientes, fornecedores, parceiros e até funcionários próprios e de terceiros.

4. A transparência aumentará atingindo processos hoje inauditos, a exemplo dos de formação de preços. A meta das empresas será evitar que preços diferentes de um produto, para diferentes clientes, sejam considerados prática de suborno.

5. Códigos de conduta corporativos ganham novo status e passam a ser mais inflexíveis em relação a ilícitos e, no entanto, mais flexíveis quanto a adaptações a características de cada local onde a companhia atua.

6. As áreas comerciais serão afetadas: companhias que não querem ser flagradas em condutas impróprias passam a diminuir a pressão sobre “vendas a qualquer custo” e a incluir a ética na estrutura de recompensas aos funcionários.

7. Os limites do compliance se alargarão, surgindo conceitos como “compliance humano”, focado na atenção a situações de trabalho desumano ou escravo, ou “compliance verde”, de cuidados ambientais.

8. Governança corporativa se consolida como diferencial de marketing e passa a ser componente frequente em campanhas publicitárias e de comunicação.