Pontos que nunca expiram e liberdade de escolha são grandes diferenciais para o consumidor, segundo Pesquisa Livelo

O crescimento no engajamento de brasileiros em programas de recompensas aponta uma maior atenção aos pontos e milhas acumulados por meio de compras em lojas parceiras, gastos em cartões de crédito ou voando por companhias aéreas. E para que os participantes desses programas estejam satisfeitos com as recompensas, além de engajados, é importante compreender o que eles entendem como real benefício. Nesse contexto, pontos que nunca expiram e poder trocar pontos por passagens em qualquer companhia aérea são características que se destacam.

De acordo com uma Pesquisa realizada pela Livelo, uma das principais empresas de recompensas do Brasil, 61% das pessoas dizem que “acumular pontos que não expiram nunca” é a coisa mais importante que um programa pode oferecer de vantagem. Sendo que, do total de entrevistados, 76% considera que “ter pontos que não expiram nunca” é sinônimo de Liberdade.

Sobre Liberdade, inclusive, a pesquisa também apontou que para 66% dos entrevistados, Liberdade é “poder trocar meus pontos por passagens na companhia aérea que eu quiser”.

Ou seja, o participante desses programas busca acumular pontos e não quer ser pressionado para resgatar suas recompensas apenas por questão de expiração e também preza em poder escolher seu destino e companhia aérea favoritos, sem ter que ficar preso por uma ou um grupo de cias aéreas.

Nesse quesito, a Livelo oferece aos seus clientes assinantes do Clube Livelo acúmulo de pontos que nunca expiram e também conta com uma agência de viagens online que oferta passagens por mais de 750 cias aéreas de todo o mundo. Como mostra de liberdade, a Livelo ainda disponibiliza ao participante a opção de transferir seus pontos para diversos outros programas de fidelidade de companhias aéreas nacionais e internacionais.

A Pesquisa realizada pela Livelo ouviu, entre setembro e novembro de 2017, cerca de 800 pessoas que já tiveram contato com o programa de fidelidade no eixo Rio-São Paulo.

Como a análise de dados muda os programas de fidelidade no varejo – Por Mauricio Andrade de Paula

Fidelizar o cliente nunca esteve tão em alta. Além dos tempos de crise exigirem que não se perca clientes segue sendo importante “roubar” consumidores dos concorrentes. Ao mesmo tempo, com o crescimento da maturidade analítica no varejo brasileiro, as empresas do setor querem verdadeiramente conhecer melhor seus consumidores, não mais apenas de forma coletiva, e sim individualizar cada consumidor. Nessa jornada os varejistas começam a perceber que um bom programa fidelidade combina conhecimento sobre o cliente com boas oportunidades relacionadas diretamente com as preferências desse consumidor, melhorando a experiência de compra e agregando valor real ao processo de venda, por meio da otimização de processos operacionais, ou mesmo do aumento das margens e do tíquete médio. Neste cenário de elevação da maturidade analítica aliada aos programas voltados para a satisfação do cliente, o que podemos esperar sobre o futuro desse tipo de estratégia em nosso país?

Hoje os varejistas no Brasil trabalham para colocar o consumidor como peça chave de suas decisões (algo como varejo orientado pelo cliente), onde a análise mais profunda do comportamento do consumidor por meio dos dados disponíveis interna e externamente servem de norte para definição de estratégias de precificação, promoção, comunicação, e afins. Os programas de fidelidade cumprem um papel de “identificadores dos dados”, ou seja, onde as informações antes anônimas agora possuem nome e sobrenome e podem ser analisadas de formas inovadoras, gerando uma série de insights que alimentarão novas ações práticas. Um exemplo poderia ser obter o conhecimento sobre o histórico de compras de um dado domicílio, representado por duas ou três pessoas que mantem relacionamento comercial com a empresa, e assim determinar o que esse lar mais consome, em que momento essa família está (recém casados, filhos pequenos, filhos adolescentes, casal de melhor idade, etc.), podendo gerar correspondência com iniciativas de marketing (por exemplo, cupons promocionais ou conteúdos exclusivos) que atraiam esse consumidor.

Outra prática possível é a análise de sortimento sob essa perspectiva comportamental dos clientes, onde o lojista ganha a capacidade de evitar rupturas ou combinar ofertas com outros produtos de maior lucratividade de forma exclusiva, explorando de forma direta conceitos de up-selling e cross-selling.

Apesar do varejo possuir muitos indicadores (KPIs) e até plataformas de BI (Inteligência de Negócios) bastante sofisticadas, a análise avançada dos dados dos consumidores é que cria a capacidade de encontrar os padrões, tornando fácil identificar e tratar aquilo que é considerado “fora do padrão” e que pode representar um insight de negócio importante: um caso, ocorrido no último Latam Retail Show em 2016 dentro da loja do futuro, foi a descoberta através dos dados de que, dentro daquele ambiente simulado, uma determinada cesta de vinhos era vendida com camisas brancas (produto ponte entre categorias) e com jóias em um único tíquete. Apresentado a este insight, o púbico presente rapidamente gerava estratégias e compartilhava idéias sobre como gerar melhores resultados através da observação do relatório analítico (veja exemplos abaixo onde utilizamos grafos para representar os tíquetes a fim de avaliar a efetividade das promoções e responder outras perguntas típicas de negócio).

Se estamos sempre buscando benchmarks mundiais a fim de estabelecer quem são os melhores com o intuito de aprender com eles e até mesmo “imitá-los”, pode-se dizer que a próxima lição a ser aprendida é “retroceder no tempo”: buscar novamente aquele atendimento emocional, interessado, que só quem conhece verdadeiramente o outro pode fazer. Lá fora, no mercado estrangeiro, já podemos ver algumas tentativas nessa direção buscando aplicar ferramentas de análise de dados e inteligência artificial – a NRF desse ano foi palco dessa mudança, onde as pessoas são o foco.

A celebre frase “…vai o de sempre hoje, Dona Maria…”, repetido inúmeras vezes pelo dono da vendinha da esquina para as nossas avós é o que resume bem essa ideia: o varejista nesse caso já conhece e entende o que seu cliente precisa, eliminando o processo decisório por parte do consumidor, oferecendo aquilo que é necessário. Com isso, a mente do cliente fica “mais à vontade, mais livre”, e este busca uma relação mais constante com o conceito de “familiarizado”, ou seja, ele com o estabelecimento e o estabelecimento com ele. Segundo o artigo apresentado pelos especialistas, repetir o mesmo estímulo no cérebro humano faz com que nossa mente tenha um tempo de resposta mais curto, levando menos tempo para entender o estímulo gerado. Quantas vezes você já não leu um anúncio sem nem ao menos ter olhado a publicidade até o fim? Para os especialistas, o mais importante nesse processo é manter a mesma estratégia sempre, focando no comportamento individual de cada consumidor. Para essa nova corrente de pensamento o mais importante é manter os estímulos, já que nosso cérebro prefere percepções já conhecidas a fatos inusitados na hora de uma compra.

Com um super cérebro analítico a disposição é esperado que os grandes varejistas procurem se assemelhar as lojas de bairro e de menor fluxo de pessoas, onde os clientes tem uma relação mais afetiva com a loja e sua equipe, sendo o oposto também verdadeiro. Segundo os especialistas norte-americanos, o setor varejista deve mirar seus investimentos nos hábitos de cada consumidor – o que tem se traduzido atualmente por conhecer e pilotar a jornada do cliente. Se antes os varejistas menores e locais conseguiam essas informações pela relação interpessoal próxima, hoje grandes redes que atendem milhares de pessoas diariamente buscam emular essa relação de conhecimento e proximidade por meio da análise de todas as informações fornecidas e geradas por cada um de seus clientes.

Mauricio Andrade de Paula, especialista de Varejo e Big Data da Teradata para América Latina.

Em 2015, faturamento do mercado de fidelidade cresceu 27,1% no Brasil

As empresas que compõem a Associação Brasileira das Empresas do Mercado de Fidelização (ABEMF) registraram em 2015 faturamento bruto de pontos de R$ 5,04 bilhões, representando um crescimento de 27,1% em relação a 2014. Só no quarto trimestre do ano (4T15), foram R$ 1,3 bilhões. O número de cadastros de participantes ultrapassou a marca dos 70,7 milhões no 4T15, um crescimento de 20% em relação ao mesmo período de 2014, que era de 58,7 milhões (sem eliminar a sobreposição de membros inscritos em diferentes programas). Em 2015, foram emitidos 176,5 bilhões de pontos/milhas, valor 6% superior ao do ano anterior. Na quantidade de pontos/milhas resgatados, o saldo total foi de 143,5 bilhões no ano passado frente 126,7 bilhões em 2014, aumento de 16,8%.

Para o presidente da ABEMF, Roberto Medeiros, apesar da influência do cenário econômico, com a queda no consumo das famílias e alta do dólar, o mercado de fidelização tem conseguido manter seu ritmo de crescimento. “Mesmo no acúmulo de pontos/milhas, um dos mais impactados por esses movimentos, foi registrado aumento. Isso demonstra que os consumidores brasileiros estão cada vez mais interessados nestas ações, seja por meio de novas adesões ou pelo maior envolvimento de quem já participa dos programas”, explica o executivo.

O crescente engajamento dos consumidores pode ser observado também em outros indicadores, como a taxa de breakage, que aponta o percentual de pontos/milhas expirados. No final de 2014, o índice era de 17,2%. Em 2015, apresentou queda de 0,4 ponto percentual, chegando a 16,8%. “Além de estar em linha com mercados mais maduros, a taxa de breakage decrescente demonstra que o consumidor brasileiro está mais atento e não quer perder oportunidades de resgate. Isso é extremamente positivo para todo o setor, pois o consumidor que resgata tende a compreender melhor as vantagens dos programas e participar cada vez mais desse tipo de iniciativa“, conclui Medeiros.

As informações levantadas no estudo são referentes a cinco das maiores companhias do segmento, associadas à ABEMF (Dotz, Grupo LTM, Multiplus, Netpoints e Smiles).