A ABES — Associação Brasileira das Empresas de Software apresentou hoje, durante webinar aberto ao público em seu canal no YouTube, o Estudo Mercado Brasileiro de Software — Panorama e Tendências 2023. De acordo com dados da International Data Corporation (IDC) analisados pela ABES, o Brasil hoje manteve 1,65% dos investimentos em tecnologia em nível global, e 36% dos investimentos em toda a América Latina (contra 40% na pesquisa anterior). Considerando o total de investimentos globais em tecnologia da informação (software, hardware e serviços) durante o ano de 2022 — que foi de US$ 3,11 trilhões, contra US$ 2,79 trilhões –, o Brasil caiu duas posições, figurando agora em décimo-segundo lugar neste ranking de investimentos, com US$ 45,2 bilhões aplicados e lidera na América Latina, cujo total de investimentos alcançou US$ 124 bilhões (contra US$ 115 bilhões em 2021).
O Brasil segue como referência entre os países considerados emergentes, apresentando maior maturidade em investimentos em TI — que prioriza os valores dedicados ao desenvolvimento de software e incremento da oferta de serviços. O total aplicado se distribui em 26% para o mercado de software (U$ 11,7 bilhões), 19,5% para o mercado de serviços (U$ 8,8 bilhões) e 54,6% para o mercado de hardware (U$ 24,7 bilhões), o que mostra que o país caminha para a média global, cuja distribuição é de 28% em software, 26% em serviços e 45% em hardware. Em nível nacional, a ABES aponta um ligeiro aumento da dispersão dos investimentos em TI pelo país, o que sinaliza que a tecnologia e inovação estão chegando em maior volume às regiões mais remotas do País. Nas regiões Nordeste e Norte, o crescimento foi de 1%, enquanto na região Sul o aumento foi de 0,7%. Na região Centro-Oeste, a queda de participação no total dos investimentos em TI foi de 0,4%, e na região Sudeste, a queda foi de 0,5%.
“O crescimento do mercado de tecnologia, em nível global, foi de 7,4% em 2022. No mesmo período, o Brasil apresentou um crescimento de 3%, abaixo das expectativas de crescimento de até dois dígitos esperados, e diversos fatores contribuíram para este resultado. A Guerra da Ucrânia que não estava no radar, o alto impacto da inflação na Economia Global, que impacta investimentos no Brasil, a mais disputada eleição presidencial da história recente, a própria Copa do Mundo, a alta na taxa de juros, a volatilidade do dólar ao longo do ano, foram alguns dos fatores que contribuíram para este resultado inesperado de baixo crescimento. Outro ponto a se destacar foi a queda de investimentos em devices, como celulares e notebooks, que puxaram o percentual de crescimento para baixo. Contudo, pode parecer pouco, mas esse índice de 3% mostra uma positividade da indústria em continuar realizando investimentos em tecnologia. E a tendência, para 2023, é que haja um crescimento global na ordem de 4,5%, e o Brasil, mais deve apresentar um índice levemente acima da média, de 5,4%”, aponta Jorge Sukarie Neto, conselheiro da ABES.
Confira outras tendências apresentadas em primeira mão pela ABES durante o evento: