Programa para startups da abeLLha agora é digital e gratuito

A falta de conhecimento e planejamento – estratégico ou financeiro – são as maiores travas para o desenvolvimento de novos negócios. Em geral, se uma ideia começa desestruturada, sem hipóteses claras a serem validadas, as chances de evolução são pequenas. Por isso, a abeLLha decidiu democratizar o conhecimento que acumulou durante mais de 4 anos de experiência em incubação e aceleração de startups e disponibilizou, gratuitamente, uma plataforma online com toda a metodologia e ferramentas de acompanhamento financeiro e de indicadores para startups em estágio inicial ou para quem está interessado em começar um empreendimento.

“A nossa missão é levar método, conteúdo e ferramentas que possam ajudar o maior número de empresas ou equipes a se desenvolverem de forma organizada, com agilidade e simplicidade. O mercado está muito veloz, as pessoas enxergam oportunidade de negócio para resolverem problemas e gerar valor, porém muitos tem dificuldade na gestão e organização da empresa. É aí que a gente entra: nosso método é simples e eficaz”, conta Ana Julia Ghirello, fundadora da abeLLha.
A plataforma abeLLha Digital é dividida em três pilares: educação (estágios), controle financeiro e acompanhamento de indicadores (KPIs).

O primeiro pilar, da educação, inclui 15 módulos divididos em dois estágios, com conteúdos que ajudam os empreendedores a tirar a ideia da cabeça e colocar em prática. No primeiro deles, os usuários aprenderão sobre os conceitos básicos do empreendedorismo e ferramentas úteis para estruturar um negócio. Por exemplo, como utilizar o modelo Canvas, criar estratégias de monetização, fazer um plano financeiro e como montar uma equipe coerente e eficiente.

No segundo estágio, os empreendedores aprendem a preparar o negócio para o lançamento e operar no dia-a-dia, sobretudo por meio de um produto mínimo viável (MVP, na sigla em inglês, minimum viable product), importante para testar e validar as hipóteses iniciais de viabilidade no mercado. Além disso, esse estágio ajuda a criar uma boa estratégia de marketing e comunicação, além de ensinar como organizar o financeiro da empresa.

O terceiro estágio, que será lançado em breve, é focado na operação do negócio, depois que o produto ou serviço já foi lançado no mercado e a empresa já está funcionando. Aqui, os usuários irão aprender a criar e manter a startup funcionando eficientemente, e entender a operacionalizar estratégias de branding, de produto, monetização e vendas. Nesse ponto, em alguns casos é importante pensar em captar investimentos, e para isso, incluímos módulos sobre pitch de investimento, vendas e patrocínio, além de conteúdo sobre relacionamento com investidores.

O material pedagógico está amparado por uma plataforma de acompanhamento financeiro, onde os usuários podem lançar receitas e despesas para controlarem o fluxo de caixa, as projeções do plano de negócio e ver os resultados de forma simples e prática. A plataforma transforma essa planilha em gráficos e indicadores (KPIs) que facilitam a leitura e deixa clara a evolução do negócio.

A abeLLha Digital terá o conteúdo atualizado sistematicamente e estará atenta aos feedbacks dos usuários. “Nesse início, vamos ficar de ouvidos abertos para os comentários dos usuários, entender o que falta e como podemos melhorar”, explica Ana Julia. “Essa não é uma plataforma estática. Estamos preocupados em aperfeiçoar e aumentar o conteúdo e as funcionalidades continuamente”, completa.

No futuro, quando o número de pessoas utilizando o sistema estiver maior, o plano da abeLLha é selecionar os melhores projetos e fazer um trabalho de aceleração com acompanhamento pessoal e captação de investimentos. “Como teremos as informações e os dados de evolução das startups, poderemos fazer a curadoria de forma muito assertiva. Com o consentimento dos empreendedores, vamos buscar criar as ligações com investidores, promovendo uma conexão muito mais relevante devido aos dados e histórico de cada empresa”, detalha.

Lições que as empresas tradicionais podem aprender com as startups

A Nova Economia, mudança criada pela tecnologia, está revolucionando a cultura de gestão corporativa e desafiando os modelos de empreendimentos tradicionais. As startups, empresas inovadoras e disruptivas, estão influenciando as companhias maiores e já consolidadas, que buscam remodelar o negócio para alcançar essa inovação. Um exemplo é a Coca-Cola, que firmou algumas parcerias com startups, que renderam, apenas em 2016, 20% de todo o crescimento da multinacional. São diversas as lições que os empresários podem aprender com os novos CEOs. Para isso, Renato Mendes, sócio da Organica, empresa focada na aceleração de negócios e pessoas dentro da lógica da Nova Economia, e Ana Julia Ghirello, fundadora da abeLLha, incubadora de negócios de impacto, separaram algumas dicas. Confira:

Criar uma cultura de negócios orientada ao cliente

A principal medida a ser adotada é conversar com os clientes para entender qual deve ser o caminho do negócio a ser seguido. “A partir de uma lógica de manter um diálogo permanente e de absorção das reclamações, é preciso entender as críticas como uma oportunidade de oferecer ao cliente um melhor serviço”, explica Renato.

Buscar inovação a partir dos feedbacks dos clientes

Após as conversas com o cliente, a crítica recebida deve se tornar uma hipótese de melhoria a ser testada de forma rápida e com o menor custo possível. Sempre buscar a inovação aproveitando os feedbacks dos clientes. “Se ela funcionar, o ideal é que a empresa aplique e busque a escala. Caso contrário, deve ser descartada. É preciso trabalhar em uma dinâmica de melhoria contínua”, diz o sócio da Organica.

Executar mais

As startups planejam menos e executam mais. A partir do momento que a empresa foi orientada pelo cliente, não é preciso planejar por dois anos para só depois colocar em prática. “O conceito de MVP (Minimum Viable Produc), usado pelas startups, é lançar a novidade quando já tiver uma proposta mínima de valor, de forma rápida. Com o resultado, ir melhorando e evoluindo o produto”, completa Renato Mendes.

Troca de experiências

Enquanto as startups podem ensinar essa nova forma de produto e inovação, as empresas tradicionais auxiliam os novos CEOs na escala e na estabilidade. “É importante que as empresas mais estruturadas troquem ensinamentos e auxiliem as startups com o que as fizeram estar tanto tempo ativas no mercado”, diz Ana Julia Ghirello, CEO da AbeLLha.

Como empresas com estratégias e equipes flexíveis acabam por inovar mais

Por Ana Julia Ghirello, fundadora da AbeLLha

Eu não sou uma pessoa que toma novas direções, produz ou age depois de análises profundas, pesquisas acadêmicas ou estudos. Geralmente conecto pontos por associações empíricas, uso o gut feeling, presto atenção à momentos “ahá!” e planejo (hoje, muito mais do que antes). Existe, claro, um lado ruim com esse approach às vezes dava pra ter errado um pouco menos em determinadas situações mas acho que ganho muito, também, na agilidade e flexibilidade de deixar meus negócios fluírem de forma mais orgânica e inovadora.

Foi assim há 2 anos com a criação da abeLLha – incubadora de negócios de impacto social focada pra quem tem negócios em estágio inicial. Na época eu estava ajudando no desenvolvimento de duas empreendedoras e comecei a perceber que poderia expandir a metodologia para um número muito maior de pessoas. A abeLLha nasceu em 2016 a partir desta experiência, ainda tentando entender “quem éramos” à medida que operávamos. Só começamos a perceber onde nos encaixávamos no mercado de impacto, as complementaridades e posicionamento, depois de mais um menos 18 meses. Não ter isso fixo desde o começo foi essencial para encontrar nosso nicho dentro do que fazemos bem e do que o mercado busca.

O ex-McKinsey, Frederic Laloux, autor do aclamado Reinventing Organizations (Reinventando Organizações, quase traduzido no Brasil), vem estudando o caminho evolutivo das organizações (olhando para como nos organizamos há mais de 10 mil anos). Um dos pontos que ele menciona é a capacidade de novas empresas terem uma fluidez maior: o Propósito Evolutivo.

Propósito Evolutivo é, na visão do Laloux, entender que a organização em si é, também, um organismo vivo em constante mudança. Ficar atento a caminhos e evoluções fora do planejamento (a nossa famosa tentativa de controle, né?!) pode trazer mais inovação, melhores resultados e novos negócios.

Deixar isso acontecer não é fácil, pois vai um pouco na contramão do que estamos acostumados: um planejamento detalhado, controlado e pronto para execução. Criar uma cultura onde todos (e não só gerente e diretores) se sentem confortáveis e existe processo para questionar uma estratégia ou projeto atual é, também, determinante.

Hoje, refletindo sobre a teoria, penso que se a gente não tivesse começado a abeLLha de forma totalmente aberta, e por vezes caótica, a gente nunca teria aberto espaço para a criação do Honeycombâ??—â??que é uma ferramenta de gestão estratégica baseada nos OKRs (Objectives and Key Results), um sistema para definir metas relevantes e que cascateiam para a organização) com alguns componentes de gestão horizontal (baseados na Holocracia) a que nasceu pra ser a nossa metodologia de gestão interna e hoje virou uma empresa separada.

Como ter uma organização fluida e que abre muito mais espaço para a inovação?

Resumindo: planejar sem estar casado com o planejamento e dar abertura real para todos questionarem a sua estratégia!

Acho importantíssimo um direcionamento claro, definir metas e olhar de perto a eficácia da execução. Porém, não insistir no que não vinga e abrir os olhos para o que acontece, muitas vezes, pela tangente é tão importante quanto.

Alguns pontos que considero essenciais:

Propósito: essa palavra está gasta, mas se todo mundo dentro da sua equipe compra de verdade o sonho da empresa, pensar constantemente em como evoluir é uma tarefa infinitamente mais simples. O trabalho de tentar ser melhor, buscar novos experimentos e hipóteses virá muito mais naturalmente quando se acredita no que se faz. A gente, por exemplo, contrata por propósito e valores compartilhados primeiro, habilidades vem depois.

Mindset experimental: criar uma cultura que celebra autonomia para a geração de hipóteses a serem validadas com experimentos é a melhor maneira de gerar um ambiente propenso a inovar. Deixar opiniões pessoais de lado e focar em respostas baseadas em dados é essencial. Tirar de campo o ego e se deixar ser questionado por todos é difícil mas enriquecedor.

Estrutura e disciplina: uma vez que se enxerga, a partir de experimentos, um novo projeto, nova ideia ou novo braço de negócio, é muito importante focar na continuidade da execução para que uma faísca se torne algo tangível. Muita gente deixar morrer uma nova ideia ou projeto em potencial por falta de foco, planejamento e disciplina.

Exercitar o desapego: saber entender que certos projetos, metas e tarefas talvez não estejam retornando resultados relevantes e cortá-los é importantíssimo. Mais importante ainda é ter uma cultura que permita esse desafio independente de cargo. Os seus “nãos” são a maior reafirmação dos seus “sins”.

Ana Julia é apaixonada por criar empresas e produtos voltados para potencializar o desenvolvimento humano, onde o foco é no propósito do negócio e como ele toca as vidas de quem o utiliza. Fundou a AbeLLha em agosto de 2015, uma incubadora que tem como objetivo trabalhar com startups que contribuam para um mundo mais horizontal, onde se prioriza pessoas e um ambiente sustentável, antes do lucro.

Incubadora abeLLha potencializa o trabalho de novas startups voltadas para resolver problemas socioambientais

Com o objetivo de auxiliar novas startups a potencializarem suas atividades, a incubadora abeLLha, tornou-se referência para empreendedores que estão no começo da jornada, com sua metodologia especializada em alavancar negócios em estágio inicial. Voltada para gerar novas oportunidades para a melhoria da sociedade, a empresa apoia projetos voltados para educação, inclusão de minorias, aumento de renda, saneamento básico, saúde, mobilidade e meio ambiente, baseados nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU (Organização das Nações Unidas) que devem ser implementados por todos os países do mundo até 2030.

A incubadora auxilia no desenvolvimento e soluções de problemas reais de microempresas que tenham fortes modelos de negócio, além de ser a solução para quem busca aprimoramento. Por meio de acompanhamento contínuo e acesso a rede de mentores profissionais com vasta experiência de mercado, a abeLLha possui duas vertentes: incubação para empreendedores, por meio de acompanhamento quinzenal com foco em construir e evoluir no detalhe da estratégia, planejamento financeiro, produto, operações, vendas, marketing e comunicação; e projetos voltados para inovação interna em empresas, onde é aplicada a metodologia de incubação para escalar ideias e inovações que precisam ser maturadas até se acoplarem ao core bussiness e gerarem impacto direto no negócio.

Além disso, a abeLLha possui ferramentas próprias que dão suporte no desenvolvimento desses negócios. O GoodPeople, aplicativo que conecta pessoas que possuam talentos complementares, para que empreendedores consigam encontrar pessoas para auxiliá-los em seus projetos e a plataforma Honeycomb, de gestão estratégica que cria um ambiente transparente e focado em resultados, sem esquecer das pessoas.

O processo de seleção da incubadora se baseia primeiramente na ideia inicial de valor que a startup agrega para resolver problemas na sociedade, no possível impacto de crescimento e escalabilidade e, principalmente, no foco e valores da equipe. “Queremos encontrar projetos que gerem impacto em grande escala e resolvam algum problema recorrente na sociedade. Entendemos que cada um pode ser determinante na mudança que deseja ver no mundo e que podemos fazer o bem e lucrar com isso também”, explica Ana Julia Ghirello, fundadora da abeLLha.

Fundada em janeiro de 2016, a abeLLha já incubou mais de 20 projetos. 13% das empresas criaram tração inicial de mercado e caminham para modelos de negócio sustentáveis, fazendo a diferença na vida de milhares de brasileiros. O processo de seleção para 2018 começa no dia 4 de setembro e vai até 16 de outubro.