Automóveis autônomos: a chave está no data center – Por Simon Blake

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unnamed A disputa pelo mercado dos veículos autônomos envolve gigantes como Apple, Google e Tesla, além de todas as grandes montadoras de automóveis. A razão pela demanda é óbvia. A automação irá aumentar significativamente a segurança nas ruas e estradas – a tecnologia dos freios autônomos de emergência, por exemplo, contribui para reduzir acidentes. Outra vantagem é que o consumo de combustível será reduzido drasticamente. Sistemas autônomos são programados para frear e acelerar com o nível máximo de eficiência, uma inovação que, segundo a consultoria McKinsey, poderá reduzir as emissões de dióxido de carbono dos carros em até 300 milhões de toneladas por ano. Esta empresa aponta, também, os benefícios em produtividade que podem ser gerados por liberar os humanos da responsabilidade de dirigir. Com a adoção em massa dos carros autônomos, 1 bilhão de horas do dia serão economizadas pelas pessoas em todo o mundo. Somente no Reino Unido, a consultoria KPMG prevê que, em 2030, carros autônomos e conectados irão beneficiar a economia em até 51 bilhões de libras por ano.

Hoje os motoristas já conhecem os carros conectados. São os veículos que têm acesso à Internet e possuem uma variedade de sensores, sendo capazes de enviar e receber sinais, perceber o ambiente físico do seu entorno e interagir com outros veículos ou entidades. Segundo a consultoria PWC, prevê-se que as receitas de carros conectados disparem e atinjam mais de 155 bilhões de dólares até 2022.

Entretanto, quando falamos sobre carros autônomos, estamos falando sobre algo muito mais impactante.

O foco é em veículos que operam sem motorista humano – um conceito que, provocará uma revolução no volume gerado por dados automotivos. Se um único carro conectado gera hoje 25 GB de dados por hora, no futuro um carro autônomo tem a probabilidade de gerar uma quantidade dez vezes maior. Essas informações são importantes porque, na era dos veículos autônomos, é o binômio dado/conectividade que irá manter o mundo girando.

Vale a pena, portanto, investigar o impacto dos carros autônomos nos ambientes digitais. Tudo começa na miríade de sensores altamente sensíveis espalhados pelo veículo, dispositivos capazes de detectar perturbações tão leves quanto um cigarro caindo no chão. Esses sensores estarão a todo momento analisando os seus entornos em busca de sinais que acusem que os freios precisam ser acionados ou que é necessário acelerar o carro.

Veículos como esses têm embutidos computadores, receptores de GPS, dispositivos de rede wireless com acesso a sensores localizados no próprio carro e também acesso à Internet. Além disso, os carros autônomos interagem todo o tempo com redes wireless de sensores fora do carro: dispositivos implementados no entorno físico do automóvel.

Ou seja: os veículos autônomos estarão sincronizados com uma grande rede municipal, estadual ou federal que gerará dados sobre o ambiente e as vias locais (ruas, avenidas, estradas, pontes) do seu entorno. Essas redes instaladas fora dos carros monitoram congestionamentos na via, acidentes e potenciais perigos, etc.

O BigData do veículo autônomo vai além dos dados gerados pelo carro: o entorno também cria dados sobre os ambientes físicos por onde o carro trafega.

O veículo autônomo típico, dirigido cerca de 90 minutos por dia, gerará cerca de 4 terabytes de dados por dia. Alguns fabricantes de carros ainda em testes já estão gerando mais de um petabyte de dados por mês. Nesse contexto, data centers são essenciais para consolidar, gerenciar e analisar o imenso BigData gerado pelos veículos autônomos e por seu entorno. Essa realidade é um desafio para todos que pensam em transformação digital e na infraestrutura necessária para que esse avanço aconteça.

Para lidar com esta crescente demanda, a resiliência e disponibilidade da infraestrutura do data center serão cruciais. Os veículos autônomos precisam se manter conectados ao computador que gerencia seus dados. O mesmo vale para as ruas, avenidas e estradas por onde esse veículo trafegará.

Veja abaixo alguns vetores de transformação do data center na era do carro autônomo:

a) Colocation e Edge Computing serão essenciais. No mundo dos carros autônomos, a latência de dados é um grande perigo. No conceito de Edge Computing, os data centers deverão ser menores e mais espalhados, de maneira a estarem mais próximos dos locais onde os carros autônomos estarão trafegando. Uma outra forma de resolver esse desafio é investir em Colocation em data centers já existentes, de modo a montar uma infraestrutura distribuída de data centers, algo fundamental para garantir a conexão e a operação dos veículos autônomos.

b) O gerenciamento da infraestrutura do data center será crítico para o sucesso dos automóveis autônomos. A falha de um elemento do data center poderá provocar, em instantes, um engarrafamento de 10 carros. Isso torna a operação do data center mais crítica do que nunca. Neste contexto, é recomendável contar com soluções de gerenciamento de infraestrutura DCIM (Data center infrastructure management). Essas sofisticadas plataformas serão capazes, por exemplo, de equacionar as demandas de energia do data center que atua como retaguarda do carro autônomo. Além de trabalhar pela continuidade do processamento, as soluções DCIM buscam formas de otimizar e economizar no consumo de energia, demanda que aumentará de forma exponencial com a disseminação dos carros autônomos.

O mundo vive um momento de grande transformação. O potencial do automóvel autônomo é algo que chama a atenção de mercados, e vai definir o futuro. É bom lembrar, no entanto, que a chave para o automóvel autônomo está no data center.

Para saber mais sobre as mudanças que o carro autônomo trará ao mundo digital, por favor, acesse o link: https://www.vertivco.com/globalassets/documents/white-papers/vertiv_ebook_1_vr___autonomous___critical_pt_141545_0.pdf

Simon Blake é diretor de Marketing da Vertiv para a região que engloba Europa, Oriente Médio e África (EMEA).