Por Gisele Carvalho
O mercado de digitalização de documentos atravessou uma primeira fase em que os serviços do tipo “commodity” tiveram predominância. Ainda hoje, uma parte expressiva dos fornecedores concentra-se num portfolio de menor valor agregado, como é o caso de scannerização ou manipulação de formulários eletrônicos. Em contraposição a isto, cresce de forma rápida a demanda por players desse nicho que investem muito mais em inteligência de processos, inteligência analítica e atuam no alinhamento das plataformas de informação digital com as premissas de negócio. Trata-se, assim, de uma atividade complexa e customizada, bem longe da ideia de commodity.
No novo cenário, tarefas como digitalização e captura estão sendo absorvidas em processos de maior complexidade, envolvendo aspectos como a logística informacional e a automação de procedimentos e de hierarquias de acesso, bem como a articulação de diversos elementos de software, consultoria, infraestrutura e serviços. Nesse quadro, sai favorecido o outsourcing como modelo de oferta para o processamento por imagem, em suas diversas fases, já que tais níveis de complexidade exige alta especialização e forte agregado tecnológico. Em outras palavras, para que tais atividades não se tornem uma perturbação para o negócio-fim das empresas, é natural que elas recorram a parceiros especializados, cujo negócio seja exatamente este.
Um exemplo claro desta tendência vem sendo dado por bancos, em várias partes do mundo que partem para o modelo de truncagem de cheques, boletos e outros documentos. Muitos deles optam pela parceria com outsourcers com o perfil da M2Sys que lhes garante o composto total de consultoria, serviços de DPI (Data Processing Image) e plataformas adequadas de software.
Apesar de todo o avanço na área, o outsourcing centralizado ainda tem sido a opção de muitas empresas, devido a suas facilidades de implantação e rápida ativação. Mas ele incorre numa visão, a nosso ver, equivocada, que é a de transportar para o modelo digital o velho ambiente de processamento do CPD, que foi idealizado na primeira ainda lá metade do século passado.
No caso de alguns bancos, por exemplo, ao invés de capturar os cheques e boletos na agência; no modelo centralizado, tais documentos seguem para uma central de digitalização e, só a partir dali, inicia-se o processo por imagem.
O resultado disto é a perda de algumas das grandes vantagens da digitalização, como é o caso da economia com transporte seguro e custódia de documentos físicos. Hoje há claramente no mercado uma tendência para o modelo descentralizado da captura e digitalização.
Neste paradigma, o documento digital é produzido e devidamente autenticado no próprio balcão de atendimento, ou escritório remoto e, motor contínuo, eletronicamente transportado através de pacotes digitais para as centrais DPI. A depender unicamente do marco regulatório, a tendência natural é de que o documento físico possa ser destruído imediatamente após a sua digitalização no próprio local de atendimento ou captura.
A recente adesão dos bancos ao modelo de Truncagem de documentos abriu grandes perspectivas para empresas que oferecem serviços de transação por imagem fim a fim. Estamos seguros de que a necessidade de software, consultoria e serviços em transação e gestão de documentos digitais estará cada vez mais presente entre os bancos.
Tanto nossos serviços de outsourcing quanto nossas ofertas de software para captura, processamento, custódia e gestão de documentos com inteligência analítica ganham um enorme impulso com movimentos desse tipo.
Não só pela nova demanda que surge junto aos próprios bancos, mas também pela capacidade que estas instituições demonstram em influenciar outros segmentos a acompanhar suas evoluções tecnológicas.
O que as empresas mais bem preparadas já sabem é que os investimentos em TIC devem considerar seriamente os custos de propriedade e a necessidade, estratégica ou não, de se ocupar com atividades-meio. Como as transações por imagem nem sempre compõem o core-business, a opção pelo outsourcing irá
absorver pelo menos uma parte significativa de tais processos.
Dada a crescente complexidade dos processos, os bancos, governos e grandes empresas estão cada vez mais empenhados na busca de fornecedores que possam responder pelo processo como um todo, a fim de obterem maiores garantias de suporte, escala e evolução unificados.
Gisele Carvalho é Diretora da M2Sys Tecnologia