As contratações de pessoas com mais de 50 anos precisam ganhar mais força, mas as empresas já percebem os novos movimentos do mercado de trabalho e estão se adaptando
A participação do público 50+ no mercado de trabalho brasileiro já foi bastante reduzida em anos anteriores, mas esse cenário tem se mostrado diferente nos últimos anos por alguns fatores, como o aumento dos percentuais de envelhecimento da população brasileira e o aumento da expectativa de vida já registrado também no cenário mundial.
As recentes modificações nos critérios de aposentadoria, como o aumento da idade para se aposentar e do tempo de contribuição para o INSS, também têm levado as empresas a se readaptar para a manutenção desses profissionais no mercado de trabalho e a criar oportunidades para receber melhor as pessoas com mais de 50 anos. Essa nova realidade tem provocado também reflexões sobre outras estratégias corporativas de capacitação continuada, saúde e a jornada de trabalho, entre outras.
De acordo com dados do Banco Nacional de Empregos (BNE), a quantidade de currículos de pessoas com mais de 50 anos tem aumentado significativamente nos últimos anos. Em 2022, foram 4850 currículos de profissionais 50+, e só no 1º trimestre de 2023 foram mais de 1600 currículos, superando o quantitativo do mesmo período no ano anterior. Diante desse cenário, o diretor operacional do BNE, José Tortato explica que “o aumento da idade de aposentadoria e da expectativa de vida mudam o mundo do trabalho e suas relações, e essas mudanças demandam das empresas novos posicionamentos, é tempo de mudar e acompanhar as necessidades que vão surgindo”.
O profissional 50+ possui o que o mercado tanto busca: experiência, inteligência emocional, resiliência, e o encontro de diferentes gerações no ambiente de trabalho contribuem para o desenvolvimento humano, que é uma das principais tendências da gestão de pessoas neste século 21, tornando o ambiente ainda mais criativo e dinâmico nas empresas, tendo o fator da experiência em foco, e não a prevalência dos rótulos que reforçam ainda mais a desigualdade social e a discriminação.
Segundo dados do IBGE, apesar do grande número de pessoas com mais de 50 anos, as oportunidades de emprego para essa faixa etária são restritas, e o etarismo, preconceito com pessoas por causa de sua faixa etária, se mostra ainda presente, no entanto, nos últimos anos, ações de combate ao etarismo já estão sendo aplicadas pelas empresas e oportunidades afirmativas para pessoas com mais de 50 anos estão aparecendo cada vez mais.
As empresas estão se adaptando e o número de contratações de pessoas com mais de 50 anos, apesar de precisarem ganhar mais força, estão crescendo cada vez mais. Além dos benefícios da diversidade geracional e da inclusão para o mercado de trabalho, os profissionais 50+ contribuem diretamente para uma visão ampliada da organização e da tomada de decisões de forma mais rápida e estratégica.