Como melhorar a experiência de “mobilidade” na convergência de rede

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Por Por Don Thomas Jacob*

Define-se a convergência de rede como a integração da voz, de vídeo e de dados em uma única rede. Essa convergência permitiu que as empresas oferecessem mais e até melhores serviços a um custo muito menor para seus usuários. Embora a convergência de rede venha evoluindo ao longo dos anos para incluir teleconferências, streaming de mídia e vídeo em HD, etc., a mais recente contribuição para a convergência de rede é a mobilidade, e isso inclui smartphones, tablets, laptops ou qualquer outro dispositivo sem fio.

Para uma empresa fazer um bom uso das vantagens da mobilidade, como o aumento na satisfação do funcionário, produtividade e agilidade geral da empresa, a rede deve conseguir fornecer ao usuário uma experiência contínua e sem problemas. Veja algumas coisas para as quais os administradores de rede precisam estar atentos na hora de convergir a mobilidade para a empresa que gerenciam:

Experiência com e sem fio:

Tradicionalmente, os sistemas com e sem fio funcionavam como redes separadas: a opção com fio era a mais utilizada e a sem fio era limitada a convidados e alguns funcionários que em geral ficavam se movimentando no escritório. Isso mudou com o advento da mobilidade e da lógica BYOD (“traga seu próprio dispositivo”). A mobilidade exige uma rede com e sem fio dimensionável, convergente e de alta velocidade, que pode fornecer um desempenho consistente para o usuário final com o dispositivo que está sendo usado, e sem a localização do usuário sofrer nenhum impacto sobre a experiência.

Para conseguir isso, os administradores de rede devem começar a consolidar suas redes autônomas em uma rede convergente, utilizando os hardwares de rede que são compatíveis com os dispositivos com e sem fio. Além disso, as redes convergentes são menos complexas e fáceis de gerenciar, e eliminam a necessidade de realizar manutenção com arquiteturas, políticas e recursos separados. Muitos fornecedores de hardware, incluindo Cisco, Alcatel-Lucent, Juniper, etc., têm soluções para acesso unificado que podem facilitar a convergência de rede.

Outra coisa a ser considerada é o desempenho de sua rede sem fio. Os administradores de rede devem garantir que suas redes sem fio forneçam o mesmo nível ou um nível melhor de experiência do que com uma rede com fio. Veja algumas dicas para melhorar sua rede sem fio corporativa.

Largura de banda:

Uma maior demanda para a largura de banda WAN causa um grande impacto da mobilidade. A mobilidade e a lógica BYOD acabam gerando aplicativos que competem pela largura de banda com os aplicativos essenciais aos negócios. Com cada usuário utilizando pelo menos dois dispositivos sem fio e inúmeros aplicativos, pode haver um aumento exponencial na demanda por largura de banda da empresa, o que pode levar à saturação dos links, à não entrega dos dados comerciais ou, até mesmo, à inatividade da rede.
Para garantir que a largura de banda WAN não esteja sendo mal utilizada por aplicativos indesejados ou por um tráfego que não tenha a ver com os negócios, a rede deve contar com uma análise de tráfego contínua e em tempo real, utilizando tecnologias como NetFlow e a inspeção profunda de pacotes. A análise de tráfego vai ajudar a determinar quem e o que está usando sua preciosa largura de banda WAN e fornecer informações práticas para ajudar a reprojetar as políticas de QoS ou tomar decisões de planejamento de capacidade.
E, se você ainda não estiver usando o QoS na sua rede, analise o uso atual da banda e implemente políticas de QoS para priorizar os aplicativos comerciais em relação ao tráfego não corporativo. As políticas de QoS são sua melhor aposta para garantir o fornecimento dos aplicativos em uma rede unificada que oferece suporte à mobilidade e à lógica BYOD.

Segurança:

Os dispositivos móveis são uma das principais causas dos problemas de segurança, e a segurança pode ser considerada o maior problema que a mobilidade traz para a empresa. Os funcionários podem acabar sendo “haqueados” ou sendo infectados por um malware ao usarem os dispositivos sem fio em redes públicas não seguras. Medidas de segurança, como firewalls, ACL e os Sistemas de Prevenção de Intrusão (IPS), mostram-se inúteis contra ameaças de segurança que são fisicamente transportadas pela rede. Quando esses dispositivos são conectados à empresa, o pior acontece: os vírus e malwares se espalham para outros dispositivos ou fornecem um acesso de “backdoor” a informações importantes que estão armazenadas na rede.

Os funcionários também tendem a usar dispositivos rooteados que permitem a instalação de aplicativos não verificados de qualquer fonte. O uso de dispositivos com esses aplicativos pode fazer com que um vírus se dissemine na rede, ou a rede acaba sendo vítima do roubo de dados.

Os aplicativos desconhecidos e indesejáveis devem ser bloqueados na rede, e a segurança da rede não deve ficar limitada apenas ao tráfego de entrada, mas também deve abranger o tráfego na LAN. Isso ajuda a detectar anomalias que poderiam ter sido transportadas fisicamente para a rede.

Monitoramento integrado:

O monitoramento é um dos aspectos mais importantes para garantir o desempenho da rede. Não importando se são redes com fio, sem fio ou convergentes, o monitoramento permite que os administradores identifiquem possíveis problemas antes que afetem a continuidade dos negócios. Além disso, o monitoramento pode ajudar um administrador de rede a identificar os dispositivos lentos, os links saturados, os flaps de rota, os servidores de aplicativos que estão falhando, as prioridades incorretas de QoS, as violações de segurança, as anomalias de rede e muito mais. Dessa forma, o administrador de rede começa a ser proativo e pode resolver problemas mesmo antes de os usuários perceberem e começarem a reclamar.

Pequenas coisas:

E não se esqueça das pequenas coisas. Só porque sua empresa oferece suporte à mobilidade não significa que você tenha que permitir todos os aplicativos instalados em um dispositivo da rede. Com certeza permitir todos os aplicativos é algo que só pode acabar gerando problemas de largura de banda ou de segurança, e ambos são indesejados. Você também não precisa aceitar as exigências pessoais dos funcionários… por isso, basta dizer “não” quando lhe solicitarem algumas condições que nada têm a ver com a empresa.

Outra coisa é definir políticas e regras ao usar a rede corporativa. Embora suas políticas organizacionais possam permitir uma rede irrestrita, lembre-se de rever ou registrar os downloads de arquivos, especialmente quando forem maiores do que o normal ou não forem do tipo de arquivo com o qual você está acostumado. Esses downloads podem monopolizar a largura de banda disponível, causando problemas de segurança e, em alguns casos, até mesmo problemas legais.

Finalmente, e mais importante: eduque. Os usuários da rede podem ser o maior problema de segurança que você vai enfrentar. Eduque os funcionários sobre a importância da proteção de dados, sobre a prevenção da perda de dados e sobre a segurança e a privacidade da rede, não importando se estão usando dispositivos com fio, sem fio ou remoto para acessar a rede da empresa.

Don Thomas Jacob, Head Geek da SolarWinds