A escassez de talentos, ou seja, a dificuldade das empresas em encontrar os profissionais com as competências que precisam, se manteve em 80% no Brasil, número acima da média global, que está em 75%. Os dados fazem parte de um relatório divulgado nos últimos dias pelo ManpowerGroup, líder global em soluções de força de trabalho. Japão (85%), Alemanha (82%), Grécia (82%) e Israel (82%) relatam os maiores índices de escassez.
Entre os setores mais afetados por essa questão no Brasil estão os de Energia e Serviços de Utilidade Pública (90%), Saúde e Ciências da Vida (87%), Bens de Consumo e Serviços (83%), Indústria e Materiais (80%) e Transporte, Logística e Automotivo (80%).
Globalmente, para enfrentar essa escassez, 33% dos empregadores planejam oferecer mais flexibilidade de horário, 32% mais flexibilidade sobre o local de onde as pessoas trabalham, 30% pretendem aumentar salários e 28% devem buscar novos pools de talentos. Além disso, 19% dos empregadores estão reduzindo as exigências de qualificação e 18% planejam contratar pessoas de outros países.
Para Wilma Dal Col, diretora de Gestão Estratégica de Pessoas no ManpowerGroup Brasil, além dessas medidas, é preciso que as organizações invistam em aprendizagem contínua. “É muito importante que as empresas sejam estratégicas para o enfrentamento da escassez. Ações para atração e retenção são imprescindíveis, mas além disso, criar processos de desenvolvimento interno se faz cada vez mais necessário”, explica.
Nesse cenário, as soft skills representam um fator crucial na busca pelos melhores talentos. De acordo com os empregadores, competências como responsabilidade e confiabilidade, colaboração e trabalho em equipe, raciocínio e resolução de problemas, aprendizagem ativa e curiosidade, assim como resiliência e adaptabilidade, têm sido as mais difíceis de encontrar. Já as habilidades técnicas que se destacam nesse contexto são: TI e dados, engenharia, operações e logística, marketing e vendas e front office / atendimento ao cliente.
A Pesquisa de Escassez de Talentos 2024 foi elaborada a partir de entrevistas com mais de 40 mil empregadores em 41 países e territórios — no Brasil, foram 1.050 entrevistas.