CFOs brasileiros tem a segunda maior remuneração do mundo

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Pesquisa global da Michael Page, consultoria líder em recrutamento executivo especializado em média e alta gerência, com 4,3 mil CFOs ao redor do mundo, sendo 500 CFOs brasileiros, avaliou a remuneração desses profissionais regionalmente.

Os CFOs americanos são, de longe, os mais bem pagos do mundo. Quase a metade deles, mais precisamente 49%, acumulam ganhos superiores a US255 mil anuais. Na Europa, por sua vez, continente afetado por uma forte crise econômica, o percentual de profissionais que ostentam salários dessa envergadura não passam de 13%.

O Brasil ocupa o segundo lugar no mundo em remuneração devido aos inúmeros investimentos estrangeiros, que necessitam um gestor financeiro a altura e da demanda ser maior que a oferta. Os CFOs brasileiros só são ultrapassados pelos americanos. No país, 41% desses profissionais acumulam remuneração superior a US 255 mil anuais. No Brasil, segundo Ricardo Guedes, diretor da Michael Page, o bom momento das remunerações no Brasil irá continuar, pois os negócios continuam ocorrendo em grande escala. Os setores mais promissores são: tecnologia, infraestrutura, energia (Oil&Gás), Varejo e Agronegócios. Além do Brasil, outros países da américa do Sul, como Colômbia Peru e Chile, deverão ser destaques na melhora da remuneração, devido ao forte crescimento desses países. Na América do Sul, o percentual equivalente é de 29%, o que coloca o Brasil em um patamar de remuneração bem acima da média do continente.

Na Europa, porém, o percentual de executivos com remuneração superior a US$ 255 mil anuais não ultrapassa a casa dos 13%. Sinal evidente da crise econômica que assola o continente. A Europa é a única região que concentra 59% dos CFOs com remuneração inferior aos US$ 155 mil anuais, enquanto que nos Estados Unidos é de 23% e na América do Sul 37%.

No continente asiático, que tradicionalmente paga menos que o ocidente, o percentual de executivos com remuneração inferior a US$155 mil é de 57% e não tem relação com a crise econômica. Já na região do Pacífico, que compreende a Austrália, as remunerações se concentram em patamar bastante elevado, sendo que 30% dos executivos ganham acima de US$ 255 mil e apenas 19% recebem abaixo dos US155 mil.

Experiência internacional influencia remuneração de CFOs

Levantamento global da Michael Page com 4,3 mil CFOs, sendo 500 brasileiros, mostra que os profissionais que possuem experiência internacional ganham mais

A pesquisa constatou que 60% dos CFOs com remuneração anual abaixo de US$ 80 mil não havia passado por uma experiência na carreira fora do seu país de origem. Por outro lado, entre os CFOs com remuneração anual superior a US$ 255 mil, apenas 26% não exerceram atividade profissional fora de seu país de origem.
O estudo mostra ainda que existe uma relação entre experiência internacional e o porte da empresa. Entre as empresas com mais de 5 mil funcionários, 70% dos CFOs tiveram experiência internacional. Nas empresas com menos de 1000 funcionários o percentual de CFOS que atuaram fora em algum momento da carreira é de 59%.
A Europa é de longe a região que concentra o maior volume de CFOs com vivência internacional, sendo 60% dos profissionais, seguido da América do Sul com 57% e Estados Unidos com 50%. O levantamento ainda mostra que 58% dos CFOs brasileiros já tiveram alguma vivência internacional, índice próximo ao europeu e superior ao dos profissionais norte-americanos.
Para o diretor da Michael Page responsável pela divisão de profissionais de finanças, João Marco, a abertura da economia brasileira nos últimos 20 anos e o fato de o inglês não ser nosso idioma nativo, influenciam muito para os CFOs brasileiros aceitarem propostas de fora. “A experiência internacional é supervalorizada pelas companhias brasileiras e é determinante para remuneração, porte da empresa e nível de internacionalização que o executivo almeja para sua carreira”, afirma.
Ainda segundo João Marco, no Brasil, algumas instituições antes de promover profissionais a algumas posições de liderança, transferem seus funcionários para países de menor expressão, para que depois possa assumir a posição em questão. Porém, no momento, essa regra não se aplica no Brasil. “Atualmente, temos observado uma resistência de profissionais brasileiros pleiteando mudanças internacionais, dado o bom momento da economia brasileira e a instabilidade marco econômica internacional”, finalizou.
Sobre a Michael Page International:
A Michael Page é um dos maiores players mundiais em recrutamento especializado. Fundada na Inglaterra em 1976, é especializada em recrutar candidatos em middle e top management, em todo o mundo, sendo a consultoria de recrutamento líder e pioneira na América Latina. Atualmente possui mais de 5.400 colaboradores em 33 países nos 5 continentes, contando com uma base global com mais de 2 milhões de candidatos qualificados e 160 escritórios. No Brasil, a Michael Page atua nas seguintes divisões: Finance, Tax, Engineering & Manufacturing, Supply Chain & Procurement, Sales, Marketing, Property & Construction, Retail, Legal, Banking & Financial Services, Insurance, Healthcare, Information Technology, Human Resources e Oil & Gas.