Uma pesquisa realizada em setembro pela plataforma de inovação Distrito estima que o ecossistema de startups pode fechar o ano de 2021 com investimentos que variam de US$ 8 a US$ 10 bilhões. Em agosto, o mercado atingiu a soma de US$ 6,6 bilhões, registrando um crescimento de 86% em relação ao mesmo período de 2020, o que torna esse cenário extremamente promissor para as empresas que estão em busca de captação.
De acordo com Daniel Abbud, sócio-fundador e CEO da 7Stars Ventures, holding de investimentos, o primeiro passo para uma startup alcançar um aporte é ter em mente o momento ideal de procurar investidores. “Apesar de existirem empresários que prefiram olhar para negócios que estejam em estágios mais iniciais, como os investidores-anjo, de maneira geral, a hora em que a marca está preparada é a fase do product market fit”, explica.
Nesta etapa, o empreendedor já tem uma validação mínima do produto a ser comercializado perante o público-alvo. Dentre os itens que devem estar em alinhamento com os consumidores de interesse da startup estão o projeto concretizado, a proposta de valor e a precificação. “Aqui, não é necessário que a empresa tenha uma venda escalável, mas é preciso ter o mínimo de tração’’, diz Abbud.
Em seguida, é fundamental entender o modelo de investimento que irá se encaixar melhor no negócio, visto que essa associação depende do estágio em que a startup se encontra. Em uma fase inicial, é imprescindível que a empresa possa contar com um apoio além do capital. Quando o empreendedor ainda precisa validar o produto no mercado, o capital intelectual e o acesso a uma rede de relacionamentos apresentam a mesma importância que o recurso financeiro. No entanto, se o foco da marca é continuar a escalar as vendas, apenas o aporte financeiro será o suficiente.
Já em relação a apresentar a marca para os investidores, Abbud destaca que o empreendedor deve ter as respostas para as seguintes perguntas básicas: qual é o problema a ser resolvido e qual é a minha solução? Esses questionamentos, para o executivo, são um ótimo norte durante um pitch. “Para respondê-los, é importante trazer um contexto de mercado, concorrência, diferenciais do produto e serviço a serem oferecidos ao público-alvo, o direcionamento que o aporte terá e um histórico de execução da equipe’, explica o sócio-fundador.
Outro ponto de atenção que o executivo ressalta nesta fase, é o domínio de fala do empreendedor. “Não é de bom tom ir até o investidor somente com uma ideia que vai exigir um grande investimento para acontecer. Ao conhecer a proposta da startup, os investidores querem ver a capacidade de execução e a criatividade da equipe para entender a habilidade da empresa em materializar a ideia inicial. É fundamental saber esclarecer o projeto e como ele será executado”, afirma Abbud.
Por fim, o sócio-fundador conta que a conquista de um aporte é um grande passo para uma startup, mas ainda sim é necessário estar atento ao investidor que o empreendedor irá se relacionar. “Quando se cria uma sociedade, gera-se um convívio no dia a dia do negócio. Ou seja, é necessário que seja com alguém que se tenha afinidade, parceria e know-how’’, pontua o executivo.