Engajada na democratização do acesso aos dados financeiros e na diminuição da assimetria informacional, a Pluggy, fintech acelerada pelo LIFT LAB do Banco Central em 2020, acaba de receber um aporte de mais de R$3 milhões na rodada Pré-Seed liderada pela Gávea Angels. Também participaram do investimento Plug and Play e Urca Angels.
A Pluggy oferece a fintechs e corporações a possibilidade de acessar os dados de seus clientes para que possam criar serviços mais competitivos e dinâmicos, garantindo a privacidade dos usuários ao mesmo tempo em que promove acessibilidade aos inovadores, fomentando a criação de serviços personalizados ao cidadão brasileiro por meio do Open Finance.
“Nós da Gávea Angels sempre procuramos avaliar nossos investimentos para além do retorno para os investidores e procuramos soluções disruptivas que tragam benefícios concretos para a sociedade. O investimento na Pluggy não poderia ser diferente. Mais do que Open Banking, o Open Finance no Brasil proporcionará uma verdadeira remodelagem no sistema financeiro e no ecossistema de serviços bancários. Parcela significativa de clientes que estão insatisfeitos com seus serviços atuais terão acesso a taxas de juros mais competitivas para suas aplicações, seus empréstimos, seguros ou a produtos financeiros inovadores. A capacidade dos clientes de entender melhor sua vida financeira de maneira completa e agregada em um clique será possível. A Pluggy vem exatamente com essa missão, prover a infraestrutura necessária para tornar isso possível”, pontua Marcelo Deschamps, membro do Conselho Diretor e líder da operação pela Gávea Angels.
De maneira prática, a proposta da Pluggy, que já conta com uma carteira de 12 clientes e uma equipe de 20 colaboradores, é usar a tecnologia de APIs para permitir que, a partir do acesso ao histórico financeiro e da análise do comportamento dos clientes, as empresas façam uma oferta customizada de produtos e serviços de acordo com o tipo de negócio ou conforme a demanda e necessidade do consumidor. Em outras palavras, concessão de crédito com melhores condições, auxílio na gestão financeira pessoal, novos modelos de score de crédito, recomendações de investimento adaptadas ao perfil de cada cliente, entre outras inúmeras aplicações.
“Cerca de 80% do market share do sistema financeiro do Brasil está nas mãos dos cinco maiores bancos do país. Isso impede que outros players acessem as finanças dos consumidores e ofereçam melhores alternativas. Esse entrave resulta em taxas de juros mais altas, serviços de baixa qualidade, menor integração com outros produtos e maiores barreiras à inovação, deixando a população sujeita às condições impostas pelas grandes instituições”, diz Bruno Loiola, cofundador e Chief Growth Officer da Pluggy.
Loiola acrescenta que a pandemia gerou uma necessidade de transformação sem precedentes. Isso ajudou o sistema financeiro, como um todo, a acelerar a chegada do Open Finance no país. “Hoje nós, consumidores, compartilhamos informações, aceitamos termos e condições, mas não temos ideia do valor dos nossos dados. As nossas informações bancárias, com o devido consentimento, são um valioso instrumento na busca por novos serviços, com condições financeiras infinitamente melhores. Isso é o que, de fato, representa o conceito de Open Finance”, esclarece Loiola.
Da Europa à Argentina e a criação da Pluggy no Brasil
Em 2020, Bruno Loiola e os amigos Rogério Correa e Victor Braga se juntaram aos argentinos Federico Mirás e Gabriel Pan Gantes para encarar a desafiadora empreitada de criar a Pluggy. A ideia surgiu na Europa, quando os brasileiros que já trabalhavam com o compartilhamento de dados financeiros na Espanha, decidiram trazer para o seu país de origem a tecnologia de integração entre as instituições antes mesmo de o Banco Central anunciar a chegada do Open Banking no Brasil.
A aposta deu certo. Apesar do pouco tempo de vida, a empresa já passou por diferentes programas de aceleração como Oxigênio Aceleradora (Porto Seguro), Liga Ventures, Lift Lab (Banco Central), além do próprio Plug and Play. A Pluggy também tem firmado contratos com clientes de peso como a fintech Kinvo, recém-adquirida pelo BTG Pactual.