5 principais tendências para o e-commerce em 2023

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Por Mauricio Salvador, presidente da ABComm

Já sabemos que os últimos anos foram marcados por profundas transformações no varejo e nos hábitos de consumo da sociedade, certo? Em decorrência de todo o cenário enfrentado durante a covid-19, o mercado digital cresceu exponencialmente. Mas fato é que, com ou sem pandemia, novas estratégias devem ser adotadas sempre para atender às constantes necessidades dos consumidores. Afinal, tudo muda o tempo todo e, inevitavelmente, as transformações de ontem, hoje e de amanhã refletem nas atuais tendências do mercado on-line e, claro, no que está porvir.

Frente à era das tecnologias e inovações, o comércio eletrônico mundial deve crescer 55,3% nos próximos três anos, conforme estimativa do relatório Global Payments Report, divulgado pela Worldpay from FIS. Para se ter uma ideia, segundo o levantamento, as vendas do e-commerce só no Brasil devem avançar 95% até 2025.

Não à toa, a edição 2023 do maior evento da Federação Nacional de Varejo dos Estados Unidos – NRF Retail’s Big Show –, que ocorreu em Nova York recentemente, trouxe alguns insights estratégicos que certamente podem definir o sucesso dos negócios neste ano e alavancar o crescimento nos próximos.

Por essas e outras, é indispensável acompanhar as transformações que giram em torno do universo dos e-commerces para sempre estar um passo à frente das necessidades do público e manter a sua marca relevante e atrativa diante da concorrência. Então, para ajudar nessa empreitada, destaco aqui cinco tendênciasque prometem impulsionar as vendas e o crescimento dos e-commerces em 2023.

1º – Foco na experiência do cliente

Em primeiro lugar, foco em experiência deve ser o Norte dos empreendedores. As lojas de e-commerce e varejo precisam mais do que nunca privilegiar a experiência do consumidor. A premissa não é apenas focar em preço competitivo, mas também em todos os atrativos que tornam a jornada do consumidor sem fricção (o famoso conceito frictionless). Ou seja, o consumidor precisa encontrar o produto/solução que deseja, seja no Google, seja nas prateleiras em lojas físicas, buscar informações a respeito, pagar, sair da loja e devolver se for preciso com o menor número de pontos de atrito possível. Como dá para perceber, essa jornada inclui o pós-venda do relacionamento com o consumidor, que deve ser tão eficiente quanto qualquer processo de compra.

2º – Omnichannel ainda maisem alta

O ano de 2023 promete evidenciar a consolidação do omnichannel, ou seja, das empresas que são multicanais. O intuito aqui é privilegiar todos os pontos de contato que facilitam a jornada de compra do consumidor, como a vantagem de adquirir um produto numa loja on-line, seja no mobile, notebook, tablet, ou computador, e, se for necessário, trocá-lo numa loja física. Com a retomada do varejo físico após as medidas de isolamento social, essa tendência estará ainda mais forte neste ano. Ou seja, os e-commerces devem se desdobrar para proporcionar uma experiência fluida e integrada em todos os seus canais de vendas.

3º – Volta do consumidor às lojas físicas

Os novos hábitos dos consumidores realmente se transformam constantemente. Agora o cenário reflete o anseio da maioria de marcar presença nas lojas físicas. O foco da vez é o desejo de interação com a marca, de viver in loco a experiência da jornada. Trata-se de um diferencial e tanto para os estabelecimentos que são multicanais (olha o omnichannel aí mais uma vez), porque aqueles que investem exclusivamente no modelo de negócio on-line podem ficar um passo atrás. Nesses casos, oferecer um atendimento mais consultivo e humanizado pode ser uma saída.

4º – Social commerce: o varejo como mídia

Com a constante transformação do Instagram, do Facebook e a popularização do TikTok, não há como negar a influência que as redes sociais exercem na decisão de compra dos consumidores. Por isso, o planejamento de marketing de qualquer negócio deve integrar a criação de conteúdo nessas plataformas. Aqui ainda entra na lista o investimento em influenciadores digitais e até mesmo a aposta em blogs. O varejo como mídia é uma tendência muito forte. Não é por menos que a própria MagaLu – uma das 25 maiores redes de varejo do mundo – adquiriu recentemente portais de conteúdo visando ainda mais à expansão dos negócios e à publicidade digital.

5º – Além de produtos: é preciso agregar ofertas de serviços e soluções

A francesa Leroy Merlin é uma das maiores empresas no ramo de casa e construção e, agora, não é mais apenas uma loja que vende produtos para esse segmento. É também um marketplace de serviços/soluções. Assim, é possível, por exemplo, contratar um marceneiro, entre outras demandas, para sua casa. Que tal? Um exemplo prático que pode ser relacionado a outras áreas de atuação. Afinal, hoje tudo vai muito além da oferta de produtos. Agregar praticidade, inovação, qualidade e eficiência, tudo de maneira personalizada e mais humana, é o futuro que já está presente.