BDMG financia criação de plataforma móvel para gerenciamento de processos

Compartilhar

Um financiamento do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) contribuiu para a Prime Systems, empresa do Grupo Seculus, de Belo Horizonte, desenvolver a plataforma móvel de gerenciamento de processos de negócios (BPM) denominada PrimeBuilder, que cria e customiza aplicativos com base na necessidade do cliente. O valor do financiamento, por meio da linha Finep Inovacred, foi de R$ 2,9 milhões. Com o êxito da tecnologia, a Prime Systems deu um passo além e lançou uma plataforma de desenvolvimento e um marketplace para aplicativos voltado para pequenos desenvolvedores, o PrimeBuilder Store.

“O BDMG tem atuação destacada no fortalecimento do ecossistema de inovação de Minas Gerais por meio de produtos financeiros direcionados a empresas estabelecidas ou em estágio de crescimento”, afirma Gláucia Anete Ferreira da Silva, gerente de Negócios para Inovação do BDMG. “Esse apoio demonstra o compromisso do BDMG com o desenvolvimento das empresas de base tecnológica de Minas Gerais”. Ela acrescenta que o Banco reestruturou os processos de avaliação do crédito para empresas inovadoras, com o objetivo de dar celeridade à liberação dos recursos.

Evolução

O PrimeBuilder representa uma evolução do Mobile OS, solução para automatizar processos e gerenciar a produtividade de equipes de campo. Com recursos avançados de captura de fotos, leitura de códigos de barra e posicionamento geográfico, permite o acompanhamento on-line de toda a operação, incluindo análise de performance, níveis de serviço, picos de operação, tempo de espera e estatísticas de ocorrências.

O novo projeto se insere no conceito de Gestão de Processos de Negócios Móvel (Mobile Business Process Management), que possibilita a execução e gestão completa através da utilização de dispositivos móveis de comunicação, particularmente tablets e smartphones. A tecnologia vem conquistando o mercado, em especial os setores de logística e de serviços de manutenção.

Esse conceito surgiu da demanda dos clientes de BPM à adequação dos sistemas utilizados em computadores às plataformas móveis, permitindo maior flexibilidade e otimização das novas tecnologias de hardware. Partindo de ações pontuais de desenvolvimento personalizado, roteamento de ferramentas e notificação via e-mail, hoje utiliza as mais sofisticadas tecnologias, adotando recursos do contexto de mobilidade como opções de localização, direção, identidade e pagamento.

Abertura para o mercado

Com o PrimeBuilder Store, a companhia abriu o uso do PrimeBuilder para o mercado em geral. “Ao formatar nosso marketplace, estamos permitindo que uma série de empreendedores digitais, como desenvolvedores, administradores e analistas de processos, possam ter acesso a uma ferramenta robusta para oferecer uma solução completa aos seus clientes, permitindo um atendimento personalizado”, afirma Roberto Willians Azevedo, CEO da Prime Systems.

A ideia é que a beneficiária comercialize soluções de mobilidade no modelo “self service”, sem necessidade de investimento em implantação ou aquisição de licença de uso. Contando com a presença da equipe de desenvolvimento da Prime Systems, o usuário conseguirá projetar, executar e gerenciar um processo completo de negócio. Dessa forma, a Prime Systems passa a atender ao mercado de pequenas e médias empresas. Os poucos “players” que buscam atuar no segmento de MBPM, geralmente, atendem somente às grandes empresas já atuantes nos segmentos de BPM, fornecendo soluções sob demanda.

O PrimeBuilder já é adotado por 55 mil usuários móveis corporativos no Brasil, em mais de 250 clientes, e realiza cerca de 10 milhões de transações diárias. Em alguns deles, analistas de negócio já usam a ferramenta para acrescentar funcionalidades aos seus apps.

De acordo com Mário Luiz, diretor de Operações da Prime Systems, essa base de clientes inspirou a empresa a criar um negócio de escala com base em usuários com conhecimentos de nichos de mercado capazes de conceber aplicativos móveis, mas sem capacidade de executar os conceitos tecnicamente, pois é uma proposta interessante para um desenvolvedor que busca uma segunda fonte de receita ou um analista de negócio que deseja montar a própria empresa.

No PrimeBuilder Store os desenvolvedores podem criar e disponibilizar seus aplicativos. Os apps são publicados em um “container” da Prime nos aparelhos dos clientes finais e a empresa se encarrega da compatibilidade entre os diferentes modelos e sistemas operacionais, além de ir agregando novas funcionalidades para os desenvolvedores. Em troca, a Prime Systems recebe uma porcentagem da mensalidade que os seus clientes cobram dos usuários finais.

Provedor de tecnologia

Mário Luiz acredita que até 2019 essa nova linha de negócios possa responder por metade do faturamento da Prime Systems, que no ano passado foi de R$ 15 milhões. A meta é chegar a R$ 150 milhões até 2020. Com o PrimeBuilder Store, a Prime Systems se torna uma empresa de desenvolvimento de soluções de mobilidade que busca se transformar num provedor de tecnologia, ampliando sua escala.

O mercado norte-americano é o próximo alvo da empresa, que investe R$ 5 milhões no processo de internacionalização. “Nosso grande diferencial é a capacidade de transformar os negócios dos nossos clientes, melhorando sua produtividade. É uma característica que está presente no nosso DNA e faz a empresa inteira vibrar.” De acordo com Roberto Azevedo, a parceria com o BDMG aconteceu num momento de grande importância para a empresa, “pois nos deu a alavancagem necessária para desenvolver o produto”.

Com 80 funcionários, a Prime Systems integra o tradicional Grupo Seculus, conglomerado empresarial composto por dez organizações controladas por uma holding de capital privado. O grupo atua nos segmentos financeiro, imobiliário, industrial, tecnologia da informação e comércio de relógios.