Tempo médio de contratação de profissionais qualificados no Brasil é bem menor que média global

A falta de mão de obra qualificada no País tem sido muito debatida e tida como um dos entraves para o crescimento. Entretanto, de acordo com International Business Report 2013 (IBR) da Grant Thornton International o tempo médio de contratação de profissionais qualificados no Brasil é de 48 dias, um dos menores entre as 40 economias pesquisadas e bem abaixo da média global de 70 dias.
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Para 48% dos empresários brasileiros a contratação de um executivo qualificado demora até um mês, para 16% leva até dois meses e apenas 5% revelaram que o processo toma mais de quatro meses. A pesquisa engloba 12 mil empresas no mundo, sendo 300 no Brasil.

Apesar de o tempo ser menor que em outros países, a maioria dos entrevistados no Brasil (58%) revelou dificuldades para encontrar profissionais com qualificações necessárias para suas companhias. “O que acontece muitas vezes é que com a dificuldade de encontrar o profissional com a qualificação desejada, a empresa opta por contratar um profissional mais júnior ou mesmo menos qualificado e treiná-lo na própria companhia”, diz Paulo Sérgio Dortas, Managing Partner da Grant Thornton Brasil.

A falta de habilidades específicas ou técnicas é o principal problema na hora de contratar (76%), assim como a ausência de competências gerais como trabalhar em equipe, comunicação, entre outros (69%). Não ter as qualificações exigidas pelo cargo (67%) e a experiência de trabalho (65%) são outras dificuldades apontadas pelo IBR. O baixo número de candidatos foi outro obstáculo apontado por 54% dos entrevistados.

Globalmente, a Turquia (23 dias), o México (31 dias) e a Armênia e a China (37 dias) são os países que apresentam o menor tempo médio para contratar profissionais qualificados. Na contramão, os empresários no Japão são os que perdem mais tempo para encontrar funcionários qualificados (116 dias em média), seguidos pelos indianos (96 dias), malaios (93dias), alemães (92 dias) e noruegueses (91 dias).

Os japoneses relatam o baixo número de candidatos como a principal razão da demora em contratar um profissional qualificado (79%). Na Malásia, a falta de habilidades específicas ou técnicas é o fator mais crítico no processo de seleção (68%). E na Alemanha a demora é justificada pela falta de qualificação para o cargo (69%).

Entre os setores da economia, o segmento de agricultura, silvicultura e pesca é o que gasta mais tempo para contratar executivos qualificados (96 dias), assim como o de serviços financeiros e alimentos e bebidas (84 dias) e o de saúde (75 dias). O oposto do que acontece com a área de hospitalidade (turismo, hotelaria, restaurante, etc.) e de tecnologia limpa, registrando um prazo de 50 e 58 dias em média, respectivamente.

Retendo os Talentos

O desafio do empresariado no mundo não reside somente em encontrar profissionais qualificados, mas também em reter os talentos que contrata. Apenas 31% dos empresários no mundo disseram não ter problemas com retenção de talentos em seus times. No Brasil, esse percentual é de 26%. O fato é que perder funcionários qualificados pode atrapalhar o desempenho e o projeto de crescimento das empresas. O IBR também mostrou que 84% dos empresários pretendem elevar os salários, com 19% considerando elevações acima da inflação.

“Com a opção da contratação de profissionais menos qualificados ou mesmo mais juniores as empresas passam a enfrentar outro desafio de igual tamanho ou maior: treinar e reter os talentos. Começa a ficar cada vez mais comum o aparecimento de programas de premiação por indicação de talentos”, comenta Dortas.

De acordo com o IBR, o aumento de trabalho para a equipe que fica (48%) e o aumento dos custos operacionais (45%) são, para os brasileiros, as principais consequências da saída de executivos qualificados. As dificuldades em introduzir novas práticas de trabalho (38%), a queda nos padrões de qualidade do atendimento aos clientes e atrasos no desenvolvimento de novos produtos (ambos com 26%) foram outros itens citados.

“Um fenômeno que está cada vez ganhando mais relevância na agenda das companhias Brasileiras é o programa de trainees que cada vez mais vem se sofisticando, passando de um programa de identificação de estagiários para um programa de busca por talentos”, finaliza Dortas.

Contratações nas empresas brasileiras desaceleram no 3º tri, mas 27% planejam aumentar os salários acima da inflação

O ritmo de contratações diminuiu no terceiro trimestre. De acordo com o International Business Report (IBR) 2012 da Grant Thornton International, 38% das empresas brasileiras contrataram nos últimos 12 meses, uma queda de 11 pontos percentuais em relação ao segundo trimestre de 2012, quando 49% das empresas afirmaram que contrataram. Ainda sim, o resultado ficou bem acima da média global de 24%. O resultado colocou o Brasil na 4ª posição entre os países que mais contratam no ranking mundial do terceiro trimestre de 2012. A pesquisa engloba 12 mil empresas privadas em 40 países.

“O governo precisa tomar medidas ligadas ao aumento da produtividade e qualificação da mão de obra. O nível de desemprego do país está baixo, mas os altos custos para produzir, somado a lacuna de mão de obra qualificada, não estimulam os empresários a fazerem novas contratações”, diz Paulo Sérgio Dortas, Managing Partner da Grant Thornton Brasil.

O País ficou atrás da Índia (58%), Turquia (54%), Emirados Árabes, Bósnia (ambos com 52%) e Tailândia (44%). Na contramão, países como Grécia (-36%), Espanha (-19%), Itália e Polónia (ambos com 0%) e França (4%) continuam apresentando um panorama de emprego local ruim.

Nesse cenário, a identificação e retenção de talentos se tornou prioridade. Uma das armas para reter os talentos tem sido o aumento da remuneração dos profissionais, mas nem sempre isso isoladamente é suficiente. “Empresas que investem na melhoria do ambiente de trabalho, incentivo ao desenvolvimento pessoal e profissional estão entre as mais bem sucedidas. Na medida em que as gerações mais novas chegam ao mercado de trabalho se faz necessária a sofisticação dos instrumentos de retenção”, diz Dortas. De acordo com o IBR 2012 da Grant Thornton, 27% dos empresários brasileiros pretendem aumentar o salário dos seus colaboradores nos próximos doze meses. O percentual está bem acima da média global (11%).

Ainda entre os executivos entrevistados no Brasil, 63% disseram que elevarão a remuneração em linha com a inflação e apenas 5% revelaram que não devem dar aumentos reais a seus funcionários. Na comparação com outros países, o Brasil só perde para o Chile, onde 36% dos líderes afirmaram que vão dar aumento real em suas empresas. Outros que estão entre os que mais pretendem elevar salários são a África do Sul (27%), México, Filipinas e Turquia (todas com 26%), Nova Zelândia e Peru (ambas com 22%).

Brasil é o 30º no índice Global de Dinamismo 2012 entre 50 economias do mundo

O Índice Global de Dinamismo da Grant Thornton International, um novo índice criado pela Economist Intelligence Unit rankeando 50 economias com 22 indicadores de dinamismo, colocou o Brasil na 30º posição (55.1 pontos). Foram analisadas cinco áreas consideradas chave para analisar o dinamismo econômico de um País após a crise de 2008-09 e com perspectivas para garantir o crescimento futuro, através das opiniões de 406 altos diretivos globais: ambiente operacional dos negócios (leis de comércio, regulação legal e política, etc), ciência e tecnologia, trabalho e capital humano, economia e crescimento e o ambiente financeiro.

Cingapura (72.1 pontos) emergiu como a economia mais dinâmica do mundo. O pequeno país de economia aberta que se industrializou rapidamente nos anos 70 e 80 aparece para agir como uma porta de entrada para negócios dinâmicos de mercados maduros procurando maiores retornos nos países com grande crescimento na Ásia. Cingapura ficou com a primeira posição em ambiente de financiamento e ficou sempre entre os 10 melhores nas cinco categorias.

Finlândia, Suécia Israel e Austria (70.5, 69.6, 69.3 e 66.1 pontos, respectivamente) completam os top 5. A crise da zona do euro claramente afetou as econômias escandinavas, mas o índice da Grant Thornton sugere que os fundamentos de crescimento no long prazo são robustos. As duas economias escandinavas que aparecem no topo da lista ficaram entre as três melhores nas categorias operacional dos negócios e ciência e tecnologia.

“Planos ambiciosos de crescimento são fundamentais para empresas dinâmicas, mas precisam de financiamento para se tornarem reais e terem impacto na lucratividade e no desenvolvimento economico dos países. A crise de 2008 mostrou claramente que uma redução grande da liquidez resultaria em uma retração da produção e da competitividade. Os bilhões de euros fornecidos pelo Banco Central Europeu aos bancos regionais até agora, que no mínimo atrasaram colapsos locais, não estão melhorando as linhas de crédito para empresas nas principais economias do mundo”, diz Ed Nusbaum, CEO global da Grant Thornton.

O posicionamento do Brasil nas categorias avaliadas foi semelhante. O país ficou em 36º lugar no quesito ambiente operacional dos negócios, em 32º na avaliação de ciência e tecnologia, em 38º na avaliação do ambiente de trabalho e capital humano, em 24º no item economia e crescimento e em 20º quando se trata de ambiente financeiro.

“Dinamismo não é só crescimento economico e o índice é um reflexo fiel do quão adequado é o ambiente para empresas dinâmicas. Este ambiente operacional que não oferece segurança e salvaguardas, representa um alto risco para investimentos, portanto, prejudicial ao crescimento.Para os países alcançarem esta colocação são anos de construção, e não é à toa que as dez primeiras colocações foram alcançadas por países desenvolvidos”, comenta Paulo Sérgio Dortas, Líder de Auditoria, Tax e Advisory da Grant Thornton Brasil.

Os executivos pesquisados identificaram o comércio exterior e os regimes de câmbio como os aspectos mais importantes nessa categoria. A estabilidade política foi considerada como o ponto de menor relevância.

No GDI, os Estados Unidos ficaram com a 10ª posição e a China com a 20ª. O Chile foi destaque entre os páises da Amércia Latina na 12ª colocação. Os piores colocados no índice foram Venezuela (37.4), Nigéria (40.2), Grécia (40.2) e Egito (41.2).

Diminui o otimismo do empresário brasileiro e País cai para 8º posição no ranking mundial

Os empresários brasileiros começam a ficar cautelosos com a crise europeia e seu impacto no cenário mundial. Segundo o International Business Report (IBR) 2012 da Grant Thornton International, 61% dos empresários brasileiros estão otimistas com relação à economia local nos próximos 12 meses, uma queda de 25 p.p em relação ao primeiro trimestre. Com a redução, o Brasil caiu da 2ª para a 8ª posição no ranking mundial de otimismo. O otimismo global foi de 23%, 4 p.p acima do trimestre anterior. O estudo é feito com 11.500 empresas em 40 economias.

“Com a continuidade da crise internacional, o empresário brasileiro começa a sentir os efeitos de cortes de investimentos, por exemplo, e volta o foco para a economia local, onde as perspectivas não são mais tão animadoras, com confirmação de um crescimento modesto do PIB e políticas de incentivo focadas no consumo e não no crescimento”, diz Fábio Luis de Souza da Grant Thornton Brasil.

Entre os mais otimistas estão os empresários do Peru (96%), Chile e Filipinas (90%), Geórgia (83%), Canadá (70%), Índia (67%) e África do Sul (63%). O destaque positivo foi da Bélgica, onde o nível de otimismo no segundo trimestre aumentou 64 pontos percentuais para 28%, ante a perspectiva negativa dos primeiros três meses do ano (-26%). O mesmo ocorreu na Suíça com uma elevação de 38 p.p do nível de otimismo, passando de -22% para 16%.

Apesar de uma leve melhora, o país mais pessimista continua sendo a Espanha (-66%), seguido pela Grécia (-58%), Holanda (-46%) e Japão (-41%). A maior queda de otimismo ocorreu entre os empresários argentinos de 54 p.p, fazendo com que o índice de otimismo caísse de 24% para -30%, um reflexo dos conflitos internos do país.

Na América Latina, o nível de otimismo também registrou redução em relação ao último trimestre (-20 p.p) para 53%, seguida pela América do Norte (52%). O otimismo dos empresários dos países do BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China) ficou estável em 41%. Na Zona do Euro o sentimento de otimismo melhorou 2 p.p para -2%.

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