Por Fernando Cirne, CEO da Locaweb
Desde o ano passado, observamos que o processo de migração do varejo para o ambiente digital veio para ajudar o mercado a lidar com os desafios impostos pela pandemia e pelas restrições ao atendimento presencial em estabelecimentos comerciais. Graças às tecnologias desenvolvidas e implementadas para as plataformas de e-commerce, muitas empresas puderam manter suas operações, o que permitiu que empregos pudessem ser preservados e que a economia não sofresse danos ainda maiores.
Diante desta perspectiva, muitas pessoas podem ficar com dúvidas sobre o futuro do e-commerce, uma vez que a vacinação tem avançado no Brasil e as lojas começam a retomar suas atividades com público de forma gradual, em linha com os protocolos de segurança sanitária. É possível que as compras online parem de crescer ou voltem a ser alternativas eventuais na cultura do consumidor?
Ao mesmo tempo que o ambiente digital de vendas cresceu nos últimos meses, houve mudanças bastante rápidas, mas muito consolidadas no comportamento deste consumidor brasileiro, que adotou hábitos digitais para diversas situações, sem contar os novos e-consumidores. Com as lojas virtuais cada vez mais intuitivas, o avanço da logística e o investimento realizado pelas empresas em eficiência e segurança em meios de pagamento, quem começou a comprar online não deve abandonar essas novas formas de consumo.
Esta tendência vem ao encontro de fenômenos que já são observados ao redor do mundo. Antes mesmo da pandemia, o Brasil registrava uma participação muito baixa no varejo digital em comparação com grandes potências mundiais do consumo, como Estados Unidos e China. Hoje, a jornada online do consumidor brasileiro já evoluiu muito e envolve desde a pesquisa de produtos e preços até as vendas realizadas por meio das plataformas..
Além disso, o e-commerce não funciona de forma isolada ou descolada do ambiente presencial de vendas. Com a adoção de estratégias omnichannel ou multicanal, os empreendedores dos mais variados segmentos conseguem criar conexões entre seus meios de interação com o consumidor e combinar o uso de ferramentas on e offline para dinamizar seu atendimento, de acordo com o perfil dos clientes.
Todos estes fenômenos sugerem que a retomada das lojas físicas não diminuirá a importância que o digital ganhou nas nossas vidas, em especial desde o ano passado. Em linha com a perspectiva de um futuro mais seguro e estável em relação ao coronavírus, todos os caminhos apontam para uma atividade sinérgica, integrada e pulsante, que demandará bastante esforço e cuidado, mas renderá frutos importantes para empreendedores e consumidores. O mais importante de tudo isso é que agora o consumidor tem em suas mãos a informação, a tecnologia e o hábito do digital. Cabe a ele decidir como usar tudo isso a seu favor.