Em pesquisa realizada em parceria com a Talenses, consultoria de recrutamento, a Fundação Dom Cabral, 9ª melhor escola de negócios do mundo, de acordo com ranking divulgado pelo jornal britânico Financial Times (edição 2020), destaca as mudanças na rotina dos colaboradores que já podem ser percebidas em virtude da pandemia do novo Coronavírus. Chamada de ”Processos de admissão, onboarding e treinamento no cenário COVID-19″, a pesquisa contou com 375 respondentes de setores como serviços, indústria e outros. Entre as questões abordadas, estão como as companhias em que trabalham estão lidando com os novos funcionários e os processos iniciais destes nas empresas.
Entre os respondentes, 72,8% são de São Paulo, 6,13% do Rio de Janeiro e 5,07% de Minas Gerais. O levantamento aponta para o aumento no número de colaboradores trabalhando em home office. Antes do início da pandemia, este número era de 22%, e agora corresponde a 70%. Entre os destaques da pesquisa estão o fato de que 72% dos entrevistados afirmaram que as empresas onde trabalham não encontraram dificuldades em implementar o home office, e que 58% deles dizem acreditar que, após a pandemia, as práticas de home office permanecerão parcialmente na rotina das companhias. Além disso, 105 respondentes apontaram as maiores dificuldades de suas companhias para implementar o trabalho remoto: 64,76% disseram que a falta de infraestrutura para os colaboradores (notebook, telefonia e outros) foi o principal empecilho, enquanto 43,81% afirmaram que questões culturais relacionadas a esse modelo de trabalho eram um obstáculo.
“Existe uma preferência dos colaboradores pela implementação do home office, mas em que grau ele será efetivamente adotado pelas companhias é algo que só saberemos nos próximos meses”, comenta Paul Ferreira, Diretor do Centro de Liderança da Fundação Dom Cabral, e um dos responsáveis pela pesquisa.
Entre os demais dados importantes para dar um panorama sobre os reflexos que o “novo normal” vem tendo no dia-a-dia das empresas estão: processos que passaram a ser feitos de maneira remota (apontado por 35,20% dos respondentes) e a suspensão dos processos seletivos após a Covid-19 (34, 67%). Anteriormente, quase metade dos processos onboarding nas empresas eram feitos em etapas presenciais.
“A pesquisa indica que a empresas adotarão mudanças em seus métodos de ingressão na companhia e, claro, nas práticas diárias de trabalho. Isso acontece muito em parte pela rápida adaptação dos colaboradores ao novo momento, o que ajuda nessa transição que deve ocorrer no pós-pandemia”, comenta o Professor.