Clientes podem cadastrar chave Pix a partir de segunda-feira (5)

A partir da próxima segunda-feira (5), os clientes interessados em usar o Pix, sistema de pagamentos instantâneos, poderão começar a cadastrar suas informações para aderir à nova solução, que permitirá pagamentos e transferências de dinheiro durante 24 horas por dia, 7 dias por semana, em até 10 segundos. O Pix começará a funcionar para toda a população a partir de 16 de novembro.

Para que as transações eletrônicas ocorram de forma simples e ágil, sem que o cliente tenha que passar todos os seus dados para o usuário que irá realizar a transferência, o PIX terá chaves de endereçamento para identificação de contas transacionais. Intitulada “chave Pix”, o cadastramento será feito através de um “apelido” que será usado pelo cliente para identificar sua conta no sistema.

Algumas instituições optaram por realizar um pré-cadastro da chave Pix com seus clientes. Entretanto, mesmo tendo feito esse processo, a partir de 5 de outubro, os bancos terão de confirmar com os usuários o efetivo cadastramento das chaves no Pix.

Como irá funcionar o Pix?

O ícone do PIX estará dentro do aplicativo bancário e no internet banking do cliente, assim como já estão outras funcionalidades, como DOC e TED. A chave Pix vincula as informações básicas do usuário aos dados completos que identificam a conta transacional do cliente (identificação da instituição financeira ou de pagamento, número da agência, número da conta e tipo de conta).

Os quatro tipos de chaves Pix que poderão ser usadas e cadastradas são:

• Número de CPF/CNPJ;

• Endereço de e-mail;

• Número do telefone celular

• EVP (Uma sequência alfanumérica de 32 dígitos que, após solicitação do cliente ao seu banco, será enviada pelo Banco Central à instituição, e com ela será possível criar um QR Code

Não é obrigatório cadastrar uma chave para fazer ou receber um Pix. Caso o usuário queira usar o sistema de pagamento instantâneo, sem a chave Pix, será preciso digitar todos os dados bancários do destinatário para realizar uma transação.

Além das chaves de endereçamento, o PIX também trará a experiência do QR Code que possuirá dois formatos:

– Estático: que poderá ser utilizado para transferências ou no comércio quando as informações para pagamentos não mudam, incluindo o valor do pagamento (exemplo: um sorveteiro, em que o preço do picolé é o mesmo sempre)

– Dinâmico: que poderá ser utilizado no comércio quando as informações para pagamentos mudam a cada momento (ex: em um supermercado, quando o valor de cada compra é diferente).

Inovação, comodidade e menor circulação de dinheiro em espécie

Para Isaac Sidney, presidente da FEBRABAN, o Pix é uma inovação que trará mais segurança e conveniência ao consumidor em suas transações financeiras, como já ocorreram com outras ferramentas, como tokenização, mobile baking e internet banking. “O Pix irá aumentar a inclusão financeira no país, estimular a competitividade e aprimorar a eficiência no mercado de pagamentos. O acesso a serviços financeiros constitui um passo crucial para a inclusão social e para o combate à desigualdade no país”, diz.

Para aderir ao PIX, os bancos brasileiros estão investindo recursos adicionais em infraestrutura, tecnologia e segurança para padronizar e organizar um sistema dentro um ambiente de comodidade e confiabilidade para o cliente. Segundo Isaac Sidney, as medidas são condizentes com os investimentos que o setor bancário vem fazendo em modernização tecnológica, da ordem de R﹩ 24,6 bilhões anuais.

Leandro Vilain, diretor executivo de Inovação, Produtos e Serviços Bancários da FEBRABAN, também ressalta que a Federação é favorável a medidas que reduzam a necessidade de circulação de dinheiro em espécie, que somente de custo de logística totalizam cerca de R﹩ 10 bilhões ao ano. “A FEBRABAN e os bancos estão se preparando para esse novo modelo de negócios e com a expectativa de reduzir o custo de logística de numerário”, diz.

Você sabe o que é fisital? Conheça o impacto dessa inovação no setor financeiro

Por Simone Pittner

São Paulo, maio de 2019 – O fisital, união entre o físico e o digital, está evoluindo muito rapidamente no Brasil e em todo o mundo. Esse conceito foi cunhado na Inglaterra em 2015, e fica claro nas experiências de varejo, onde o cliente muitas vezes enfrenta problemas na hora de trocar, na loja física, produtos adquiridos no ambiente online. Há, por exemplo, diferença de preços entre os produtos (devido ao comissionamento de vendedores, prática comum das lojas físicas), falta de determinados modelos ou marcas, novos tempos de entrega, entre outros.

Com o aumento de profissionais especializados em Customer Experience (CX), a unificação de todos os canais da empresa, assim como a linguagem utilizada nesses canais (loja física, e-commerce, redes sociais, callcenter e aplicativos), começou a ficar mais forte. No mundo financeiro, com as instituições trazendo experiências dos bancos digitais para a sua forma de negócio, praticando abertura de contas e acompanhamento de cartões de crédito totalmente online, o fisital se fez presente.

Atualmente, alguns bancos de montadoras possuem serviços de aprovação do limite de crédito para compra de bens, liberando para o cliente na própria concessionária (no caso de compra de carro ou moto) em tempo real, além da aceitação de documentos enviados também digitalmente. O processo se tornou muito mais rápido – passamos de dias para horas – com a vantagem das empresas contarem com estrutura de armazenamento de documentos em nuvem, possibilidade exponencialmente mais barata.

Esse cenário caminha para uma realidade ainda mais transformadora, com a possibilidade das integrações digitais. Os bancos, corretoras, empresas de investimento e grandes negociações financeiras estão abrindo suas plataformas de serviços e produtos em formato de API, as chamadas Open APIs. Isso possibilita que duas empresas consigam se conectar através da integração de software. Um exemplo de nosso dia a dia é a funcionalidade de ouvir música no Spotify enquanto está com o Waze aberto.

Essas integrações com troca de dados têm sido ponto de discussões e regulamentações recentes, como a GDPR, na União Europeia, e a LGPD, no Brasil, criando a possibilidade de se abrir informações para que empresas comprem ou troquem entre si dados ou microsserviços de tecnologia.

O fisital também acrescenta melhorias na experiência do cliente. Atualmente, é comum termos cartões bancários em nossos celulares – existem aplicativos, como ApplePay e SamsungPay, que tornam desnecessário o uso do cartão físico. A transferências de crédito entre pessoas físicas em múltiplos países e interbancos acontece de maneira semelhante.

Uma validação recente, sinônima de toda essa integração, por exemplo, é um boleto atrasado. Os internet bankings, no últimos meses, prepararam-se para conseguir calcular o novo valor, mesmo que a conta seja de outra instituição, algo que não era permitido em um passado recente.

Esses são alguns exemplos que ilustram essa integração entre o físico e o digital no mercado financeiro. As mudanças só tendem a aumentar e os bancos as, corretoras e as investidoras serão cada vez mais digitais, com todas as transações em aplicativos, diminuindo a presença do cliente na agência física e sua necessidade de interação com o gerente ou a central de atendimento. Estamos vivendo numa realidade entre dois mundos: aspectos que ainda precisam do físico e do contato humano e outros que o mundo digital está resolvendo sem esse contato – na maioria das vezes, de maneira mais inteligente e rápida.

Quando falamos do fisital no Brasil, já conseguimos ver cases relevantes acontecendo. A Avon, por exemplo, desenvolveu um aplicativo com duas importantes funcionalidades, aumentando a rentabilidade e diminuindo os custos. A primeira permite às revendedoras resolverem problemas sem a necessidade de interação humana com o call center, acessando grupos de dúvidas e trocas de produtos parados. A outra funcionalidade do app é a leitura digital do folheto de compra, tornando a venda totalmente automatizada.

Outro case relevante para o cenário brasileiro é o de uma grande varejista que atualmente está no caminho para se tornar um banco. A marca iniciou seu processo de transformação digital com uma reestruturação do call center. Para reduzir o número de ligações, foram desenvolvidos canais web e mobile permitindo ao cliente buscar informações por conta própria. Essa ação teve um resultado surpreendente, com uma redução de 27% em ligações feitas para o call center só no primeiro mês. Outra ação da marca foi a implementação de 21 novos serviços em seu aplicativo, incluindo a solicitação de cartões de crédito.

Além de todos esses impactos, vale destaque para a transformação do que nomeamos BackOffice ou Digital BackOffice. Com as diversas mudanças proporcionadas, é preciso revisitar as jornadas internas, como captura e armazenamento de documentos e dados, uso de nuvem, redução de servidores locais, robotização de tarefas repetitivas, inteligência artificial, implementação de workflows, inclusão de testes de produtos de forma automatizada, entre outros. E nessa linha de raciocínio, assistimos ao aumento da utilização e importância do Data Science e o Business Intelligence, agora também sendo explorados e gerando oportunidades de negócios.

Simone Pittner, Head of the Lean-Agile Operations da GFT Brasil

Augmented Banking: uma experiência financeira imersiva e hiperpersonalizada

Por Renato Gritti é diretor executivo da GFT Brasil

A Realidade Aumentada já é realidade há alguns anos para alguns segmentos como cinema e games, vide o sucesso do Pokemon Go. Agora, o mercado financeiro também começa a incorporá-la dentro do ambiente das tecnologias exponenciais, apresentando o conceito de Augmented banking, para entregar serviços e soluções que proporcionem uma experiência bancária totalmente imersiva, oferecendo serviços hiperpersonalizados e com novas formas de interação integradas à vida digital do usuário.

O Augmented Banking envolve o aproveitamento de tecnologias exponenciais – como realidade virtual, aumentada e mista, visualização de dados, visão computacional, inteligência artificial e biometria – para melhorar o relacionamento entre o banco e seus clientes. Oferece uma experiência mais rica por meio de novos serviços ou formas de interação com os serviços tradicionais. Um exemplo simples de Augmented banking é quando usamos gestos para interagir com um aplicativo bancário ou quando fazemos pagamentos digitais.

Algumas soluções no mercado financeiro existem há mais de uma década, com o lançamento de canais e arquiteturas digitais, que impulsionaram as oportunidades oferecidas pela internet e pelos dispositivos móveis. Ao longo desses anos, elas evoluíram com a chegada de soluções suportadas por um ecossistema móvel estendido, incluindo wearables, TVs inteligentes e outros dispositivos conectados, empregando novas tecnologias, como bluetooth, NFC e biometria.

No Brasil, a maturidade para Augmented Banking está muito direcionada para os canais digitais (Mobile, Web) e momentos transacionais trazendo conveniência nos pagamentos e suas consequências na arquitetura bancária. Algumas iniciativas, ainda como provas de conceito, têm sido criadas para reinvenção das agências, porém ainda com escala muito pequena. Temos trabalhado, por exemplo, com os grandes players do mercado financeiro para o próximo passo do Augmented Banking: união dos mundos Físico e Digital, AR, PFM e novos meios de pagamento trazendo jornadas de financeiras “embutidas” em jornadas de consumo.

Com o Augmented Banking, a capacidade para a criação de experiências bancárias imersivas e hiperpersonalizadas vai muito além dessas interações digitais atuais. A partir da combinação com elementos de outros pilares bancários exponenciais – como APIs abertas, inteligência artificial e automação de processos robóticos (RPA) – pode ser possível entender e até mesmo antecipar as necessidades financeiras de cada cliente individual. Isso permite que os bancos reforcem seu papel como parceiros realmente confiáveis, ajudando os clientes a tomar as decisões financeiras que melhor se adaptem ao seu estilo de vida.

BB lança primeira API de crédito do Brasil

O Banco do Brasil avança na estratégia de Open Banking e lança a primeira API (Interface de Programação de Aplicativos) de crédito do Brasil. Ampliando as parcerias de open banking, oferece agora a contratação de crédito consignado (servidor público e INSS) totalmente digital, com a bxblue, startup que oferece comparativo de taxas de crédito consignado para aposentados, pensionistas e funcionários públicos.

“Em um ambiente de forte competição no crédito, não podemos limitar a oferta de consignado apenas a canais tradicionais. Precisamos disponibilizar o produto onde o cliente estiver, de forma segura e 100% digital. Saímos na frente com esta parceria que aumenta a capilaridade digital do BB em soluções de crédito”, afirma Marcos Renato Coltri, diretor de empréstimos, financiamento e crédito imobiliário do BB.

Por meio da integração, os clientes do BB ganharão agilidade na contratação, uma vez que o crédito consignado contratado via bxblue é creditado rapidamente na conta do cliente, que realiza a simulação e contratação do seu empréstimo por meio de um moderno protocolo de segurança que conecta o BB à bxblue.

“A parceria é um grande marco para a bx, mas também um excelente benchmark para o mercado. Da forma que a API foi construída, o usuário do BB, pode entrar e contratar o seu empréstimo na bxblue em menos de três minutos, e receber o dinheiro em instantes, a qualquer hora do dia ou da noite, de qualquer local do Brasil”, ressalta Gustavo Gorenstein, CEO da bxblue.

“As parcerias que firmamos por meio do open banking vêm para complementar a estratégia do Banco em soluções totalmente digitais, para trazer mais facilidade e agilidade para os nossos clientes, no ambiente que ele estiver, seja no aplicativo da agência de viagens ou no site de uma fintech parceira”, afirma Marco Mastroeni, diretor de negócios digitais do BB.

Open Banking

O Banco do Brasil lançou a sua plataforma de open banking em junho do ano passado, com o Portal do Desenvolvedor (developers.bb.com.br). Em agosto, anunciou a primeira operação estruturada do país, numa parceria com a ContaAzul, que oferece uma plataforma de gestão empresarial para micro e pequenas empresas.

O conceito de open banking compreende a criação de novos negócios e ecossistemas digitais, disponibilizados por instituições bancárias, por meio da integração de seus sistemas. Isso permite que outras empresas e desenvolvedores criem novas soluções, aplicativos e serviços que melhoram a interação entre bancos e clientes.

3 pilares para a transformação bancária: economia, experiência do cliente e conveniência

O mercado de serviços financeiros passa por grandes mudanças por conta do avanço da transformação digital. De acordo com a pesquisa FEBRABAN de Tecnologia Bancária 2018, os investimentos em tecnologia tiveram um crescimento de R$19,5 bilhões em 2017 – comparados com R$18,6 bilhões em 2016. Em um momento em que o Brasil está recuperando sua economia, esse valor é representativo e mostra que a atenção do setor está direcionada às mudanças.

Atualmente, poucas são as inovações que surgem sem a participação ativa do consumidor, já que elas são criadas a partir de uma necessidade ou de uma demanda do cliente. Processos internos, metodologias, princípios e estruturas organizacionais têm sido alteradas para comportar as novas incumbências das instituições e atender a expectativa dos correntistas.

Como parte do planejamento para alcançar o patamar de banco digital, as instituições devem se embasar em três pilares: economia, experiência do cliente e conveniência. Elias Rogério da Silva, presidente da Diebold Nixdorf no Brasil – empresa líder global em soluções de automação bancária e comercial – fala um pouco mais sobre eles:

01.Economia tangível

Se por um lado os bancos impulsionam o investimento em tecnologia no país, por outro é constante a busca por soluções que simplifiquem a operação e tragam economia e retorno efetivo. Neste contexto, algumas instituições já investem em caixas eletrônicos recicladores. Essa é uma saída para minimizar o custo na gestão de numerários e dar mais agilidade no atendimento ao usuário, já que o mesmo dinheiro utilizado para depósito pode ser aproveitado para saques de outros clientes. Como resultado, são registradas menos visitas de carros fortes às agências, gerando economia.

02.O cliente no centro da experiência de atendimento

O centro das atenções está em apenas um lugar: o cliente. Como o único tomador de decisão, ele é o responsável por guiar as modificações nos negócios que vemos hoje. Como consequência, a experiência personalizada é a oferta das empresas que querem conquistar e fidelizar seus consumidores. Por isso, além de ter um atendimento multicanal, é preciso criar uma jornada integrada e distinta para cada público. Atualmente, já vemos redes sociais e aplicativos de mensagens sendo utilizados para traçar essa nova rota de conexão. É possível iniciar as transações em um equipamento e concluí-la em outro, de modo que nossa experiência com o banco vá além de um único canal. Isso é resultado de um mindset inovador que, juntamente com a tecnologia, permite a transformação dos negócios, processos e relações entre pessoas e serviços; gerando uma experiência de valor agregado ao cliente.

03. Mais conveniência para o usuário

Criar uma verdadeira plataforma digital e omnichannel é também fundamental para estar na linha de frente da inovação. Sabemos que as instituições financeiras estão, cada vez mais, focando seus investimentos em tecnologia e mudanças de comportamento, principalmente para garantir a disponibilidade e a agilidade nos negócios de forma mais intimista. Como o relacionamento banco x cliente mudou, é possível oferecer soluções ao consumidor, dando a ele o poder de decisão. Com isso em mente, já existem equipamentos no mercado, como um smartPOS, por exemplo; com aplicativos para diversas finalidades que são personalizados de acordo com as necessidades de cada linha de negócio, como agilidade em filas, abertura de contas ou outras funções que melhoram tanto a gestão da instituição, quanto o atendimento.

A pesquisa FEBRABAN mostra que em 2017 cerca de 1,6 milhão de contas foram abertas por meio do mobile banking – número 3 vezes maior do que em 2016. Sendo assim, a conveniência permite que novos padrões sejam traçados para que os correntistas sejam fidelizados à instituição que está disponibilizando serviços diferenciados e personalizados.

Já trilhamos um longo caminho para a transformação digital dos bancos e o Brasil é uma referência para o mercado mundial. Entretanto, ainda temos grandes desafios a serem superados. Sabemos que mais que mudar a infraestrutura de tecnologia da informação e processos, as empresas do setor devem passar por uma transição cultural. Passamos da barreira dos mundos físico e digital. O ponto focal agora é investir nos três pilares e continuar promovendo a mudança de mindset, pois a digitalização dos negócios não é feita apenas uma vez. Ela é constante, mutável e inovadora para aqueles que querem protagonizar esta tendência.

O Open Banking e a disrupção no setor financeiro

Por Koen Pelgrims, Diretor de Open Banking e Customer Experience Solutions da Atos

Já ouviu falar no Malcon McLean? Este empresário americano foi um grande instrumento para o crescimento da economia e pela globalização do comércio ao apresentar para o mundo, em 1956, um navio que comportava os contêiners de carga dos caminhões por inteiro, e não só as mercadorias de dentro dele. Antes dessa invenção, todo o trabalho de transferir mercadorias do veículo ao navio era feito manualmente.

McLean criou uma nova plataforma de colaboração global que permitia que companhias de navegação, caminhões e qualquer outra pessoa na indústria de transporte entregasse qualquer coisa, em qualquer quantidade e a qualquer distância, desde que coubesse dentro de um contêiner – e poderiam fazê-lo a um custo muito reduzido, pois a carga e descarga do navio poderiam ser feitas de maneira muito mais rápida e 40 vezes mais barata. Ao tirar essa enorme fricção do sistema, a eficiência disparou e essa inovação foi imediatamente adotada por todos.

Esta história é uma prévia do que pode estar prestes a acontecer aos bancos na União Europeia após a introdução do PSD2 (diretiva revisada dos serviços de pagamento, em português). De acordo com a regulamentação, as instituições financeiras da UE são agora obrigadas a fornecer acesso às contas correntes do cliente a terceiros, se o cliente assim exigir. Isso permite que um cliente possa, por exemplo, gerenciar sua conta bancária e despesas com a ajuda de um aplicativo de uma Fintech para gestão financeira e, ao mesmo tempo, compartilhar os dados da conta com outro banco que ele usa para gerenciar seus investimentos.

Tal como aconteceu com McLean, muito atrito está prestes a ser retirado do sistema para as empresas que oferecem serviços baseados em informações bancárias. Dados e transações serão repassados entre as instituições através de ecossistemas de bancos e terceiros. Isso tem o potencial de redefinir o setor bancário e o papel dos no atual modelo, já que o objetivo é promover a concorrência e a inovação nos serviços financeiros em benefício do cliente.

Um exemplo é o GDPR (Regulamente Geral de Proteção de Dados), que apesar de regulamentado na Europa impactou empresas de todo o mundo por se aplicar a todas as companhias que tratam de dados de cidadãos europeus.

A mudança cultural promovida pelo Open Banking, isto é, a adoção dos consumidores a diversas instituições financeiras para diferentes finalidades, não acontecerá da noite para o dia. Mesmo que grandes mudanças – como a disrupção causada pelos contêineres da McLean – também afetem o setor de serviços financeiros, as discussões sobre o assunto estão acaloradas e os participantes da UE estão lutando para lidar com a nova realidade.

Cresce o uso de ferramentas que permitem transações bancárias em redes sociais

Antenada ao comportamento da geração Millennial, que passa cerca de 2,5 horas por dia em aplicativos de mensagens e redes sociais, bancos e empresas de soluções financeiras estão ampliando a oferta de ferramentas para realização de serviços bancários de qualquer plataforma social ou de mensagens, sem ter que abrir o aplicativo do banco.

Agora, o usuário pode fazer transferência de dinheiro pelo celular sem precisar sair do aplicativo que estiver utilizando, como WhatsApp e Facebook, por exemplo. O formato é de um teclado seguro integrado com o aplicativo móvel ou a carteira eletrônica de um banco. Além das transferências, com o recurso é possível acessar uma variedade de serviços financeiros, como consulta de saldos, pagamentos, depósitos, programação de saques e localização de caixas eletrônicos.

Uma das pioneiras deste setor é a multinacional brasileira Valid. Em 2017, em parceria com a start-up israelense Paykey, a companhia desenhou para o Banco Davivienda, banco privado da Colômbia com mais de mais de 6,6 milhões de clientes, uma solução que permite ao usuário gerenciar seu dinheiro facilmente pelo smartphone sem ter uma conta bancária ou cartão de débito. O app oferece ainda a possibilidade de realizar transações bancárias via Facebook Messenger – os valores das operações são creditados diretamente nas contas dos beneficiados – e a transferência para colombianos que estejam no exterior.

De acordo com Pierre Lassus, VP de Software & Serviços da Valid, a solução Valid Social Banking foi pensada exatamente para trazer mais uma inovação para os bancos, migrando as transações bancárias para as redes sociais. “Nosso objetivo é oferecer aos bancos uma solução rápida, fácil e segura para essa exigente da geração Millennial”, explica Pierre.

O potencial para utilização da nova função é significativo. O número de transações bancárias realizadas por aparelhos móveis no Brasil ultrapassou a quantidade de operações feitas em computador. O dado, revelado em pesquisa da Fundação Getúlio Vargas, aponta ainda que o país superou a marca de um smartphone por habitante e hoje conta com 220 milhões de celulares inteligentes ativos. “O mercado financeiro representa um dos principais mercados consumidores de tecnologia da informação, movido por agilidade, segurança e transparência”, pontua o executivo.

NelsonHall nomeia Capgemini líder em Serviços Digitais para Bancos

A Capgemini foi nomeada líder em Serviços Digitais para Bancos, dentro do segmento financeiro, pela consultoria NelsonHall. O reconhecimento foi anunciado com a publicação do estudo NelsonHall’s Evaluation & Assessment Tool (NEAT) Report (em livre tradução: “Relatório da Ferramenta de Análise e Avaliação da NelsonHall”), no qual a Capgemini se destacou pela ampla capacidade de atender aos futuros requisitos dos clientes, além de entregar benefícios imediatos às organizações de serviços bancários digitais.

“Este reconhecimento é a realização de nossa visão sobre como entregar de uma melhor forma resultados significativos para os clientes, permitindo-lhes atingir suas aspirações digitais”, afirmou Anirban Bose, membro do Conselho Executivo do Grupo e Head da Unidade de Negócios Estratégicos Globais de Serviços Financeiros da Capgemini. “Não basta fornecer uma performance superior em tecnologia da informação, a chave é fazer com que o sistema e a estratégia de TI ofereçam benefícios capazes de atender às necessidades dos nossos clientes, agora e no futuro, à medida que as organizações se transformam digitalmente”.

A experiência da Capgemini em implementação e execução de tecnologias digitais em diversas localidades em todo o mundo, juntamente com as parcerias firmadas com os principais fornecedores de produtos digitais para bancos, levaram a companhia a ocupar uma posição de destaque no quadrante dos líderes. Além disso, sua extensa base de clientes na Ásia, onde muitas tecnologias digitais inovadoras vêm sendo adotadas, cria uma base fértil para o desenvolvimento da expertise em tecnologias emergentes.

“O posicionamento da Capgemini como líder em Serviços Digitais para Bancos é impulsionado por sua experiência em implementação e operação de tecnologias digitais, de forma bem-sucedida, em múltiplos mercados”, apontou Andy Efstathiou, diretor de operações bancárias e pesquisa de transformação da NelsonHall. “A Capgemini se concentra em customizações individualizadas para cada cliente, realizadas por uma pequena equipe, que se utiliza de um vasto conjunto de habilidades e conhecimentos”.

A ferramenta NEAT, da NelsonHall, é baseada em uma metodologia que ajuda gestores a avaliarem fornecedores de serviços como parte da iniciativa NelsonHall’s Speed to Source. A ferramenta NEAT avalia os provedores de serviços em relação à sua capacidade de oferecer benefícios imediatos às organizações compradoras, assim como sua competência em atender aos requisitos futuros do cliente. Trazendo uma avaliação pragmática da capacidade dos provedores de serviços em guiar empresas por uma jornada de inovação ao longo de toda a vigência de seus contratos.

Consumidores devem reforçar a segurança de suas contas bancárias

Há poucas semanas, autoridades oficiais no México alertaram os bancos para que reforçassem seus sistemas de segurança, diante de potenciais ataques cibernéticos no setor financeiro. No entanto, esses ataques nem sempre miram os bancos, mas têm como foco seus clientes. Por isso, a Avast (LSE: AVST), líder global em produtos de segurança digital, alerta para que os consumidores de todo o mundo – inclusive do Brasil –, fortaleçam seus hábitos online para garantir que seu dinheiro esteja protegido contra possíveis ciberataques.

Os cibercriminosos têm como alvo os consumidores porque sabem que a maioria das pessoas armazena informações confidenciais em seus dispositivos, além de usar smartphones e computadores para realizar compras e transações bancárias online. Os cibercriminosos também sabem que os usuários são um elo fraco e muitas vezes desconhecem as práticas recomendadas de segurança. Luis Corrons, Evangelista em Segurança da Avast, traz dicas importantes sobre a melhor maneira dos consumidores combaterem os cibercriminosos.

Atenção para Trojans bancários em dispositivos móveis

Trojans bancários em dispositivos móveis estão em ascensão. São aplicativos que tentam enganar o usuário a fornecer os seus dados bancários, fingindo ser um aplicativo bancário legítimo. Geralmente, imitam a tela de login ou oferecem uma tela de login genérica, com o logotipo do respectivo banco.

Recentemente a Avast realizou uma pesquisa, pedindo que os consumidores comparassem a autenticidade de interfaces de aplicativos bancários oficiais e fraudulentos. No Brasil, os resultados revelaram que 68% dos entrevistados foram capazes de detectar a interface fraudulenta, enquanto 30% confundiram a falsa com a verdadeira. Estes resultados são alarmantes e mostram que os consumidores podem facilmente ser vítimas de Trojans bancários.

“Estamos observando um aumento constante do número de aplicativos maliciosos para dispositivos Android, capazes de contornar as verificações de segurança em lojas de aplicativos populares e atingir os smartphones dos consumidores. Esses aplicativos geralmente se apresentam como apps de jogos e de estilo de vida, utilizando táticas de engenharia social para enganar os usuários a fazer o download”.

“Os consumidores podem confiar em lojas de apps como o Google Play e a App Store da Apple, para fazer o download com frequência de aplicativos bancários. No entanto, é recomendado uma vigilância extra. Os usuários devem confirmar se o aplicativo bancário que utilizam, é a versão verificada. Caso a interface pareça ser estranha ou estar fora do lugar, é preciso fazer uma nova verificação com a equipe de atendimento ao cliente do banco. Também é importante que os usuários utilizem a autenticação de dois fatores, se disponível, além de terem um antivírus forte para Android instalado, para detectar e protegê-los contra malwares maliciosos”, disse Luis Corrons.

Evitando armadilhas de phishing

Os usuários precisam ainda estar atentos ao phishing, que é uma técnica de engenharia social usada por cibercriminosos para enganar as pessoas a fornecer informações confidenciais, como detalhes do cartão de crédito e credenciais de login. Os golpes de phishing geralmente vêm na forma de email, criado para parecer que veio de uma fonte legítima, dificultando o reconhecimento e incluindo um link ou anexo. Links em e-mails de phishing direcionam o usuário para sites maliciosos, quase idênticos ao site que imitam e pedem às pessoas que insiram suas informações pessoais.

“Os anexos em e-mails de phishing ou o uso de engenharia social são utilizados, por exemplo, para ajustar as configurações a fazer o download do malware. Se um e-mail que afirma ser de uma instituição bancária pareça suspeito, pode ser uma tentativa de phishing. Neste caso, os usuários devem verificar diretamente com o banco a sua legitimidade, para garantir que o e-mail seja realmente da instituição financeira”, disse Luis Corrons.

Senhas são a chave do cofre

Usar senhas fortes e exclusivas para cada conta online, e alterá-las regularmente são medidas importante que devem ser adotadas pelos usuários para que mantenham seguras suas contas online, especialmente as contas bancárias.

“Recomendamos o uso de um gerenciador de senhas, como o Avast Passwords, já que a maioria dos usuários pode ter mais de 20 contas online, dificultando a criação e o registro de senhas fortes, bem como exclusivas para cada uma delas”, disse Luis Corrons.

Os gerenciadores fazem uso de criptografia e geram senhas altamente seguras para todas as contas. Isso não significa que os usuários não precisem se lembrar de senhas longas, mas podem alterá-las facilmente com frequência. Alterar as senhas das contas regularmente é extremamente importante, já que as violações de dados nem sempre são detectadas de imediato pelas empresas, o que significa que os cibercriminosos podem colocar as mãos nas credenciais de login sem que ninguém perceba e, assim, comecem a cometer fraudes.

Instalando uma rede de segurança

A instalação de um programa antivírus é obrigatório em qualquer dispositivo, seja um Mac, Windows ou Android. O Antivírus protege os usuários contra uma infinidade de ameaças, incluindo spyware, ransomware, keyloggers e Trojans.

“Independentemente de quão cuidadosas as pessoas sejam, os cibercriminosos estão sempre descobrindo novas maneiras de entrar nas contas dos usuários. O antivírus atua como uma rede de segurança, protegendo em segundo plano e em todos os momentos até mesmo os usuários mais cautelosos, para que possam utilizar seus dispositivos sem preocupações”.

Mantenha o banco online em seus próprios dispositivos

“Os usuários nunca devem realizar transações financeiras de um computador ou de um dispositivo móvel que não pertença a eles, já que nunca pode-se saber com certeza quem o utilizou pela última vez e que tipo de software está sendo executado no dispositivo. O mesmo vale para as redes Wi-Fi. É extremamente necessário usar uma VPN para realizar transações financeiras, quando o usuário está conectado com redes Wi-Fi públicas. Sem uma VPN, os cibercriminosos podem espiar suas atividades”.

Avast Antivirus e Avast SecureLine VPN para PC, Mac, iOS e Android podem ser baixados em www.avast.com/pt-br

GFT cria área internacional para estratégias financeiras exponenciais

Como parceira tecnológica estratégica para o segmento de serviços financeiros, a GFT tem como visão que o futuro da transformação digital do setor se desenvolva por meio do uso de tecnologias exponenciais. Por isso, a companhia criou uma nova área de negócios, especializada no desenvolvimento da estratégia bancária exponencial, com equipe multidisciplinar de profissionais que trabalham exclusivamente nesta nova unidade internacional.

“Estamos em um momento crucial para a transformação digital do setor de serviços financeiros. O exponential banking é a evolução natural da digitalização cada vez mais rápida na indústria e é impulsionado pelo crescimento exponencial da tecnologia ao longo do último meio século. Agora é a hora de os bancos adotarem as oportunidades dadas pelas tecnologias exponenciais”, explica Marco Santos, managing director Latam da GFT.

Com mais informações disponíveis para processamento e a uma velocidade muito maior, as instituições financeiras podem se beneficiar enormemente das tecnologias exponenciais, fornecendo produtos e serviços mais personalizados no momento mais apropriado para os clientes, com o menor intervalo de tempo entre ideação e lançamento no mercado, por meio de soluções móveis, nuvem, inteligência artificial, Internet das Coisas, realidade virtual aumentada e análise de dados ou automação robótica. “Estamos convencidos de que as tecnologias exponenciais poderão evoluir na transformação digital dos bancos, acelerando seu roadmap digital e proporcionando uma capacidade de mudança contínua”, reforça o executivo.

Quatro pilares para um sistema à prova de futuro

A nova área, que visa a implementação bem-sucedida da abordagem bancária exponencial, investe na transformação em três níveis: negócios, tecnologia e organização. “O nosso objetivo é a identificação de jornadas estratégicas dos consumidores, que podem ser potencializadas para transformar quatro aspectos cruciais da operação financeira: experiência dos cliente, organização aberta, gerenciamento de dados e otimização de processos”, complementa Santos. Para isso, a GFT faz uso de quatro pilares do Exponential Banking – Open Banking, Augmented Banking, Automation Banking e Cognitive Banking – que juntos com as quatro áreas de operações bancárias citadas são cruciais para criar um sistema inovador e preparado para os desafios do futuro para qualquer banco de varejo.

Augmented Banking – Aprimora o relacionamento dos clientes com o banco, fornecendo assistência personalizada e serviços de consultoria, como chatbots, robo-advisors ou novas maneiras de interagir com realidade virtual e aumentada. A GFT tem experiência em desenvolver iniciativas estratégicas para grandes bancos europeus, como por exemplo com projetos para tornar os caixas eletrônicos acessíveis a pessoas com deficiência visual por meio de app ou para obtenção de empréstimo para a compra de um carro através de realidade virtual aumentada.

Open banking – Alavanca tecnologias exponenciais não apenas para cumprir com o PSD2 e o GDPR, mas também para explorar novos modelos de negócios baseados em marketplaces abertos e conectados. A GFT atualmente trabalha em diferentes iniciativas relacionadas ao desenvolvimento de APIs e infraestruturas bancárias, como o Bank as a Platform (BaaP).

Cognitive Banking – Permite que os bancos criem soluções de inteligência artificial com base no poder do Big Data e do Fast Data para permitir previsões mais precisas, melhorar o conhecimento do negócio e auxiliar em tomadas de decisão mais assertivas que levem a maneiras inteligentes e inovadoras de interagir com os clientes. Como parte desse pilar, usando os avanços mais modernos em deep learning, a GFT tem criado chatbots e robô-advisors, bem como soluções de gerenciamento de contas cognitivas para grandes bancos.

Automated Banking – Baseia-se na tendência de eficiência operacional, na robotização de processos e maior integração de sistemas para processamento automatizado – consiste em automatizar tarefas hoje feitas manualmente. Segundo estimativas do mercado, nos próximos anos, entre 10% e 25% dos processos de um banco será realizado por robôs. Nesse campo, a GFT desenvolve inúmeras soluções de automação, como a classificação automática de ações judiciais ou execução de testes de aplicações com robôs.

Maior evento de tecnologia para o mercado financeiro da América Latina será realizado de 12 a 14 de junho

O CIAB FEBRABAN – Congresso e Exposição de Tecnologia da Informação das Instituições Financeiras – será realizado entre os dias 12 e 14 de junho, no Transamerica Expo Center, em São Paulo. A 28ª edição do maior evento de tecnologia para o mercado financeiro da América Latina será ainda maior e ocupará sete halls do Centro de Convenções, um a mais do que as edições anteriores, totalizando 36 mil m2, além disso, contará com mais de 140 expositores confirmados, 47 patrocinadores e mais de 270 palestrantes, que apresentarão as mais importantes tecnologias e inovações do setor para um público estimado de mais de 20 mil visitantes.

“O CIAB FEBRABAN é o principal ponto de encontro entre executivos do segmento financeiro. Este ano, temos expectativas de um grande evento e de novo recorde de participações, já que a edição anterior, em 2017, registrou crescimento de 18% de público”, comenta Gustavo Fosse, diretor setorial de Tecnologia Bancária da FEBRABAN.

Estarão presentes empresas multinacionais, startups, companhias internacionais e fornecedores de diferentes soluções tecnológicas para o mercado financeiro. Além da participação de grandes e reconhecidas multinacionais, o Lounge Fintech, integrado à exposição e presente pela terceira vez no evento, reunirá startups em um ambiente propício para o networking com os executivos do setor.

Além disso, o lounge contará com um “Sandbox”, ambiente para demonstração e experiências com novas tecnologias. Em 2018, o campeonato de fintechs e as finais do Hackathon acontecerão dentro do lounge propiciando, assim, uma maior interação com o público da exposição.

Neste ano, Inteligência Exponencial será o tema central que norteará todo o conteúdo do evento, com debates sobre como o desenvolvimento de tecnologias como Inteligência Artificial, Machine Learning, Blockchain, Open Banking e IOT implicam em constantes alterações no comportamento social, e como tais alterações podem rapidamente criar ou destruir negócios.

O assunto será explorado por renomados palestrantes durante o CIAB FEBRABAN. O fórum, dividido em oito auditórios, reunirá palestrantes nacionais e internacionais em debates sobre inovações tecnológicas, transformações digitais e o futuro do sistema financeiro. Especialistas como Ben Pring, diretor do Centro para o Futuro do Trabalho da Cognizant Technology Solutions e Marie Wieck, gerente geral de Blockchain da IBM, já confirmaram presença.

O público participante também poderá acompanhar as discussões que serão lideradas por importantes keynote speakers. O presidente do Itaú Unibanco, Candido Bracher; a engenheira, empreendedora e filósofa futurista, Nell Watson; e o futurista e humanista, CEO da Agência do Futuro, Gerd Leonhard, estão entre as personalidades confirmadas.

O evento promoverá, ainda, o já tradicional CIAB Fintech Day, um dos mais importantes encontros entre instituições financeiras e fintechs do Brasil. Neste ano, o campeonato envolverá fintechs e insurtechs, e, pela primeira vez, terá a participação de startups latino-americanas. O objetivo da competição é identificar startups que tenham sinergia e potencial para colaborar com bancos, seguradoras e instituições financeiras.

Para conferir a programação completa, acesse: www.ciab.org.br.

Bancos devem investir na capacitação da força de trabalho para novas tecnologias e oportunidades de crescimento via Inteligência Artificial

Ainda que os líderes de bancos reconheçam que tecnologias inteligentes estejam reformulando a base dos serviços bancários e possam transformar as experiências dos clientes, poucos planejam aumentar os investimentos na requalificação da força de trabalho, o que facilitaria a adoção dessas tecnologias no curto prazo, diz estudo da Accenture (NYSE: ACN).

Com base em duas pesquisas – uma com 100 executivos bancários e outra com 1.300 funcionários não executivos do setor – o relatório Future Workforce Survey – Banking: Realizing the Full Value of AI (em Português, Força de Trabalho do Futuro – Setor Bancário: Compreendendo Todo o Potencial da IA), prevê que, se os bancos investirem em Inteligência Artificial (IA) e na colaboração entre homens e máquinas no mesmo ritmo das empresas de alto desempenho, seus lucros podem crescer 34% e os níveis de emprego em 14% até 2022.

“À medida que a IA ganha novas nuances, o seu papel dentro dos bancos consegue ir além da automatização, chegando a impulsionar as capacidades humanas”, diz Alan McIntyre, diretor executivo global e líder de Banking da Accenture. “É importante que os bancos interessados nos benefícios da IA empreguem a ‘inteligência aplicada’ – uma combinação entre tecnologia e talento humano – em todas as áreas de seus principais negócios. Para chegar a esse ponto, eles precisam do comprometimento dos mais altos níveis de liderança e da compreensão que esta evolução exigirá uma mudança drástica em suas forças de trabalho”.

De acordo com o estudo, 76% dos 100 executivos de alto escalão entrevistados afirmam que tecnologias inteligentes serão um ponto crítico para a diferenciação de suas empresas no mercado e 39% acreditam que esta será a tecnologia por trás de qualquer inovação que venha a ser implantada ao longo dos próximos três anos.

Embora os bancos reconheçam que acertar a medida na colaboração entre homem e máquina é um dos principais desafios, poucos agem para descobrir o real valor da combinação de pessoas e máquinas inteligentes. Por exemplo, executivos do setor bancário acreditam que, em média, apenas um em cada quatro funcionários está pronto para trabalhar com IA. Além disso, apenas 3% afirmam que suas empresas planejam aumentar significativamente os investimentos na recapacitação de seus funcionários ao longo dos próximos três anos.

“A falta de comprometimento dos bancos com qualificações e requalificações de seus funcionários, para que estejam prontos para colaborar com tecnologias inteligentes, prejudicará significativamente a capacidade de implantação e a obtenção dos benefícios oferecidos por elas”, afirma McIntyre. “A única forma dos bancos tirarem proveito do uso da inteligência aplicada é garantindo que os dados e sistemas sejam projetados para serem justos, transparentes e confiáveis – e as pessoas são essenciais para treinar estas máquinas e fazer com que se chegue a esse nível de inteligência artificial responsável.

Mais de um quarto (28%) dos 1.300 funcionários não executivos do setor afirma passar mais da metade do seu dia trabalhando com tecnologias inteligentes. No geral, os funcionários demonstram otimismo em relação ao impacto da IA: dois terços (67%) acreditam que ela irá ajudar na conciliação entre vida pessoal e profissional e mais da metade (57%) espera um aumento nas perspectivas de carreira.

A pesquisa também sugere a existência de uma base forte para apoiar o aumento dos investimentos em habilidades de IA. Entre os executivos de alto escalão, 67% acreditam que suas empresas criarão mais empregos ao longo dos próximos três anos por meio da Inteligência Artificial.

“Os bancos – na verdade, todas as empresas de serviços financeiros – têm muito trabalho a fazer antes de poderem determinar a melhor maneira de empregar ferramentas inteligentes”, afirma Andrew Woolf, líder de Talent & Organization na prática de Financial Services da Accenture. “Uma boa forma de começar seria traçando uma estratégia que abranja a empresa toda e que seja focada na inteligência aplicada, repensando como o trabalho é feito hoje e determinando quais passos precisam ser tomados para passar a um estado de colaboração avançada, onde os humanos ajudam a inteligência artificial a ajudá-los.”

Investimentos dos bancos em tecnologia somam R$ 19,5 bilhões em 2017, com crescimento acima da média mundial

Os investimentos e despesas em tecnologia no Brasil feitos pelo setor financeiro em 2017 somaram R$ 19,5 bilhões, um aumento de 5% em relação ao ano anterior. Em dólares, a alta (também afetada pela forte variação cambial do período) foi de 15%, acima da média mundial de 3,6% segundo dados da Gartner. Esse resultado é uma das novidades da Pesquisa de Tecnologia Bancária 2018 da FEBRABAN, realizada pela Deloitte, divulgada hoje. O estudo, já em sua 26ª edição, traz uma radiografia e tendências do comportamento do setor financeiro no que se refere aos investimentos e uso da tecnologia, bem como a relação dos consumidores com os canais de atendimento.

Quando comparado a outros setores, o setor financeiro compartilha a liderança dos investimentos em tecnologia com o governo, que, historicamente, é o segmento de mercado que mais investe nessa área. As transações bancárias em 2017 somaram 71,8 bilhões, com alta de 10% ante os 65,4 bilhões de 2016. “A indústria bancária brasileira segue robusta, madura e comprometida com os avanços tecnológicos presentes na sociedade”, afirma Gustavo Fosse, diretor setorial de Tecnologia e Automação Bancária da FEBRABAN.

Todo esse processo vem sendo reforçado pelo alto volume de recursos destinados pelos bancos ao setor. Os investimentos com software, que avançaram 15% em relação a 2016, representam metade do orçamento dos bancos em tecnologia. Hardware consumiu 32% dos investimentos, e telecom, 18%.

O executivo chama atenção para o desempenho do mobile banking, que reflete “o investimento maciço da indústria em usabilidade e oferta de novos serviços”. Os números desta 26ª edição da Pesquisa comprovam: as transações com movimentação financeira por aplicativos de celular saltaram 70%, impulsionadas pelo crescimento do pagamento de contas (+85%), transferências/DOC/TED (+45%), contratação de crédito (+ 141%) e investimentos/aplicações (+42%).

No total, foram realizadas 25,6 bilhões de transações através do canal mobile no último ano – alta de 38% em relação a 2016 – o equivalente a 35% de um universo de 71,8 bilhões de operações. A participação do mobile no total das transações bancárias cresceu 3,5 vezes em relação a 2011, confirmando-se como o preferido dos brasileiros para realizar operações bancárias.

Se os números envolvendo o mobile são expressivos, o fato é que ointernet banking também registrou avanço, modesto, porém significativo, no consolidado geral: foram 15,8 bilhões de transações (+2%) por esse meio. O número de transações com movimentação financeira aumentou 6%, de 3,4 bilhões de operações em 2016 para 3,6 bilhões em 2017. Juntos, mobile e internet banking contabilizam 5,3 bilhões de operações com movimentação financeira em 2017. No geral, os dois canais têm 58% de participação no total das operações (com ou sem movimentação financeira).

Não há dúvidas de que a indústria bancária vem atuando como indutora no uso dos meios digitais. Um item apontado pela Pesquisa foi o maior ritmo de adoção de agências pelo conceito digital, com atendimentos por meio de chats, telefone, e-mail ou videoconferência. O número dessas agências triplicou em relação a 2016: são 373 agências em 2017, ante 101 do ano anterior.

Canais tradicionais

Em 2017, o número de agências tradicionais teve uma ligeira queda. Em função das recentes aquisições, os bancos eliminaram as sobreposições existentes na rede bancária. Além disso, com o avanço dos meios digitais, as agências passam por uma readequação do seu modelo tradicional de negócio e adquirem um papel mais consultivo, com funcionários preparados para atender as novas necessidades e questionamentos trazidos pelos clientes.

O número de postos especializados de atendimento bancário (PABs) teve um leve aumento, de 3%, em 2017, enquanto o número de postos de atendimento eletrônico (PAEs) teve um movimento oposto, com uma leve queda de 6%. Assim, como nos anos anteriores, a rede de ATMS também teve uma ligeira queda em 2017.

A Pesquisa e a metodologia adotada

Realizada há 26 anos pela FEBRABAN, em 2018, a Pesquisa FEBRABAN de Tecnologia Bancária foi desenvolvida em parceria com a Deloitte e contou

com a participação de 24 bancos, que representam 91% dos ativos dessa indústria no País. O estudo foi feito por meio de um questionário online aplicado às instituições financeiras, entrevistas com especialistas, consolidação de dados públicos e também com pesquisas internacionais da Deloitte, para ampliar e aprofundar a análise dos dados.

“Os resultados da Pesquisa da Deloitte destacam que o DNA de transformação digital dos bancos consiste na exploração constante de novas tecnologias, tendo um objetivo em comum: uma melhor experiência para os clientes”, finaliza Paschoal Pipolo Baptista, sócio-lider de Banking & Capital Markets da Deloitte.

Para conferir a apresentação completa da pesquisa, acesse esse link. O relatório completo será lançado no CIAB FEBRABAN 2018, que acontecerá entre os dias 12 e 14 de junho (mais informações em www.ciab.org.br).

Blockchain: a tecnologia que transforma o setor financeiro

Por Guilherme Mairene Rodrigues

Com um público cada dia mais conectado, os bancos possuem o desafio diário de se reinventar, desenvolver novas plataformas e melhorar os seus processos internos. O blockchain, desenvolvido em meados de 2008, vem se tornando a tecnologia chave do sistema financeiro e promete ser um grande aliado para a modernização do setor durante os próximos anos, especialmente na forma de realizar pagamentos. A ferramenta – também conhecida como encadeamento de blocos – permite o envio de moedas virtuais, como o Bitcoin, e a criação de um registro dessas transações de forma rápida, segura e transparente, diferente dos meios tradicionais.

Além disso, devido ao potencial para redução de custos e aplicabilidade, muitos bancos e startups já começaram a explorar e implementar o sistema. A tecnologia tem sido eficaz porque simplifica a distribuição e descentraliza as informações. Por meio de um livro de registro, dados de todas as operações realizadas são armazenados, com isso, nenhuma transação pode ser manipulada, ou seja, nenhum usuário pode alterar um único byte de informação dos processos já realizados.

Entre suas variadas aplicações, os pagamentos internacionais são os mais visados no momento, pois permitem a transferência de valores para qualquer lugar do mundo, de forma instantânea e sem intermediadores. Esta plataforma poderosa também está aberta para os registros contábeis de empresas em geral, universidades, entre outras entidades. O fato é que a inteligência blockchain será capaz de promover grandes mudanças nos métodos corporativos, com a implantação do mercado das criptomoedas, que vem crescendo a cada dia.

A tendência já é realidade em muitos bancos internacionais com a criação de suas próprias criptomoedas (Ripple, por exemplo). Diversas empresas já aceitam o Bitcoin como pagamento de seus serviços, pois os recursos para administrar a moeda virtual são inúmeros, como a criptografia de dados, a conversão de moedas, a verificação de autenticidade da informação, o backup automático ou manual de suas informações, entre outros. Além de altamente segura e inteligente, a tecnologia do blockchain possibilita o investimento em diferentes áreas de atuação no mercado – sendo este um grande passo para asegurar a competitividade no setor.

Guilherme Mairene Rodrigues é Principal of Technology da FH, empresa de tecnologia especializada em processos de negócios e software.

ABFintechs e Insper firmam parceria para atrair talentos para o mercado empreendedor

A Associação Brasileira de Fintechs e o Insper, instituição sem fins lucrativos de ensino superior e pesquisa, anunciam um acordo que tem por objetivo central aproximar talentos ao mercado empreendedor, principalmente das fintechs. A parceria, iniciada em março deste ano, contempla dois eventos e, ainda, abre espaço para que as fintechs possam cadastrar suas vagas de trabalho no banco de oportunidades da universidade.

“O Insper é um núcleo empreendedor, pois prepara seu aluno para o mercado de hoje. Essa parceria é extremamente valiosa às fintechs, já que teremos acesso a talentos que têm os valores empreendedores que o Insper incentiva e que são muito importantes para nós” pontua Rodrigo Soeiro, diretor-presidente da ABFintechs.

Entre os eventos acordados, o primeiro deles é o Fintech Day, que acontece no dia 18 de abril, em que a ABFintechs levará cerca de 20 fintechs associadas para divulgarem seus negócios no campus do Insper. O segundo evento, que acontece no segundo semestre deste ano, ainda está em desenvolvimento.

Sobre o Fintech Day

O evento irá debater e fomentar temas relacionados ao ecossistema das fintechs, gerando compreensão sobre as mudanças de mercado, tendências e stakeholders importantes. Na ocasião, haverá quatro painéis de debates: regulamentação, criptomoedas, investimento e crédito.

Estarão presentes as fintechs: Acesso, App RF, Atlas Project, Banco de Formaturas, Bancoin, Bene, Biva, DinDin, Exchange Câmbio e Comex, F(x), Foxbit, ISF, Juntos, Kavod Lending, Nexoos, SmartMEI, Urbe.me e Yubb.

Agibank lança cartão de crédito e débito

O Agibank, banco totalmente digital, anuncia que sua oferta está ainda mais completa com a chegada do cartão múltiplo. A partir deste mês os clientes já podem solicitar, gratuitamente, o cartão de débito e crédito com a bandeira Mastercard e abrangência internacional. A solicitação é feita diretamente pelo app, de forma muito simples e rápida.

Com o propósito de fazer o dia a dia das pessoas melhor, o Agibank prioriza o desenvolvimento de produtos e serviços que gerem extremo valor para os clientes, através de tecnologias disruptivas que tornem a experiência cada vez mais única e personalizada.

O cartão de débito e crédito é totalmente gratuito no primeiro ano e permite compras à vista ou a prazo, dentro e fora do Brasil, além de saques em mais de 20 mil caixas eletrônicos da rede 24Horas. A partir do segundo ano, há condições especiais para que a isenção seja mantida.

“Nossa ambição é que os clientes, pessoa física ou jurídica, se sintam atendidos de forma diferenciada e que encontrem no Agibank uma alternativa segura, moderna e ágil para se relacionarem, receberem seu salário, realizarem todas suas movimentações e seus investimentos”, explica Glauber Correa, CCO, Chief Commercial Officer.

Outra novidade para os correntistas do Agibank é a possibilidade de realizar investimentos em CDB também pelo smartphone. O aporte mínimo requerido é de R$ 1 mil e os clientes podem escolher entre seis planos, com carência entre 1 e 48 meses, com várias opções de investimentos e prazos.

“Agora, nossos clientes podem investir pelo celular de qualquer lugar. Oferecemos investimentos com diversas condições, para que estes se adequem ao perfil/disponibilidade de cada cliente. Aqui, independente do capital disponível, todo mundo pode se tornar um investidor. Todo processo é feito de maneira rápida, segura e sem burocracia”, ressalta Correa.

As condições para solicitação do cartão múltiplo Agibank e as regras para os investimentos estão disponíveis no aplicativo e no site: www.agibank.com.br/.

A bola da vez no mercado financeiro mundial

Por Maria Teresa Fornea

Recentemente participei do Paris Fintech Forum, um dos maiores eventos de fintehs da Europa, onde tive a oportunidade de acompanhar as principais tendências que vão transformar o mercado financeiro nos próximos anos. Após ouvir CEOs de diversas fintechs, grandes bancos e players de mercado de capitais de todo o mundo sobre as mais diferentes inovações, acredito que os conceitos que se perpetuarão fortemente no mercado de agora em diante são customização, integração e foco no core business.

Dando um passo a frente, a Europa já aprovou o regulamento PSD2 (diretiva revisada sobre os serviços de pagamento), tendência que mudará globalmente o setor bancário da forma como conhecemos hoje. Agora, os clientes dos bancos, tanto consumidores como empresas, poderão contratar outros fornecedores para administrarem suas finanças, o que abre novas oportunidades para os clientes.

Com a diretiva, os bancos europeus serão obrigados a fornecer as informações bancárias de seus clientes via APIs para terceiros. No Brasil, essa inovação do open banking ainda não acontece, principalmente porque os bancos ainda tentam proteger o atual oligopólio, dificultando essa divisão de dados e a integração de outras soluções financeiras na conta do consumidor. Todavia, acredito que nesse sentido o ponto não é se essa mudança regulatória ocorrerá por aqui, mas quando ocorrerá.

Fato é que a forma como as pessoas consomem serviços financeiros está mudando, e tanto bancos quanto empresas terão que se adaptar. Agora, quem decide como quer realizar a contratação de seus diversos produtos financeiros são os próprios clientes e é aí que entra o conceito de customização. O consumidor dessa nova era digital poderá optar por ter conta corrente em um banco, cartão de crédito de outro, pegar empréstimo em uma fintech, e fazer um investimento em outra, e assim por diante, utilizando serviços das mais diferentes empresas de acordo com o que deseja.

Por isso, a questão do compartilhamento de dados bancários é muito importante, pois é essa inovação que vai continuar evoluindo o setor. Até porque, no fim das contas, esses dados não são dos bancos, e sim dos clientes, que podem fazer uso deles da forma como lhe convir, escolhendo o melhor serviço para seu objetivo.

Interligado a esse conceito de customização, vem a outra tendência para o mercado financeiro, que é a de integração. Com os clientes buscando cada vez mais serviços personalizados, as empresas também têm que se ajustar a esse novo cenário, e integrar é a palavra-chave para continuar acompanhando a velocidade com que o mercado está evoluindo.

Para maximizar o valor do serviço entregue ao cliente, as empresas terão que concentrar seus esforços no core business (e aqui chegamos a terceira grande tendência do mercado financeiro), e se integrarem com outros negócios para ganharem expertise e capilaridade em áreas que não são seu foco original. Com isso, as plataformas de serviços financeiros passarão a funcionar como um “LEGO”. Ou seja, os consumidores não vão mais apenas dizer “sou cliente de tal banco”, mas sim “eu utilizo um produto de determinado banco”. Assim, todas essas plataformas financeiras vão se conectar, em um novo universo mais aberto e cooperativo, e o cliente poderá orquestrar a estrutura do seu LEGO de finanças da maneira como desejar.

Na Bcredi, por exemplo, trabalhamos com crédito imobiliário e oferecemos um produto de ciclo longo, que vai desde a originação até a gestão da carteira do crédito. Dentro disso, é difícil desenhar todo o serviço de ponta a ponta, por isso também precisamos integrar para ganhar mais expertise. Então a ideia é focar nos diferenciais, que ninguém mais oferece no mercado, e buscar o conhecimento de outras soluções para englobar na nossa plataforma com o objetivo de sempre entregar o melhor serviço.

Com essa movimentação constante do mercado, daqui para frente o diferencial das fintechs também se dará através do processo criativo. Isso porque, na era da inteligência artificial, qualquer processo repetitivo que possa ser aprendido por um robô, será substituído por um robô. Com isso, o capital humano intelectual de pessoas que pensam “fora da caixa” será cada vez mais fundamental.

Diante de todo esse cenário, a conclusão que fica é que a coleta de dados para entender o comportamento e as necessidades do cliente ao longo de toda a cadeia é a grande inovação para os próximos anos. O mercado está se transformando e o avanço da tecnologia será o principal fator para, no final do dia, entregarmos a melhor experiência para o cliente.

Maria Teresa Fornea é cofundadora da Bcredi, fintech que oferece crédito imobiliário de forma rápida e descomplicada em um processo 100% online.

Por que as Fintechs são a bola da vez

Especialista aponta oportunidades e desafios para essas empresas

Em meados dos anos 1960, o Banco Bradesco investiu em um computador da última geração, um IBM 1401, com apenas 4k de memória. Logo após unificou sua rede de agências com telex. Já nos anos 70 e 80 os mainframes eram caríssimos, mas lá estava o Banco investindo na sua implantação. Chegou a década de 90 e vieram investimentos em fibra óptica, laser e rede de alta velocidade em longas distâncias. Tudo isso para preparar o terreno do que aconteceria nos anos 2000: o primeiro Internet Banking do hemisfério sul. “Enquanto muitos achavam aquilo tudo um desperdício de dinheiro, os fundadores Amador Aguiar e Lázaro Brandão já enxergavam o que hoje se tornou óbvio: ganhos de escala só combinam com automação de processos e somente a tecnologia é capaz de suprir essa necessidade”, comenta Pedro Paulo Moraes, sócio da Organica, empresa focada na aceleração de negócios e pessoas dentro da lógica da Nova Economia. “Graças a essa ousadia, o Brasil se consolidou como referência mundial em inovação e segurança bancária.”, complementa.

Durante algumas décadas, as grandes instituições bancárias navegavam em um mercado de baixíssima concorrência e de uma barreira de entrada praticamente intransponível, mas hoje em dia esse cenário mudou. Bancos gigantes e tradicionais enfrentam a concorrência acirrada com empresas fundadas por jovens, enxutas e ofertantes de serviços e soluções diferenciadas, são as chamadas fintechs. Mas, como isso foi possível de uma hora para outra?

Com algumas fintechs aceleradas pela Organica, Pedro Moraes separou alguns fatores que explicam esse fenômeno:

Paradoxo da Abundância

Antigamente os recursos (humanos e financeiros) eram escassos e caros. Apenas grandes bancos dispunham de tais recursos para investir, tornando uma barreira praticamente impenetrável para novos entrantes no mercado. Hoje, tais recursos se tornaram baratos e abundantes: energia elétrica se consegue de graça (através do sol e do vento, por exemplo), conexões de redes e acesso à internet estão cada vez mais rápidas e baratas, grandes servidores podem ser compartilhados por várias empresas na nuvem, altos custos de aquisição foram substituídos pelo pagamento mensal em valores muita mais baratos (SaaS, por exemplo), os algoritmos e linguagens se tornaram populares e amplamente difundidas, as tecnologias de telecomunicações permitem que diversos colaboradores estejam alinhados e participativos mesmo a quilômetros de distância, sem a necessidade de um espaço físico. O próprio blockchain, tecnologia por trás do bitcoin, traz oportunidades de ganho de escala a custos baixíssimos. Isso tudo eliminou a barreira de entrada.

Explorando ineficiências

Como o mercado bancário era praticamente impenetrável, as grandes instituições se acomodaram. O foco no cliente não era tão profundo. A cultura de gestão ficou ultrapassada enquanto as fintechs com pouquíssimos funcionários eram capazes de entregar mais rápido e melhor através de metodologias agile, scrum, squads, OKRs, entre outras. Um modelo de negócio de uma fintech que não demonstra o resultado esperado é rapidamente alterado (ou pivotado, como se diz) e as probabilidades de êxito aumentam imediatamente.

Mercado

O mercado brasileiro é enorme e pouco explorado. Existe uma parcela gigantesca da população considerada ” esbancarizada”, que foram esquecidos pelos bancos tradicionais e estão sedentos por ofertas de soluções a baixo custo de forma personalizada, gerando uma oportunidade para as fintechs..

Marketing

Assim como metodologias de gestão mencionadas anteriormente, as startups já nascem com DNA de Marketing, seja de performance (aquele que visa divulgar a marca através das redes sociais) ou de branding (aquele que desenvolve o branding, storytelling, cultura, etc.). Uma boa estratégia de Marketing diferencia a empresa e atrai os clientes dos bancos tradicionais.

Foco e Verticalização

Diferentemente dos bancos tradicionais, que tem sua estrutura horizontalizada, as fintechs preferem dar foco a nichos ou verticais: algumas são especializadas apenas em crédito, outras em seguros, ou apenas em investimentos, etc. O resultado disso é maior agilidade e velocidade na criação de novos produtos e identificação das necessidades dos clientes.

Por outro lado, as fintechs tem como principal desafio vencer a regulamentação de mercado. No Brasil (e no mundo), existem órgãos como Banco Central, Susep, CVM que olham para essas empresas com certa desconfiança, por isso não dão as permissões legais para atuação. Importante que haja uma união das fintechs para criarem órgão que os representem e facilitem no processo de incorporação para que o país não deixe de estar na vanguarda da tecnologia bancária.