A Operação Lava Jato e o caminho do compliance

Por Yuri Sahione

Após quatro anos de Operação Lava Jato e demais operações correlatas, ainda não conseguimos apontar uma data para o seu fim. No entanto, já é possível extrair dos fatos algumas lições daquela que é a maior operação criminal de todos os tempos.

Como fato, temos que ao lado da constatação da corrupção político-partidária – que não era surpresa para ninguém, exceto pelas cifras alcançadas – a exposição das corporações como agentes propagadores do crime demonstrou um lado escuro do ambiente de negócios brasileiro.

A Lava Jato tentou de uma forma ou de outra, ressalvadas as críticas, provar que o crime não compensa para gerentes, diretores, conselheiros de administração e acionistas controladores. Para as pessoas jurídicas, a Lava-Jato mostrou que um longo caminho em busca do aprimoramento dos controles internos há de ser percorrido, sempre considerando a máxima detectar, prevenir e remediar.

O começo desse caminhar está na escolha das pessoas que ocuparão os cargos-chave de liderança e gestão. Agressividade comercial e jornadas extenuantes podem ser decisivas para o resultado da empresa, mas manter um board executivo que negocia colaboração premiada ou pagar multas de executivos que tiveram êxito na negociação de acordos de colaboração não parecem ser práticas que indiquem ser a preservação da empresa mais importante do que a preservação de seus dirigentes.

Mesmo com toda a precaução, quando notícias negativas começarem a sugerir o envolvimento da companhia ou de seus integrantes com crimes, há a necessidade da adoção de medidas internas mais efetivas pela maior instância corporativa. Um pedido de esclarecimentos meramente formal ou a falta de uma investigação interna por uma entidade independente coloca em risco pessoal os ocupantes dos órgãos corporativos de supervisão, tendo sido considerada a omissão em agir como prova da participação de um presidente de Conselho de Administração em um acordo espúrio.

É uma questão de conduta, pois até quando renomados escritórios e empresas de auditoria promovem investigações internas e nada encontram, permanece a surpresa quando a família fundadora faz revelações que comprometem os mais altos cargos da República.

Nesses casos, a virada por cima passa pela celebração de acordos de leniência e nomeação de um monitor externo que irá supervisionar as atividades empresariais ou até adoção de práticas padronizadas de conduta como normas ISO, facilitando o processo de auditoria interna e externa e até uma eventual certificação.

Talvez fosse necessário passar por toda essa turbulência criminal. Nenhum programa de compliance será efetivo sem comprometimento e, felizmente, o medo de ser preso causou um impacto melhor no mundo dos negócios do que os pregadores do deserto que não se cansam de repetir que não se deve praticar crimes.

Yuri Sahione é advogado, especialista em Direito Penal. Fundador e membro do Conselho Deliberativo do Instituto Compliance Rio (ICRIO)

Lava Jato torna o brasileiro mais ético, aponta estudo da Protiviti

A implementação da Lei Anticorrupção e a eclosão da Lava Jato reforçaram a preocupação das empresas com as questões éticas. Mas, na prática, como reage o profissional brasileiro diante da corrupção, fraude, desvios e má-conduta? As respostas estão na pesquisa bienal “Perfil Ético dos Profissionais Brasileiros”, realizada pela consultoria global Protiviti com 6.277 profissionais de distintos níveis hierárquicos em 146 diferentes companhias.

O estudo indica como os funcionários se posicionam quando estão expostos a dilemas éticos existentes no seu dia a dia laboral. De acordo com o levantamento, 47% dos trabalhadores denunciam atos irregulares no ambiente organizacional, enquanto 53% apresentam resistências por medo das possíveis consequências. Na pesquisa anterior, ocorrida em 2015, os números apresentados eram de 40% e 60% respectivamente. Esse crescimento de 17,5% de pessoas que denunciam atos ilícitos mostra que as pessoas começam a enxergar que a conveniência a atos antiéticos tem causas externas.

“Embora as empresas estejam cada vez menos tolerantes a atos antiéticos e o profissional sinta que pode ser prejudicado por saber da ocorrência de ilicitudes e se omitir, o medo de exposição e retaliação por denunciar ainda está presente, mas a divulgação constante da Lava Jato promove a conscientização sobre a queda da impunidade em relação a atitudes não éticas”, explica Antonio Carlos Hencsey, líder da prática de Ética & Compliance na Protiviti, consultoria global especializada em finanças, tecnologia, operações, governança, risco e auditoria interna.

O estudo também observa que 15% dos profissionais avaliados têm baixa flexibilidade moral, ou seja, apresentam valores morais internalizados e sólidos. Já 35% tem uma flexibilidade moral média baixa, ou seja, seus valores morais ainda são sólidos e estão ancorados num contexto afetivo-social maior, como família e amigos, e 36% apresentam média flexibilidade, o que indica que possuem tendência a agir de forma correta, porém, em situações de pressão e não identificação de uma saída correta podem flexibilizar sua conduta.

“Esses percentuais mostram que, caso a empresa estimule e dê condições para que ações éticas sejam tomadas, como um canal de denúncia anônimo, que contempla processos investigativos e tratamentos adequados, políticas claras e reflexões sobre ética frequentes, 86% da população interna tenderiam a agir de acordo com o que é correto. Neste cenário, apenas 14% da população apresentaria um perfil somado de média alta e alta flexibilidades apresentando maior probabilidade de riscos. Porém, em empresas que não oferecem condições para que as pessoas se posicionem em relação a atitudes ilícitas, os 36% com média flexibilidade tenderiam a compactuar com atitudes ilícitas mesmo que não concordando com elas, elevando para 50% o potencial de risco vindo dos colaboradores”, explica Hencsey.

Outros índices positivos trazidos na pesquisa são que 63% dos respondentes não repassam dados sigilosos por medo de serem prejudicados no mercado de trabalho ou pegos atuando de forma irregular. Esse mesmo percentual (63%) dos entrevistados também não furtariam ou fariam mau uso dos bens materiais da empresa com receio de forte condenação social. No quesito pagamentos e recebimentos ilícitos, 57% dos trabalhadores respondentes afirmaram que esta prática não faz parte de suas relações profissionais por receio de serem punidos, sem porém demonstrarem um distanciamento moral relevante com essa prática. Além disso, a gratificação indevida é vista com maus olhos para 56% dos profissionais entrevistados pela Protiviti.

Vale ressaltar que quando abordados sobre o receio da punição em reportar aos superiores os erros próprios ou de terceiros, 66% dos profissionais deixam de denunciar. Isso mostra que ainda há falta de visão do colaborador sobre as consequências futuras pela omissão do ato e o descomprometimento em não se envolver com a missão e os valores da empresa.

A Protiviti sinaliza que a análise deste ano traz duas conclusões inéditas. A primeira é que os profissionais brasileiros estão mais atentos a este momento nacional, e as empresas devem utilizar todos os recursos disponíveis para potencializarem essa mudança. Já o segundo ponto é relacionado a uma nova maneira das companhias avaliarem os candidatos e colaboradores frente a dilemas éticos por meio de metodologias diferenciadas.

“Há um processo exclusivo da Protiviti, chamado de Compliance Individual, que vem ganhando espaço nas organizações brasileiras porque auxilia a empresa a conhecer o candidato através do seu posicionamento, seu histórico, suas motivações, receios e expectativas. Tudo isso para convergir cada vez mais a percepção do candidato ou profissional efetivo com os valores éticos da companhia”, conclui Hencsey.

Como a tecnologia do blockchain ajuda a barrar corrupção

Por Guto Schiavon

Operação Lava Jato, delações premiadas e investigações da Polícia Federal são algumas das frases mais repetidas pelo Brasil nos últimos meses. É de conhecimento de todos que a corrupção assola o país e, a cada dia, novos escândalos nos surpreendem, deixando a situação política e econômica cada vez mais instável.

Infelizmente, não é só o Brasil que sofre com esse problema. Segundo levantamento da ONG Transparency Internacional, mais de seis bilhões de pessoas vivem em países afetados por esse grave problema. Porém, países extremamente corruptos, como Malásia e Honduras, estão querendo recuperar suas economias por meio da ajuda de um novo tipo de tecnologia: o bitcoin.

Você deve estar se perguntando – “qual é a relação entre bitcoin e corrupção? As moedas virtuais são mais transparentes? ” Esse texto fala exatamente sobre isso e acho essencial esclarecer algumas dúvidas.

Primeiramente, o bitcoin é uma moeda digital protegida por uma criptografia especial, sendo chamada também de criptomoeda. É importante destacar que as transações de bitcoins são realizadas por meio da tecnologia do blockchain, que é uma base de dados com cópias idênticas que são distribuídas e controladas por computadores diversos, que são as partes envolvidas nas transações.

Assim, pode-se afirmar que o bitcoin é uma moeda cujo uso é independente de bancos ou outras instituições financeiras. Nesse caso, a tecnologia do blockchain é utilizada para gravar todas as operações realizadas, desde a primeira, garantindo que elas são rastreáveis, não duplicadas ou fraudulentas.

Para facilitar o entendimento, deve-se lembrar que uma transação financeira deve ter duas informações principais: a quantidade de dinheiro e quem deverá recebê-lo. No bitcoin essas informações são enviadas na transação, de forma pseudoanônima, e quando a transferência é realizada, esse registro vai para um banco de dados gigante, transparente e imutável. Ou seja, o blockchain nada mais é do que um histórico encadeado de todas as transações feitas com o bitcoin, desde a primeira, realizada em 2009. Por isso, afirma-se que as transações da moeda digital são extremamente seguras.

Hoje, quando você paga seus impostos, não há como garantir para qual área do governo ele vai. Além disso, existe um grande risco desse dinheiro ir para o bolso de algum parlamentar. Com uma economia baseada em bitcoin, seria possível rastrear todo o destino do dinheiro, desde quando ele sair do seu bolso, até o destino final. Com isso, conseguiríamos diminuir de forma gigantesca a corrupção, visto que qualquer bitcoin fora do endereço de destino seria facilmente identificado e denunciado pela população.

Para finalizar, é possível perceber que o bitcoin é uma moeda transparente e pode se tornar uma alternativa surpreendente para o combate à corrupção. Infelizmente essa situação nos leva a pensar na seguinte pergunta: o que falta para o Brasil adotar o bitcoin e utilizar a tecnologia blockchain? É o que todos nós queremos saber.

Guto Schiavon é COO da FOXBIT, a maior corretora de bitcoins da América Latina.

A condenação de Lula é a redenção do Brasil?

Por Rodrigo Valverde, sócio do Schroeder&Valverde

Com a recente condenação do ex-presidente Lula, discussões foram travadas, algumas sob ponto de vista ideológico, outras sob o olhar socioeconômico, mas, afinal, o que esta decisão traz como mensagem principal?

Poderíamos apenas replicar partes da sentença do juiz, em especial aquela que diz que “ninguém está acima da lei”. Mas o objetivo deste artigo não é entrar nos pormenores jurídicos da decisão, nem nos efeitos políticos da sentença condenatória. Queremos abordar o que entendemos que esta decisão pode trazer de mensagem para o Brasil e para aqueles que acreditam e investem no País.

O boom econômico vivido na época do governo Lula e parte do governo Dilma conseguiu abafar medidas de cunho ideológico-partidário que afetaram o País e que, agora mais do que nunca, obriga toda a população a pagar uma dívida nunca vista antes na história do Brasil. Só para dar um exemplo, as várias decisões da ex-presidente Dilma no setor elétrico trouxeram uma instabilidade sem precedentes e, como é sabido hoje, uma conta bilionária de, ao menos, R$ 62,2 bilhões – valor que deverá ser paga pelos consumidores em suas faturas nas contas de luz até 2025.

Quando não temos mais um cenário em que um cartel de construtoras domina todas as obras públicas, temos empresas estrangeiras dispostas e aptas para operar as obras de infraestrutura. Quando ideologias e benesses aos amigos do rei estão sendo objeto de ações penais, condenações e prisões, aliado a um movimento de discussão e aprovação de reformas – trabalhistas e previdenciárias, por exemplo -, os investimentos poderão ser destravados.

Em janeiro, US$ 11,5 bilhões ingressaram no País direcionados para o setor produtivo, um recorde para o mês. Comparado com janeiro do ano passado, o volume de investimentos estrangeiros mais que dobrou, cresceu 111,3%. Estes indicadores motivam o País a trabalhar em agendas que permitam o aumento do Índice de Confiança do Investimento Externo Direto e a reconquistar o grau de investimento, adquirido em 2008 e perdido em 2015. Se tudo isso acontecer, o mercado de ações no Brasil pode voltar a crescer.

Em 2016, tivemos dez operações no mercado de ações que movimentaram R$ 10,6 bilhões, mas somente delas foi um IPO de fato – a abertura do capital da Alliar, da área de saúde. Vale lembrar que este IPO foi o primeiro em 15 meses.

Para 2017, estimativas apontam para um número entre 15 a 40 ofertas, as quais dependem muito do capital dos investidores estrangeiros – a oferta da Azul, por exemplo, 80% das ações foram compradas por estrangeiros.Também por isso, a agenda de reformas e uma nova postura do Brasil para com empresas, empresários e gestão da economia precisa ser diferente – e melhor.

O Brasil continua sendo um mar de oportunidades a serem exploradas. Há muito espaço para investimentos nos mais diversos setores, como infraestrutura, saúde e educação. Acho que falta pouco para virarmos por completo uma história de uma economia de compadres para uma economia competitiva e de livre mercado. Quando tudo isso acontece, o nível de emissão de títulos, públicos e privados, aumentará de forma significativa e apenas um dos indicadores do retrato do País que merecemos. Neste dia, lembraremos da sentença do juiz Sérgio Moro como um marco da redenção do Brasil.

Lava Jato, o seu efeito colateral de compliance e a TI

Por Eduardo Borba, presidente da SONDA

Diferente de outros escândalos políticos, que revelaram práticas ilícitas em âmbito público, a Lava Jato ganhou repercussão porque trouxe à tona o esquema de corrupção no mundo empresarial. Este cenário acabou culminando no agravamento da crise econômica, que passou a sofrer com a incredibilidade no mercado internacional.

Por outro lado este movimento de pratos limpos trouxe um efeito colateral positivo: a pressão dos mercados e consumidores por mais transparência corporativa, que fomentou a criação da Lei Anticorrupção, vigente desde 2014, e que prevê a chamada responsabilidade objetiva. Com isso, basta que algum colaborador, fornecedor ou parceiro se envolva em atividade de corrupção ou lavagem de dinheiro para que a empresa seja culpada, mesmo que se alegue desconhecimento.

O não cumprimento de leis e regulamentos pode levar as empresas a pesadas multas e sanções legais e regulamentares, além da perda de reputação. Por isso, vemos as organizações brasileiras correndo para adotar medidas de compliance para preservar sua imagem e patrimônio. Estamos diante de uma mudança histórica no País. A busca e implementação dos programas de conformidade deverá aperfeiçoar a forma de se fazer negócios, colocando o Brasil em um patamar internacional e sustentável, além de, futuramente, erradicar a corrupção. Este é o desejo!

O efeito da adoção dos programas de compliance deve introduzir diretrizes de conduta com objetivo de coibir a prática fraudulenta e evitar atos ilegais por parte de funcionários, parceiros e fornecedores. Internamente, dois pilares podem apoiar inicialmente às organizações a nortearem as ações dos colaboradores: um código de ética e um canal de denúncias. Este é o primeiro passo.

De acordo com estudo da empresa de consultoria ICTS, o uso do canal de denúncia tem sido um mecanismo em ascensão no âmbito corporativo brasileiro. Somente de 2014 para 2016 houve um aumento de 45% no número de denúncias em 88 companhias pesquisadas. Isso reflete que a ferramenta abre possibilidades de comunicação transparente, objetiva e segura, permitindo às empresas identificarem e atuarem sob situações que impactem nos negócios da empresa.

Para ter controle das informações é fundamental contar com a tecnologia, que garante proteção para não haver roubo de informação e controle e rastreabilidade de acesso, além de assegurar normas de qualidade quanto às exigências de órgãos reguladores.

Mapeamento de dados, busca na internet, registro de sistemas corporativos, análise de imagens e de dados digitais, assim como a adoção do Big Data, são mecanismos de combate à corrupção que somente podem ser operacionalizados com a ajuda da tecnologia da informação.

Inicialmente, o compliance parece um fardo adicional, mas, após a estabilização, tende a entrar no âmbito da normalidade, quando os negócios serão mais lícitos em todos os aspectos, atingindo um padrão de nível internacional. O compliance, que antes era considerado um diferencial, hoje se tornou uma condição indispensável para não ficar fora do mercado. Para o investidor, significa ter muito mais segurança no retorno do seu investimento.

Para o Brasil, o legado da Lava Jato é a educação que este movimento vai promover. A mudança tende a eliminar um grande problema, que era a voz dos maus se sobressaindo ao silêncio dos bons. Esse histórico denegriu negócios e agora todos estamos passando a ser vigilantes. O comportamento está mudando e as pessoas mudarão as empresas.

Lava Jato, TI e desafios de gestão são temas da 4 ª edição da “Semana Educação Executiva” da FGV

A Fundação Getulio Vargas realiza em São Paulo, de 10 a 14 de julho, a quarta edição da “Semana Educação Executiva”, com palestras gratuitas de grandes nomes do mercado para abordar os seguintes temas: operação Lava Jato e mudanças culturais empresariais; neurociências na gestão de empresas; redução de custos; relações governamentais e transparência; Blockchain; setor automotivo; processos e tecnologia; métricas e inovação; agronegócios; os desafios de reposicionar marca líder de esmaltes; eleições 2018 e ética corporativa. As 14 palestras ocorrem a partir das 19h, na Unidade da FGV localizada na Rua Itapeva, 432.

Entre os palestrantes estarão: Almiro dos Reis Neto; presidente da Franquality e ex-presidente da ABRH-SP; Claudinei Reche, ex-presidente da Höganäs América do Sul e ex-presidente da SKF América Latina; Luiz Fernando Visconti, diretor regional da Associação Brasileira de Relações Institucionais e Governamentais (ABRIG) no Estado de São Paulo; Eliane Trinca, diretora de RH da Volvo Cars; Ana Claudia Ramos de Oliveira, diretora da Continental do Brasil Indústria Automotiva Ltda; Elói Cordas, diretor de RH da Sulzer; Ricardo Yukishigue Kitajima, diretor de RH do Grupo Honda; Fernando Vaz, gerente Geral de RH da Hyundai; Erica Baldini, diretora de RH da Ford do Brasil; Paulo Sergio da Silva Sanz, sócio-diretor da Noorden Group, entre outros.

Para participar, os interessados devem se inscrever pelo link http://mgm-saopaulo.fgv.br/eventos/4-semana-educacao-executiva-de-10-14-de-julho

As vagas são limitadas, por ordem de chegada, e o espaço é sujeito à lotação.

Confira a programação:

10/07 – SEGUNDA-FEIRA

Palestra: Processos e Tecnologia: Bases para eficiência, inclusive para os novos modelos de negócio

Área de conhecimento: Gestão de Negócios

Palestrante: Marcelo Raducziner Sá Rego

Sobre o palestrante: Industry Advisor Director da DXC Technologies, mestre em administração de empresas, 25 anos de consultoria e gestão tendo trabalhado em empresas como PriceWaterhouse, Arthur Andersen, Shell e Deloitte, e DinsmoreCompass.

Local: Salão Nobre

Palestra: A visão da Neurociência sobre o papel da inteligência artificial e das soft skills na gestão empresa

Área de conhecimento: Gestão de Negócios – Neurobusiness

Palestrante: Robson Gonçalves

Sobre o palestrante: Economista e coautor do livro “Triuno: Neurobusiness e Qualidade de Vida. Experiência profissional no Banco Central do Brasil e pesquisador do IPEA – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada.

Local: Auditório FGV 9 de Julho

11/07 – TERÇA-FEIRA

Palestra: Mudança cultural, e o que podemos aprender com a Operação Lava Jato?

Área de conhecimento: Recursos Humanos

Palestrante: Almiro dos Reis Neto

Sobre o palestrante: Presidente da Franquality e ex-Presidente da ABRH-SP.

Local: Salão Nobre

Palestra: Os desafios para a redução de custos nas empresas

Área de conhecimento: Gestão Empresarial

Palestrante: Claudinei Reche

Sobre o palestrante: Ex-presidente da Höganäs América do Sul e ex-presidente da SKF América Latina. Economista com Mestrado Profissional na Universidade de Ohio, carreira na indústria automotiva com foco em Turn Around.

Local: Auditório FGV 9 de Julho

Palestra: Relações Governamentais e Transparência

Área de conhecimento: Relações Governamentais

Palestrante: Luiz Fernando Visconti

Sobre o palestrante: Diretor Regional da Associação Brasileira de Relações Institucionais e Governamentais (ABRIG) no Estado de SP. Sócio de TozziniFreire Advogados, responsável pela área de mineração e corresponsável pela área de relações governamentais. Membro do Instituto de Relações Governamentais (irelgov). Presidente do Comitê de Ética da Comissão Brasileira de Recursos e Reservas (CBRR). Membro da Comissão Jurídica da Associação Brasileira das Empresas de Pesquisa Mineral (ABPM), do Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM) e da Rocky Moutain Mineral Law Foudation (RMMLF). Referenciado nos guias Chambers Global, Chambers Latin America, Legal 500, Latin Lawyer 250 e Who’s Who Legal.

Local: Sala FGV

12/07 – QUARTA-FEIRA

Palestra: Blockchain e seu impacto nos negócios

Área de conhecimento: Marketing Digital

Palestrante: André Lima Cardoso Miceli

Sobre o palestrante: Pós-graduado no MIT , fundador da Infobase, uma das 50 maiores integradoras de TI do Brasil e da agência digital IInterativa, prêmio melhor app móvel do Brasil em 2014, autor do best seller “Planejamento de Marketing Digital”.

Local: Salão Nobre

Palestra: Setor Automotivo – Perspectivas da Área de Pessoas e os Desafios do Brasil

Área de conhecimento: Gestão de Negócios

Palestrantes: Eliane Trinca – Diretora de RH da Volvo Cars

Ana Claudia Ramos de Oliveira – Diretora da Continental do Brasil Indústria Automotiva Ltda

Elói Cordas – Diretor de RH da Sulzer

Ricardo Yukishigue Kitajima – Diretor de RH do Grupo Honda

Fernando Vaz – Gerente Geral de RH da Hyundai

Erica Baldini – Diretora de RH da Ford do Brasil

Local: Auditório FGV 9 de Julho

Palestra: Você está preparado para as rápidas e profundas transformações tecnológicas do cenário contemporâneo? Entenda como gerar vantagem competitiva neste contexto.

Área de conhecimento: Tecnologia da Informação

Palestrante: Paulo Sergio da Silva Sanz

Sobre o palestrante: Sócio-Diretor da Noorden Group , mestre e especialista em Estratégia Corporativa pelo MIT.

Local: Sala FGV

13/07 – QUINTA-FEIRA

Palestra: Métricas e Inovação

Área de conhecimento: Gestão de Negócios – Inteligência Empresarial

Palestrante: Alice de Tassis Machado

Sobre o palestrante: Engenheira com foco em tecnologia e inovação. Experiência em diversas áreas de inovação como P&D, Marketing e Gestão de Inovação. Trabalhou em empresas como Aracruz Celulose e Unilever e atualmente é Gerente de Gestão Estratégica de Inovação na Natura.

Local: Salão Nobre

Palestra: Os Desafios do Desenvolvimento de Projetos Automotivos em Mercados Emergentes

Área de conhecimento: Gerenciamento de Projetos

Palestrantes: Cleber Willian Gomes

Sobre o palestrante: Especialista em Desenvolvimento de Planos Estratégicos de Engenharia e Líder de Projetos na Ford Motor Company, Chairman do Comitê de Educação da SAE Brasil. Mestre em Inteligência Artificial. Possui mais de 15 anos de experiência em Gestão de Projetos Automotivos, atuando nas empresas Ford, VW, MWM International, MSX International, Mitsubishi, SEW e DOW.

Local: Auditório FGV 9 de Julho

Palestra: Tendências no Agronegócio – Desafios e Oportunidades

Área de conhecimento: Economia

Palestrante: Fabio Matuoka Mizumoto

Sobre o palestrante: Professor da FGV EESP e Coordenador do MBA FGV em Agronegócio. Doutor e Mestre em Administração FEA-USP e Engenheiro Agrônomo ESALQ-USP.

Local: Sala FGV

14/07 – SEXTA-FEIRA

Palestra: Os Desafios de Reposicionar uma Marca Líder em seu Segmento e a Revolução Causada no Mercado Bilionário de Esmaltes.

Área de conhecimento: Marketing

Palestrante: Mel Girão

Sobre o palestrante: Diretora Executiva de Marketing em empresas como L`Orèal, SKY, Kimberly-Clark, Hypermarcas, Qualicorp e MetLife. Cursou Wharton Executive Program da Universidade da Pensilvânia e Marketing Digital na Universidade de Stanford.

Local: Salão Nobre

Palestra: Riscos e oportunidades corporativas para além da crise brasileira. Reformas graduais, contas públicas e eleições em 2018

Área de conhecimento: Gestão Financeira

Palestrantes: Carlos Alberto Di Agustini

Sobre o palestrante: Foi CEO de empresa financeira da Volkswagen, atuou como diretor no Banco Itaú e Caterpillar. Doutor em engenharia de produção, mestre em administração e especialista em finanças pela New York University (Stern) e University of California (UCLA).

Local: Auditório FGV 9 de Julho

Palestra: Compliance e Ética Corporativa – Tendência Global

Área de conhecimento: Gestão de Negócios

Palestrante: Rogério Zacchi Rodrigues da Silva

Sobre o palestrante: Advogado, membro da Sociedade de Compliance e Ética Corporativa (SCCE), certificado como Profissional de Ética e Compliance Internacional (CCEP-I). Foi Diretor Jurídico do Grupo Sandvik, Lafarge-Holcim, Telefónica, Amanco, Bunge Alimentos e Hewlett-Packard.

Local: Sala FGV

Conheça os cursos da FGV: fgv.br/mba-sp

Serviço

Semana Educação Executiva

Data: 10 a 14 de julho

Local: FGV/SP – Rua Itapeva, 432

Como manter o engajamento dos colaboradores em empresas investigadas – Por Alexandre Slivnik

Cada vez mais, notícias sobre o envolvimento de empresas em escândalos financeiros tomam contam dos veículos de comunicação. Gestores, lideres ou cargos de alta gestão, quando implicado nesses processos, afetam de forma significativa a imagem e a cultura da instituição ao qual fazem parte.

A crise pode afastar os investidores, dificultar o acesso ao crédito comprometendo toda a cadeia de produção, o desempenho e o engajamento da equipe.

Alexandre Slivnik, especialista em gestão de pessoas, explica que estar envolvido em uma investigação de um possível escândalo não necessariamente é a comprovação de um crime. Entretanto, pode gerar uma grande instabilidade. “ O líder precisa dar o suporte necessário aos seus colaboradores e ser sempre verdadeiro. Por isso, eledeve assumir a responsabilidade do engajamento da sua equipe e criar um ambiente onde a comunicação possa fluir de maneira natural”, destaca.

Normalmente, pessoas que erram gravemente e participam de atos criminosos são demitidos ou até mesmo, em alguns casos, presos. Isso pode criar uma situação constrangedora, fazendo com que algumas pessoas, que têm valores mais sólidos, não queiram mais trabalhar.

Alguns colaboradores que já estão com a cultura da empresa incorporada ao seu dia a dia, podem pedir o desligamento imediato acarretando em uma perda de talentos significativa, sendo necessário investir novamente em treinamento, busca e adaptação. “Muitas vezes, as empresas envolvidas são grandes e, por isso, possuem processos minuciosos de desenvolvimento e normalmente contratam bons profissionais e que não gostariam de ter a sua imagem ligada a uma crise deste tipo”, avalia Alexandre.

Para evitar que essa situação ocorra, o gestor deve se antecipar ao problema e sempre procurar o seu time para conversar e explicar detalhadamente os passos a serem adotados. “A empresa e os líderes devem ser verdadeiros. Caso fique comprovado que alguém errou, é preciso reconhecer o erro, punir os envolvidos e criar uma nova cultura. E, para isso, os líderes precisarão criar um ambiente de mudança que deve partir dos próprios colaboradores”, avalia Slivnik.

Esse cuidado é fundamental para que a empresa possa evitar que alguns talentos ou alguns colaboradores que já estão com a cultura da empresa incorporada ao seu dia a dia, peçam desligamento. Segundo Alexandre, isso sobrecarregaria ainda mais a empresa, sendo necessário treinamento, busca, e adaptação de novos funcionários. “Para evitar que isso aconteça, os líderes (ou novos líderes) devem criar um ambiente de mudança, envolvendo seus colaboradores na construção de uma nova empresa.

Para resgatar a imagem e a credibilidade da empresa de forma mais rápida, assim que for comprovada alguma ação ilícita, Alexandre recomenda reconhecer o erro, punir o os envolvidos, mudar a liderança e resgatar a confiança. “ O primeiro passo é um pedido de desculpas efetivo. Além disso, para seguir em frente, é preciso promover mudanças estruturais, criar uma cultura totalmente nova e com valores mais conectados entre as pessoas e a empresa”, destaca.

Alexandre Slivnik é autor de diversos livros, entre eles do best-seller O Poder da Atitude. É sócio-diretor do IBEX – Institute for Business Excellence, instituição sediada em Orlando / FL (EUA), sócio-diretor do Instituto de Desenvolvimento Profissional (IDEPRO), diretor-executivo da Associação Brasileira de Treinamento e Desenvolvimento (ABTD) e diretor geral do Congresso Brasileiro de Treinamento e Desenvolvimento (CBTD).

Lava Jato e Lei Anticorrupção impulsionaram programas de compliance em 60% das empresas, aponta pesquisa Amcham

A Câmara Americana de Comércio entrevistou cerca de 180 executivos ontem (27/7) , durante o III
Seminário de Compliance e Gestão de Risco em SP

A operação Lava Jato e a Lei Anticorrupção acelerou a implementação de programas de Compliance e gestão de risco nas empresas brasileiras, aponta pesquisa da Câmara Americana de Comércio/AMCHAM, realizada na manhã desta quarta-feira (27/7). A Amcham ouviu 180 gestores de companhias de todos os portes e segmentos durante o III Seminário de Compliance promovido pela entidade na manhã desta quarta-feira (27/7), em São Paulo.

Para 60% dos empresários, as ações anticorrupção em curso no País trouxeram impacto direto no investimento em programas integridade da organização. A mesma porcentagem de empresários (61%) avaliou que a entrada em vigor da Lei Anticorrupção mudou a conscientização sobre as questões referentes ao tema.

Na pesquisa realizada pela Amcham, 73% das empresas informaram já possuir um programa formal de Compliance. Apesar de já implementado, 69% deles enxergam ainda fragilidades internas, com necessidade de avanços no programa e maior pulverização de ações anticorrupção nos demais processos da organização. Uma parcela de menor de 31% dos empresários consideram maduros seus programas e culturalmente implementando em toda a organização.

Regulamentação do lobby e programa de integridade

Outro ponto com necessidade de avanço identificado pela pesquisa Amcham diz respeito ao programa de Integridade gerenciado pelo Ministério da Transparência. Um percentual de 50% dos empresários informou ainda conhecer pouco desta ação do Governo Federal.
A pesquisa da Amcham identificou também necessidades de avanços na regulamentação do Lobby no Brasil. A maioria dos empresários (61%) consideram como prioritário dentro da escalada do país prol anticorrupção.

A Amcham ouviu 180 empresários e executivos de empresas dos mais variados portes e segmentos durante o III Seminário de Compliance e Gestão de Risco promovido pela entidade, em São Paulo, com plateia de mais 330 empresários.

Missão Internacional de Compliance

Diante desta maior pressão empresarial, a AMCHAM, sai na frente, e promove de 10 a 16 de setembro, a 1ª missão empresarial brasileira de Compliance nos EUA. Com visitas programadas a importantes players de Washington D.C. e Nova York, a Câmara Americana comandará time de empresários brasileiros em intercâmbio exclusivo com grandes empresas, universidades e instituições referências globalmente no tema.

A programação da missão contará ainda com reuniões de levantamento de melhores práticas na AES Corporation, Siemens e Pfizer; encontros de tendências e inovação na Deloitte e LRN; e no instituto de capacitação Investment Adviser Association.

A delegação também passará pelo campus da New York University, onde será recebida por pesquisadores e professores da instituição que está entre as cinco universidades de direito mais renomadas do mundo, segundo a Revista Exame, e pelos escritórios multinacionais Debevoise & Plimpton e White & Case.

A Embaixada do Brasil em Washington é apoiadora institucional desta agenda empresarial liderada pela Amcham, junto aos Institutos ARC, ETCO e ETHOS. Ao todo, serão 5 dias com a previsão de envolver mais de 25 executivos, na sua maioria, executivos das áreas financeiras, RH e jurídica das organizações. Informações e inscrições no missoes@amchambrasil.com.br

Confederação Nacional da Indústria divulga comunicado à nação

bandeira do brasil para capa do facebook 3

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) e as federações das indústrias dos estados manifestam sua extrema preocupação com o agravamento da crise política e econômica que o Brasil atravessa. Os empresários, assim como todos os brasileiros, estão perplexos diante da grave deterioração do cenário político, que submete o país a uma situação sem precedentes em sua história recente.

O caos em que mergulhou a política nacional gera um quadro de profundas incertezas, que piora as perspectivas da economia, já abalada pela mais séria recessão dos últimos 25 anos. O país vem sendo duramente prejudicado pela paralisia decisória que o afastou do caminho do crescimento, provocando o aumento do desemprego, a elevação da inflação e o fechamento de empresas.

A indústria nacional não pode aceitar que disputas e desavenças políticas se sobreponham aos interesses maiores da nação.

Os efeitos da atual crise ética, política e econômica têm sido catastróficos para empresas e trabalhadores. Ninguém aguenta mais assistir ao espetáculo deprimente em que se transformou a política brasileira. Já passou a hora de, com respeito aos ditames da lei e da Constituição, darmos um basta a esse impasse para que o país possa retomar o rumo.

É imprescindível restabelecer a governabilidade. É fundamental restaurar a moralidade no trato dos assuntos públicos, adotar melhores práticas administrativas e implantar medidas favoráveis à estabilidade social, ao emprego e ao desenvolvimento.

O setor empresarial espera que as instituições brasileiras, principalmente o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF), com o apoio e a participação da sociedade, consigam encontrar, com urgência, soluções para tirar o país da crise política e econômica.

Neste momento turbulento da vida nacional, a indústria brasileira exige grandeza, serenidade e espírito público dos homens e das mulheres que ocupam os Três Poderes da República, para que o Brasil possa superar o cenário adverso, voltar a crescer e ter confiança no futuro.

Robson Braga de Andrade
Presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI)

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