Por Daniel Goettenauer, especialista em Inovação do Manaus Tech Hub
Podemos pensar a tecnologia blockchain como algo que permite aos usuários transferir valor, dados ou recursos, entre si, sem a necessidade de um intermediário tradicional (bancos, cartórios, etc). A troca é registrada em um “livro razão digital”, que é compartilhado por todos os usuários da blockchain. Este livro razão compartilhado fornece uma visão transparente dos detalhes dos ativos, incluindo quem possui o recurso, bem como informações descritivas, como, qualidade ou localização.
Além do registro das informações, existe o conceito, chamado de “contratos inteligentes” ou “smart contracts”, que permite aos usuários codificar partes significativas de um processo, acordo ou tarefa de fluxo de trabalho. Desta maneira, quando ocorre uma transação, o software executa automaticamente uma ação ou conjunto de ações, de acordo com as especificações do “contrato inteligente”, que nada mais é do que um programa codificado para ser executado na blockchain.
Como o blockchain auxilia no agronegócio?
A tecnologia blockchain tem sido cada vez mais explorada para beneficiar o agronegócio em diversas áreas, como por exemplo na rastreabilidade, onde já é possível rastrear toda a cadeia de suprimentos. É possível saber também a quantidade de defensivos utilizados em uma determinada produção ou monitorá-la para certificar-se de que aquele pedaço de carne ou pacote de café tenha garantido um determinado processo desde a produção até o destino. Assim, cresce também a segurança do processo, pois, com mais rastreabilidade, diminui-se o custo e aumenta a eficiência em assegurar a produção, a logística, entre outras questões.
Ainda estamos caminhando para o uso dessa tecnologia em larga escala no campo, mas é importante destacar que ela fortalece a confiança e a transparência das relações de toda a cadeia, antes, dentro e depois da porteira. Por fim, podemos dizer então, que o blockchain se torna uma prova concreta de respeito a todos os consumidores, tanto intermediários quanto finais.
Por Mathias Steiner – Gerente de Tecnologia Industrial e Ciência, IBM Research – Brasil
A agricultura representa mais de 70% do consumo anual de água no mundo. Com fazendas pequenas produzindo quase 80% dos alimentos para os países em desenvolvimento, garantir a qualidade e a segurança do nosso suprimento de água é algo fundamental. A análise química para a agricultura depende, muitas vezes, de testes de laboratório caros e demorados, realizados longe da fazenda. Como resultado disso, essa análise é feita com pouca frequência e fica limitada a um número pequeno de amostras.
Dessa forma, nosso time se propôs a encontrar uma maneira de simplificar esse processo e fazer com que seja acessível para o pequeno agricultor monitorar a saúde do solo e da água. Esse protótipo, o AgroPad, permite a análise química em tempo real, e in loco, de uma amostra de solo ou água, usando para isso a Inteligência Artificial.
Então, como isso funciona?
Uma gota de água ou amostra de solo é colocada no AgroPad, que é um dispositivo de papel do tamanho de um cartão de visita. Com isso, o chip microfluídico dentro do cartão realiza uma análise química da amostra, no próprio local, e disponibiliza o resultado em alguns segundos.
Os resultados desses testes colorimétricos são exibidos por meio de um conjunto de círculos no verso do cartão, com a cor de cada um deles representando a quantidade de um determinado elemento químico na amostra. A partir daí, o produtor só precisa utilizar seu smartphone com um aplicativo dedicado para fotografar o AgroPad e receber de forma imediata o resultado do teste químico. AgroPad: “AI on the edge”
Essa abordagem de computação, chamada “AI on the edge”, usa algoritmos de aprendizado de máquina e também de processamento de imagem para traduzir a composição e a intensidade das cores medidas em concentrações de elementos químicos na amostra, tornando-a mais confiável do que testes baseados apenas no olhar humano. Esses dados podem ser transmitidos simultaneamente para uma plataforma de computação em nuvem e rotulados com uma etiqueta digital que identifica unicamente o teste, juntamente com a hora, a localização e os resultados da análise química. A plataforma de nuvem permite o gerenciamento e a integração de milhões de testes individuais realizados nos mais diversos horários e locais. Essa é uma característica importante para que seja possível monitorar, por exemplo, a mudança na concentração de fertilizantes em uma determinada região ao longo do ano.
Atualmente, temos uma solução-protótipo baseada em cinco parâmetros para testes de solo e água que medem pH, nitrito, alumínio, magnésio e cloro. Além de estarmos ampliando continuamente a biblioteca de indicadores químicos disponíveis para implantação, cada AgroPad pode ser personalizado com base nas necessidades do usuário.
Como os testes em papel podem ser realizados com segurança por qualquer pessoa – sem que ela precise ser uma especialista na área –, a coleta pública de dados com digitalização instantânea em sensoriamento químico torna-se uma possibilidade real. Unindo a produção em massa e o baixo custo do dispositivo baseado em papel com o alcance em grande escala por meio de tecnologias móveis e nuvem, o protótipo exploratório pode revolucionar a agricultura digital e os testes ambientais.
O Agronegócio no Brasil passa por um momento único. Está em voga. Tanto é que tem presença diária em rede nacional e ainda dizendo que o “AGRO É TUDO!”. Mas é muito mais que essa propaganda. Uma publicação recente da ESALQ (USP), divulgada em abril deste ano, apontou que o número de startups no Brasil ligados ao AGRO passou de 200 empresas. Já em Israel, para efeito comparativo, o número de startups nesse setor superou a marca de 500 empresas. Não é por acaso que Israel é líder na produtividade da pecuária de leite e também tem despontado no uso de inteligência artificial nas lavouras.
NOVO CONSUMIDOR
Vivemos em um novo tempo no quesito mudança nas relações interpessoais e na relação das pessoas com empresas e com produtos/serviços. O nível de exigência do consumidor atingiu índices surpreendentes. São inúmeros os casos de consumidores que gravam vídeos ou depoimentos com experiências extraordinárias ou péssimas de produtos. E o alcance dessas publicações é assustador, forçando respostas rápidas e efetivas por parte das empresas envolvidas na tentativa de atenuar os efeitos danosos à marca.
Não obstante a isso, o novo consumidor está conectado (e isso tende a aumentar cada vez mais). A necessidade de permanecer conectado equivale a necessidade de luz elétrica nos tempos passados, a busca por alimentos mais saudáveis, a preocupação com as questões ambientais, a destinação seletiva do lixo, a prática de atividade física e vários outros aspectos que caracterizam “o novo consumidor”.
O consumidor está com “o poder do acesso a informação” e exigirá cada vez mais. Garantir a rastreabilidade e a segurança alimentar tornaram-se exigências do consumidor, levando os órgãos públicos a exigirem cada vez mais, por força de lei, “transparência e clareza” das informações no rótulo dos produtos. O consumidor monitora tudo, comenta e muitas vezes compartilha em suas redes de relacionamentos.
Esse novo consumidor exige novos modelos de negócios (produtos e serviços) e aí há um leque de possibilidades. Sua empresa está pensando em novos mercados ou novos negócios com base digital? Tem sido cada vez mais comum relatos de clientes dizendo que não sabem qual foi a última vez que esteve numa loja física de supermercado. Ainda acrescentam em tom provocativo: “minhas lojas e produtos preferidos estão no meu smartphone”; “ir ao supermercado é perda de tempo” ou ainda, “gosto de receber as compras em casa, sem ter que carregar sacolas”.
A primeira observação importante é que esse novo consumidor também está dentro das organizações. Isso mesmo. Seja na liderança de startups na condição de empreendedor ou provocando mudanças disruptivas dentro de outras organizações. Inclusive, quando não encontram ambientes favoráveis a criatividade e com desafios, não permanecem. A segunda observação diz respeito a inquietação dos gestores, no sentido de entender tudo que está acontecendo no mercado e ao mesmo tempo, preparar sua organização para os novos desafios da “ERA DIGITAL”.
MODISMOS OU ENXURRADA TECNOLÓGICA?
Há uma lista interminável de termos e tecnologias que estão na “moda”, com destaque para algumas, a começar por Agricultura 4.0, Pecuária 4.0, Indústria 4.0, Logística 4.0, Big Data, Omni-Channel, Machine Learning, Customer Experience, Streaming Data, ChatBot, DevOps, Micro-service e Digital Transformation. Na prática o que está acontecendo é uma enxurrada de inovações tecnológicas em hardware, software e serviços, possibilitando e promovendo uma verdadeira revolução no mundo dos negócios e na vida das pessoas, como ocorreu na clássica “Revolução Industrial” na Europa nos séculos XVIII e XIX.
Em outras palavras, a inquietação dos gestores se deve ao tamanho do desafio de estruturar e liderar nas organizações as mudanças necessárias para superar esses desafios. Se há gestores tranquilos diante de tal cenário, é bem provável que não tenham visualizado os impactos gerados pela tecnologia e, principalmente, o que está por vir. A exemplo disso, acompanhamos nos últimos 15 anos o aumento significativo do papel dos profissionais de TI dentro das empresas, ganhando espaço, poder e ramificações em todas as áreas de negócio. Arrisco dizer que toda empresa num futuro breve terá base digital. O profissional do futuro será multidisciplinar.
Os profissionais de TI precisam superar o estigma de “muito reservados”, “segregados numa sala fechada”, “jargão estritamente técnico” e outros. Se quiserem ocupar cargos de liderança, terão que desenvolver novas habilidades, sobretudo de ouvir o cliente interno, cliente externo, desenhar cenários, tangibilizar suas ideias e propostas de solução, pois será necessário interagir com pessoas de diversos perfis nas mais variadas áreas de negócios, o tempo todo.
Por onde começar a jornada de transformação digital na sua empresa? Quem deve liderar esse movimento? Quem deve participar das discussões? Há um caminho ou caminhos nesse processo? Qual o papel das pessoas nos novos modelos de negócios? As pessoas da sua empresa estão preparadas para esse processo? Note que são indagações amplas que reforçam a necessidade de um “plano de vôo”, com base na análise de cenários, entrevistas, observações, mapeamento de processos, avaliação de pessoas em suas respectivas funções, avaliação do nível de maturidade das tecnologias usadas nas empresas, mapeamento de GAPs e definição de um norte, com ações de curto, médio e longo prazo.
Uma expressão incômoda e muito comum: como não pensei nisso antes!
As reflexões propostas acima compõem um mix de ações no processo da Transformação Digital. A única certeza é que não se trata de algo simples de fazer, más é necessário à sobrevivência do negócio, sob o risco da obsolescência, como foi o caso de muitas marcas lendárias e conceituadas que desapareceram.
É preciso estruturar um Plano com as diretrizes de forma a entender o cenário atual e projetar o cenário futuro. Quem não agir proativamente no sentido de construir o futuro, será coadjuvante de um futuro criado por terceiros. Quem nunca expressou: Eu deveria ter pensando nisso antes! Há também aqueles que até pensaram, mas não foram ousados o suficiente para arriscar na implementação de suas ideias. Sem um esforço coordenado de pensar o futuro, a empresa incorre no erro de tomar decisões pontuais, aleatórias e de curto prazo, sem qualquer reflexo no posicionamento estratégico da empresa para os desafios da era digital.
No Brasil, há vários desafios para o AGRO crescer e ocupar novos patamares na era digital. Se você atua no AGRO, recomendo a leitura dois tópicos a seguir, como forma contextualização da aplicação prática das ações de Transformação Digital “dentro da porteira”, no campo.
A crescente demanda por alimentos devido ao aumento da população mundial tem gerado uma verdadeira corrida na busca pelo aumento da produção. De um lado a busca por melhoramento genético tem agitado o setor de pesquisas. Do outro a busca por uma melhor gestão das atividades no campo, desde o plano de plantio até a gestão da produtividade por área plantada. Isso passa por investimentos em maquinários sofisticados, estudos de variabilidade do solo, qualificação profissional, dentre outros.
Na pecuária ocorre algo similar, sobretudo na busca pelo DNA perfeito, por meio de estudos detalhados da genética do rebanho, nas respectivas raças, visando identificar a sua adequação para cada região do país. Por exemplo, uma vaca da raça holandesa está “em casa” na região de Castro (PR), ao passo que essa mesma raça estaria extremamente desconfortável no Sul da Bahia. Mesmo que nessa região ocorram chuvas regulares por conta da Zona da Mata, as temperaturas são altas, se comparado com o estado do Paraná. Isso implica diretamente na produtividade do rebanho.
Nota-se a importância desses estudos para indicar a raça mais adequada (holandesa, nelore, jersey, girolando, guzerá, angus e outros), a depender da finalidade (bovinocultura de corte ou leite). Esses são apenas alguns exemplos dos desafios no campo, naquilo que é chamado de desafios “dentro da porteira”.
Por fim, e para reflexão sobre a necessidade de diminuir a distância entre produtor e o consumidor, veja o resultado de uma pesquisa realizada nos EUA:
“Para milhões de americanos, vacas marrons produzem leite achocolatado”, assim foi revelado em uma pesquisa divulgada pelo jornal ‘Washington Post’ (2017), mostrando que 7% dos entrevistados acreditam que essa seja a origem do leite achocolatado. Isso significa que 16,4 milhões de pessoas no país não sabem que se trata de um produto industrializado, feito com leite, chocolate e açúcar. O levantamento também mostrou que os americanos não sabiam informações básicas sobre agricultura e pecuária.
James Cisnandes é gerente de Relacionamento da Vertical Agribusiness da Engineering do Brasil – subsidiária da multinacional italiana fornecedora de soluções e serviços de TI.
O desempenho positivo do agronegócio brasileiro, mesmo durante o período de recessão econômica, está sendo acompanhado pela forte expansão no número e na qualidade de novas empresas de base tecnológica com foco na inovação para o agronegócio. Com a coleta de dados ainda em andamento para o 2o Censo AgTech Startups Brasil, é possível concluir que o crescimento do ecossistema de startups agro é significativo.
Já é possível afirmar que em sua segunda edição, o levantamento inédito no Brasil produzido em parceria pela AgTech Garage e a Escola Superior de Agronomia Luiz de Queiróz, da Universidade de São Paulo, vai apresentar um aumento superior a 150% em menos de 2 anos no número de startups voltadas para o agronegócio. Enquanto o mapeamento de 2016 apontou a existência de 75 dessas empresas no Brasil, somente as startups que participam da rede da Agtech Garage já somam quase 200. Não há dúvidas entre os organizadores: o número final a ser anunciado em junho será ainda maior.
“Vamos mostrar para o mundo a maturidade e a relevância do ecossistema de startups do agro brasileiro,” afirma o diretor da AgTech Garage, José Tomé. Ele destaca que a segunda edição do Censo será mais completa e impactante, reunindo dados vitais para iniciativas de fomento às startups focadas no agronegócio.
A coleta de dados para a segunda edição do Censo começou em abril, por meio de questionários preenchidos online, que serão avaliados e tabulados em maio. Os números finais do mapeamento, que tem abrangência nacional, serão divulgados em junho e incluirão um quadro com o panorama brasileiro das startups distribuidas por área de atuação e um infográfico com base nas respostas obtidas de todos os empreendimentos.
A base já mapeada para a primeira edição do Censo será o ponto de partida, segundo o Professor do Departamento de Genética da ESALQ/USP e um dos coordenadores do levantamento, Mateus Mondin. “O primeiro Censo abriu os olhos de empreendedores, investidores, governo e agências para o mundo. Os dados foram apresentados em diversos eventos pelo Brasil e o mundo, o que fez com que muitas entidades se organizassem para desenvolver formas de incentivo ao empreendedor agtech.”
Para Mondin, o segundo Censo será mais impactante, ampliando a visibilidade internacional para o ecossistema agtech do Brasil e para as startups brasileiras. “O novo relatório terá distribuição global, o que vai atrair ainda mais os olhos do mundo. Não seremos mais vistos apenas como mercado consumidor e sim como protagonistas, dentro do seleto grupo de ofertadores de tecnologias agro,” concluiu.
O novo Censo segue uma tendência mundial de mapeamento da atuação de startups agro. Trata-se de um formato adotado por instituições de grande destaque, como a plataforma de análise de inteligência de mercado na tecnologia CB Insights, sediada em Nova York, a Startup Nation Central em Israel e, mais recentemente, a The Seed Projects, que mapeou startups na África. A expectativa dos organizadores para o Censo é clara: será o quadro mais detalhado e completo sobre o momento e a evolução das startups agro brasileiras.
No contexto do agronegócio, a palavra em inglês ‘yield’ significa rendimento, colheita, volume de produção. Foi com o objetivo de promover o aumento sustentável na produção global de alimentos que o The Yield Lab, ou laboratório da colheita em tradução livre, foi criado em 2014 na cidade de St. Louis, no centro do meio-oeste americano – uma das principais regiões agrícolas dos Estados Unidos.
Hoje, o The Yield Lab é reconhecido como primeira aceleradora de startups do mundo com foco no agronegócio. É também uma das visitas mais aguardadas pelos produtores, empreendedores e executivos brasileiros que vão participar da Missão AgTech Garage – Destino EUA, que acontece entre os dias 7 e 14 de abril.
“É um exemplo maduro de aceleração no agro, que impressiona pelos bons resultados que coleciona e vai permitir que o grupo conheça exemplos concretos de como impulsionar uma startup, para que ela evolua e atinja um novo patamar,” explica o diretor da AgTech Garage, José Tomé.
Hoje, o The Yield Lab acelera empreendimentos inovadores sem distinção de país ou especialidade, que buscam revolucionar os sistemas de produção alimentar para garantir o fornecimento global cada vez mais sustentável. Os programas de aceleração dão acesso a financiamento, acompanhamento por especialistas altamente qualificados, uma rede global de contatos e conexões com produtores relevantes para cada projeto acelerado.
A própria localização do The Yield Lab, em St. Louis, é altamente relevante. A cidade é um dos grandes centros de pesquisa, desenvolvimento e fomento especificamente para o agronegócio americano e global. São iniciativas que buscam ideias inovadoras e estão equipadas para alavancar projetos que demonstrem verdadeiro potencial.
Exemplo disso é a S4 AgTech, listada pela Revista Forbes entre as 25 startups agro mais inovadoras do mundo. Formada na Argentina, a empresa foi ‘acelerada’ pelo The Yield Lab, o que foi fundamental para a entrada no mercado americano segundo o engenheiro agrônomo pela ESALQ/USP e gestor da empresa nos EUA, Carlos Hirsch: “O programa de aceleração da The Yield Lab se destaca pelo alto nível dos mentores e investidores envolvidos, com profunda experiência e relacionamento no universo agro. Sem contar que todo o ecossistema de St. Louis é muito vibrante,” comenta.
A Missão AgTech Garage também irá à California, para uma série de visitas no Vale do Silício e também à cidade de Salinas, considerada a capital mundial da tecnologia dedicada ao agronegócio. Os empreendimentos e instituições no roteiro, que inclui outras aceleradoras relevantes de AgTech como Thrive e Terra Accelerator, foram pesquisados pela AgTech Garage para proporcionar aos participantes experiências que incluam o que há de mais inovador e bem-sucedido no fomento ao desenvolvimento tecnológico do agronegócio.
“São exemplos concretos da cultura de inovação e agilidade que caracteriza as startups, isso tudo focado no universo do agronegócio, o que vai permitir que os participantes identifiquem com mais facilidade oportunidades para parcerias e novos negócios,” conclui José Tomé.
As inscrições para a Missão AgTech Garage – Destino EUA ainda estão abertas e os espaços são limitados. Interessados devem entrar em contato com a AgTech Garage pelos contatos no site da instituição.
MISSÃO AGTECH GARAGE – DESTINO EUA Datas: 7 a 14 de abril de 2018 Destinos: Vale do Silício, Salinas, St. Louis Agenda, informações e inscrições: http://www.agtechgarage.com/missao/
A fazenda do futuro utilizará tecnologias de Internet das Coisas (IoT) para criar ambientes de trabalho mais seguros e reduzir riscos para a força de trabalho. É o que diz um estudo independente encomendado pela Inmarsat, empresa de comunicações móveis globais por satélite (LSE: ISAT.L), que mostra que metade das empresas agritech (de tecnologia agrícola) fortalecerá as práticas de segurança e saúde do setor por meio da adoção de IoT.
A Vanson Bourne, empresa especializada em pesquisas de mercado, entrevistou 100 empresas agritech de todo o mundo como parte do estudo The Future of IoT in Enterprise da Inmarsat. Ela mostra que 49% das empresas agritech colocam a melhoria da saúde e da segurança como uma das principais motivações para o desenvolvimento de soluções IoT, acima de monitorar mudanças ambientais (48%) e identificar ganhos de eficiência e oportunidades de redução de custos (45%). Na mesma linha, 40% esperam que a IoT melhore significativamente as práticas de saúde e segurança em um futuro próximo.
Comentando os resultados, Chris Harry-Thomas, diretor de Estratégia Agritech da Inmarsat Enterprise, revela: “Apesar dos esforços do setor para melhorar a saúde e a segurança na agricultura, uma pesquisa (em inglês) da Organização Internacional do Trabalho revela que a taxa de acidentes fatais permaneceu elevada e a agricultura continua sendo o setor mais perigoso do mundo. A pesquisa estima que 170 mil trabalhadores agrícolas morrem em serviço todos os anos e que milhões de outras pessoas são lesionadas em acidentes com maquinaria agrícola ou sofrem efeitos negativos no longo prazo sobre a saúde decorrentes da exposição a agrotóxicos e pesticidas.
“Com a Quarta Revolução Agrícola já em curso, a IoT pode oferecer às empresas agritech uma grande quantidade de soluções para esses desafios. Sistemas automatizados habilitados pela IoT podem reduzir o risco, afastando os trabalhadores dos procedimentos mais perigosos como o levantamento de materiais pesados ou o uso de máquinas perigosas. Máquinas automatizadas também podem em geral reagir mais rapidamente a emergências, monitorando e parando equipamentos antes que ocorra uma ameaça à segurança do trabalhador. O setor também está aproveitando a Internet das Coisas com as tecnologias wearable. Esses dispositivos integrados em relógios, capacetes e roupas podem detectar quedas e monitorar a saúde do pessoal por meio da medição da frequência cardíaca e da temperatura, permitindo que as empresas agrícolas reajam mais rapidamente às emergências e forneçam atendimento médico de urgência a quem se ferir”.
Harry-Thomas acrescenta: “À medida que a agricultura se expande para terras novas e distantes, a conectividade terrestre torna-se cada vez mais limitada. Os trabalhadores também são expostos a um risco maior, pois estão mais isolados e mais distantes dos serviços de emergência. A comunicação por satélite, portanto, tem um papel integral a desempenhar, pois permite que as tecnologias de ponta sejam acessadas nas áreas mais remotas do planeta, equipando fazendas com redes de dispositivos automatizados e sensores para proteger os trabalhadores”.
“Temos uma paixão por aumentar o impulso da Internet das Coisas e criar ambientes de trabalho mais seguros e mais produtivos em todo o mundo. É encorajador ver que o setor está tomando medidas para desenvolver e implementar essas tecnologias e salvaguardar a saúde, segurança e bem-estar de seus funcionários”.
As redes de comunicações por satélite oferecem uma elevada cobertura e confiabilidade, que é crítica em casos de condições climáticas extremas ou de emergência, ou ainda ampliando a conectividade a locais remotos. Ativos em até 99,9% do tempo, os serviços de banda L da Inmarsat estão permitindo que as soluções IoT mudem a cara da agricultura.
Para visitar o microsite da pesquisa e baixar o relatório “The Future of IoT in Enterprise – 2017” completo (em inglês) – acesse: http://research.inmarsat.com/.
Início de ano é época de identificar tendências, setores com maiores perspectivas de crescimento e de investimentos, seja por parte de empresas, governos e consumidores. Para essas análises, contamos com informações fornecidas por diferentes e conceituadas consultorias. Segundo dados da IDC, o gasto mundial com Internet das Coisas (IoT) deverá chegar a US$ 772,5 bilhões em 2018, um aumento de 14,6% em relação aos US$ 674 bilhões gastos até o fim de 2017.
As taxas de crescimento continuarão altas nos próximos anos, pois as tecnologias de IoT podem ser exploradas em incontáveis setores e, em princípio, não existem fronteiras para elas – da casa inteligente à indústria 4.0. Entretanto, é preciso analisar também a dinâmica desses mercados para identificar quais desses setores estão mais maduros para adoção de IoT em larga escala, dispostos a investir nessa transformação digital e a explorar os dados produzidos pelos dispositivos – um caminho em direção ao futuro que precisa ter início e continuidade.
IoT demanda análise, planejamento, estratégia, investimento e retorno sobre os recursos aportados, pois não basta conectar dispositivos ou pessoas por meio de uma rede, seja pública ou privada. O fluxo contínuo de informações gerado pelos dispositivos e tecnologias de IoT deve auxiliar as pessoas, organizações e governos a alcançarem seus objetivos, seja a redução de desperdícios e de custos operacionais, o aumento das vendas, oferta de novas experiências ao cliente, mais qualidade de vida, mais eficiência na gestão, a melhora na competitividade ou qualquer outro objetivo específico.
Tendo em vista essa necessidade de analisar a maturidade dos setores e as tendências, relaciono abaixo 5 setores nos quais a adoção de IoT deverá crescer em 2018 no Brasil, explorando o potencial das novas tecnologias, a evolução das plataformas de IoT, a ampliação de cloud, o uso crescente dos softwares de analytics e business intelligence e as boas perspectivas abertas pela divulgação do Plano Nacional de IoT e de outros projetos e políticas já em andamento no país. São eles:
1. Indústria de hardware e software para IoT
De acordo com o IDC, o hardware vai atrair um volume significativo de investimentos, considerando a necessidade de construção da infraestrutura de IoT, com a aquisição e instalação de sensores, beacons, tags de RFID, gateways e soluções, entre outros equipamentos e programas, que proporcionam inteligência, identificação e rastreabilidade às coisas. São os investimentos para criação da infraestrutura capaz de gerar e suportar o tráfego de dados, conforme a base instalada de dispositivos conectados se expande exponencialmente.
2. Indústria – manufaturas em geral e de base
Na modernização dos processos na manufatura, a IoT é parte fundamental na evolução da automação industrial para o conceito de Indústria 4.0 e o Brasil está em busca de recuperar o atraso e a perda de competitividade internacional. A conectividade passa a contribuir para a criação de processos de produção mais flexíveis e traz impactos que vão muito além da redução das falhas no chão de fábrica. A escolha da indústria como uma das verticais prioritárias do Plano Nacional de IoT, o programa da FIESP e ABDI em andamento, chamado “Rumo à Indústria 4.0”, entre outras iniciativas para difusão de conhecimento sobre tecnologias digitais que devem ser incorporadas à produção, indicam que trata-se de um tema prioritário e estratégico para o Brasil, como já acontece na Alemanha, China e Coreia do Sul.
3. Agronegócio
Pesquisa realizada por uma empresa global de serviços e soluções de tecnologia da informação e comunicação, aponta que o agronegócio é um dos setores mais avançados no Brasil na adoção de IoT, ou seja, já está sintonizado com o uso de tecnologias para melhorar a eficiência tanto da produção, quanto de transporte, logística e armazenamento. O agronegócio é um dos setores nacionais mais competitivos internacionalmente e para manter esta posição, os empresários e o governo estão dispostos a ampliar os investimentos na adoção de novas tecnologias para gestão de frota, para coleta de dados dos equipamentos agrícolas, monitoramento de dados de clima e solo, entre outras informações, para fazer com que o país avance no ranking de produção mundial de alimentos.
4. Saúde e gestão hospitalar
Saúde é outro setor priorizado pelo Plano Nacional de IoT e que tem iniciativas em andamento em consultórios médicos, centros de diagnóstico e hospitais públicos e privados. Hoje em dia, as tecnologias digitais na saúde têm contribuído tanto para o diagnóstico e tratamento de pacientes quanto na administração hospitalar e gestão de ativos. Uma das apostas é a telemedicina, conceito que envolve o armazenamento e monitoramento remoto de sinais vitais de pacientes por meios de dispositivos. Podemos considerar ainda a popularização dos wearables (como relógios, pulseiras e tênis), que monitoram a frequência cardíaca, tempo de sono e outros sinais vitais.
5. Mobilidade urbana e trânsito
Dentro das diferentes áreas trabalhadas pelo conceito de Cidades Inteligentes, a IoT pode ser vista como chave para a melhoria do trânsito e da mobilidade urbana nas médias e grandes cidades, ajudando a mensurar o tamanho do problema, quantificar o número de automóveis em uma rua, propor rotas e priorizar investimentos. O Brasil já tem um Projeto do MCTIC, que pretende integrar sistemas de monitoramento ao Plano Nacional de IoT, que visa criar soluções em áreas como mobilidade urbana, segurança e transporte de cargas. Vários estados da federação estão investindo em semáforos inteligentes e transporte público conectado.
Acreditamos que empresas, governo, instituições de pesquisa e consumidores vão se manter mobilizados na adoção e disseminação do uso de equipamentos conectados à internet, pois a sinergia permitirá a criação de um ambiente no Brasil capaz de alavancar o investimento em IoT nos 5 setores citados – indústria de hardware e software, agronegócio, saúde, indústria e mobilidade urbana – e em outras áreas atrativas, como varejo e logística.
Werter Padilha, CEO da Taggen Soluções de IoT, coordenador do Comitê de IoT da ABES – Associação Brasileira das Empresas de Software, e membro do comitê do Plano Nacional de Internet das Coisas, projeto desenvolvido pelo BNDES e o Ministério das Ciências, Tecnologia, Inovação e Comunicações (MCTIC).
A Resource, uma das principais e mais bem-sucedidas multinacionais brasileiras de serviços de TI e Integração Digital, lança esta semana a oferta de Internet das Coisas (IoT) para business com foco em agronegócios. Elaborado em parceria com a Tago, empresa provedora de soluções Cloud para o mercado IOT, o objetivo é utilizar a plataforma integrada a sensores e soluções de automação para prevenção de pragas, indicando com antecedência os defensivos necessários para proteção, podendo, inclusive, programar automaticamente até pedidos de novas remessas de mercadorias.
A adoção da nova oferta de IoT deve ser representativa, uma vez que o agronegócio é um dos segmentos mais tecnológicos do Brasil, além de representar 23% do PIB – Produto Interno Bruto – e ser um dos responsáveis pela queda da inflação no País, gerando de janeiro a outubro de 2017 mais de 19 mil postos de trabalho, 84% a mais que o mesmo período de 2016.
“Estamos utilizando tecnologia de ponta para automatizar um dos principais setores da economia brasileira. Controlando a compra de defensivos agrícolas, os dispositivos liberam os produtores para se preocuparem com outros temas mais importantes para suas atividades, uma vez que o sistema pode automatizar o processo de compra do produto correto de forma planejada, sem comprometer a entrega e sem desperdiçar dinheiro”, informa Roberto Aran, Diretor de Digital Solutions da Resource.
“Com a nova oferta de IoT, utilizamos dados de sensores nas propriedades rurais e, por meio deles, identificamos de maneira rápida e proativa as condições ambientais e a possibilidade de possíveis pragas. Com esse monitoramento é possível chegar a um denominador sobre os fungos que podem surgir”, explica Fábio Rosa, CEO e Co-fundador da Tago.
O objetivo da solução é monitorar e alertar sobre as condições para surgimento de pragas na cultura de acordo com um banco de dados alimentado com informações coletadas com especialistas e variáveis climáticas, como períodos de chuva, de seca e incidência de pragas sobre cada lavoura.
A Resource entrega a solução de ponta a ponta, implementando a plataforma e mantendo o sistema funcionando corretamente durante todo o processo, No mercado brasileiro, as soluções de IoT para agronegócios ainda estão em fase embrionária. A Resource está lançando no mercado uma oferta que irá facilitar o dia a dia dos produtores e gerar mais eficiência e produtividade para os negócios. A solução de IoT com foco em agronegócios vai integrar todos os serviços com as necessidades do campo.
“A nossa plataforma tem implementação simplificada e sua utilização pode ir além deste segmento, se aplicando a outros setores como o de seguros”, diz Aran.
O uso da tecnologia no mercado de agronegócios já é uma realidade. De acordo com um recente levantamento da Comissão Brasileira de Agricultura de Precisão (CBAP), 67% das propriedades agrícolas no país já adotaram algum tipo de inovação tecnológica, dentro ou fora do campo. Responsável por 23% do PIB brasileiro, o segmento de agronegócios tem impulsionado a economia e, por isso, é imperativo que os players do setor especializem-se e conheçam as novas demandas tecnológicas para destacarem-se nesse mercado cada vez mais competitivo.
O mais recente levantamento do Índice de Confiança do Agronegócio (IC Agro) medido pelo Departamento do Agronegócio da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Deagro/Fiesp) e da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), apontou que a confiança de industriais do agronegócio aumentou no terceiro trimestre de 2017 na comparação com o trimestre anterior.
Nesse cenário de recuperação econômica, a transformação digital é a resposta aos grandes desafios atuais do agronegócio. A tecnologia promove a praticidade, facilita a execução de tarefas na rotina diária do campo, além de possibilitar aos produtores rurais melhor planejamento, mensuração e utilização correta de uma infinidade de informações e dados, para otimizar a produção. Já existem hoje no mercado soluções avançadas de gestão com algoritmos desenvolvidos especificamente para atender as demandas desse setor. Desta forma, a agroindústria consegue alcançar seus objetivos operacionais, aumentar a produtividade e os ganhos de safra das fazendas, além de diminuir os custos.
Seguindo a mesma linha de inovação, a mobilidade também chega como um fator essencial para a evolução do agrobusiness, já que a utilização de dispositivos móveis integrados a uma plataforma tecnológica promove inteligência ao processo de gerenciamento das fazendas.
A utilização de drones no cultivo é outra ferramenta tecnológica que ganhou espaço na agricultura e na pecuária. Por tratar-se de um equipamento versátil, uma vez que é capaz de desempenhar diferentes funções na fazenda, o valor do investimento é justificável e rapidamente recuperável. Os softwares embarcados nos drones podem captar imagens georeferenciais em tempo real, identificar problemas e fornecer informações precisas de falhas no plantio, trechos com excesso ou falta d’água, pragas, entre outros dados que agilizam e tornam mais inteligente o processo de tomada de decisão.
A agricultura de precisão traz mais eficiência no campo, diminuindo as perdas por meio de um processo de trabalho mais eficiente. Os agricultores contam hoje com soluções avançadas de controle das máquinas com auxílio de GPS, sistemas de mapeamento da colheita, além de softwares de gestão de toda a cadeia produtiva, que oferecem suporte à decisão agronômica.
Abraçar a transformação digital exige não só a adoção das tecnologias disponíveis como manter-se à procura da próxima inovação tecnológica para o setor. Só assim será possível dar continuidade a este processo de evolução produtiva das operações no campo.
As ferramentas de agricultura digital estão cada vez mais presentes no campo para atender as expectativas dos agricultores em relação ao aumento da produtividade e práticas sustentáveis. Pensando nisso, a Câmara Brasil-Alemanha, em parceria com a Bayer, prorroga as inscrições até 18 de agosto para a 2ª edição do Startups Connected. Neste ano, o desafio proposto pela companhia é a redução de perdas de produtividade relacionadas a pragas e doenças e fomentar o desenvolvimento de soluções na área de agricultura digital.
Na busca por alternativas para aumentar a eficiência da proteção de cultivos podem participar startups estabelecidas no Brasil ou na Alemanha que apresentem ideias inovadoras, alinhadas com o dia a dia do produtor rural, incluindo plataformas com uma interface simples e acessível via mobile.
Segundo Hiran Zani, gerente de inovação em digital farming da Bayer, a empresa busca por meio de tecnologias digitais proteger e elevar o potencial produtivo nas lavouras. “As ferramentas de agricultura digital permitirão num futuro próximo melhorar a produtividade aliada à sustentabilidade, com foco na eficiência da aplicação dos produtos nas lavouras. Justamente por isso é importante estarmos sempre antenados às principais tendências do mercado de tecnologia, e iniciativas como esta nos permitem fomentar novas ideias no setor”, disse.
“Os ganhadores poderão se apresentar no Congresso Brasil-Alemanha de Inovação, receberão um diagnóstico e acompanhamento ao longo de três meses e terão a possibilidade de receber investimento do BMG UpTech em troca de participação minoritária. Os projetos vencedores serão ainda elegíveis ao Prêmio Ideias4Action, do Banco Mundial. Esse suporte e visibilidade podem ser fundamentais para a maturação de empresas nesta fase de evolução”, ressalta Camila Navarro, IT Digital & Innovation Manager da Bayer. Os selecionados poderão também se aproximar das empresas patrocinadoras e terão apoio na revisão de seu modelo de negócio e na criação de um plano de trabalho.
A Agrosmart, plataforma de agricultura digital para países em desenvolvimento de agricultura tropical, representou a América Latina no Forbes AgTech Summit que aconteceu em Salinas, na Califórnia. O evento reuniu mais de 600 líderes do setor agro no mundo.
Durante a ocasião aconteceu o Thrive AgTech Demo Day, evento organizado pela Thrive, principal aceleradora de AgTech do Vale do Silício. A startup brasileira foi a única empresa da América Latina a se apresentar para líderes do setor e investidores, onde recebeu o troféu de Operational Excellence, empresa referência em operações no agronegócio.
“Ficamos muito honrados em representar nosso continente em um evento muito importante do setor agro e ainda mais felizes por recebermos o reconhecimento do nosso trabalho por parte da Thrive, uma das principais aceleradoras e apoiadoras do agronegócio no mundo”, afirma Mariana Vasconcelos, CEO da Agrosmart.
A equipe Plant Right, vencedora do 1º Hackathon John Deere, visitou as instalações do centro de desenvolvimento tecnológico da empresa em Urbandale, nos Estados Unidos. Durante uma semana repleta de atividades com profissionais do Intelligent Solutions Group (ISG), Felipe Fregulhia (Desenvolvedor), Glenn William Barbosa (professor de informática aplicada à agronomia), Luis Moreno (Desenvolvedor Frontend) e Ramon Pereira (Desenvolvedor Backend) tiveram a oportunidade de interagir com o que há de mais moderno em agricultura de precisão e conhecer de perto o futuro das tecnologias agrícolas.
O propósito do tour foi compartilhar conhecimento ao apresentar a importância da alta tecnologia, engenharia e ciência aplicadas na produção de alimentos – um dos maiores desafios da humanidade hoje e daqui em diante. A viagem teve início em Moline, Illinois, no John Deere Pavillion, centro turístico que conta toda a história da companhia, do primeiro arado auto-limpante ao trator autônomo, e depois na sede mundial da empresa, cuja arquitetura é uma das mais premiadas nos Estados Unidos. “Nós falamos tanto em inovação, e foi isso o que John Deere conseguiu lá atrás, há 180 anos: inovar, mudar o rumo das coisas. Brincamos na viagem que o ferreiro John Deere abriu uma startup já no século 19”, conta Ramon Pereira.
O grupo teve também a oportunidade de visitar o campo de provas da empresa. E literalmente colocar as mãos na máquina. “Foi uma experiência incrível de andar dentro de uma colheitadeira e ter uma pequena aula técnica do funcionamento dos displays, sensores etc. Tivemos a oportunidade de participar de uma mesa de discussão com engenheiros, técnicos e desenvolvedores. Para completar, no centro de desenvolvimento tecnológico, foi sensacional conhecer mais sobre linguagens de programação, recursos de hardwares e softwares, procedimentos de testes, entre outras coisas”, diz Ramon.
Inovação que vem do campo
Já em Urbandale, sede do ISG, o time Plant Right participou de workshops, visitou o Lab Tech, testou simuladores e aprendeu detalhes das carreiras em tecnologias agrícolas diretamente com os profissionais da área. Para Felipe Fregulhia, o destaque foi conferir como desenvolver um ambiente propício à inovação em setores nos quais boa parte das pessoas dos centros urbanos nem imaginam. “A cultura de uma companhia ajuda a tecnologia a brotar. Vimos pessoas com vontade de se atualizarem, para suprir as necessidades, os desafios. É preciso vivenciar o campo para entender”, diz.
Para Jerry Roell, diretor do ISG, os investimentos e estrutura que os visitantes puderam conferir são uma demonstração de como a John Deere já atua dentro das revoluções tecnológicas. Conforme explica o diretor, agricultura de precisão e gestão avançada de dados em equipamentos, bem como a utilização do big data na tomada de decisão, são realidades que fazem com que os agricultores venham atingindo safras recordes de produção ano a ano. “A tecnologia faz parte da vida das pessoas e, em breve, teremos uma explosão da mobilidade e conexão remota em tempo real. Vamos da internet das coisas para a internet em todas as coisas”, completa.
O campo high tech
Seja nos EUA ou no Brasil, o campo se torna cada vez mais high tech. Para o produtor, não basta mais ter máquinas eficientes e fáceis de utilizar, mas sim contar com equipamentos inteligentes, capazes de executar análise de dados e tomadas de decisões em questão de segundos, com alta capacidade de conectividade e interação.
Este conceito de produção rural tecnológica a equipe Plant Right pode vivenciar na fazenda Cinnamon Ridge, em Donohue, Iowa. O local dispõe de tecnologia inserida em diversas atividades agropecuárias, como gado leiteiro, de corte, suínos e aves, além dos cultivos de soja e milho.
O campuseiro Luis Moreno afirma que a imersão no mundo agro foi fundamental para conhecer melhor o tamanho das possibilidades aos profissionais de tecnologia. “Ainda há muito que melhorar. Tecnologia não é o problema, e sim a solução. Precisamos conhecer os verdadeiros problemas das fazendas, em especial as brasileiras, para que possamos propor soluções tecnológicas cada vez mais eficientes. A maioria dos eventos que participo falam de smart cities e eu nunca vi o tema smart farms em eventos de tecnologia. A John Deere introduziu isso muito bem na Campus Party, e existem mais oportunidades de mais eventos com esta temática”, avalia.
O campo na Campus Party
Com uma proposta ousada – discutir o papel das tecnologias para atender a crescente demanda global por alimentos –, a John Deere foi a primeira empresa do setor agrícola a participar da Campus Party, uma das maiores feiras do mundo em ciência, inovação, tecnologia e entretenimento. O evento aconteceu de 31 de janeiro a 5 de fevereiro, no Pavilhão do Anhembi, em São Paulo.
De acordo com Alfredo Miguel Neto, diretor de Assuntos Corporativos para América Latina da John Deere, “não podemos mais ter divisões entre campo e cidade. O que temos que fazer é promover oportunidades de unir o potencial agrícola do Brasil com as tecnologias digitais e com a criatividade dos brasileiros. Ao instigarmos as mentes criativas dos participantes do Hackathon, certamente estamos abrindo novos caminhos e contribuindo para fortalecer o País como fornecedor global de alimentos”, explica.
Principal ação da empresa na Campus, o Hackathon John Deere tinha o desafio de conectar o homem do campo com a tecnologia da empresa. Ao todo, foram mais de 450 participantes pré-inscritos e 121 efetivos. No fim, foram apresentados 19 projetos. O time Plant Right propôs e desenvolveu um aplicativo para auxiliar o agricultor na correta de tomada de decisões na etapa crucial do desenvolvimento de uma produção agrícola: o plantio.
Além do tour oferecido para o grupo Plant Right, as outras quatro equipes finalistas do Hackathon conheceram, em junho, o Centro de Agricultura de Precisão e Inovação, em Campinas (SP) e visitaram uma fazenda em Cesário Lange (SP).
Por meio do programa AHK Startups Accelerator, iniciativa irá fomentar o crescimento de soluções já disponíveis no mercado
As ferramentas de agricultura digital estão cada vez mais presentes no campo para atender as expectativas dos agricultores em relação ao aumento da produtividade e práticas sustentáveis. Pensando nisso, a Bayer, em parceria com a Câmara Brasil-Alemanha, abre inscrições para a 2ª edição do Startups Connected. Neste ano, o desafio proposto pela companhia é a redução de perdas de produtividade relacionadas a pragas e doenças e fomentar o desenvolvimento de soluções na área de agricultura digital já disponíveis no mercado.
Na busca por alternativas para aumentar a eficiência da proteção de cultivos podem participar startups estabelecidas no Brasil ou na Alemanha que apresentem ideias inovadoras, alinhadas com o dia a dia do produtor rural, incluindo plataformas com uma interface simples e acessível via mobile.
Segundo Hiran Zani, gerente de inovação em digital farming da Bayer, a empresa busca por meio de tecnologias digitais proteger o potencial produtivo nas lavouras. “As ferramentas de agricultura digital permitirão num futuro próximo melhorar a produtividade aliada à sustentabilidade, com foco na eficiência da aplicação dos produtos nas lavouras. Justamente por isso é importante estarmos sempre antenados às principais tendências do mercado de tecnologia, e iniciativas como esta nos permitem fomentar novas ideias no setor”, disse.
“Os ganhadores poderão se apresentar no Congresso Brasil-Alemanha de Inovação, receberão um diagnóstico e acompanhamento ao longo de três meses e terão a possibilidade de receber investimento do BMG UpTech em troca de participação minoritária. Os projetos vencedores serão ainda elegíveis ao Prêmio Ideias4Action, do Banco Mundial. Esse suporte e visibilidade podem ser fundamentais para a maturação de empresas nesta fase de evolução”, ressalta Camila Navarro, IT Digital & Innovation Manager da Bayer. Os selecionados poderão também se aproximar das empresas patrocinadoras e terão apoio na revisão de seu modelo de negócio e na criação de um plano de trabalho.
Os interessados podem se inscrever pelo site http://www.startupsconnected.com.br/categorias/agricultura-digital/ até o dia 04 de agosto de 2017. A iniciativa faz parte do programa AHK Startups Accelerator, que apoia startups na geração de oportunidades de negócio entre elas e as empresas patrocinadoras.
O Brasil terá de elevar a produção agrícola em até 40% até 2020 para atender à expansão da demanda mundial por alimentos, além de vencer um desafio ainda maior: a logística precária. A tecnologia contribui para diminuir o gargalo, como é o caso de um aplicativo que permite agilizar a emissão de laudos de caminhões carregados de grãos para exportação.
É com esta solução que a AgroService agora emite cerca de 100 laudos todos os dias. O processo é todo digitalizado. A empresa, presente em Tocantins, Mato Grosso e Goiás, é responsável pela certificação de qualidade de grãos de soja e milho transportados para exportação.
Cléber de Medeiros, gerente de TI da Bottega, conta que o desenvolvimento, testes e uso efetivo consumiu 60 dias. “Lógico que não trabalhei todo esse período 100% focado apenas nesta demanda, senão o prazo seria bem menor”, afirma. Como comparativo, a construção convencional de um app do zero — sem plataforma — consome em média 4 meses e meio, segundo pesquisa da Kinvey e AYTM com 100 desenvolvedores. Isso trabalhando 100% focado, sem contar aprovações de clientes e apenas para um sistema operacional.
Há dois meses, o aplicativo é utilizado por 15 usuários em uma unidade da AgroService no Mato Grosso. Supervisores e gerentes da empresa utilizam o app no iPhone, enquanto o time operacional trabalha em Android. Segundo Medeiros, o projeto deve ser expandido para 40 usuários nos próximos meses.
“Quando descobri a uMov.me, detectei que os aplicativos criados na plataforma são perfeitos e com poucas falhas. Trabalha perfeitamente com templates, mas com alto nível de personalização, conforme a necessidade do cliente. Fiz uma excelente escolha”, revela o gerente.
Como funciona o aplicativo de emissão de laudos de grãos?
O app substituiu as planilhas manuais, impressas, que eram enviadas para o escritório central da AgroService por meio de fotos de celular. Lá, o técnico precisava lançar novamente no computador as informações obtidas em cada planilha.
Segundo Edimar Soares, proprietário da empresa, o processo resultava em erros frequentes de digitação, além dos riscos de uma imagem ruim prejudicar o entendimento.
Na tela do celular, o app criado pela Bottega permite anotar quantos caminhões levam cargas de um mesmo produtor, placa, volume. Essas informações de cadastro são necessárias para os certificados de qualidade dos grãos, emitidos pela empresa para sacas de milho e soja para exportação.
Outras opções do aplicativo permitem registrar o controle de despesas, frete e deslocamento. Todos os dados obtidos são enviados para o Center da uMov.me, um painel onde as informações são lançadas assim que sincronizadas com os celulares dos usuários.
“Neste cliente, reduzimos o nível de erros em quase 100% e dobramos a produtividade com o uso de aplicativos”, celebra o gerente da Bottega.
Com uma população mundial em crescimento, a ciência e a alta tecnologia são elementos imprescindíveis para que a produção de alimentos seja oferecida em larga escala. No trajeto do campo à mesa, os alimentos passam por uma cadeia tecnológica e de inovação que surpreende até mesmo aqueles que estão acostumados com o universo high-tech. No caso das máquinas e serviços agrícolas, inovação é palavra de ordem em todas as etapas, desde a concepção de novas máquinas e serviços até a atuação dos clientes efetivamente no campo, que possuem os equipamentos coletando dados e disponibilizando-os em nuvens.
E foi para conhecer a inovação agrícola completa, dos desenvolvimentos dos produtos e serviços até a atuação efetiva no campo, que os finalistas do primeiro Hackathon John Deere realizaram, na última semana (22 e 23/6), uma imersão na experiência tecnológica John Deere. Com uma agenda ampla e diversificada, os 14 jovens trocaram experiências com colaboradores de diferentes áreas da companhia e ainda foram ver de perto as máquinas atuando em uma fazenda.
O primeiro dia do encontro foi marcado por visitas e palestras com o time de tecnologia da John Deere, no recém-inaugurado Centro de Agricultura de Precisão e Inovação, em Campinas (SP). Já na sexta-feira, o grupo seguiu até Cesário Lange (SP) para ver uma operação agrícola ao vivo, na fazenda Nova Esperança.
“O Brasil já é uma força no agronegócio, mas ainda há espaço para fazer mais, principalmente via adoção de tecnologia. Ao colocarmos nosso potencial produtivo com equipamentos e serviços que otimizam todas as etapas agrícolas, nos fortalecemos como fornecedores globais de alimentos”, explica Alex Foessel, diretor do LATIC – Centro Latino-Americano de Tecnologia e Inovação da John Deere. Por isso, diz ele, “a visita dos campuseiros para conhecer as tecnologias que compõem os equipamentos e serviços, bem como os processos e os profissionais que fazem com que uma companhia de 180 anos seja considerada inovadora é algo renovador, tanto para nós quanto para eles”.
Os participantes faziam parte dos times JD Connect, Time Abdub e Parceria JD, que ficaram em 2°, 3° e 4° colocados no Hackathon, respectivamente. O desafio da John Deere na Campus Party propôs aos desenvolvedores a criação de um aplicativo que conectasse o homem do campo com a tecnologia da empresa.
Inovação
A visita teve início com palestras e bate-papos sobre tecnologia. Primeiro, o time de Sistemas de Informações da John Deere apresentou os sistemas de infraestrutura tanto na John Deere Brasil quanto nas demais regiões. O grupo explicou como faz para trabalhar com eficiência tendo como foco criar soluções integradas para o cliente final, seja resolvendo quaisquer ocorrências ou desenvolvendo novos produtos.
Já Santiago Larroux, diretor da Auteq, empresa brasileira de softwares de bordos, comprada há dois anos pela John Deere, falou sobre as oportunidades da agricultura de precisão.
“A agricultura tropical tem uma característica complexa, com o tamanho das fazendas e principalmente, a possibilidade de fazer duas a três safras em um mesmo ano. Isso significa que as ações das máquinas devem ser precisas, fáceis e de alto rendimento, realizando o trabalho no local certo, da maneira correta e no momento correto. Isso rende produtividade e gera lucro aos clientes”, explica.
De acordo com o diretor, o desafio é tornar as tecnologias cada vez mais acessíveis e, ao mesmo tempo, criar soluções para questões como conectividade na zona rural, transferência e análise de dados e até mesmo correções de sinal GPS.
O diretor realizou ainda um tour pelo mezanino, onde está localizado o Centro de Agricultura de Precisão e Inovação. Inaugurado em março deste ano e terceiro centro de inovação da John Deere no mundo (os outros estão nos EUA e Alemanha), o local desenvolve inovações e adaptações nos equipamentos (tanto equipamentos físicos quanto tecnologia embarcada), para serem compatíveis com as características do mercado latino-americano. Guiados por Larroux, os participantes conheceram o LATIC – Centro Latino-Americano de Tecnologia e Inovação, o ISG (Intelligent Solutions Group) e também as instalações da Auteq.
Troca de experiências
Pela tarde, a visita teve como mote a troca de experiências entre participantes e diversas equipes da companhia. Segundo explica Guilherme Sierra, gerente de Comunicação Corporativa para a América Latina da John Deere, o objetivo era criar um ambiente de diálogo entre os colaboradores de âmbitos diversos, como Treinamentos, Desenvolvimento de Softwares e Hardwares, Relacionamento com Parceiros (Concessionários e Distribuidores), Marketing e Recursos Humanos.
“A nossa intenção era que os membros da equipe compartilhassem suas carreiras, permitissem que os visitantes fizessem perguntas sobre trabalho, experiências e até mesmo tivessem orientações sobre como prosseguir”, conta.
Primeiro, o grupo conheceu as instalações do Centro de Treinamento e viu como é a integração entre hardwares, softwares e mecânica dos equipamentos. Logo após, a John Deere proporcionou uma conversa descontraída de job rotation com três possibilidades de carreiras distintas: desenvolvimento de hardware e firmware de sistemas embarcados; engenharia de sistemas; e pelo marketing.
Sileide Santana Campos, de Salvador (BA), foi uma das participantes. Ela atualmente cursa duas faculdades: engenharia de controle e automação e engenharia de computação. Antes da Campus Party, Sileide nunca havia tido contato com a John Deere.
“A única ligação com o campo que tinha era um projeto de irrigação pequeno que fiz. Aqui achei muito maravilhoso, principalmente na área de sensores, controladores, como é feita toda a lógica, ter o foco no cliente. Tem muitas novidades de inovação e automação aqui que a gente nem imagina, ainda mais no campo, que tem muita tecnologia. Fiquei mais feliz ainda porque eu trabalho com Delphi e aqui tem essa linguagem de programação”, contou.
Edmundo Beinecke, Engenheiro de Sistemas da companhia, participou da conversa e contou como é o dia a dia de um profissional de tecnologia na John Deere. Em resumo, é preciso ouvir as demandas do cliente e avaliar as possibilidades técnicas e econômicas de desenvolver ou evoluir uma tecnologia, considerando o modelo de negócios e a viabilidade. “Então, não é somente olhar as demandas, mas também trazer soluções. Estamos trabalhando com tecnologias que ainda não existem. Somos nós que estamos desenvolvendo”, disse Beinecke.
Já Juliano Severo, gerente de Marketing de Produto de Agricultura de Precisão na companhia, explicou aos participantes como a área de Marketing auxilia no desenvolvimento de um produto ou serviço. “Nós atuamos desde o estudo da demanda e a descrição do que se quer desenvolver até o acompanhamento do desenvolvimento, fazendo com que os projetos se tornem viáveis como um todo, da parte interna até a ponta final”, afirmou Severo.
O primeiro dia de evento terminou com conversas sobre como os Concessionários e Distribuidores ouvem as demandas de tecnologia dos clientes e também sobre os requisitos e benefícios que os Recursos Humanos da exigem para quem deseja atuar com a John Deere, principalmente se adaptando às características exigidas pelas novas gerações, como possibilidade de crescimento na carreira e realizar experiências em diferentes áreas.
A tecnologia na prática
No segundo dia de visita, os campuseiros seguiram até a fazenda Nova Esperança, em Cesário Lange, no interior paulista. Na propriedade, a família Ribeiro planta soja, milho e feijão em cerca de 1300 hectares. Apaixonados pela tecnologia, Sérgio Ribeiro e o filho Felipe mostraram aos participantes as diversas etapas agrícolas: a pesagem, controle de produção, planejamento logístico e de insumos, controle, tratamento e armazenamento das sementes, uso de combustíveis, recursos humanos, secagem, carregamento e descarregamento e ainda as operações de apoio, como transbordo e oficinas de manutenção.
Mas foi no campo que a tecnologia pôde ser efetivamente encontrada: primeiro conferiram a distância uma operação de campo com o Pulverizador Autopropelido 4730. Com uma frota que tem colheitadeiras da Série S e tratores das Séries 6 e 7 da John Deere, Sérgio Ribeiro organizou um teste prático com as máquinas. Foi a vez de ir à campo e subir nas máquinas. Com os operadores, os campuseiros se revezaram em conhecer todas as etapas produtivas e como é possível integrar os sistemas.
Para o mineiro de Barbacena, Maurício José da Silva Júnior, que atua com sistemas para internet, a experiência foi marcante. “A gente achava que não tinha muita coisa, mas na realidade o campo está muito conectado. Aqui na fazenda vimos que não é algo na teoria, realmente utilizam o sistema de piloto automático, que estava alinhado, que funciona de verdade”, contou.
Sérgio Ribeiro, diretor da propriedade, explicou que na fazenda Nova Esperança a agilidade é uma norma. “A tecnologia tem nos ajudado muito em termos de produtividade, aqui é totalmente diferente de anos atrás, não dá nem para comparar”, contou.
Com os olhos nos dados do computador, a família Ribeiro acompanha de perto todas as operações. “Por isso que a tecnologia é muito importante e tem que funcionar, bem como a logística é muito importante. Isso nos ajuda a diminuir os gastos”, disse Sérgio Ribeiro. De acordo com ele, a Internet das Coisas (IoT) veio para facilitar a vida no campo e que a agricultura com os aplicativos têm um potencial infinito de gerenciamento, com a possibilidade de prevenir problemas agrícolas, auxiliar na consultoria para decidir e também na atuação logística da fazenda. “Queremos monitorar todos os dados em tempo real”, disse.
Digital Farming
No fim da visita, os jovens se reuniram com Jerry Roell, diretor do Intelligent Solutions Group (ISG) e Alex Foessel, diretor do LATIC, para falar sobre tendências agrícolas para o futuro, especialmente em relação às possibilidades tecnológicas.
Eles explicaram que a John Deere possui um mapa de inovação baseado em alguns preceitos, como aumentar a produtividade por sistemas eletrificados, ter sistemas cada vez mais automatizados, auxiliar os produtores a tomar as decisões agronômicas e oferecer soluções que sejam integradas e fáceis de entender e usar.
De acordo com os especialistas, a Internet das Coisas já está na vida das pessoas e a agricultura tem acompanhado este movimento. Hoje, explica Jerry Roell, a John Deere se prepara para atuar com as máquinas em redes conectadas e dentro do conceito de mobilidade.
“Qualquer coisa pode ser disruptiva pela IoT. Isso vai transformar tanto os dispositivos quanto os modelos de negócios. Por isso, a tarefa da John Deere é ser líder neste processo de desenvolvimento, e não uma mera follower”, citou Roell.
Já Alex Foessel trouxe aos participantes que, em um mundo em que as máquinas serão cada vez mais eficientes, ainda existem gargalos para serem trabalhados. “Temos dados que mostram que parte do tempo de uma máquina parada é por questões climáticas, limpezas e manutenções, além de esperas por instruções. A adoção tecnológica vai suprir cada vez mais estes problemas. Agora, existe outra questão fundamental: analisar os dados nas nuvens, de forma que a tecnologia seja primordial para ajudar os agricultores a tomarem decisões agronômicas e econômicas, que é o que ele entende”, disse o executivo.
A imersão tecnológica na John Deere foi surpreendente até para os jovens empreendedores mais experientes, como é o caso de Thiago Butignon Claramunt. Com 25 anos, Thiago é empreendedor e sócio da Beta Quark, uma empresa venture builder (um modelo de negócio que constrói startups através de processos sustentáveis de desenvolvimento favorecendo a longevidade do empreendimento, diferente das tradicionais aceleradoras).
“A comunicação sobre inovação na John Deere é muito mais singular. Já fui em empresas como Facebook, Google, visitei o Vale do Silício, até mais as mais tradicionais, como Ambev… e a mais inovadora até agora foi a John Deere. Todos conversaram conosco sobre tecnologia na agricultura e inovação de uma forma muita descomplicada”, disse Thiago.
Já para o empreendedor de Goiânia, Pedro Renan Ferreira de Santana, a participação da John Deere na Campus Party 2017 e a participação no Hackathon foi o start para ele criar seu próprio projeto open source em agricultura de precisão. Hoje o chamado Projeto Hermes estimula a conexão das tecnologias com os desafios do campo, transformando os dados em informações úteis.
“Após o Hackathon comecei a me interessar pelo assunto de agricultura tecnológica e agora tem este projeto. Na John Deere vi um time que respeita os valores e para mim é importante participar de questões como alimentar a população e fornecer vestuário”, disse o profissional em Ciências da Computação.
A Campus no Campo
Com uma história marcada por produtos e atitudes inovadoras, a John Deere investe cerca de 4 milhões de dólares por dia em pesquisa e desenvolvimento.
Desde o primeiro arado autolimpante, inventado pelo próprio John Deere, até as poderosas tecnologias atuais, a empresa é reconhecida pela busca e apresentação de inovações nos segmentos em que atua. Por exemplo, atualmente, a companhia investe fortemente na utilização da telemetria e gestão avançada de dados em seus equipamentos, bem como na utilização do big data.
Fazer parte de uma rede global de empresas influentes e inovadoras do mundo. Esse é o caso da Agrosmart, startup que traz para o setor agro o conceito de cultivo inteligente e fazendas conectadas, que foi selecionada para integrar o time da Kairos 50 (K50), grupo com as 50 empresas mais inovadoras do mundo.
Considerada braço da Kairos Society, organização sem fins lucrativos, o projeto tem como objetivo ajudar empreendedores ao redor do mundo a se desenvolver. O evento, realizado em abril nos Estados Unidos, reuniu jovens empreendedores promissores, líderes governamentais, investidores e alguns do mais poderosos executivos do país.
“Fazer parte desse projeto mundial com as empresas mais inovadoras do mundo é um grande passo para o momento de crescimento que a Agrosmart vive, pois vai de encontro ao que queremos levar para nossos clientes, a inovação do setor. Acredito que essa experiência será enriquecedora para nós”, afirma Mariana Vasconcelos, CEO da Agrosmart.
A aprovação do projeto chamou atenção da secretária geral e conselheira de métodos de sustentabilidade e mudanças climáticas da ONU (Organização das Nações Unidas), que apostou no projeto da Agrosmart e decidiu se juntar ao conselho da empresa, tornando-se membro do board.
“Termos o reconhecimento de uma representante da ONU, na área de sustentabilidade, é gratificante. Nosso principal objetivo é proporcionar soluções inteligentes e conectadas para o campo e por meio da seleção da Kairos percebemos que estamos no caminho certo”, finaliza Mariana.
Simplificar negociações, ampliar as margens de lucros e reduzir os riscos do negócio. Com esses objetivos, a Usina Santo Ângelo desenvolveu um projeto para gestão de riscos financeiros em operações commodities, que permitiu automatizar processos e controlar de forma centralizada e em tempo real os valores do açúcar negociado. Os investimentos realizados contemplaram a implantação do software SAP Commodity Management, além dos serviços especializados para gerenciar toda a execução do trabalho. O projeto foi conduzido pela AdopTI, consultoria com portfolio exclusivo e especializado na plataforma de gestão empresarial SAP e que há anos atua fortemente no mercado sucroenergético brasileiro.
Com mais de 60% de seu faturamento oriundo de exportações, com produtos commodities na BM&FBOVESPA, a Usina Santo Ângelo não dispunha de recursos avançados para gerenciar e controlar suas reservas, valores fixados para o açúcar e, por consequência, aumentava o risco de suas operações no mercado. De acordo com Carlos Alexandre de Sene, gerente de TI da Usina Santo Ângelo, o controle era realizado de maneira descentralizada, por meio de planilhas, o que dificultava a gestão e o planejamento. “Toda a comercialização de açúcar para o exterior é feita em commodity, o que demanda a prefixação de valores, compra de opções de vendas e o pagamento de um percentual para a bolsa. Precisávamos saber, em tempo real, qual era a margem de lucro estabelecida e se ela seria suficiente para manter a produção prevista. Além disso, era fundamental saber com precisão quais eram os riscos do nosso negócio e o quanto estávamos gastando para nos proteger”, explica Sene.
Por isso a usina necessitava de uma solução tecnológica que lhe permitisse a gestão centralizada dos negócios, bem como a capacidade de planejamento e visão de longo prazo. Desta forma seria possível saber qual área demandava uma melhor gestão de custos e ajustes para garantir a lucratividade. A AdopTI foi responsável por conduzir o projeto de implementação do SAP Commodity Manager, que foi concluído em dez meses. Hoje, a Usina Santo Ângelo controla todos os contratos futuros e exportação através da nova ferramenta, que também lhes permite fazer uma previsão do fluxo de caixa, controle de remessas para formação de lotes e emissão de relatórios precisos, com dados confiáveis, tudo sempre em tempo real.
“O Agro é um dos segmentos onde a SAP detém uma importante base de clientes e, para possibilitar a entrada das médias e pequenas empresas, trouxemos ao Brasil a metodologia de implementação acelerada com as melhores práticas, entregando assim o melhor em sistema de gestão com prazo e custo adequado ao tamanho da empresa”, afirma Luciano Idésio, Diretor de Canais da SAP Brasil. “A SAP Commodity Management permite entender melhor o impacto dos preços das commodities, simplificando, automatizando e gerenciando as compras e vendas para reduzir erros e economizar tempo, integrando e transformando processos para refletir as melhores práticas e condições de mercados atuais”, destaca o executivo.
Entre os benefícios que o projeto proporcionou, destaca-se a capacidade de planejamento de longo prazo, que permite que a usina consiga ter uma visão e controle do fluxo de caixa, remessas, taxa de lucratividade de cada contrato, entre outras informações para um planejamento em um cenário de dez anos. Além disso, a usina passou a ter confiança em seus registros contábeis. “Temos segurança em todo o fluxo, visão da situação, agilidade de informação e, o melhor, tudo de forma centralizada”, ressalta Sene. “Antes, demorávamos até três dias para levantar informação de índice de exposição de preços para safras seguintes, agora, temos esse dado na ponta dos dedos, em tempo real”, completa o executivo.
Segundo Rodrigo Guimarães, Gerente de Projetos da AdopTI, o sistema SAP oferece uma plataforma robusta de componentes para tornar seguro e ágil o controle de todas as etapas do processo de gestão de commodities, de uma forma transparente, que facilita e melhora a qualidade na tomada de decisão. “Como resultado de tudo isso, a usina conseguiu elevar sua taxa de lucratividade, confiabilidade nas informações e também otimizar o investimento de seu capital”, enfatiza Guimarães.
Fundada em 1984, a Usina Santo Ângelo é uma empresa de refinação de cana de açúcar localizada no município de Pirajuba, Minas Gerais. A empresa, que possui 1700 colaboradores, produz etanol, açúcar, além da cogeração de energia elétrica, a partir da queima do bagaço da cana de açúcar.
Com o objetivo de disseminar conteúdos e ideias que vão impactar o futuro do agronegócio no país e no mundo, a Startagro, primeiro hub de informação, networking e negócios de agtech do Brasil, realizará na próxima quarta-feira (3) durante a Agrishow, um painel de conferências e debates que contará com a participação de Francisco Jardim, sócio fundador da SP Ventures, uma das principais gestoras de fundo de investimento de Venture Capital do país.
O fundador será um dos palestrantes no painel que traz o tema “Lavoura conectada: o que é preciso para que as fazendas tenham acesso à internet e quando isso vai acontecer”, que será das 10h às 10h45. Além de Francisco Jardim, participarão do painel Fabrício Lira Figueiredo, Gerente de Tecnologias de Comunicação sem fio do CPqD, e Fernando Martins, CEO da Agrotools.
“É muito gratificante poder participar de um debate que gira em torno daquilo que acreditamos e investimos continuamente: a tecnologia a favor do agronegócio. Sabemos de sua importância para o setor e queremos, cada vez mais, contribuir para o crescimento desse mercado”, afirma Francisco Jardim.
O painel é uma novidade da edição deste ano da Agrishow e abordará assuntos que giram em torno do tema “A Revolução das Máquinas: quando algoritmos, inteligência artificial, internet das coisas e outras tecnologias se encontram com os motores do campo”. Além isso, o evento reunirá empreendedores, inovadores, produtores, acadêmicos e investidores para um amplo debate rico em informações sobre o setor.