Networking: A importância de um bom relacionamento diante da pandemia

Por Mônica Schimenes, CEO da MCM Brand Group

Em um mercado cada vez mais competitivo, ter contatos estratégicos se tornou um diferencial para as corporações e quando falamos disso, devemos estar diretamente ligados ao poder do networking. Além de ajudar no desenvolvimento das empresas como um todo, ele é uma excelente ferramenta de marketing pessoal. Mas, você sabia que a diversidade também é um fator importante nesse processo? Pesquisadores das escolas de negócios do Illinois Institute of Technology, do Rensselaer Polytechnic Institute e da Fordham University apontaram que um networking diverso ajuda o CEO a promover políticas mais inovadoras, melhorar a performance financeira e até influência na área de fusões e aquisições.

Dentre todos esses benefícios, pensando que as pessoas são relacionais e se conectam através de boas histórias e não com números, quando formamos aliados dentro do mercado corporativo, é possível que estabeleçamos bons networkings e bons negócios. Visto que, ao conversarmos com quem se parece com nós, que trabalha no mesmo ramo ou fora dele, os insights se tornam ferramentas importantíssimas para a mudança no portfólio, no pit corporativo e – até mesmo – no funil de vendas.

Existem diversas formas de iniciar esse contato, o segredo é quando conseguimos atrair as pessoas pelo nosso negócio e por nossas trocas e não só por bons pedidos. É importante que os empreendedores tenham a capacidade de oferecer ao outro tudo aquilo que ele também receberá em troca, para isso, é necessário estudar o seu mercado e saber o que está acontecendo com as outras empresas, como elas estão reagindo. Assim, sempre haverá informações relevantes que ajudem o seu cliente e outras corporações. Descubra quem são as pessoas mais influentes do ramo que você está falando, converse com elas e seja capaz de se tornar fonte quando procurarem por você.

Outra forma de ser sempre lembrado é se infiltrando em todas as possibilidades de rede de relacionamentos que existem no mercado. Na minha empresa, por exemplo, escolhemos nos diferenciar como empresas ligadas à diversidade, inclusão e sustentabilidade, então estamos dentro da Rede Mulher Empreendedora, Rede Mulheres do Brasil, programas de mentorias, Integrare, We Connect e diversos outros. Essa é uma forma de encontrar onde nossos cliente estão inseridos e onde podemos nos tornar relevantes.

Lembrando também que hoje, ainda mais em tempos de pandemia, esse contato é muito mais fácil, pois todas as pessoas estão disponíveis por uma mensagem direta, no Facebook ou no Linkedin e por mais que elas possam não responder, elas lerão sua história. Esse contato fica mais fácil por um lado, por agilizar o processo, porém mais difícil porque as pessoas gostam de estar presentes, de saírem para almoçar ou tomar um café juntos. Sentimos falta desse olho no olho, do contato físico, então tentamos transformar isso no virtual.

Uma dica que eu dou é que sejam curiosos, corram atrás e se cerquem do maior número de pessoas influentes que conseguirem, isso dará impulsionamento e fortalecimento para sua marca. Hoje, me orgulho dos meus dois maiores clientes da empresa, que são IBM e BASF, que vieram de networkings que eu me inscrevi e participo nesses 23 anos de corporação.

Como dar voz às mulheres da sua empresa

Por Mônica Schimenes, fundadora e CEO da MCM Brand Group

O desafio que eu sempre quis está aqui, que é dar voz às mulheres, destaque aos negros e liderança aos LGBTI+. Eu, como mulher, sei como é difícil uma empresária ganhar evidência em um “mundo dos homens” e, por ter vivenciado isso, me comporto de uma forma contrária a essa situação. Sendo assim, acredito profundamente no potencial das mulheres que me cercam e de tantas outras que ainda terão seu espaço conquistado. Com essa mentalidade, a minha empresa teve destaque e sucesso, que perduram mais de 20 anos.

Com o espaço que conquistei, vejo claramente como a pluralidade teve impactos positivos no meu negócio. Pensamentos múltiplos e origens distintas geram visões diferentes e fazem com que a empresa seja um lugar de constante inovação. Mesmo assim, não podemos acreditar que o trabalho já está feito, pois ainda temos muito espaço para conquistar, considerando que – nos últimos 4 anos – o número de mulheres em cargos de liderança diminuiu, segundo o IBGE. Por isso, devemos nos atentar a diferença entre o discurso e a prática.

Muitas práticas estão envolvidas para que essa situação desfavorável perpetue, tanto que uma delas envolve a gestão e o fato de muitos líderes ainda acreditarem que a presença de um filho na vida da mulher é um empecilho para que ela não se dedique ao trabalho, o que sei – por experiência própria, que não é verdade. Nós, mulheres, não precisamos escolher entre trabalho ou família, o “OU” não precisa fazer parte de nossas vidas quando usamos tão bem o “E”. Sou mãe e empresária, sou mãe e cantora, sou mãe e palestrante, sou múltipla.

Além disso, estudos já provaram os inúmeros benefícios palpáveis da presença de mulheres nas empresas, como – por exemplo – números maiores, até mesmo, no patrimônio líquido. As mulheres estão diretamente ligadas a isso, um aumento de 30% da presença feminina em cargos de liderança equivale a um aumento de 15% de rentabilidade, segundo o Instituto Peterson de Economia Internacional.

O que precisamos agora é de uma mudança de pensamento para dar espaço àquelas que tanto se dedicam ao que fazem. As mulheres são inovadoras, multidisciplinares e tantas outras coisas, que deixam as empresas que contam com elas a frente das demais. Ainda mais quando se trata de inovação, gerando uma proposta de ainda mais valor para o negócio, sendo possível apenas com as perspectivas diferentes que grupos diversos podem trazer.

Como líder, estou atenta ao cenário ao meu redor, fazendo dele uma parte da minha transformação, enxergando oportunidades, fomentando discussões, buscando e propagando conhecimento sobre inclusão – tópicos esses tão importantes na sociedade, ainda mais se falando de um país tão diverso como o Brasil. Gosto da forma como Vernã Myers – VP de Inclusão da Netflix – trata essa questão, pois ela reconhece duas situações e as diferencia como ‘convite ao baile’ e ‘convite para dançar’ – a primeira delas é feita por pessoas que acreditam na diversidade e a segunda é para quem realmente transforma a realidade. Eu, por exemplo, danço quando mentoro, empodero, compartilho, vivo, dou voz e vez a mulheres e ao potencial que vejo em cada uma dela.

Portanto, o desafio de dar voz às mulheres é uma das grandes conquistas da minha empresa. A inclusão é para mim um realidade trabalhada diariamente. Além de impactos positivos no dia a dia, busco fazer com que elas acreditem que podem ser o que quiserem ser, onde quiserem e como quiserem, o que é fundamental para formação de grandes líderes.

Mônica Schimenes, CEO da MCM Brand Group, recebe prêmio da WEConnect International

Aos 45 anos, Mônica Schimenes, fundadora e CEO da MCM Brand Group, consagra-se como a primeira empresária da América Latina a receber o Prêmio da ONG WEConnect International, o Women’s Business Enterprise (WEB), que é oferecido a mulheres que comandam e/ou gerenciam empresas de sucesso. A cerimônia de premiação aconteceu nos Estados Unidos, em Washington, DC, e contou com a presença de 200 participantes – líderes de grandes companhias e corporações, que buscam expandir as oportunidades do mercado para empresas compostas, em grande parte, por mulheres. A terceira edição do evento de gala WEConnect International, celebrou seu 1 0º aniversário e contou com apresentação do secretário geral adjunto das Nações Unidas, Christian Saunders.

Muito além de um prêmio, a conquista de Mônica Schimenes representa o reconhecimento da garra e da sagacidade da mulher empreendedora que, por sua vez, consegue inserir causas ligadas a diversidade e inclusão em sua equipe de atuação profissional, contribuindo assim para a formação de cidadãos mais engajados e conscientes de seus papéis individuais e coletivos na sociedade. Além de ser homenageada com o recebimento do prêmio, a CEO Mônica Schimenes, foi convidada para fazer uma apresentação musical na cerimônia, unindo suas duas paixões, a vida como empresária e cantora.

*Mônica Schimenes, 45 anos, formada em Comunicação Social – Relações Públicas, pela Fundação Cásper Líbero, é fundadora e CEO da MCM Brand Group, grupo de comunicação integrada e atuação nacional e internacional, comprometido com a performance e responsável com a diversidade e inclusão. A empresária contempla mais de 20 anos de experiência em gerenciamento de marketing, comunicação e eventos, conquistou um portfólio sólido de clientes e importantes relacionamentos institucionais. Pelo programa SEBRAE no Pódio, foi para Londres, onde qualificou o seu negócio internacionalmente, para atender eventos de grande porte. Esse legado foi espalhado no Brasil, com parte do Comitê de Equidade Racial e de Gênero para as Olimpíadas Rio 2016. Em 2017, conseguiu elevar a empresa graças ao Programa de Mentoria para Fornecedores de Diversidade da Monsanto, pelo qual foram selecionados. Durante todos esses anos de caminhada, Schimenes se associou e fez parcerias com diversas ONGs, como a Integrare (Centro de Integração de Negócios), Sebrae no Pódio, WeConnect International (empreendedorismo feminino – mulheres e empreendedoras pelo mundo inteiro), Fórum de Empresas e Direitos LGBTI+. Em 2018, Mônica realizou duas importantes palestras, uma delas foi na I Conferência Regional sobre a diversidade e inclusão de fornecedores para a América Latina e Chile – do WEConnect International – e a outra no Evento de Celebração da assinatura BASF com os compromissos da ONU Mulheres. Para este ano, a empresária terá participação no She2B, programa de desenvolvimento de fornecedoras da P&G e WEConnect International. Alguns dos clientes atendidos em sua empresa são: IBM Brasil, Stefanini, Red Hat, BASF, Nextel, Dell, Monsanto, Mizuno, Unilever, entre outros.

Liderança feminina – como o equilíbrio da vida da mulher traz melhores resultados para as empresas

Por Mônica Schimenes, fundadora e CEO da MCM Brand Group

A liderança feminina é um assunto que vem sendo discutido com cada vez mais frequência no mundo corporativo e, embora as mulheres brasileiras já alcancem um nível de formação superior ao dos homens, ainda são minoria no comando das empresas com 37,8% dos cargos gerenciais – segundo uma pesquisa divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), referente a 2016. Diante de tanta discussão e mesmo com alguns avanços da população, essa é ainda uma realidade que aflige muitas mulheres que batalham todos os dias para conquistar seus objetivos e melhor colocação no mercado. Mas por que isso ainda acontece?

Viemos de uma cultura patriarcal, de aspectos culturais problemáticos, que ainda refletem nos dias de hoje – inclusive no mundo corporativo. Que mulher nunca se perguntou por que os homens ganham maior vantagem no mercado de trabalho? Porque nós, mulheres, engravidamos, temos licença maternidade, cuidamos de nossos filhos e casa – e, consequentemente, acabamos dando espaço para que o homem se desenvolva, conquistando posições de liderança com mais facilidade. Tudo isso porque nós temos essas “dificuldades”. Mas será que são de fato dificuldades?

Esse é um ponto que tem sido estudado no decorrer dos últimos anos, quando vemos mulheres em posições de liderança se destacando e tendo emoções tão bem mais trabalhadas do que os homens. Gosto de dizer que esse é o equilíbrio da vida da mulher. O que as pessoas viam como um decréscimo na vida profissional – que era esse tempo necessário para cuidar da família e para dar vida ao mundo – hoje é visto com mais propriedade, maturidade e intelectualidade. É um benefício.

Então hoje tenho uma corporação no Brasil de, aproximadamente, 30 a 40 pessoas, que desenvolvem as suas vidas comigo e escolheram a minha empresa como sua fonte de empreendimento e de crescimento, além da empresa nos Estados Unidos. Falo sobre sustentabilidade, inclusão e diversidade – porque eu acredito que é um valor. Ainda assim, tenho uma casa, animais de estimação, marido e filho. Ou seja, tenho diversos desafios a serem conectados todos os dias e ainda escuto as pessoas me perguntando como eu consigo me engajar em tantos temas e ter tempo para tudo isso. Eu não tenho tempo para tudo isso, mas aprendemos a olhar a agenda com importância. O que é aquilo que eu quero desenvolver?

Quero me desenvolver como mulher e pessoa, ser melhor para o meu marido, filho, instituição, para as pessoas que vivem e trabalham comigo, instituições que me contratam e para os clientes que acreditam na minha empresa. Quero ser melhor para a sociedade e deixar marcas nas pessoas. E você? Esse é o equilíbrio que estamos falando, que é tão fundamental para as mulheres e que acontece com tanta naturalidade. O mundo que vivemos hoje precisa de pessoas ágeis e flexíveis o tempo todo, com boas ideias e preços justos, pois estamos falando de um mercado competitivo. Então essa habilidade feminina de lidar com tantos temas é extremamente útil para o negócio e está sendo visto com mais facilidade pelo universo feminino e masculino – que está dando mais espaço e vez para isso.

Como eu comento em diversos fóruns que participo, hoje os grandes líderes são aqueles que conseguem lidar melhor com as suas emoções – de uma forma mais equilibrada – e não apenas com bons currículos. O equilíbrio e a sabedoria são os dois atributos que podem transformar a vida corporativa. Com todas as suas particularidades, as mulheres conseguem orientar, trazer novas direções e pensar horizontalmente, isso porque incluem e encorajam os filhos e colaboradores, porque compartilham poder e não são as detentoras. A mulher fortalece as identidades do grupo onde ela lidera e estamos pré-dispostas a mudanças o tempo todo, porque pensamos de forma inovadora, equilibrada, sensível e justa.

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