As tendências mais importantes do varejo na América Latina vão desde as estratégias de shopper, passando pela fidelização dos clientes, o e-commerce e a variedade de formatos, até chegar aos produtos, que hoje são apreciados pelo consumidor. A Nielsen compilou as tendências mais importantes do universo varejista na região latino-americana em uma análise completa, agrupando as mais relevantes em seis blocos.
1.Shopper Marketing – São todas as estratégias para mercados de nicho e de segmentação. O mais importante neste ponto é entender o shopper e compreender que todos são diferentes. Hoje em dia, é fundamental considerar a geração a qual pertencem os shoppers para definir as diferentes estratégias.A geração com maior crescimento é a dos Boomers (50-64 anos), mas, sem dúvida alguma, são os Millennials (Geração Y) que detém o maior poder econômico e que ditam as regras em termos de consumo global.
Baby Boomers – a geração de hoje – Os conhecidos como Baby Boomers possuem hoje o consumo de 40% de PGC (produto de grande consumo), sendo eles os principais responsáveis pelas compras do lar. Atualmente, eles representam a parcela da população que conta com o maior poder aquisitivo no mundo. Ao contrário dos Millennials (Geração Y), para os Boomers a qualidade vs. o preço é o principal driver de compra e seus hábitos se concentram em produtos especializados.
Millennials (Geração Y) – a geração do futuro – Estima-se que no ano de 2018, representarão a metade do consumo global e espera-se que em 2025 já sejam 75% da força mundial. É a geração que hoje tem a maior representatividade na população e está mudando as regras do jogo e das estratégias de mercado, movendo-as para uma era mais moderna, digital e dinâmica. É importante ter em mente que a melhor idade para gerar maior conexão e fidelidade com uma marca é entre os 18 e 34 anos.
2. Fidelização do Shopper – Os programas de fidelidade se institucionalizaram com o decorrer do tempo, convertendo-se hoje em um aspecto que, definitivamente, é crucial no momento de ganhar um shopper. 82% dos shoppers asseguram que, provavelmente, escolheriam um varejista que lhes oferecesse um programa de fidelidade. Entretanto, quando falamos da América Latina, apenas 46% dos varejistas oferecem algum programa deste para seus clientes. A maioria trabalha com a troca de pontos por dinheiro ou alguns optam por oferecer um diferencial com valor agregado, como cupons de descontos, evento, entre outros.
Apesar disso, fidelizar os clientes não é uma tarefa fácil, ainda que alguns se digam “clientes fiéis”, o que na verdade não são. Muitos mudam constantemente de varejista ao encontrarem uma melhor oferta de preços (42%), outros buscam produtos com melhor qualidade (28%), melhor serviço (18%), melhor sortimento (7%) e melhores características (3%).
3. Mix de Formatos – Na América Latina, o mix de formatos se evidencia em todos os países da região. Porém, as estruturas mudam e há pontos fortes e diferenciais interessantes, mas todos influenciados pela conveniência e comodidade.
· Canal Tradicional (lojas)
Equador, República Dominicana e Peru são atualmente os países com maior concentração de canais tradicionais e onde o desenvolvimento do varejo não aconteceu tão rapidamente.
· Moderno (supermercados)
O canal moderno teve seu desenvolvimento mais forte no Chile, Brasil, México, Argentina e Colômbia, onde os supermercados ganharam um importante espaço. Nesses países, o consumidor busca por comodidade e conveniência, o que também fortaleceu os supermercados pequenos.
· Drogarias
As drogarias, ou farmácias, seguem sendo um canal com grande importância em países como Venezuela, Porto Rico e Chile. Localidades estas onde grandes players se instalaram, melhorando a frequência de compra, ticket médio e “share of wallet” (parcela do bolso).
E graças a este mix de formatos que hoje o shopper tem mais opções na América Latina, aumentando as visitas aos supermercados (30%), hipermercados (27%), lojas de descontos/ clubes de compra (15%), conveniência (14%) e online (8%).
“Neste sentido, nascem negócios paralelos à atividade principal como agências de viagens, seguros, giros, telefonia celular, cartões de créditos, centros comerciais etc.” comenta Jonatas Rosa, Executivo de Retail Services do Brasil.
4. E-commerce – O comércio eletrônico cresce mundialmente a uma taxa de 23%. Aproximadamente, 1.000mm de consumidores globais estão dispostos a fazerem suas compras em supermercados online.
O mercado que mais acendeu no e-commerce, no último ano, foi a Ásia – Pacífico, seguida pela América Latina, que cresce a taxas de 21,5%, sendo o Brasil o país que mais impulsiona o crescimento, seguido pelo México.
9% dos compradores globais usam cupons virtuais e baixam os aplicativos dos varejistas para receberem informações e/ou promoções. Na América Latina, a média é de 10%, mas com possibilidades de crescer até 64%, de acordo com o Estudo Global de e-commerce da Nielsen.
5. Marcas Próprias
O desenvolvimento das marcas próprias nos países desenvolvidos é bastante alto e está focado, essencialmente, em um portfólio amplo de produtos e diversas faixas de preços.
A marca própria representa, em nível global, 16,5% das vendas, de acordo com o Reporte Global Nielsen. Com 45%, a Suíça lidera o ranking de produtos de marca própria. Na América Latina, a líder em vendas é a Colômbia, com 15%, embora se tenha constatado crescimento em todos os países medidos pela Nielsen neste reporte (Argentina, Chile, Brasil, México, Venezuela, Peru).
A diferença, talvez, seja a percepção que os consumidores têm sobre a qualidade das marcas próprias na América Latina. De qualquer forma, a economia continua a ser o principal fator na escolha de uma marca própria, especialmente quando as famílias buscam reduzir seus custos (44% tem esta preferência).
81% dos consumidores preferem que a localização das marcas próprias seja ao lado das marcas comerciais, para assim encontrá-las mais facilmente. Um fator chave, de acordo com os resultados do Estudo Global da Nielsen sobre este tema, revela que os consumidores comprariam mais dessas marcas se houvesse maior variedade na oferta (71%) e 34% consideram que há uma excelente relação entre preço e qualidade.
6. Saudáveis – 51% dos entrevistados no Estudo Nielsen sobre Saúde e Bem-Estar consideram que estão acima do peso e 70% dos mesmos estão realizando algum tipo de dieta ou exercício físico para diminuí-lo. Esta é uma das razões pela qual a cesta de Saudáveis, ou Alimentos e Bebidas que têm benefícios funcionais ou representam um consumo mais light, cresce cada dia mais regionalmente.