Embora ainda tumultuado por conta do cenário de pandemia, escritórios de coworking já começam a vislumbrar dias melhores quando a propagação do Covid-19 estiver contida. Enquanto alguns ainda estão pensando como farão a reabertura de seus espaços, outros já estão em um passo à frente e fazendo os preparativos para retomada do trabalho presencial.
De acordo com uma pesquisa realizada pelo ISE Business, 80% dos gestores afirmam gostar da nova maneira de trabalhar. Apesar de alguns colaboradores celebrarem o fato de poder trabalhar no conforto de suas casas, a prática possui algumas desvantagens para as organizações e acreditar que as empresas passarão a adotar 100% o trabalho remoto é uma utopia para Bruna Lofego, especialista no segmento e curadora do curso “Como montar um coworking de sucesso”.
Segundo a especialista, existe a necessidade de uma interação entre colaboradores e absorção cultural da empresa, que a forma remota gera um pouco o afastamento. “Embora quase tudo possa ser feito online, o olho no olho ainda faz diferença para muitas empresas, principalmente o sentimento de você estar dentro da companhia e no direcionamento, controle e motivação das equipes de trabalho”, diz.
Assim, reabrir escritórios após um período tão longo pode ser uma tarefa difícil com a qual muitos líderes de negócios nunca tiveram que lidar antes. Para ajudar quem deseja preparar o coworking para o pós-pandemia, Bruna Lofego lista dicas valiosas para organizar o ambiente.
Conscientização dos colaboradores
Desde março, as empresas se viram obrigadas a fechar suas portas e conceder o home-office aos seus funcionários. Após o término da pandemia, os coworkings deverão ter a preocupação de conscientizar os usuários do ambiente. “Eu prego a higiene através da conscientização das pessoas, que precisarão por um período usar máscaras, luvas e álcool em gel. Além disso, será importante a manutenção das mãos limpas e a orientação de não entrar em uma sala de reunião sem máscara”, pontua Bruna.
Acompanhamento multitarefas
Quando os funcionários forem orientados a voltar para suas atividades no escritório, o papel dos empresários será o de fazer com que os colaboradores se sintam seguros “Eu prego o retorno imediato com o acompanhamento multitarefas das equipes para se manterem seguros. Medir temperatura, avisos de lavar a mãos, revezar o horário de almoço e, principalmente, se sentiu mal, fique em casa”, aconselha a especialista.
Atenção com os suprimentos
Muito tempo passou desde que os escritórios tiveram que fechar suas portas, mas e como ficaram os mantimentos, como papel higiênico, café, água, papel para impressora, sacos de lixos? “Não deixe para fazer essas compras de última hora, pode não dar tempo de conseguir todos os suprimentos básicos e garantir o bem-estar dos colaboradores”, esclarece Bruna.
Cautela na tomada de decisões
De acordo com Bruna, o período difícil vivenciado por todos pode ser usado para que o empresariado olha para dentro de seus negócios e tenha cautela nas tomadas de decisões. “Analise como está seu portfólio de produtos, como está seu custo fixo, se o CMV (Custo das Mercadorias Vendidas) representa mais de 40% do seu negócio. Caso sua empresa não possua uma renda fixa, é hora de acender uma luz amarela. Gaste energia com aquilo que você tem controle”, alerta Bruna.
Busque diferenciais
Sobre o futuro dos coworkings, Bruna acredita que o setor será solução para quem perdeu emprego ou vai querer reduzir os custos operacionais de suas empresas. Aos empresários que desejam surfar na onda do setor como um facilitador, a especialista orienta na busca por diferenciais. “Além de investimento em centrais telefônicas, internet com velocidade e capacitação de colaborador, os espaços compartilhados deverão incluir outros serviços para atrair o cliente.O serviço de comunidade e conexão entre as empresas é o que vai atrair a alavancagem do nosso no negócio”.
Associação com outras empresas
O novo coronavírus mudou completamente a maneira como as relações pessoais são feitas. Um dos grandes diferenciais do coworking, o networking, poderá ficar ameaçado uma vez que as pessoas evitarão uma proximidade física maior. Para Bruna, a saída é utilizar um conceito chamado ‘associação entre empresas’. “A partir do momento que economia colaborativa for alavancada dentro deste ecossistema, a margem de lucro de uma empresa tende a escalar de uma forma que todos se beneficiem”, encerra.