Tecnologia pode antecipar surtos de doenças infecciosas? – Por Dra. Anna Thorner

unnamed Lidar com uma epidemia não é tarefa fácil para as equipes de saúde pública e/ou de biossegurança. E é ainda mais complicado prever quando uma doença está prestes a transformar-se em uma ameaça à segurança da população. De um modo geral, as descobertas e avanços em relação á prevenção e cuidados sempre ocorrem em paralelo à evolução e surgimento de novos casos, o que no dito popular equivaleria a dizer “trocar a roda com o carro em movimento”. Como prever quando é preciso acender o alerta vermelho? A resposta a essa pergunta pode estar onde menos se imagina: nos próprios questionamentos e dúvidas dos profissionais da saúde.

As ferramentas e tecnologias de apoio à decisão clínica, baseadas em evidências, são cruciais no dia a dia do atendimento médico. Elas ajudam a diagnosticar, acompanhar e tratar doenças, inclusive de alta complexidade e aquelas infecciosas que ainda estão em fase de entendimento. Porém, as vantagens desses recursos podem ir muito além. A forma como os médicos utilizam essa ferramenta de referência clínica, as pesquisas que realizam, os tópicos que acessam em determinado período do ano podem também desempenhar um papel único na área de vigilância sanitária ou de biossegurança, ajudando a identificar possíveis gargalos. Os picos ou aumentos significantes na atividade de pesquisa relacionados a algumas doenças infecciosas realizadas em um recurso de apoio à decisão clínica podem sim dizer que algo está errado. E é isso que está sendo comprovado por um estudo a respeito da utilização de pesquisas clínicas para acompanhar surtos de doenças infecciosas.

Para chegar a essa conclusão, foram analisados dados de pesquisas históricas, anônimas no UpToDate, um recurso online de suporte à decisão clínica utilizado por mais de 1 milhão de médicos, enfermeiros e outros profissionais da saúde em todo o mundo. Acessado via web ou aplicativo móvel, a ferramenta sintetiza as mais recentes pesquisas médicas em mais de 10,5 mil tópicos relacionados a 24 especialidades médicas. Essa análise mencionada teve a atenção voltada para uma doença específica: Síndrome Respiratória do Oriente Médio (do inglês, Middle East respiratory syndrome – MERS). Geograficamente, o foco eram duas cidades da Arábia Saudita (Jeddah e Riyadh), onde três hospitais registraram surtos de MERS em 2014 e 2015.

O que foi identificado foi muito promissor e animador: os tópicos de pesquisas relacionadas ao MERS durante os três surtos registrados na Arábia Saudita revelaram correlação com os casos que foram reportados aos oficiais de saúde pública. Além disso, o volume de pesquisas relacionadas ao MERS nessas duas cidades durante o surto em 2014 foi consideravelmente maior se comparado à quantidade de buscas feitas pelo grupo de controle negativo de quatro outras cidades na Arábia Saudita, que não enfrentaram o surto. Resultados similares foram observados em uma segunda revisão, com base na atividade de pesquisa relacionada a outro surto. No Estado do Arizona, nos Estados Unidos, buscas sobre dengue e o vírus do oeste do Nilo aumentaram depois do registro de alguns casos, reforçando a utilidade desse tipo de comparação.

Basear-se em pesquisas não é novidade: um estudo recentemente levou em consideração buscas feitas no Google para determinar padrões da gripe Influenza. Não que esse tipo de correlação impeça que parâmetros sejam traçados, mas a diferença de tomar como base consultas feitas pelos médicos em um recurso profissional, ao invés de levar consideração as respostas que o público em geral tenta encontrar no Google, é que as buscas desses profissionais são impulsionadas pelo o que eles estão observando no dia a dia, em seus pacientes. Ou seja, os questionamentos geralmente são mais precisos e menos influenciados pelos relatos da mídia ou os receios do público em geral sobre determinado surto, por exemplo. Conhecer possíveis padrões antecipadamente pode ajudar a rastrear as emergências em um intervalo de tempo que viabilize a implementação de campanhas tanto para controlar como para minimizar o impacto de surtos.

Desta forma, enxergar os recursos de apoio à decisão clínica como sistemas de alertas precoces é de grande valia para as organizações de saúde pública, que se desdobram nas tentativas de encontrarem novos caminhos que os ajudem a detectar mais rapidamente os surtos de doenças infecciosas e monitorá-los de maneira mais efetiva. Esperamos que em um futuro próximo essas funcionalidades de biossegurança possam ser alavancadas e, com isso, autoridades, governo e as organizações não governamentais sejam capazes de utilizar dados de pesquisas globais para detecção prévia em paralelo aos sistemas tradicionais de identificação de riscos. Se concretizado, esse tipo de apoio garantirá mais agilidade nas respostas e permitirá que ações sejam tomadas, tanto no sentido de preparar como de conscientizar a população. A tecnologia pode sim ajudar a transformar grandes ameaças em situações perfeitamente controlávei

Anna Thorner, MD, Editora Adjunta de Doenças Infecciosas e Co-Diretora de projetos editoriais no UpToDate, foi responsável por liderar o estudo sobre a utilização de pesquisas clínicas para acompanhar surtos de doenças infecciosas.

Startup Fófuuu é a grande vencedora do Prêmio Empreenda Saúde 2016

O projeto vencedor da 2.ª edição do Prêmio Empreenda Saúde foi anunciado na noite de ontem (17/11) pela everis, multinacional de consultoria que oferece soluções de estratégia e de negócios, do Grupo NTT DATA. A cerimônia foi realizada no Instituto Sírio-Libanês de Ensino e Pesquisa, em São Paulo.

A escolhida foi a startup Fófuuu, liderada por Bruno Tachinardi, de São Paulo. O projeto une a medicina e a tecnologia de software para desenvolver exercícios divertidos de fonoaudiologia, utilizando uma interface de videogame. O objetivo é reinventar a experiência dos tratamentos por meio de brincadeiras e, assim, impactar positivamente a vida e o desenvolvimento de milhões de crianças com problemas de fala, como as portadoras de lábio leporino, e de aprendizado.

A Fófuuu recebeu R$ 50 mil, em barras de ouro, além de passar a contar com o acompanhamento profissional especializado da everis, para colocar o plano de negócios em prática no mercado brasileiro. Este é o objetivo do Prêmio Empreenda Saúde, que visa incentivar o empreendedorismo e a inovação, desenvolver talentos e reconhecer negócios com grande potencial no setor de saúde.

Vencer o Prêmio Empreenda Saúde, segundo Tachinardi, não poderia ter acontecido em um momento melhor, pois precisavam de recursos para dar continuidade ao projeto. Além disso, só a participação abriu muitas portas, de hospitais e entidades da área médica, o que não teria sido nada fácil sem ajuda do Prêmio. “Mas o que mais queríamos era a assessoria especializada da everis, que acreditamos ser de suma importância para nosso projeto entrar definitivamente no mercado.”

O presidente mundial da everis, Fernando Francés, presente à cerimônia, destacou que o incentivo às boas práticas, estimula o espírito inventivo e de superação entre futuros empreendedores, nas mais variadas áreas, seja na saúde, seja na tecnologia ou desenvolvimento. “Desse modo, estamos estimulando o surgimento de novos talentos que trarão grandes contribuições não só ao País, como também ao mundo.”

Já o Dr. Luiz Fernando Lima Reis, diretor de Ensino e Pesquisa do Hospital Sírio-Libanês e membro da Comissão Julgadora da premiação, comentou ser fundamental usar o conhecimento da pesquisa para acelerar o processo de inovação. “Todos os cinco finalistas do Prêmio Empreenda Saúde 2016 estão de parabéns, pois conseguiram transformar seus conhecimentos extremamente avançados em benefícios reais para a sociedade.”

Importância do projeto vencedor

Segundo estimativas da ASHA (sigla em inglês para Associação Americana de Fala, Linguagem e Audição), há 35 milhões de crianças no mundo, entre 3 a 6 anos, com transtornos de fala que precisam de tratamento. No Brasil, são aproximadamente 700 mil crianças.

Normalmente, as atividades de fonoaudiologia precisam ser realizadas todos os dias, para que tenham resultados satisfatórios. Na maioria das vezes, esses exercícios são realizados longe do consultório, com a ajuda de um familiar ou cuidador. Portanto, dependem do acompanhamento e esforços de terceiros, longe do acompanhamento profissional. Como grande parte dos exercícios é repetitiva e gera desconforto às crianças, há dificuldade na adesão ao tratamento.

O projeto Fófuuu visa, por meio dos jogos desenvolvidos, fazer com que crianças com dificuldades de fala realizem as atividades com prazer, aumentando o engajamento e, ao mesmo tempo, facilitando a vida dos pais e o acompanhamento dos fonoaudiólogos. A solução transforma a lista de exercícios em divertidas missões que guiam pais e filhos de forma lúdica e divertida. Com a ajuda do microfone do tablet ou smartphone, é possível fazer atividades de sopro, sons e reconhecimento de voz.

O sistema permite que os fonoaudiólogos criem rotinas de atividades para o treinamento em casa, com base no diagnóstico de seus pacientes. Da mesma forma, permite que o profissional acompanhe a execução e a evolução dos exercícios à distância.

No total, 208 projetos inscritos

A 2ª edição do Prêmio Empreenda Saúde recebeu a inscrição de 208 projetos com foco na melhoria do setor de saúde em três áreas: Assistência Integral à Saúde; Eficiência em Produtos e Processos Assistenciais; e Mecanismos de Integração Educacional e Saúde.

Todos os trabalhos foram avaliados por um corpo de jurados com representantes das áreas de ensino, pesquisa, inovação e empresários dos mais diversos âmbitos da saúde no Brasil. A análise dos projetos levou em conta os critérios de aplicabilidade (relevância do problema), inovação, e nível de contribuição para melhoria do sistema de saúde (tamanho da população beneficiada).

Além do Fófuuu, outros quatro projetos foram escolhidos como finalistas:

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Autor: Thiago de Almeida Rocha – Joinville-SC
O projeto é baseado em um aplicativo para smartphones que permite às pessoas com perda auditiva ouvirem com maior definição. Como um aparelho auditivo é composto basicamente de quatro itens – processador, microfone, bateria e saída de som -, a solução utiliza estes mesmo recursos de um celular para torná-lo um aparelho auditivo.

Sistema conectado e portátil para retinografia de alta resolução
Autor: Flávio Pascoal Vieira – São Carlos-SP
Trata-se de equipamento portátil para exame de retina com significativas inovações tecnológicas, consonante com a telemedicina, para o qual foi desenvolvido um sistema óptico específico, de acordo com o seu tamanho e custo reduzidos. Para selecionar as melhores imagens da retina e criar vistas panorâmicas com alta resolução, foram criados novos algoritmos computacionais. Além disso, foi levado em consideração o uso de um smartphone integrado ao equipamento.

Beone Tech – Tratamento para Pé Diabético e feridas de difícil cicatrização
Autor: Caio Guimarães – Recife-PE
Nasceu de uma pesquisa acadêmica para solucionar alguns dos maiores desafios da medicina, o Pé Diabético. Pesquisando a aplicabilidade da fotobiomodulação, foi desenvolvida uma tecnologia embarcada empregando comprimentos de onda eletromagnéticos que conseguem dar comandos genéticos ao tecido, aumentando a velocidade e capacidade de cicatrização e diminuindo o processo inflamatório. O outro comprimento de onda é empregado para eliminar microrganismos que causariam infecções.

Nuclearis – Sistema de informações em medicina nuclear
Autor: Marcos Machado – Salvador-BA
É uma ferramenta que rastreia a desintegração dos radiofármacos (até mesmo dentro do paciente), oferece facilidade no agendamento/movimentação de exames com uma gestão integrada da radiofarmácia e da aquisição das imagens, além da monitoração de todas as etapas dos processos e, também facilidade na elaboração dos laudos a partir de inteligência de dados. A integração de todas essas funcionalidades promove previsibilidade de problemas que podem ocorrer durante a rotina de exames, padroniza a qualidade dos exames, melhora a gestão dos recursos e aumenta a produtividade.

Philips anuncia novo diretor da área de Tecnologia da Informação em Saúde para a América Latina

A Philips, empresa líder em inovação para saúde e bem-estar, anuncia Evandro Garcia como novo diretor de Vendas, Marketing e Serviços da área de Tecnologia da Informação em Saúde para a América Latina. O executivo já liderava a área de Serviços da Philips e assume o desafio de liderar as estratégias de expansão das soluções em Healthcare IT, como o software de gestão em saúde Tasy, e de garantir a qualidade da oferta de serviços e soluções para a base de clientes da empresa na região.

Com 15 anos de experiência profissional, desenvolveu sua carreira em posições de liderança de hospitais e serviços na área de saúde, como Unimed Maringá, GP Investimentos, First Line e Grupo Sobam.

A missão da Philips é melhorar a vida das pessoas por meio de inovações relevantes, como os seus produtos ou a implementação do Workplace Innovation para seus funcionários, um conceito global aplicado em todos os escritórios da empresa e que cria o ambiente adequado para estimular a criatividade e a inovação.

Pesquisa da Philips revela: maioria dos pacientes e profissionais da saúde acredita na adoção de tecnologias conectadas para tratamentos

A Royal Philips (NYSE: PHG, AEX: PHI) divulga os resultados da primeira edição do Future Health Index (FHI), um extenso estudo que revela a forma como os países estão posicionados para atender a longo prazo os desafios da saúde mundial, por meio de integração e de tecnologias conectadas de saúde. O Brasil recebeu uma pontuação global de 50,6 de um total possível de 100, com destaque para o crescente interesse e confiança em soluções tecnológicas; a necessidade de um esforço combinado com o intuito de aumentar o acesso a serviços de assistência médica; e uma maior educação no que diz respeito aos benefícios da adoção de tecnologias conectadas para cuidados com a saúde.

Evidências comprovadas:

– Apesar do uso e conhecimentos limitados de tecnologias conectadas para cuidados com a saúde, a melhora na área de saúde, no Brasil, é algo de extrema importância.

– Poucos pacientes e profissionais de saúde acreditam que o sistema de saúde atende às necessidades dos pacientes, o que pode aumentar as preocupações com a saúde em geral. Pacientes e profissionais de saúde entendem que é preciso aumentar o acesso em todas as áreas da saúde para melhorar a saúde pública.

– Embora os pacientes e os profissionais da área da saúde não pensem na saúde do Brasil de forma integrada, ambos conseguem notar o valor que tal integração poderia trazer para o sistema de saúde.

A fim de melhorar a qualidade, o acesso e a capacidade financeira para adquirir os cuidados necessários com a saúde, os sistemas de assistência médica em todo o mundo estão se focando menos em modelos hospitalares convencionais e mais em novos modelos integrados e coordenados por todas as fases do ciclo da Saúde – hábitos para uma vida saudável, prevenção, diagnóstico, tratamento e atendimento domiciliar.

Analisando as percepções, comportamentos e atitudes dos pacientes e profissionais de saúde, o Future Health Index está focado em três fatores importantes e necessários para se desenvolver um sistema mais integrado de assistência médica: o acesso aos cuidados de saúde; a integração do atual sistema de saúde; e a adoção de dispositivos e sistemas de tecnologia de saúde que estejam conectados.

Ao passo em que os dados ilustram a crescente oportunidade para a tecnologia digital conduzindo a transformação da saúde, o Future Health Index também revela níveis de prontidão em todos os mercados pesquisados, além de também revelar oportunidades de melhoria para incentivar uma adoção de práticas de cuidado com a saúde de forma mais ampla e a nível mundial.

Mais de três quartos (76%) dos profissionais de saúde, em mercados desenvolvidos, concordam que seus pacientes têm acesso aos tratamentos necessários para condições médicas atuais e futuras. Nos mercados emergentes, essa relação cai para pouco mais da metade (58%). No Brasil, essa estatística ficou abaixo de 25%. Em geral, mercados emergentes como a África do Sul e os Emirados Árabes Unidos parecem estar liderando o caminho na adoção de dispositivos conectados, sendo que os players em economias emergentes esperam que dispositivos conectados possam ser utilizados para gerir a saúde no futuro.

O estudo, que será atualizado anualmente, foi realizado em parceria com uma empresa de pesquisa de mercado global independente. Mais de 2.600 profissionais de saúde e 25 mil pacientes participaram foram ouvidos em 13 países – Austrália, Brasil, China, França, Alemanha, Japão, Holanda, Singapura, África do Sul, Suécia, Emirados Árabes Unidos, Reino Unido e EUA.

Atribuindo a cada país pesquisado uma pontuação média que poderia chegar a 100, o relatório FHI mostra a percepção de cada mercado sobre os benefícios da integração entre os sistemas de saúde e o interesse pela adoção dessas tecnologias. Os Emirados Árabes Unidos alcançaram a pontuação mais alta (65,3 pontos) entre os países participantes, sendo que a Holanda e a China também ficaram bem colocados, com pontuações de 58,9 e 58,1. Por outro lado, Alemanha, Brasil e Japão receberam as pontuações mais baixas, com 54,5, 50,6 e 49,0 – respectivamente.

“O FHI revelou uma série de áreas significativas nas quais os sistemas de saúde devem investir caso queiram obter sucesso a longo prazo na prestação de serviços de assistência médica”, disse Frans van Houten, CEO da Royal Philips. “No entanto, é encorajador ver que muitos países apresentam uma disposição relativamente forte para adotar tecnologias digitais conectadas, o que acabará por conduzir essas transformações. O FHI fornece informações valiosas para os pacientes, profissionais de saúde e legisladores – nos mercados desenvolvidos e emergentes – sobre onde a atenção precisa estar focada no aumento dos níveis de acesso, integração e adoção de tecnologias da saúde para melhorar os resultados de saúde e a experiência do paciente também a longo prazo respectivamente”, completa.

Outros dados do estudo mostram que:

Os dados estão se proliferando, mas o compartilhamento de dados continua a ser um desafio. Apesar dos progressos em relação aos registros médicos universais em alguns mercados, a grande maioria dos pacientes (74%) relata ter de repetir a mesma informação para vários profissionais de saúde, e a maioria (60%) também teve de repetir os mesmos exames. Enquanto isso, apesar de mais da metade (60%) dos pacientes possuir ou utilizar um dispositivo conectado para monitorar vários indicadores de saúde, apenas um terço dos pacientes (33%) já compartilhou essa informação com o seu médico.

Essas médias foram ainda menores no Brasil, comparando-se com os resultados nos 13 países pesquisados, sugerindo que o país está atrás de outros mercados emergentes. Muitos pacientes dizem que é difícil (60%) obter seus dados de saúde quando precisam, e a maioria (88%) diz que tiveram de dizer repetidamente as mesmas informações para vários médicos ou profissionais de saúde.

A tecnologia é uma questão geracional, tanto para médicos quanto para pacientes. Em todos os países pesquisados, os pacientes e médicos mais jovens também são mais propensos a usar e compartilhar informações a partir de dispositivos conectados, comparados aos seus pares mais velhos. Mais da metade (57%) dos pacientes com idades entre 18-34 relatam possuir pelo menos um dispositivo de vigilância de saúde e um quarto dos mesmos (25%) sentem que estão bem informados sobre dispositivos de cuidados com a saúde conectados, versus 14% das pessoas com 55 anos ou mais.

No Brasil, o custo de dispositivos de saúde conectados é considerado uma barreira entre os pacientes (45%) e profissionais de saúde (56%), assim como a burocracia do sistema de saúde para 42% dos pacientes e 39% dos profissionais de saúde.

Pacientes e médicos estão divididos em relação à capacidade dos pacientes em monitorar sua própria saúde. A grande maioria dos pacientes pesquisados (69%) sentem que têm o conhecimento necessário para gerir a sua própria saúde de forma eficaz. No entanto, menos da metade dos profissionais (40%) concorda com isso. Diferentes percepções também existem em termos de quem é responsável pela prevenção de problemas de saúde. Como o aumento da idade do paciente, eles são mais propensos a acreditar que são os guardiões da sua própria saúde – 79% dos entrevistados, com 55 anos ou mais, concordam que são totalmente responsáveis pela prevenção de sua saúde em comparação com pacientes mais jovens (66% daqueles entre 18-34).

No Brasil, apenas um terço dos pacientes (34%) estão bem informados sobre as tecnologias conectadas de cuidados com a saúde, em comparação com 58% dos profissionais de saúde. Por outro lado, a maioria dos pacientes (79%) e dos profissionais de saúde (84%) acreditam que as tecnologias conectadas de cuidados com a saúde sejam algo importante para a melhoria da saúde da população.

A integração e o compartilhamento de dados devem ser um objetivo claro. A maioria considerável dos pacientes e dos profissionais de saúde (69% e 85%, respectivamente) acreditam que os sistemas integrados de saúde e as tecnologias conectadas podem melhorar a qualidade dos cuidados aos doentes, e a maioria dos médicos (88%) concorda que a integração pode ter um impacto positivo direto sobre a gestão de saúde da população.

Áreas específicas de melhoria foram apontadas pelo estudo e devem ser abordadas para aumentar a adoção de tecnologias de forma mais ampla e em nível mundial.

· Em todos os países a burocracia é vista como um grande obstáculo. Mais da metade (54%) dos profissionais de saúde e 43% dos pacientes indicam que a burocracia do sistema de saúde é um dos principais obstáculos a fim de coordenar o compartilhamento de dados e a integração dos sistemas de saúde.

· Preocupações com custos, formação e segurança de dados são alguns dos pontos citados por entrevistados em todos os países pesquisados. Mais da metade dos profissionais de saúde e pacientes (52% e 51%, respectivamente) acreditam que os dispositivos de cuidado com a saúde conectados aumentariam os custos de saúde em geral, com preocupações sobre os recursos necessários para as necessidades associadas, tais como treinamento e segurança de dados.

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Para ler o Future Health Index completo, além dos dados de mercados locais, por favor, acesse: www.futurehealthindex.com

Projeto brasileiro que acelera diagnóstico de câncer concorre a US$ 1 milhão em competição de startups

Uma startup pernambucana é a única representante brasileira em uma disputa internacional que vai premiar projetos de empreendedorismo social com até US$ 1 milhão. A Epitrack, empresa que desenvolve plataformas online para detecção digital de doenças, foi a vencedora na etapa brasileira do The Venture e parte para a final mundial do evento, que acontece no dia 14 de julho em Nova Iorque. A empresa concorre com propostas de responsabilidade social de outros 26 países dos cinco continentes.

A representante brasileira apresenta um projeto que une a tecnologia e os biossensores de reconhecimento de células cancerígenas no sangue antes mesmo da formação do tumor. Esses casos serão identificados e mapeados em nível global, facilitando o entendimento desta que é uma das doenças mais enigmáticas da atualidade. O projeto, que tem parceria com o Laboratório de Imunopatologia Keizo Asami (Lika) da UFPE, tem como objetivo principal detectar antecipadamente indícios de alguns tipos de câncer. “Quanto mais cedo o câncer é identificado, mais fácil ele será curado. Vamos utilizar a tecnologia a favor dessa antecipação”, explica Juliana Perazzo Ferreira, Fisioterapeuta epidemiologista e sócia da Epitrack.

INSPIRE O PÚBLICO – Uma das etapas do prêmio consiste numa votação popular na internet entre os concorrentes. O The Venture destinará uma cota do prêmio no valor de US$ 250 mil (um quarto do total) durante cinco semanas, entre os meses de maio e junho, para que pessoas do mundo inteiro votem online no projeto mais inspirador. Essa etapa tem início no dia 9 de maio e vai até 13 de junho. A votação é semanal; ou seja, a campanha precisa incentivar o público a votar toda semana. Como único projeto brasileiro na disputa, a Epitrack pretende mobilizar os internautas do quinto país do mundo em número de usuários da rede (98 milhões, segundo estudo do Banco Mundial).

“A internet tem proporcionado o engajamento das pessoas em várias causas nobres. Essa é mais uma em que um simples voto pode fazer toda a diferença. Nossa expectativa em relação a final do The Venture é alta: acreditamos no impacto que nosso projeto pode ter na sociedade. Reconhecemos a qualidade dos concorrentes, mas, a saúde, como bem mais preciosos que temos, merece uma atenção especial”, explica Onício Leal, biomédico epidemiologista e sócio da Epitrack.

THE VENTURE – Sob o mote “Vença do jeito certo”, o The Venture busca encorajar os empreendedores sociais mais promissores do mundo, que têm como objetivo novas formas de desenvolver o bem-estar coletivo. O prêmio consiste num fundo de US$ 1 milhão para startups que usam seus negócios para criar mudanças positivas e tem a missão de inspirar pensadores empresariais para a transformação da realidade mundial. O fundo é financiado pela marca Chivas Reagal.

ETAPA BRASILEIRA – A Epitrack foi escolhida na edição nacional do The Venture por um júri especializado, composto de nomes como Lucas Foster, Guilherme Lichand e Maria Prata. Na final em dezembro de 2015, a empresa venceu outras três finalistas com o projeto de para expandir as plataformas de detecção digital de doenças e integrá-las a biossensores com base em abordagem molecular. A iniciativa busca a identificação de células cancerígenas no sangue para a prevenção e tratamento precoce da doença.

A STARTUP – A pernambucana Epitrack foi criada por Onício Leal, biomédico, epidemiologista e mestre em Saúde Pública, e Jones Albuquerque, PhD em Ciência da Computação. Atualmente conta ainda com Juliana Perazzo Ferreira, fisioterapeuta, epidemiologista, com especialização e mestrado em Saúde Pública e doutoranda em Ciência da Computação. A Epitrack atua no que o mercado chama de “eHealth”: aplicativos e solução de Internet em conjunto com outras tecnologias de informação, focada na melhoraria do acesso, da eficiência, da efetividade e da qualidade dos processos clínicos e assistenciais necessários a toda a cadeia de prestação de serviços de saúde.

A empresa surgiu com a ideia de criar mecanismos para facilitar a coleta colaborativa de dados de ocorrências epidêmicas e mapeamento de surtos de doenças infecciosas. É responsável por aplicativos como “Saúde na Copa (2014)” e “Guardiões da Saúde (2015/2016)” (Brasil), “Flu Near You” (EUA e Canadá), “Salud Boricua” (Porto Rico), utilizados para identificar cenários de epidemias de síndromes respiratórias (Influenza), diarreica ou exantemática (inclusive por arbovírus como Dengue, Chikungunya e Zika).

A ideia é encorajar os usuários a compartilhar e descrever os sintomas, coletando os dados colaborativos que geram mapas interativos e mostram os locais afetados em diferentes áreas. O objetivo das plataformas, sites e aplicativos, é identificar rapidamente o risco de surtos e epidemias de doenças infecciosas para gerenciar a resposta efetivamente. Esses dados transmitidos em tempo real permitem que autoridades de saúde analisem cenários de risco. Quando é identificado um grupo de usuários com mesmos sintomas, no mesmo espaço e tempo, pode ser um indicativo de surto. Então as equipes de vigilância epidemiológica podem atuar na investigação e interrupção oportuna de ocorrência, agindo de forma mais rápida. Todas essas plataformas se encaixam na área que é conhecida como Detecção Digital de Doenças (DDD).

O financiamento do The Venture capacitaria o finalista brasileiro a dar andamento a um projeto para expandir as plataformas de detecção digital de doenças e integrá-las a biossensores com base em abordagem molecular. Desde 2015, a Epitrack realiza uma parceria com o LIKA-UFPE, laboratório que desenvolve pesquisas há 30 anos e desde 2005 utiliza a abordagem de biossensores, dispositivos que coletam pequenas quantidade de sangue e que são capazes de gerar diagnóstico para diversas doenças, incluindo não-transmissíveis, como o câncer. A parceria Epitrack-Lika gerou a oportunidade de desenvolvimento conjunto de uma solução baseada em biossensores e detecção digital de doenças para entender como o câncer tem se distribuído nas populações, favorecendo a compreensão epidemiológica da doença que representa um dos grandes problemas de saúde no mundo.

Seria possível, por exemplo, construir cenários epidemiológicos para câncer de mama, próstata e colo do útero, ampliando o número de exames realizados em todo o continente americano. Os recursos do prêmio seriam utilizados para expandir a área de atuação da startup e melhorar o laboratório de pesquisas, ampliando ainda contratações no campo de biologia molecular e de engenheiros de hardware.

Scanner de veia e mesa de cirurgia que fala são destaques na Feira Hospitalar

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Primeiro scanner localizador de veias portátil fabricado no Brasil será lançado na Hospitalar
O mais importante evento de saúde nas Américas acontecerá entre os dias 17 e 20 de maio, no Expo Center Norte, em São Paulo. A Hospitalar 2016 – 23ª Feira Internacional de Produtos, Equipamentos, Serviços e Tecnologia para Hospitais, Laboratórios, Farmácias, Clínicas e Consultórios – apresenta os lançamentos mais importantes e as novas tecnologias aplicadas à saúde, desenvolvidas por 1,25 mil empresas brasileiras e de outros 35 países.

Entre as inovações mais relevantes, destacam-se o scanner localizador de veias, que facilita a identificação precisa das veias de qualquer parte do corpo e projeta a imagem na tela, evitando adversidades em procedimentos que necessitem de acesso venoso.
Além disso, a Mercedes Imed apresentará o primeiro protótipo nacional de mesa de cirurgia que responde a comandos de voz. Se o equipamento não reconhecer a ordem do médico, ele automaticamente responderá “não entendi, doutor”.

São esperados cerca de 96 mil visitantes e profissionais do setor, que também poderão participar dos mais de 50 fóruns sobre saúde, gestão hospitalar, e-Health e outros temas do setor. O evento acontecerá das 12h às 20h, e o credenciamento antecipado para a imprensa pode ser feito em www.hospitalar.com/pt/portal-de-noticias/credenciamento-imprensa.
Selecionamos algumas sugestões de pauta para você:

Banheira com porta lateral ajuda mobilidade de cadeirantes – A Linea Oceano levará à Feira Hospitalar 2016 uma linha de banheiras com portas laterais importadas da Itália e destinadas a idosos, cadeirantes e pessoas com necessidades especiais. Foram desenvolvidos seis modelos em 29 variações específicas de acordo com as necessidades de cada cliente e o espaço disponível para instalação, ajudando assim na reabilitação e na mobilidade dos pacientes.

Scanner localizador de veias – O primeiro scanner localizador de veias portátil fabricado no Brasil será lançado na Feira Hospitalar 2016. O equipamento auxilia na identificação precisa de veias em qualquer parte do corpo e facilita procedimentos que necessitem de acesso venoso. Através de dois sensores de LED infravermelho, o Easy Vein (“veia fácil”, em tradução literal para o português) é capaz de captar a hemoglobina do fluxo sanguíneo interior dos vasos e projeta na pele uma imagem com a localização exata das veias.
O aparelho tem aproximadamente 500 g e pode ser transportado facilmente.

Pílula do futuro – A Pixeon montará um ambiente de realidade virtual aplicado para medicina diagnóstica onde os visitantes da feira poderão ter a experiência futurística de uma sala de laudo virtual. A iniciativa ocorre em parceria com o DOT, especialista em soluções digitais para educação e inteligência. A empresa levará o Oculus Rift, que projeta realidade virtual, e também contará com um sensor de captação de movimento das mãos. Durante a experiência, um novo mundo de possibilidades irá se abrir em frente aos olhos dos visitantes.

Macas elétricas para transporte – Um dos destaques da Fanem na Hospitalar 2016 é o sistema de macas elétricas capaz de aumentar a eficiência no transporte bem como a segurança laboral e do próprio paciente. Dispondo dos mais altos padrões de qualidade internacionais, permite que um único operador realize o transporte de pacientes, desde neonatal até adultos obesos mórbidos.

Mesa cirúrgica que responde a comandos de voz – A Mercedes Imec vai expor o primeiro protótipo brasileiro de uma mesa cirúrgica movida por comando de voz. A inovação facilita a movimentação da mesa por parte do cirurgião e permite maior integrabilidade com outras tecnologias que compõem a sala de cirurgia. O equipamento tem sistema de segurança que armazena os comandos de voz e a resposta executada pela mesa. Quando o equipamento não entender o comando ou não reconhecer o som programado anteriormente, ele responderá automaticamente: “não entendi, doutor”.

Mesa para cirurgia de coluna – projetada com uma base vazada que alivia a pressão sobre o tronco do paciente, a mesa para cirurgia da coluna, que será exposta pela Dabasons, favorece a circulação e diminui o sangramento durante os procedimentos. O recurso de rotação facilita o posicionamento em prono, além de tornar mais segura a transferência de pacientes com trauma. Indicada para cirurgias de deformidades, doenças degenerativas ou traumas ortopédicos de membros inferiores e pélvicos, a mesa cirúrgica é radiotransparente, com acesso para imagens radiológicas e visualização 3D de toda a extensão do paciente.

Inalador infantil – A Soniclear, fabricante brasileira de produtos para tratamento de doenças do sistema respiratório, apresentará o Pulmosonic Star Premium, um inalador com design moderno e colorido indicado para tratamento de doenças das vias respiratórias como asma, bronquite, gripe, resfriado, sinusite, rinite, tosse e falta de ar. O aparelho aparece em três cores (azul, rosa e amarelo) e leva um elefante no topo, ideal para a distração das crianças que precisam utilizar o equipamento. O inalador ainda tem um sistema ultrassônico produtor de micropartículas que tornam o procedimento mais eficiente e permite ao paciente a escolha da intensidade da névoa em três níveis

Acelerador para recuperação de lesões – Em ano de olimpíadas, uma das maiores preocupações dos atletas está relacionada com as lesões. A Ibramed levará à Feira Hospitalar o Neurodyn Aussie Sport, equipamento de fabricação brasileira indicado principalmente para acelerar o processo de recuperação em casos de lesões. O aparelho utiliza a Corrente Aussie para estimulação sensitiva e motora, sendo indicado principalmente para fortalecimento muscular, reeducação motora, redução de edema e modulação da dor.

Aplicativo que auxilia diagnóstico de doenças – A Elsevier lançará o aplicativo ClinicalKey, que oferece as mais atuais e abrangentes informações clínicas baseadas em evidências, para tomada de decisão em mais de 40 especialidades médicas e cirúrgicas. Entre o material disponível, o app dá acesso para download a mais de mil e-books, 600 periódicos, 2,9 mil monografias sobre drogas, 17 mil vídeos de procedimentos e 2 mil imagens.

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