A B3, bolsa do Brasil, e a Data Rudder, empresa de inteligência de dados, firmaram parceria para a criação de uma solução que realiza o compartilhamento de informações sobre indícios de fraudes entre as instituições financeiras.
Denominada DataBusters, a solução foi desenvolvida com o objetivo de auxiliar as empresas a cumprirem a Resolução Conjunta n°6, publicada pelo Banco Central em maio de 2023. O documento dispõe sobre os requisitos para o compartilhamento de dados e informações sobre indícios de fraudes a serem observados pelas instituições financeiras, de pagamento e demais autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil. A resolução entra em vigor em 1º de novembro de 2023.
As instituições deverão escolher um fornecedor de infraestrutura para o envio e recebimento dos dados e, a partir disso, registrar todas as informações sobre as ocorrências ou tentativas de fraudes identificadas em suas atividades. Tais informações poderão ser consultadas por todas as instituições autorizadas pelo Bacen.
O DataBusters irá receber os dados em cinco categorias: cadastral, cartões de débito e crédito, meios de pagamento, TED/DOC e PIX. Essa estrutura terá interoperabilidade com as soluções de outras empresas, por meio de APIs. Todas as instituições autorizadas terão acesso aos mesmos dados, simultaneamente , para poderem subsidiar seus procedimentos e controles para a prevenção de fraudes.
A interoperabilidade pode ser definida como a habilidade de dois ou mais sistemas (computadores, meios de comunicação, redes, software e outros componentes de tecnologia da informação) interagirem e trocarem dados sem que um dependa da tecnologia do outro.
Para auxiliar as instituições a reforçarem a segurança antifraude, a B3 irá trabalhar com algoritmos especializados, com a finalidade de criar um sistema de score de risco para cada caso reportado. Além do dado bruto, a instituição cliente da B3 poderá receber informações organizadas e uma classificação de risco para cada indício de fraude compartilhado. O processo de receber a informação, avaliar e compartilhar será realizado em milissegundos.
“Mais do que cumprir a normativa, a nossa intenção é apoiar as instituições no combate às fraudes e ofertar um produto seguro, rápido e eficiente para os nossos clientes, capaz de fazer a diferença na tomada de decisão”, diz Ricardo Raposo, diretor de Data & Analytics da B3.
A B3 será responsável por toda a infraestrutura e governança dos dados; enquanto a Data Rudder será responsável pelo desenvolvimento da tecnologia utilizada no produto, pelos scores e pelo compartilhamento das informações via APIs altamente disponíveis e de baixíssima latência.
“A decisão de ofertar um score de risco sobre cada caso, prezando principalmente pela qualidade da informação, surgiu como uma maneira de demonstrar que a resolução também poderia ser uma oportunidade para as instituições. Além de funcionar como um bureau de dados, queremos que o DataBusters seja uma ferramenta integrada às operações de risco e um recurso realmente relevante para mitigar as fraudes no sistema financeiro”, afirma Rafaela Helbing, CEO da Data Rudder.