ACE lança pesquisa para entender os desafios da jornada empreendedora no país

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Com o objetivo de realizar uma fotografia do perfil e jornada do(a) empreendedor(a) no Brasil, considerando as estruturas das startups, maturação dos negócios, setores de atuação e analisando o mercado de investimento de risco, a holding de venture capital ACE, em conjunto com a BHub e a a55, lançaram nesta semana o relatório Founders Overview. A pesquisa entrevistou mais de 200 empreendedores com faturamento anual partindo de R$ 360 mil até receitas acima dos R$ 300 milhões.

Analisando os perfis, é possível perceber uma tendência de empreendedores de segunda viagem. Mais da metade dos entrevistados (51%) está criando a segunda empresa. E quase 80% dos entrevistados possuem sócios no seu negócio.

Ainda que o cenário econômico seja incerto e cheio de desafios, a possibilidade de mudar a realidade em que vivem é o que motiva a grande maioria dos empreendedores (72,8%). A vontade de obter maior retorno financeiro do trabalho (24%) e o desejo de liderar (21%) também foram fatores citados pelos respondentes do Founders Overview.

O senso de propósito foi apontado por sete em cada dez participantes da pesquisa e dá a primeira pista para entendermos o poder do empreendedorismo no imaginário brasileiro. Esta opção foi disparada a mais citada pelos entrevistados e revela um traço característico do empreendedorismo no Brasil, que é a inovação como solução com foco na resolução de problemas e ineficiências locais.

Entre as regiões que ficam as sedes das empresas respondentes, destaque para o sudeste com 66,7%, seguido por sul (16,4%), nordeste (10%), centro-oeste (4,6%) e norte do país (1,5%), conforme destaca o gráfico abaixo:

Setores de atuação

Os segmentos que as startups atuam são Financeiro (13%), Healthtech (8%), Edtech (7%), Varejo & E-commerce (6%) e HRTechs (6%), segundo dados do Founders Overview.

Em segundo e terceiro lugares temos dois formatos de startups que tiveram um salto em anos recentes por conta, principalmente, de necessidades criadas pela pandemia: Healthtechs e Edtechs. Tanto as teleconsultas quanto o ensino a distância (EaD) tiveram um crescimento relevante no período. Outros setores que têm alto volume de startups no gráfico a seguir:

O Founders Overview revela que sete em cada dez startups brasileiras oferecem produtos e soluções para outras empresas, no modelo B2B, enquanto apenas 15,9% dos empreendedores ouvidos na pesquisa trabalham diretamente com o consumidor final (B2C).

Seguindo a tendência mundial, as startups brasileiras adotam, na maioria (52%) o modelo de Software as a Service (SaaS). Nesse modelo de negócio, as startups oferecem softwares como serviços e os clientes não precisam se preocupar em instalar ou atualizar nada, já que o software é executado na nuvem.

“Um dos grandes desafios das startups B2C é justamente a necessidade de financiar seu crescimento, em especial, na captação de novos clientes”, destaca Pedro Waengertner, Fundador e CEO da ACE.

Perfil de aportes

Quase metade dos empreendedores ouvidos pela ACE (44,6%) montaram os negócios com financiamento próprio (bootstrap), sem investimentos externos. Entre as fontes preferidas para financiamento, os entrevistados apontam Venture Capital (VC) como principal modalidade (25%), seguido de investimento-anjo (15,5%) e Corporate Venture Capital (CVC), com 14%. 36% dos respondentes disseram não ter preferência pela origem do investimento.

Sobre os valores captados entre as startups que passaram por rodadas, cerca de 42,5% disseram receber cheques entre R$ 300 e R$ 600 mil; 22,5% receberam entre R$ 1 e R$ 3 milhões; 13,5% entre R$ 600 mil e R$ 1 milhão; 13,5% acima de R$ 5 milhões; e 9% entre R$ 3milhões e R$ 5 milhões. Conforme o gráfico abaixo:

Modelos de negócios

Analisando a fundo o modelo de negócios, a pesquisa destaca que as startups brasileiras adotam massivamente a estratégia de Software as a Service (SaaS). “O formato oferece mais flexibilidade tanto para o desenvolvimento quanto para quem compra, já que os softwares são oferecidos na nuvem e acessados via navegador. Na maioria das vezes, a solução é contratada por meio de uma assinatura, o que ajuda a baixar o custo para as empresas. Para as startups, o principal ganho está na receita previsível”, diz Waengertner, CEO da ACE.

O SaaS é o formato de negócio favorito de 44,4% das startups ouvidas pela Founders Overview. Em segundo lugar, fica o modelo de marketplace, com 13,3%, e em terceiro, a venda direta de produtos físicos, com 10,7% das respostas.