Por Josilmar Cia
A iniciativa do Banco Central de desenvolver e lançar o PIX, que é uma infraestrutura para permitir transferências bancárias instantâneas (chamado de Pagamento Instantâneo) entre correntistas, pode revolucionar a forma como os brasileiros lidam com o dinheiro.
Na medida em que o uso do PIX se dissemine pela economia, o uso do papel moeda tende a desaparecer. Na China, por exemplo, que foi o primeiro grande país a adotar um sistema semelhante, até pessoas em situação de rua têm uma espécie de crachá com código QR! Eles recebem o dinheiro eletronicamente das pessoas benevolentes através de uma aplicativo chamado WeChat, que é semelhante ao popularíssimo WhatsApp.
Com a redução do uso de papel moeda, diminui o custo ligado à logística do transporte de cédulas para estabelecimentos de varejo, agências bancárias e caixas eletrônicos por meio de carros fortes. Esse fato trará menos perigo de assalto a banco, explosões em caixas eletrônicos, assaltos do tipo “saidinha de banco”, aumentando a segurança para todos.
Essa praticidade do PIX para pessoas físicas e jurídicas deverá levar à consequente queda no uso de cédulas em papel, facilitará a fiscalização de atividades ilegais e a sonegação de impostos. O risco nesse ponto é ter um aumento de circulação de dólares em papel moeda para financiar atividades ilegais. A saída para essa potencial falha seria permitir contas bancárias em moedas estrangeiras.
Josilmar Cia , graduado em Economia, mestre e doutor em Administração de Empresas, professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie.