5 lições que o Vale do Silício ensina para startups brasileiras

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Conhecido por abrigar gigantes da tecnologia, o Vale do Silício, na Califórnia, é também berço de muitas empresas inovadoras, como as startups. Não à toa, a região tornou-se destino desejado por empreendedores de todo o mundo, inclusive os brasileiros.

O objetivo, no entanto, não é tão fácil quanto parece. Para o curitibano Alessio Alionço, fundador e CEO da Pipefy, startup de gerenciamento de processos eficientes, que tem sedes em Curitiba e no Vale do Silício, há uma ideia deturpada em relação à instalação de empresas no local.

“O Vale não torna a caminhada mais fácil, mas oferece mão de obra qualificada e em quantidade que não encontramos no Brasil – lá, cerca de 35% da população trabalha na indústria de software. A taxa de mortalidade das empresas que crescem na região, porém, não está tão longe da nossa, a diferença é que no local existem 10 vezes mais pessoas executando uma determinada função com mais experiência”, analisa Alionço, idealizador empresa global de SaaS (Software as a Service), que hoje está presente em 15.000 empresas e atende clientes em mais de 150 países.

Na visão do empreendedor, os americanos estão inseridos em uma cultura em que erros, além de totalmente aceitáveis, são necessários para formação de qualquer profissional. No Vale do Silício, essa cultura é intensificada principalmente pela maneira como as empresas estão alocadas na região, permitindo um largo fluxo de pessoas com os mesmos objetivos.

Para isso, essas mesmas pessoas têm como meta, desde o início de sua inserção no mercado de trabalho, uma consciência da existência de etapas fundamentais para alcançar resultados precisos.

O Vale pode, sim, impulsionar muitos negócios por combinar conhecimento, mão de obra e capital em um mesmo lugar, mas antes de pensar em transferir sua empresa para lá, confira as 5 lições que o Vale do Silício ensina para startups brasileiras, segundo Alessio Alionço.

1. Pense globalmente desde o primeiro dia

No Brasil, somos instruídos a crescer primeiro no mercado nacional e depois de algum tempo e com bastante solidez, a buscar ares internacionais. Diferentemente do Vale, em que o pensamento quase que obrigatório é pensar na expansão global do negócio no primeiro dia.

2. Errar não é o fim do mundo

Estamos inseridos em uma cultura em que errar é motivo de vergonha e um fator que impede tentativas de colocar uma ideia em ação. Os americanos valorizam a experimentação e, para eles, o erro significa um clico realizado. Independentemente da ideia der certo ou errado, a tentativa sempre resultará em oportunidade e chance de desenvolvimento.

3. Comunicar, comunicar e comunicar

Que a comunicação é um fator imprescindível dentro das empresas todo mundo sabe, mas os americanos, novamente, reforçam a ideia. É preferível pecar pelo excesso de diálogo e ser honesto com aquilo que não anda como deveria, o chamado radical candor, ou franqueza radical, adotado pelos líderes no Vale do Silício.

4. Zona de conforto nunca mais, arrisque

O risco sempre vale a pena na cultura dos americanos. As tentativas nunca são em vão e permitem que um leque de oportunidades seja aberto todas as vezes. Nós pensamos os motivos que podem levar uma ideia a fracassar, enquanto eles enumeram as possibilidades de dar certo.

5. Direto ao ponto

No ambiente do trabalho, os americanos prezam pela objetividade por diferentes razões, mas que sempre convertem para um mesmo ponto: a entrega de atividades de maneira rápida e eficaz. Ao contrário dos brasileiros, eles acreditam que construir laços no ambiente de trabalho é um fator que cria barreiras entre gestores e funcionários, por isso o evitam.