Por Rafael Damasceno
A decisão de uma empresa em reformular o seu site, seja ele um e-commerce, um guia de notícias ou apenas um portal para apresentar uma prestação de serviços, deve partir de um objetivo principal que é o de gerar vendas e contratações. Objetivo esse que muitas vezes se perde no caminho, seja por falta de atenção ao que realmente importa, por focar os esforços de equipe e verba em alterações que pouco afetarão a decisão de compra do cliente ou até mesmo de não testar as alterações que podem dar muito errado.
Diante disso, listei os cinco erros mais comuns que encontro na hora de reformular um site:
1 – Otimizar visando o aumento de tráfego e se esquecer da conversão: visita é custo. E um dos erros mais comuns são de empresas que utilizam todo o seu esforço, tanto de colaboradores, quanto de verba, apenas para conseguir mais tráfego. É preciso pensar no que vem depois que o cliente é atraído, pois se o possível cliente não tiver uma boa experiência, não há marketing que faça ele voltar. Neste caso, é essencial pensar e planejar todo o site e o caminho em que ele irá percorrer. Não caia na vaidade de focar apenas nas métricas de engajamento, nem sempre ter mais visitantes resulta em um maior faturamento;
2 – Publicar alterações sem testes: imagine uma empresa que anuncia a reestruturação do seu site e após alguns dias, descobre que o antigo gerava melhores taxas de conversão. Enquanto assiste as vendas caírem, essa empresa percebe que o novo site, mais bonito, não é funcional. Sim, isso existe e é muito comum. É importante fazer e rodar todos os testes possíveis. Testes A/B, em que o modelo atual e o alterado do site são exibidos cada um para uma parcela de quem o acessa, podem dar uma visão inteligente de todas as correções que devem ser feitas antes do lançamento;
3 – Copiar o concorrente sem saber se ele entende o que está fazendo: olhar e monitorar seus concorrentes pode te dar sinais de caminhos e movimentos de mercado. Porém, na hora de cuidar do seu site, saiba que cada um deles possui sua personalidade e, principalmente, seu contexto próprio. Evite copiar seus concorrentes, é como colar em uma prova sem saber se o seu colega estudou;
4 – Cuidado com o efeito do hall de cinema: pesquisadores descobriram que, independente das ações promocionais que os donos de cinema implementavam em seus halls para influenciar as pessoas a assistirem um determinado filme, nada disso conseguia influenciar seus frequentadores na escolha. A razão para isso é o fato de que a maioria das pessoas escolhe qual filme assistir antes mesmo de chegar ao cinema. Ou seja: decorar o hall do cinema é uma ação de marketing pouco útil. Algo semelhante acontece em vários sites quando os responsáveis por eles acreditam, sem embasamento confiável, que se uma determinada área for “melhorada”, suas conversões irão aumentar. Entretanto, é muito comum descobrir, tarde demais, que tal área exercia pouca ou nenhuma influência no processo de decisão do cliente. Consequentemente, independente da melhoria feita ali, praticamente nenhum resultado será notado nas conversões do site. Ou seja: perda de tempo e dinheiro;
5 – Quem acessa via mobile pode ter um objetivo diferente: muitos sites recebem a maior parte de seus acessos de usuários utilizando aparelhos celulares. Porém, o que mais vejo por aí, são sites que cometem o grave erro de apenas se adaptarem para navegação mobile através dos layouts chamados “responsivos”. Sites que conseguem ter uma alta performance em mobile, costumam ter um site próprio modelado exclusivamente para celulares, totalmente independente de sua versão “normal” para desktops. Portanto, entenda e ofereça a melhor experiência para aquilo que o seu usuário procura independente de qual plataforma ele utiliza.
Rafael Damasceno, CEO da Supersonic, empresa 100% focada no aumento das taxas de conversões de sites