As fintechs brasileiras, empresas de tecnologia que atuam no segmento financeiro, estão ganhando mercado. A receita bruta de 12% delas ultrapassou R$ 10 milhões em 2017, segundo a recém-lançada pesquisa FinTech Deep Dive 2018, da ABFintechs (Associação Brasileira de Fintechs) em parceria com a PwC Brasil (PricewaterhouseCoopers). A maioria delas, 46%, tem como público-alvo tanto outras empresas quanto pessoas físicas, enquanto 32% atendem apenas outras empresas (no modelo de negócios B2B) e 17% apenas pessoas físicas (B2C).
“As fintechs oferecem segurança e experiências diferenciadas para seus clientes e tecnologia de ponta para instituições financeiras otimizarem sua capacidade operacional. Por atuarem em nichos específicos, de forma segmentada, conseguem oferecer alta performance por custos reduzidos”, ressalta Rodrigo Soeiro, presidente da ABFintechs. A pesquisa constatou que 25% das fintechs brasileiras atuam com meios de pagamento, 21% no segmento de crédito, financiamento e negociação de dívidas e 8% com gestão financeira, entre outras categorias.
“A maioria das fintechs brasileiras, 92%, está nas regiões sul e sudeste do País. São Paulo é o grande celeiro, centralizando 58%. Constatamos que o total acumulado dessas empresas vem crescendo a cada ano desde 2011. Em 2017, haviam 219 fintechs, 24% mais do que as 176 mapeadas em 2016. Para o levantamento, ouvimos 224 fintechs no primeiro semestre de 2018”, ressalta Luís Ruivo, sócio da PwC Brasil. Mais da metade dessas empresas, 51%, estão em fase inicial de operação, 28% em fase de expansão e 13% em fase de consolidação.
Outro destaque constatado pela pesquisa é que incubadoras e aceleradoras atraem pouco os empreendedores de fintechs. Tanto que 39% dos que foram consultados nunca recorreram a essas iniciativas de colaboração e 76% não pretendem recorrer no futuro ou ainda não se decidiram sobre isso.
Geração conectada
As ferramentas digitais passam a fazer parte do cotidiano das novas gerações, que cada vez mais utilizam dispositivos móveis para interagir, fazer compras e efetuar pagamentos. Trata-se de um cenário de disrupção acelerada, em que inovações em produtos e serviços criam novos mercados de consumidores. Por seu modelo digital e acesso simplificado, as fintechs se encontram em posição vantajosa para atrair usuários desbancarizados ou mal atendidos por instituições financeiras tradicionais.
“As fintechs estão reformulando a experiência do usuário, mudando as expectativas dos clientes e acelerando o ritmo da inovação no Brasil. Regulamentações específicas para suas operações estão sendo criadas, visando especialmente a competitividade no mercado, o que gera ainda mais confiança na população. Os desafios atuais são justamente expandir a base de clientes e conseguir maior participação de mercado”, conclui o presidente da ABFintechs.