Por Paulo Sanford, CEO da WAP
O acesso à internet está cada vez mais democrático. Com isso, observamos uma grande evolução nos sistemas tecnológicos, que vem trazendo grandes transformações no comportamento do consumidor, especialmente durante sua jornada de consumo. Diante desse cenário, as companhias vêm passando por profundas mudanças em suas culturas e as que estiverem se preparando para trabalhar em um formato data-driven, com seu foco em Business Intelligence, AI e Big Data, terão diferenciais sólidos para acelerarem seus negócios e se destacarem no mercado.
Com a facilidade de acessar dados e informações estruturadas, que resultam da alta tecnologia inserida no escopo da empresa, a tomada de decisão ficou muito mais ágil, precisa e consistente, pois todos os colaboradores ganharam autonomia e são estimulados diariamente. Isso tornou as corporações muito mais dinâmicas, com estruturas mais horizontais e menos burocráticas, com grande foco em execução e na flexibilização da estratégia, que deixa de ser engessada, se tornando mais adaptável e centrada no encantamento dos clientes.
Como dito anteriormente, a tecnologia revolucionou o varejo, pois transformou completamente a jornada do consumidor, que antes era a maior parte física, baseada no FMOT (First Moment of Truth) para uma jornada phygital, fundamentada no conceito do ZMOT (Zero Moment of Truth). Diante disso, os clientes ficaram muito mais exigentes no processo de consideração de compra, e houve uma mudança crucial com a explosão do e-commerce e dos marketplaces, onde as prateleiras deixaram de ser finitas para serem praticamente infinitas.
Assim percebe-se que os produtos deixaram de ser o principal personagem do setor varejista, e a satisfação do cliente a partir de uma experiência ímpar de consumo passou a ser o fator predominante. Mas vale comentar que vivemos numa era de excesso de informações, na qual é muito mais difícil conquistar a atenção. Então, torna-se cada vez mais necessário apostar em tecnologias que direcionam promoções mais individualizadas, entregando sempre a mensagem certa na hora exata da jornada de consumo.
Para colocar em prática, soluções de Cloud, Data Lake, Data Warehouse, ETL, BI, AI / Machine Learning, Business Analytics e Blockchain auxiliam nesse processo e ajudam também na maximização das margens e otimização dos recursos comerciais necessários para cada venda. Dessa forma são essenciais para escalar rapidamente os negócios, aumentar a produtividade e otimizar constantemente os processos.
Já nas vendas em pontos físicos, a aposta precisa girar em torno de um ambiente sensorial, buscando a experimentação de produtos e relacionamento com a marca. Inclusive, muitos destes espaços já estão se transformando em mini centros de distribuição para atender o last mile dos serviços de entrega para compras feitas no e-commerce.
Por fim, acredito que a adoção cada vez mais ampla destas tecnologias fará com que o varejo e as marcas desenvolvam processos cada vez mais inovadores que facilitem a jornada de compra e tragam aos clientes uma nova maneira de consumir. Já não vivemos mais como antes, onde todos os processos eram realizados apenas em locais físicos. Hoje a jornada phygital já é uma realidade e veio para ficar. Precisamos caminhar de encontro com as necessidades e novidades do setor, pois quem não se aprimora, fica para trás. Estude sua empresa, entenda por onde começar a mudar e vá em frente.
Paulo Sanford é engenheiro pelo CEFET e UNIFOR, com gestão empresarial pela FGV e STC em Kellog.