Pesquisa Febraban de Tecnologia Bancária, realizada pela Deloitte, mostra que somente o celular é responsável por 75% das operações dos brasileiros
Oitenta e dois por cento das transações bancárias dos brasileiros são feitas por canais digitais, ou seja, pelo celular e internet banking. De um total de 208,2 bilhões de transações feitas pelos brasileiros em 2024, por meio dos diferentes canais de atendimento das instituições financeiras, um aumento de 8% em relação ao ano anterior, 75% foram realizadas pelo celular.
É o que revela o 2° volume da Pesquisa Febraban de Tecnologia Bancária 2025 (ano-base 2024), realizado pela Deloitte, organização com o portfólio de serviços profissionais mais diversificado do mundo , e divulgado hoje (11), em coletiva de imprensa no Febraban Tech 2025, o maior evento da TI da América Latina, que ocorre até amanhã, em São Paulo.
Assim, os canais digitais se consolidam como o principal ponto de relacionamento financeiro . Esse avanço foi impulsionado principalmente pelo mobile banking, que somou 155 bilhões de transações no período, 20 bilhões a mais do que em 2023, representando um crescimento de 15%.
Segundo a pesquisa, o Pix, mais uma vez, se destaca no mobile banking, com um crescimento de 41%, chegando a quase 25 bilhões de transações feitas em smartphones. A pesquisa mostra que, em média, 55 transações mensais são realizadas por conta no canal móvel, e 92% das transações neste canal são realizadas por clientes pessoas físicas.
Nesta edição registrou-se um crescimento na proporção de heavy users no canal mobile banking: quase oito em cada dez dos clientes ativos (78%) movimentaram mais de 80% de suas transações neste canal.
“Os celulares vêm evoluindo de maneira como interagimos com nosso banco e as transações feitas pelo mobile banking crescem vertiginosamente ano a ano. Fatores como praticidade, conveniência somadas com a segurança das operações, que contam com criptografia avançada e autenticação biométrica, ajudam a explicar esse sucesso. A facilidade proporcionada pelo mobile banking ajuda também a tecnologia financeira a inclusão no país já que temos nosso banco conosco 24 horas por dia, 7 dias por semana”, Rodrigo Mulinari, diretor avaliado pela Pesquisa Febraban de Tecnologia Bancária.
De acordo com a pesquisa, as transações realizadas em canais financeiros – como agências bancárias, caixas eletrônicas, correspondentes e contact centers – seguem em trajetória de queda, representando 5% do total. Nas agências bancárias, foram realizadas 3,6 bilhões de transações, uma redução de 14% frente ao ano anterior. Apesar da queda no volume, esses canais continuam sendo relevantes para operações mais complexas e consultivas, como contratação de crédito, renegociação e planejamento financeiro, demonstrando uma reconfiguração do papel das agências na jornada dos clientes.
“Os resultados, cada vez mais .mostram uma mudança estrutural no comportamento dos clientes, reflexo também do sólido investimento dos bancos em tecnologia, que neste ano devem investir em TI R$ 47,8 bilhões , como mostramos no primeiro volume da pesquisa. O cliente quer facilidade e conveniência em sua relação com o banco, e as agências tornaram-se uma opção para operações mais complexas, como, por exemplo, a Segurança contratada de um financiamento bancário”, avalia Carolina Sansão, diretora-adjunta de Inovação, Tecnologia Bancária e Cibernética.
Finanças Abertas
A evolução da experiência digital também se reflete no comportamento dos clientes diante do Open Finance. A pesquisa mostra que houve um aumento nas assinaturas para transmissão de dados, em detrimento da recepção, o que indica uma preferência por centralizar as informações bancárias em instituições que oferecem melhor experiência e mais funcionalidades.
O movimento coincide com o crescimento na oferta de agregadores financeiros, hoje presente em 50% dos bancos – 12 pontos percentuais a mais do que no ano anterior. A expansão desses recursos revela uma oportunidade relevante para os bancos ampliarem seu papel como plataformas integradas de serviços financeiros, que vão além das transações e promovem uma gestão mais estratégica e personalizada da vida financeira dos clientes.
“O cliente está cada vez mais disposto a concentrar suas informações financeiras onde encontra maior valor – e isso depende diretamente da qualidade da experiência digital oferecida. O avanço dos agregadores financeiros e a preferência por instituições com uma oferta mais ampla de funcionalidades mostram uma oportunidade clara para os bancos se consolidarem como hubs financeiros: plataformas completas de gestão que unam conveniência, personalização e integração em um único ambiente digital”, destaca Sergio Biagini, líder da indústria de serviços financeiros da Deloitte.
Mais resultados
– 50% dos bancos oferecem a funcionalidade de gestão/agregador financeiro; no ano passado, esse percentual era de 38%
– Quase seis em cada dez bancos oferecem plataformas de mercado como uma solução eficiente para integrar processos e fornecer mais segurança nas transações
– 69% dos bancos já disponibilizam seguros via mobile banking e 23% passaram a atuar também por meio de aplicativos de mensagem
– O número de cotações e simulações saltou de 18,1 milhões para 25,5 milhões em apenas um ano – um avanço de mais de 41%, que sinaliza um público mais interessado em explorar opções de proteção de forma autônoma, rápida e conveniente.
Sobre a pesquisa
A Pesquisa FEBRABAN de Tecnologia Bancária chega à sua 33ª edição e apresenta o conteúdo em duas etapas. Neste segundo volume, uma pesquisa explora as transações bancárias, de Pix, Open Finance e o comportamento do consumidor.
Para esta etapa, a coleta de dados foi realizada por meio de formulário eletrônico, entre janeiro e abril de 2025. 17 bancos responderam ao formulário, o que representa 80% dos ativos da indústria bancária do país.
A íntegra da pesquisa está disponível neste link .
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