Black Friday: pesquisa do FGV IBRE analisa adesão do comércio e comportamento do consumidores

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Pesquisas realizadas pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV IBRE) nos últimos anos aponta o resultados da Black Friday refletem não apenas uma antecipação das vendas natalinas mas um acréscimo de vendas ao último bimestre do ano. De acordo com a coordenadora das Sondagens do FGV IBRE, Viviane Seda Bittencourt, é possível notar que, após um período de desconfiança, o evento consolidou-se de vez no calendário do comércio.

“Em comparação a 2018, alguns segmentos mostraram certa acomodação, mas em relação a 2017 todos registram aumento da proporção de empresas aderindo ao evento de descontos, exceto o setor de material para construção. Os destaques continuam sendo os segmentos de tecidos, vestuário e calçados e de móveis e eletrodomésticos. Este último com aumento crescente no percentual de participação, chegando ao recorde de 81,9%”, destaca Viviane Seda Bittencourt.

O levantamento do FGV IBRE mostra ainda que quase 70% das empresas consultadas nos segmentos do varejo restrito considera que a data aumentará o volume de vendas de final de ano, e não será apenas uma antecipação. Nos segmentos de móveis e eletrodomésticos e outros produtos varejistas mais de 75% das empresas acreditam em um aumento líquido nas vendas do período.

Ótica dos consumidores – A pesquisa do FGV IBRE revela que 92,6% dos 1783 consumidores entrevistados conhecem o evento Black Friday, um grau de reconhecimento que vem aumentando desde 2017 e continua positivamente correlacionado ao nível de renda familiar. Quanto à pretensão de comprar produtos ou serviços na Black Friday deste ano, embora apenas 8,4% tenham certeza da compra, a parcela de consumidores que demonstraram algum interesse em consumir aproveitando as promoções – considerando os fatores: preço, condições de pagamento ou outros -soma 27,6%, superior aos 20,2% de 2018 e aos 18,7% de 2017.

“Entre os indecisos, o preço dos produtos é o fator mais influente, enquanto as formas de pagamento parecem exercer pouco impacto sobre a decisão. No sentido oposto, a proporção dos que afirmam que não pretendem comprar é de 59,9%, inferior aos 67,7% e aos 68,3% registrados em 2018 e em 2017, respectivamente. Os 4,1% restantes não sabem se comprarão ou não”, explica Viviane Seda Bittencourt.

Motivação das compras – O estudo do FGV IBRE relata também que a necessidade de adquirir um bem ou serviço continua sendo a principal motivação para as compras previstas. Cerca de 3/4 dos consumidores afirmaram que adquirirão algo que necessitem independente das compras de Natal. Tal tendência é mais forte quanto menor for a renda familiar.

“Entre aqueles que pretendem antecipar as compras de Natal, os números mostram que as famílias estão cada vez menos tendenciosas a aproveitarem o evento com essa finalidade: a proporção de consumidores que marcaram uma das duas opções soma 18,2%, nível abaixo do registrado em 2017 e 2018, 33,0% e 19,6% respectivamente. Além disso, a correlação entre consumidores que compram na Black Friday com esse propósito e o nível de renda é positivo, atingindo 26,3% nos consumidores de maior poder aquisitivo”, observa a economista do FGV IBRE Viviane Seda Bittencourt.