Estudo revela que a tecnologia está presente globalmente, mas ainda faltam ações proativas e concretas para proporcionar resultados tangíveis à maioria das nações
Com o intuito de oferecer uma visão ampla sobre a adoção da inteligência artificial (IA) no desenvolvimento econômico global, o Boston Consulting Group (BCG) analisou 73 nações, incluindo o Brasil, com base em 33 indicadores-chave que contemplam seis elementos principais: ambição, habilidades, política e regulamentação, investimento, pesquisa e desenvolvimento (P&D) e ecossistema.
O estudo, intitulado “The AI Maturity Matrix – Which Economies Are Ready for AI?”, aponta que, apesar da IA estar transformando rapidamente as indústrias e pronta para moldar profundamente o desenvolvimento econômico ao longo dos próximos anos, mais de 70% dos respondentes apresentam baixo desempenho em três dos seis pilares analisados.
A pesquisa revela que a ambição de usar a IA é elevada em todo o mundo, mas a maior parte das economias tem uma pontuação abaixo da média em P&D e investimento, dificultando a capacidade de promover startups ou de implementar soluções internas, por exemplo. Segundo o BCG, os resultados só serão positivos se forem além do planejamento, ou seja, estiverem associados com ações proativas e concretas. Mesmo assim, levará algum tempo até que estes sejam tangíveis, portanto, paciência é fundamental.
De acordo com o relatório, os seis setores mais expostos à mudança impulsionada pela IA são: informação e comunicação, bens de alta tecnologia, varejo, serviços financeiros, serviços públicos e fabricação de veículos automotores. Além disso, a pesquisa mostra que o mundo está dividido em seis arquétipos distintos de adoção:
- Pioneiros. Engloba países como Canadá, China continental, Cingapura, Reino Unido e EUA, que estão na vanguarda da adoção da IA, construindo uma infraestrutura forte e utilizando a tecnologia em diversos setores. Todos eles investem em P&D e contam com talentos altamente qualificados.
- Competidores estáveis. Neste grupo estão economias com alta participação em grandes setores, como tecnologia da informação e comunicação (TIC) e manufatura avançada. Entre eles, estão Alemanha, Malásia, Israel, Japão e Coreia do Sul.
- Competidores em ascensão. Essas nações – incluindo Brasil, Índia, Arábia Saudita, Indonésia e Turquia – têm menor exposição à IA do que os competidores constantes, mas o comprometimento e pressão do governo para adoção da tecnologia são iguais aos deles.
- Usuários expostos.Esse grupo inclui Malta, Chipre, Kuwait, Grécia e Bulgária, economias em desenvolvimento que precisam acelerar a adoção da IA e mitigar riscos potenciais.
- Usuários graduais.Normalmente são países de renda média alta e média baixa que estão adotando IA em um ritmo moderado, como Argentina, Egito, México, África do Sul e Ucrânia. Suas economias são baseadas em setores de baixa tecnologia, como turismo, têxtil, manufatura de madeira e agricultura.
- Emergentes. Ainda nos estágios iniciais, precisam construir estratégias e infraestrutura fundamentais para atingir os níveis básicos de integração e competitividade de IA. Esses países – Angola, Equador, Venezuela, Iraque e Etiópia, por exemplo – não têm uma estratégia nacional de adoção da tecnologia. Além disso, trabalhadores qualificados e investimentos são frequentemente escassos, assim como atividades relacionadas a artigos de pesquisa, patentes e startups.
Assim sendo, o BCG avalia que a implantação e a experimentação da tecnologia em uma indústria podem estimular o crescimento em setores adjacentes e permitir que novos casos de uso se formem.
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