5G como forma de agregar valor para os negócios

Por Márcio Kanamaru

Embora líderes das maiores empresas de telecomunicações, mídia e tecnologia do mundo estejam entusiasmados com as oportunidades que o 5G apresenta, eles estão preocupados com os custos para construir as novas redes e o retorno sobre estes investimentos. Apesar do fato de que os consumidores provavelmente pagarão mais por uma conexão 5G, há um acordo de que esse aumento não cobrirá o investimento nem compensará as redes. O entusiasmo e a expectativa em torno do notável potencial do 5G para consumidores e estilos de vida são empolgantes, mas, na realidade, os maiores benefícios do 5G provavelmente surgirão no mercado corporativo.

Infelizmente, apesar dos vastos recursos do 5G para transformar tudo, desde comunicações à manufatura, saúde, varejo e muito mais, uma peça-chave deste cenário 5G ainda está faltando. A visão necessária para compreender e alinhar estrategicamente os benefícios do 5G com os modelos de negócios atuais e futuros é um desafio para a maioria das empresas. Questões sobre o retorno de iniciativas 5G de bilhões de dólares são o principal assunto, especialmente, porque nenhuma indústria ainda não empunhou a bandeira para dar vida ao 5G.
A realidade é que elas não obterão retornos adequados apenas dos consumidores. Ao mesmo tempo, a maior parte do novo valor gerado por meio do 5G irá para as plataformas de serviço em vez das empresas de telecomunicações que emitem as contas. Para pagar as contas, as divisões empresariais precisarão criar fluxos de receita lucrativos, sabendo que os clientes corporativos irão investir para melhorar drasticamente a produtividade e a segurança.

O 5G tem cinco recursos principais que gerarão valor ao redefinir drasticamente ou criar modelos de negócios – capacidade, confiabilidade, latência, largura de banda e eficiência – que irão proporcionar recursos transformacionais. Vejo a necessidade de as empresas de telecomunicações irem além desses fatores. Com uma melhor compreensão do que, por quê, quando e como o 5G trará benefícios tangíveis para os clientes empresariais, as empresas de telecomunicação podem desenvolver estratégias embasadas para o futuro.

Nesse sentido, podemos elencar os seis componentes do DNA empresarial do 5G que agregarão valor para os negócios. Eles são os resultados comerciais que podem ser gerados pelo 5G e, entre eles, estão os seguintes: tomada de decisão aprimorada por máquina; meio ambiente; visualização; automação ágil; maior eficiência e conexões confiáveis.

Sabemos que o Brasil ainda terá um longo caminho para a chegada do 5G. Recentemente, foi apresentada uma nova data tentativa para realização do leilão do espectro para o segundo semestre do próximo ano, devido aos desafios a respeito da limpeza da frequência utilizada pela tevê via satélite na faixa de 3,5 GHz que poderá impactar 15 satélites, entre outras demandas do setor para a viabilização do 5G no país. Mas, todos estão confiantes e, tanto sociedade civil quanto governo têm se mostrado diligentes em encontrar caminhos para que esta tecnologia tenha um impacto positivo nos próximos anos.

Obviamente que não será uma questão de acionar o botão 5G e ver um novo mundo emergir. Haverá implementações iniciais em áreas menores, o que chamamos de estilo de campus ou redes privadas. Essas redes 5G menores resolverão problemas empresariais e fornecerão inovações em setores centralizados, por exemplo, um ambiente de manufatura inteligente localizado.

Depois disso, conforme as redes 5G se tornem publicamente acessíveis, veremos o crescimento do uso nas cidades, permitindo que vários setores descentralizados gerem valor, incluindo área da saúde e serviços financeiros junto com mobilidade, entretenimento ao vivo e muito mais. Além desse período, podemos esperar o surgimento do uso sem precedentes dessa tecnologia que ainda não podemos prever.

Márcio Kanamaru, sócio de tecnologia, mídia e telecomunicações da KPMG no Brasil

Feninfra: sucesso do 5G no Brasil depende da China e de outros países

Por Vivien Mello Suruagy

Estamos ingressando em nova era de desenvolvimento, com o advento do 5G. Mais pessoas poderão estar conectadas ao mesmo tempo, com maior velocidade de navegação em dispositivos móveis, como tablets e celulares.

Cidades e eletrodomésticos inteligentes, entregas de encomendas por drones, carros autônomos, identificação facial de criminosos por meio de sensores em postes, cirurgias a distância, automatização do agronegócio e vídeos-chamadas em 3D são alguns dos avanços proporcionados pela nova tecnologia. Porém, as vantagens são mais amplas. A navegação na Web será até 100 vezes mais rápida do nos sistemas sem fio atuais. Poderemos baixar filmes em nossos celulares em menos de três segundos. O consumo de energia será menor e as baterias durarão muito mais, algo congruente com o conceito “mais por menos” e os preceitos da economia sustentável.

O 5G, que representará um salto em direção à inteligência artificial e à internet das coisas, deverá gerar negócios de 11 trilhões de dólares em 2025, conforme estimativas da consultoria Mckinsey & Company. Estamos falando de aumento significativo de produtividade, redução de custos e surgimento de novas soluções.

Contudo, para contarmos com esse fantástico futuro, inimaginável há poucos anos, alguns obstáculos precisam ser vencidos. A tecnologia é cara e a infraestrutura dispendiosa. Tudo se torna mais crítico quando falamos da necessidade de manutenção da saúde das empresas, abaladas pela crise provocada pela pandemia da Covid-19. Em todo o mundo, os distintos mercados enfrentam complexas turbulências.

Nesse cenário, torna-se premente reduzir despesas para transformar o capital, que anda escasso, em investimentos e geração de empregos, ampliando a conectividade brasileira. Tal desafio traduz-se, dentre outros requisitos, em não termos um leilão arrecadatório e restritivo, nem limitação de determinados fornecedores e tecnologias.

Há um debate sobre a proibição de produtos chineses, devido à segurança nacional. Tal preocupação, contudo, deve estar sempre presente e se aplica a produtos, equipamentos advindos de quaisquer nações. Todos os fornecedores, independentemente da origem, têm comprovado até o momento serem fiéis ao lema soberania e segurança nacionais. Proibição numa economia de mercado não são princípios do comércio global, e certamente significaria aumento nos custos, afetando toda a economia, num danoso efeito em cascata, considerando a importância vital da internet e das telecomunicações para todos os setores de atividade.

Muito mais importante e prudente do que restringir a competição é zelar pela qualidade do sistema e boas práticas e exigir equipamentos importados legalmente e certificados pela Anatel. Também são fundamentais a qualidade da mão de obra e a garantia da segurança das redes. O Brasil necessita, sim, de empresas sérias, que continuem resguardando e respeitando a segurança e soberania brasileira e contribuam para a digitalização dos processos.

Tais avanços são decisivos para incluir nosso país entre os protagonistas na Indústria 4.0, robótica e inteligência artificial, ao lado das nações mais desenvolvidas.

Vivien Mello Suruagy, presidente da Feninfra (Federação Nacional de Infraestrutura de Redes de Telecomunicações e Informática)

Huawei destaca avanços do 5G durante a Futurecom Digital Week

Há 22 anos no Brasil, a Huawei participa ativamente na transformação digital do país em parceria com operadoras, desde a instalação do 2G até o 4.5G, além de já ter capacitado mais de 30 mil profissionais e estudantes em suas iniciativas e parcerias educacionais com instituições de todo o país. A colaboração da Huawei estará presente na Futurecom 2020 Digital Week, um dos maiores eventos dedicados a inovação na América Latina, que, este ano, será realizado em formato online, de 26 a 30 de outubro.

Durante os Meetups, Webinars, Podcasts e debates do evento, a Huawei demonstrará como os avanços de tecnologias como 5G, IA, Redes, Nuvem e IoT (Internet das Coisas) irão abrir oportunidades às pessoas, aos negócios e à sociedade.

“Junto com nossos clientes e parceiros, contribuímos para o desenvolvimento das redes móveis e de banda larga, que cobrem 95% da população brasileira. Ajudamos nossas operadoras parceiras a lançar as redes 2G até 4.5G no País e ajudamos a construir a primeira rede de fibra óptica de alta velocidade na região amazônica, conectando 20 cidades e beneficiando cerca de 4 milhões de pessoas”, explicou Sun Baocheng, CEO da Huawei Brasil, destacando que a empresa levará toda essa expertise para sua participação no evento.

No Brasil desde 1998, a Huawei tem contribuído para a transformação digital do País. Implantando soluções inovadoras e com uma operação localizada, a empresa gera 1.200 empregos diretos e mais de 15.000 indiretos.

O comprometimento com a missão de construir um mundo totalmente conectado e inteligente permitiu que a Huawei ofereça as soluções mais avançadas e acessíveis em diversos setores como finanças, energia, agricultura, transporte, mineração, cidades inteligentes e no setor público.

Confira a programação de participação da Huawei na Futurecom Digital Week 2020:

https://futurecom.easyevent.com.br/search?term=Huawei

–  26 de outubro, às 16:30h – MeetUp | Agronegócio: Do Plantio à Mesa do Consumidor: O Uso de Tecnologias como aliada na Transformação do Campo. Participação do diretor de Marketing da Huawei Brasil, Tiago Fontes.

–  27 de outubro, às 09:40h – PODCAST | O 5G, com o gerente de solução Wireless da Huawei, Bruno Alvarenga Martins Ribeiro.

–  27 de outubro, às 11:00h – WEBINAR | 5G Interconectando Tecnologias e Serviços, transformando Negócios. Participação do CEO da Huawei no Brasil, Sun Baocheng.

–  28 de outubro, às 09:40h – MeetUp | Governo: Importância da Digitalização das Instituições Públicas alinhada às Necessidades dos Cidadãos. Participação do Executivo de Soluções Huawei para a Indústria, Ricardo Mansano.

–  29 de outubro, às 09:40h – MeetUp | Varejo: Redesenhando a Experiência do Consumidor no Mundo Low Touch. Participação do Consultor de Vendas Corporativas da Huawei, Davi José Martins.

–  29 de outubro, às 16:30h – MeetUp | Energia: Da Geração à Entrega de Energia ao Consumidor: A Revolução Digital e o seu Impacto no Setor Energético. Participação do diretor da Huawei Enterprise, Francisco Costa de Menezes.

–  30 de outubro, às 10:30h – Fireside Chat | O 5G, com o gerente de solução Wireless da Huawei, Bruno Alvarenga Martins Ribeiro.

–  30 de outubro, às 11:00h – WEBINAR | Acelerando a adoção de 5G através da Construção de um Ecossistema de Colaboração e Inovação. Participação do diretor de Soluções da Huawei, Carlos Roseiro.

SERVIÇO

Evento: Futurecom Digital Week 2020 – Online e Gratuito

Período: 26 a 30 de outubro

Inscrição: https://www.futurecom.com.br/pt/digital-week.html#inscreva-se

5G: legislação brasileira avança para preparar infraestrutura de telecomunicações e municípios devem agir

Para preparar o ambiente do leilão do 5G no próximo ano, o presidente Jair Bolsonaro assinou em 1º de setembro o tão esperado Decreto que regulamentou a Lei Federal das Antenas, a fim de reduzir alguns dos mais importantes entraves que hoje dificultam a instalação de infraestrutura de telecomunicações e impedem o avanço da conectividade e da cobertura de telefonia no país. O texto é positivo e era aguardado por diversos setores da economia.

Nos próximos anos, fornecedores, fabricantes de equipamentos e operadoras de telecomunicação preveem investir cerca de R$ 35 bilhões para operacionalizar o 5G no Brasil. Quando falamos de infraestrutura passiva, somente empresas ligadas à Associação Brasileira de Infraestrutura para as Telecomunicações (Abrintel), que representa 65% do setor no mercado nacional de torres, planejam investir R$ 6 bilhões. O que ainda pouco se debate é que o avanço da digitalização depende da modernização de leis municipais obsoletas em todo o país. Enquanto não houvesse a regulamentação da Lei Federal de Antenas, boa parte dos recursos anunciados não seriam realizados. Agora, o cenário muda de figura.

Caso o leilão das novas frequências fosse realizado ainda este ano, como previsto antes da pandemia de Covid-19, seríamos uma nação com autorizações e outorgas para implantá-las, mas sem infraestrutura para tirar seu melhor proveito. Em outras palavras, apesar da regulamentação da Lei Federal das Antenas, boa parte das atuais leis municipais de antenas são incoerentes com a realidade tecnológica e impõem regras burocráticas que impedem o Brasil de atender à rotineira demanda por 4G e tornam impossível o desenvolvimento do 5G. Espera-se que os municípios se motivem a agir para modernizar suas leis.

Somente com a harmonização entre a Lei Federal de Antenas e normas municipais o país caminhará para a conectividade efetiva e para a diminuição da desigualdade digital. Destravar a instalação de torres e antenas é a condição básica para a ampliação da infraestrutura de telecomunicações. É preciso vontade política para o assunto entrar na pauta. Leis com mais de 20 anos, como é o caso de diversos municípios brasileiros, se tornaram antiquadas e altamente restritivas. Estas sequer previam as tecnologias atuais e muito menos a demanda crescente da sociedade por banda larga móvel e fixa.

As principais modernizações nas Leis de Antenas não são esperadas apenas pelo setor de telecom. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) também defende que as cidades adotem e façam valer o novo texto com a criação de uma janela única, ou seja, que apenas um órgão seja responsável por coordenar todo o processo de licenciamento urbanístico e ambiental nos municípios. Defende ainda a aderência à chamada autorização tácita, prevista no Decreto Federal, com prazo máximo de 60 dias para emissão de licenças de liberação para instalação de antenas. Assim, os municípios terão de analisar rapidamente os pedidos e, caso não haja respostas, entende-se que a autorização está dada até posterior fiscalização dos órgãos competentes.

Nos últimos dois anos, por exemplo, apenas na cidade de São Paulo, maior centro financeiro do país e da América Latina, operadoras e empresas de infraestrutura protocolaram mais de 1,8 mil pedidos de novas torres e antenas. Até o momento, apenas 90 foram liberados. O cenário se agrava com o advento do 5G, pois a implantação da nova tecnologia exigirá de 3 a 4 vezes mais antenas em relação à conexão 4G.

E se ainda existiam dúvidas quanto à essencialidade dos serviços de telecomunicações, a pandemia comprovou a duras penas sua importância para manter a dinâmica da economia e das relações pessoais. Nos próprios municípios onde a modernização das leis se mostra tão difícil, o teletrabalho, o ensino à distância e a compra remota com entrega em domicílio são apenas algumas das atividades que, dependentes e apoiadas na conectividade, ajudam a manter as atividades de milhares de famílias.

No cenário pós-Covid-19, não há dúvidas de que 5G será fundamental para a recuperação econômica global. Maior capacidade, maior velocidade e menor latência permitirão mais usuários, mais dados e conexões mais rápidas para novos serviços e maior produtividade das empresas. Permitirão também que as chamadas Cidades Inteligentes (Smart Cities), ganhem contornos visíveis.

Para os municípios que se prepararem para a chegada da nova tecnologia, transformações tão esperadas e que dependem de comunicação móvel de excelência se tornarão realidade, resultando em ganhos significativos para as áreas de saúde, transportes, educação, segurança e muitas outras. O desenvolvimento de novas soluções em robótica, inteligência artificial, mobilidade urbana, telemedicina e o fortalecimento da indústria 4.0 são apenas alguns dos segmentos que devem deslanchar nesse novo momento. Em todos eles, os fluxos de informações serão essenciais para o seu pleno funcionamento. Resta saber: quanto mais a burocracia e a dificuldade em modernizar as normas municipais atrasará o Brasil na sua transformação digital e na retomada da economia?

Por Luciano Stutz, presidente da Associação Brasileira de Infraestrutura para as Telecomunicações (Abrintel) e Mônica Messenberg Guimarães, diretora de Relações Governamentais da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Conheça as etapas e a importância dos testes para a implementação da tecnologia 5G no Brasil

A rede móvel de quinta geração (5G) está chegando ao Brasil. Apesar do leilão da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) ter sido adiado para 2021, três empresas já disponibilizam o serviço em 11 cidades brasileiras, testando assim o funcionamento da tecnologia que já é alvo de uma intensa disputa mundial e deverá impactar de forma decisiva campos como a velocidade e maior taxa na transmissão de dados, além de inaugurar de forma decisiva a chamada internet das coisas (IoT), integrando milhares de dispositivos a equipamentos, móveis e eletrodomésticos.

À parte da disputa política que envolve a chegada dessa nova tecnologia, certificadoras e laboratórios já atuam na capacitação de seus parques técnicos com o objetivo de avaliar os parâmetros principais da tecnologia 5G, sua compatibilidade eletromagnética, segurança elétrica oferecida ao usuário e suas características na emissão de rádio frequência que possa ser absorvida pelo corpo humano, durante a utilização do dispositivo móvel. Um trabalho silencioso, mas essencial para que a nova plataforma de dados opere de forma eficaz e segura para seus usuários.

“Este trabalho é importante e necessário para oferecer segurança ao usuário que vai utilizar o dispositivo, proteger o espectro, ou seja, garantir que o produto de telecomunicações em análise está operando na faixa de frequências correta, contra uso indevido e para que o dispositivo não cause ou sofra interferência no ambiente que é utilizado”, explica Fabio Jacon, vice-presidente de Telecomunicações da Associação Brasileira de Avaliação da Conformidade (Abrac), entidade que reúne empresas de certificação e inspeção no Brasil. Jacon destaca ainda que o processo de certificação e testes de cada produto que entra no mercado “leve de um a dois meses entre a realização dos testes, a análise do organismo e a avaliação final por parte da Anatel”.

Para avaliar a tecnologia 5G no Brasil foram definidos critérios baseados em referências internacionais da 3GPP (3rd Generation Partnership Project), que padroniza, com o apoio da indústria internacional, as novas tecnologias, e dessa maneira o serviço é o mesmo em todos os países, apenas com a diferença das frequências disponíveis em cada território. Os testes de avaliação da rede móvel de quinta geração incluem análise da tecnologia, Testes de Compatibilidade Eletromagnética (EMC), segurança elétrica do dispositivo e a avaliação de SAR (Specific Absorption Rate).

Em junho de 2020, a Anatel estabeleceu os requisitos de testes aplicáveis tanto para as estações rádio base, que irão prover a tecnologia 5G nas redes das operadoras de telecomunicações, quanto para os terminais móveis, que permitirão aos usuários acesso à tecnologia. Inicialmente, as operadoras móveis presentes no Brasil compartilharão as frequências que já estão alocadas para a operação da atual tecnologia celular, através de uma técnica chamada DSS (Dynamic Spectrum Sharing).

Seguindo as regras determinadas pela Anatel, ao lançar um novo produto no Brasil, o fabricante local seleciona um Organismo de Certificação Designado (OCD) e fornece as informações técnicas sobre o produto, que é analisado para que sejam determinados os padrões e ensaios aplicáveis. Na sequencia, escolhe-se o laboratório que fará os testes, que executa os ensaios e emite seu relatório. Este é analisado pela Certificadora que, em caso de resultados positivos, cadastra o produto na Anatel, que analisa a documentação e emite o certificado de homologação para que o produto ou serviço seja comercializado.

5G no Brasil: assunto urgente ou uma realidade ainda distante?

Por André Gatti

Em meados de 2019 havia grande expectativa de que o leilão de licenças das frequências para a tecnologia 5G seria realizado em março de 2020, mas o que ocorreu não foi exatamente isso. Somente no mês de fevereiro a Anatel submeteu a consulta pública a proposta de edital para o leilão do 5G. Com isso, a expectativa agora é que o leilão se dê no fim deste ano ou até mesmo em 2021.

Apesar desse cronograma mais demorado, parece haver consenso no mercado de que realmente existem alguns pontos importantes a ser resolvidos para que o leilão seja bem-sucedido.
Um deles, que parece ter sido endereçado no edital submetido a consulta pública pela Anatel, é a previsão de leilão de blocos regionalizados, reservando espectro para prestadores de pequeno porte (PPPs) e também para possíveis novos entrantes. Isso permitirá que a tecnologia 5G chegue mais rapidamente a regiões que não seriam atendidas inicialmente pelas grandes operadoras, as quais, naturalmente, devem focar investimentos iniciais nas áreas mais populosas e rentáveis.

Outro ponto que não está diretamente ligado ao leilão, mas tende a afetar o volume de investimentos das operadoras no 5G, é a possibilidade da migração do modelo de concessão para o modelo de autorização pelas operadoras de telefonia fixa, pois isso pode liberar investimentos em fibra, essenciais para a infraestrutura de transporte do 5G. Nesse ponto, foi aprovado em 2019 o PLC 79, que ainda precisa ser regulamentado, incluindo a definição de como serão calculados os valores dos bens reversíveis.

O edital da Anatel também trata de um tema polêmico ao citar que a “utilização da faixa de 3,5 GHz por sistemas móveis terrestres implica potencial interferência dos sinais de TV aberta e gratuita recebida por meio de sinais de satélites, fazendo-se necessária a adoção de medidas para seu tratamento”. A resolução dessa questão é essencial para a liberação de espectro para o leilão, mas existem divergências em relação ao número de domícilios que seriam afetados, qual a melhor estratégia para tratar o problema e os custos envolvidos.

A quantidade de domicílios que utilizam a TV aberta por satélite varia entre regiões (áreas com menor cobertura da TV aberta dependem mais do satélite), não existem controles por parte das emissoras de TV ou do Estado sobre quem utiliza antenas parabólicas para recepção dos canais via satélite (as antenas são compradas livremente no mercado) e existem domícilios que também têm o sinal de TV via DTH (ou seja, TV paga via satélite). Por isso a dificuldade de calcular a quantidade de domicílios que seriam realmente afetados, embora estimativas mais recentes apontem para cerca de 3 milhões.

Quanto à solução a ser adotada, foram feitos progressos importantes em testes recentes e se constatou a possibilidade da utilização de filtros para mitigar as interferências do 5G na TV aberta por satélite, evitando a necessidade de migração do sinal de TV para outra banda de satélite, a banda Ku, o que significaria a necessidade de um equipamento novo para os usuários da TV aberta via satélite. De qualquer forma, o edital prevê que os custos para solução desse problema sejam pagos pelas empresas vencedoras do leilão do 5G.

As operadoras também aguardam com grande expectativa uma definição sobre a legislação para instalação de antenas, que, atualmente, é de responsabilidade dos municípios e vista como uma grande barreira para o 5G, que exigirá um número muito maior de antenas do que o utilizado pelas tecnologias atuais. Uma alternativa em análise é a do silêncio positivo, que nada mais é do que, na ausência de resposta para uma solicitação de licenciamento de antena, as operadoras poderiam iniciar a instalação em caráter provisório. Também se discute a necessidade de licenças para pequenas antenas, que podem ter papel importante no 5G.

Além de todas essas questões, as operadoras ainda tentam influenciar o governo para que o leilão não tenha caráter arrecadatório, onerando o valor das licenças, mas exista um foco maior em contrapartidas de investimentos e de cobertura por parte dos vencedores.

Por todos esses fatores, o leilão vai demorar mais do que o previsto para ser realizado. As operadoras também já declararam publicamente que não pretendem fazer uma corrida por causa do 5G, e, em anúncios recentes de algumas operadoras sobre o plano de investimentos, não foram indicadas variações significativas para 2020 por causa do 5G.

A pergunta que fica é: o que as operadoras devem fazer para se preparar para quando esse momento chegar?
Apesar de ainda não existirem modelos de negócio muito claros para monetização do 5G, é fato que essa tecnologia permitirá a criação de aplicações com os mais diversos requisitos de conectividade, incluindo velocidade e latência, e também será o viabilizador para o IoT. O conceito de network slicing (fatiamento de rede) também permitirá a priorização de serviços na rede, de acordo com a característica de cada serviço. Mesmo sabendo que, inicialmente, o 5G deve atender a demandas específicas de algumas indústrias, todas as operadoras já têm feito testes relacionados ao 5G.

Além dos testes tecnológicos, é essencial que as operadoras utilizem esse tempo para planejar modelos de negócio que possam monetizar seus investimentos. Aquelas que deixarem para avaliar o potencial da tecnologia somente após a aquisição de licenças certamente estarão atrasadas em relação a suas concorrentes. O momento é de avaliar as novas possibilidades de serviços e parcerias que serão viabilizados com o 5G.

Finalmente, as operadoras precisam também planejar os impactos que o 5G trará para seu ambiente de TI, pois o time-to-market será importante para recuperar investimentos que não devem ser baixos.

André Gatti, diretor de Telecomunicações, Mídia e Tecnologia da Cognizant no Brasil

Mercado de Telecom acredita que o 5G será fundamental para alavancar economia brasileira, diz pesquisa

Uma sondagem de opinião realizada pela Ericsson entre os dias 29 e 31 de outubro, em São Paulo, confirma que executivos do setor de telecom acompanham com ansiedade os próximos passos da implementação do 5G no Brasil. O estudo foi realizado durante o Futurecom 2019, maior evento do setor na América Latina, ouvindo 878 decisores do setor de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC), fornecedores, provedores e empresas referências no setor.

Com chegada ao Brasil do 5G prevista para 2020, a sondagem realizada com especialistas abordou, entre outros pontos, a importância do 5G para o País. Numa escala de 0 (muito baixa) a 10 (muito alta), a nota média ficou em 9,3.

Quando perguntados sobre o papel habilitador do 5G para a transformação da economia, 64% dos respondentes concordam plenamente que a tecnologia será fundamental para alavancar mudanças significativas em toda a sociedade. Outros 35% também entendem que haverá grande impacto, ainda que parcialmente,

Ao abordar um eventual atraso no leilão de frequências, 72% declararam que isso pode ter um forte impacto negativo para o Brasil. Apenas 7% posicionaram-se favoráveis ao referido atraso.

Para o diretor de Relações Institucionais da Ericsson, Tiago Machado, esses resultados merecem atenção: “Muitos estudos já realizados comprovam que o 5G será o principal fator de transformação econômica, competitividade e ganho de eficiência dos mais diferentes setores da economia na próxima década. E o Brasil não pode perder o timing para dar mais esse importante passo. É realmente importante que o Brasil tome uma série de medidas regulatórias como parte de uma política pública mais ampla que assegurem a introdução da tecnologia no Brasil ainda em 2020”. Ele alerta: “Entre essas medidas, estão o leilão de frequências 5G sem um viés arrecadatório e a aplicação da Lei Geral de Antenas em todos os municípios do País”.

Considerada a nova geração da conectividade móvel, o 5G já é uma realidade para a Ericsson, que foi pioneira na implementação e ativação da nova tecnologia em quatro continentes. Atualmente já somam 22 as operações comerciais em funcionamento na América do Norte, Europa, Oriente Médio, Oceania e Ásia utilizando tecnologia 5G da Ericsson.

Embratel fornece soluções de TI e Telecomunicações para GP Brasil de Fórmula 1

A Embratel será a Fornecedora Oficial de Telecomunicações e TI do Grande Prêmio Brasil de Fórmula 1 por mais um ano. Esta é a 14ª edição do evento automobilístico que contará com o fornecimento oficial de soluções da Embratel. A etapa brasileira da competição acontece nos dias 15, 16 e 17 de novembro no Autódromo de Interlagos, em São Paulo.

“Mais uma vez, a Embratel irá dispor do que existe de mais moderno para garantir conexão rápida de Internet e excelência na transmissão de sinais de áudio e vídeo para a mais importante prova automobilística do mundo”, diz Marcello Miguel, Diretor Executivo de Marketing e Negócios da Embratel, lembrando que as soluções fornecidas irão permitir que o mundo inteiro acompanhe os treinos e a corrida com as melhores imagens e conexão.

A movimentação de dados será intensa em Interlagos. Nesta edição, a Embratel trará uma solução especial de circuito ponto a ponto que liga o autódromo a um Data Center, possibilitando tráfego de grande volume de dados. A empresa também irá disponibilizar Wi-Fi em pontos estratégicos, como a Sala de Imprensa e a Sala de Fotos, possibilitando a comunicação e troca de informações de forma ágil por parte dos jornalistas brasileiros e internacionais que cobrem esta que é uma das etapas mais aguardadas da Fórmula 1.

O Paddock Club, local privilegiado para assistir à corrida, também terá acesso Wi-Fi da Embratel. As soluções para transporte de sinais de vídeo e áudio garantirão qualidade de transmissão digital. O centro de geração de imagem será equipado com fibras ópticas da Embratel e, por mais um ano, dez painéis localizados no autódromo serão interligados pela empresa.

O fornecimento de serviços para uma competição desta dimensão reforça a excelência do portfólio da Embratel. Também serão providos serviços de telefonia fixa para ligações locais e de longa distância, links dedicados para acesso à Internet, com suporte para alta capacidade de tráfego, e soluções de voz e dados para a rede de telefonia utilizada por emissoras de rádio e de televisão para a transmissão do evento.

Uma equipe técnica especializada estará no comando das atividades para assegurar o êxito da operação, garantindo uma experiência única ao público. Durante todo os dias, os serviços da Embratel serão monitorados com análise das performances em tempo real. Entre os diversos serviços fornecidos pela Embratel para a F1 deste ano também estão comunicações unificadas e colaboração, gerenciamento de redes, Smart Vídeo e Cloud.

A presença da Embratel no segmento automobilístico é de longa data e também se destaca pelo fornecimento de soluções de carros conectados para as maiores montadoras do País, garantindo bem-estar e segurança a milhares de motoristas e passageiros. Entre os benefícios do uso da tecnologia estão o monitoramento 24 horas dos veículos por meio do Centro de Operações de Segurança (Security Operations Center – SOC) Embratel, com rastreamento por satélite. Diversas funcionalidades são disponibilizadas por meio de conectividade, como travamento e destravamento remoto de portas, Wi-Fi para diversos dispositivos, chamadas ao Centro de Atendimento da montadora para pedir auxílio em caso de roubo, furto ou de qualquer outra emergência, além do acesso a informações essenciais para o bom funcionamento do automóvel, como calibragem dos pneus e volume de óleo.

Brasileiros estão dispostos a pagar mais para ter internet 5G dez vezes mais rápida que 4G, aponta Deloitte

Tema frequente e muito debatido pelos especialistas e apaixonados por tecnologia, o 5G está cada vez mais provocando curiosidade e ansiedade ao redor do mundo. E no mercado brasileiro não é diferente – o desejo pela internet mais rápida é destaque da edição deste ano da Global Mobile Consumer Survey Brasil. Realizada com 2 mil usuários de telefonia móvel no país, o objetivo é identificar as tendências para o setor de telecomunicações nacional, por meio de análise de hábitos, expectativas e oportunidades de usuários e do mercado global.

Apontado por dois terços dos respondentes, a internet 5G dez vezes mais rápida do que a 4G é considerada muito importante para os usuários. Cerca de 69% dos participantes estão dispostos a pagar mais caro pela tecnologia e 45% consideram migrar para a rede assim que ela estiver disponível.

“As novas tecnologias chegaram para proporcionar aos modelos de empresas tradicionais, por meio de plataformas e ecossistemas digitais, uma ‘nova ordem’ do processo de globalização. O 5G entra em cena para habilitar o uso dessas novas tecnologias que possibilitarão as transformações das empresas. Esta será a oportunidade para o Brasil se inserir no bloco dos países líderes da Economia Digital.”, declara Márcia Ogawa, sócia-líder de Telecomunicações, Mídia e Tecnologia da Deloitte.

O interesse das empresas em adotar o 5G é grande, contudo, é imprescindível ao mercado fazer uma avaliação dos benefícios que a rede trará a população, que vão além da velocidade. Outro ponto importante é a análise do impacto dos custos de implementação sobre o preço ao consumidor.

Smartphones na liderança da corrida tecnológica

Os smartphones seguem como os dispositivos eletrônicos utilizados com maior frequência pelos entrevistados. Do total de respondentes, 95% haviam utilizado o aparelho nas últimas 24h anteriores à pesquisa, bem à frente de desktop (70%) e notebook (66%). Isso indica a consolidação do smartphone como fonte de comunicação e pesquisa principal.

Segundo a Global Mobile Consumer Survey Brasil 2019, as atividades de compras são as mais realizadas pelos usuários no celular: 89% afirmam usar o dispositivo para pesquisar sobre produtos e serviços, seguido de navegar em sites/apps de compras (87%), ler avaliações sobre produtos/serviços (82%) e comprar online (80%). Entre os principais motivos para a escolha de um aplicativo de compra online estão a rapidez (34%), o baixo custo da entrega (27%) e a garantia de segurança (23%).

Produtos e serviços relacionados à saúde e beleza são os que os entrevistados adquirem com maior frequência pelo celular (34% afirmaram que compram mensalmente pelo dispositivo). Esses dados refletem o aumento da confiança do consumidor no ambiente online e a ascensão de novas plataformas de pagamento, e-commerce e entrega.

Trabalho x Lazer

Em um momento onde os modelos de negócios exigem agilidade e conectividade dos dados, os smartphones se tornam, cada vez mais, prioritários na comunicação profissional. A pesquisa aponta que existe um equilíbrio entre as atividades profissionais exercidas nos momentos de folga e as atividades pessoais durante expediente de trabalho. Cerca de 44% dos entrevistados assumem se distrair com o celular durante o trabalho e mais de dois terços utilizam o aparelho durante o expediente para fins pessoais. Ambas situações ocorrem com alguma ou muita frequência. Do outro lado, 90% afirmam o uso para fins profissionais fora do horário de expediente.

Smart TVs ganham força

Em resultado ao papel dos smartphones como hub de controle de outros dispositivos conectados, a smart TV se tornou o equipamento de entretenimento doméstico mais utilizado pelos brasileiros, de acordo com 59% dos respondentes. A transmissão de vídeos para a televisão é a atividade mais realizada por meio de site ou aplicativo no celular (47%). Em segundo lugar, na lista dos aparelhos, estão os videogames (33%) e o streaming de vídeo (25%). É importante ressaltar que a frequência do uso dos celulares aplicados aos carros conectados também é significativa (71% dos usuários que possuem o sistema o utilizam) e isso torna o celular um grande aliado na busca por mobilidade.

Uso dos aplicativos de comunicação

O WhatsApp é apontado pela pesquisa como aplicativo de comunicação mais utilizado. Oito em cada dez respondentes indicaram utilizá-lo pelo menos uma vez por hora. Em seguida, encontram-se Facebook, e-mail pessoal e Instagram. Os aplicativos de namoro e encontros são os menos utilizados, seguidos por Snapchat e Skype.

Dados seguros

A preocupação com a segurança de dados está cada vez mais consolidada entre os brasileiros. Mais de 70% dos respondentes se preocupam com o compartilhamento, armazenamento e uso de seus dados pessoais. Porém, 54% indicaram aceitar os termos e condições sempre ou quase sempre sem lê-los e apenas 9% responderam não seguir adiante sem lê-los.

“Esse cenário amplifica ainda mais a preocupação e responsabilidade das empresas sobre a governança dos dados pessoais de seus clientes”, finaliza Ogawa.

Metodologia da pesquisa

Para apurar os resultados da Global Mobile Consumer Survey Brasil 2019, a Deloitte consultou, por meio de questionários eletrônicos, cerca de 2mil brasileiros, de 18 a 55 anos, residentes de todas as regiões do país, sendo 58% público feminino e 48% masculino.

Futurecom traz discussões importantes sobre a implementação do 5G no Brasil

A 21ª edição do Futurecom, maior evento de Transformação Digital, Tecnologia e Telecomunicações da América Latina, abriu nesta terça-feira (29) debatendo as principais inovações do setor no São Paulo Expo. Em seu primeiro dia, a feira contou com a presença do CPO da Netflix, Greg Peters, do ministro em exercício do MCTIC, Júlio Francisco Semeghini Neto, e ministro do STF, Dias Toffoli, que participou da abertura do FutureJUD.

A solenidade de abertura oficial do Futurecom 2019 ocorreu na noite desta segunda-feira, 28, e foi marcada pela união entre artes e tecnologia. O maestro João Carlos Martins usou pela primeira vez, em uma apresentação, um robô colaborativo da Universal Robots para virar as páginas de suas partituras. O projeto é resultado de uma parceria entre a empresa, Nokia, TIM e a SPI Integração de Sistemas.

Nesta terça-feira, o congresso e os eventos paralelos da 21ª edição discutiram a transformação digital em diversas áreas: judiciária, meios de pagamento, segurança da informação, mobilidade, varejo, entre outros.

O primeiro a palestrar no Futurecom Congress foi Júlio Francisco Semeghini Neto, Ministro em Exercício do MCTIC, que destacou os desafios brasileiros no uso da tecnologia e como ela pode melhorar a qualidade de vida da população.

O presidente e ministro do STF, Dias Toffoli, também destacou a digitalização do judiciário brasileiro durante o FutureJUD. De acordo com o ministro, o Brasil possui 78 milhões e 600 mil processos em tramitação; do total, 80% já estão no sistema de processos eletrônicos. “Somos o judiciário mais produtivo do mundo: temos uma média de 8 sentenças por dia útil”, disse.

O futuro com o 5G

Um dos destaques da feira é a tecnologia 5G, que já está em funcionamento em vários países e deve chegar ao Brasil nos próximos anos. Por meio da quinta geração de telefonia móvel, é possível ter uma internet muito mais rápida e com menor latência. Com isso, teremos cidades conectadas e funcionais onde será possível, por exemplo, controlar a iluminação pública de forma inteligente, como demonstrado pela NEC em seu estande.
“Com a chegada iminente da rede 5G, teremos um mundo novo de oportunidades para inovar e tornar a nossa sociedade muito mais conectada, com benefícios para todos os setores”, afirma Angelo Guerra, vice-presidente da NEC no Brasil.

A Qualcomm também mostrou como o 5G transformará a vida das pessoas, das casas, das cidades e das indústrias.

“Temos um papel de liderança no desenvolvimento da tecnologia 5G no mundo. Durante o Futurecom, vamos mostrar as inúmeras oportunidades de negócios, aplicações, melhorias e o avanço econômico que o 5G poderá trazer para o Brasil e para a América Latina”, diz Rafael Steinhauser, vice-presidente sênior e presidente da Qualcomm para América Latina.

Em uma coletiva de imprensa, a Deloitte apresentou a Global Mobile Consumer Survey Brasil 2019, que afirma que os brasileiros estão dispostos a pagar mais para ter internet dez vezes mais rápida que a permitida pelo 4G.
“O 5G entra em cena para habilitar o uso de novas tecnologias que possibilitarão as transformações das empresas. Esta será a oportunidade para o Brasil se inserir no bloco dos países líderes da Economia Digital”, declara Márcia Ogawa, sócia-líder de Telecomunicações, Mídia e Tecnologia da Deloitte.

Mas para que todos os benefícios dessas tecnologias sejam aproveitados, é importante que o Brasil tome o importante passo de leiloar o 5G ainda no próximo ano.

De acordo com uma pesquisa da Ericsson, caso o leilão do 5G seja adiado para 2021, o Brasil pode perder R$ 25 bilhões, reduzindo de R$ 70 bilhões para R$ 46 bilhões a vantagem total de impostos e fundos para o governo entre 2021 e 2025.

O estudo também mostra que o 5G vai gerar R$10 bilhões em investimentos diretos e R$ 250 milhões adicionais em investimentos em P&D, além de criar mais de 205 mil empregos.

Entretenimento

O primeiro dia da Futurecom contou ainda com uma palestra de Greg Peters, Chief Product Officer da Netflix. Depois de uma projeção emocionante de séries e filmes brasileiros produzidos pela empresa, Greg apresentou aos presentes um pouco da filosofia da Netflix ao destacar a produção de conteúdos locais que são apreciados por milhões de pessoas ao redor do mundo.

Além disso, o executivo explicou que a provedora de conteúdo para entretenimento vai investir R$ 350 milhões em 30 produções originais brasileiras até 2021.

“O Brasil tem histórias que o mundo todo quer conhecer”, explicou Greg. Ele também comentou que, desde que a Netflix começou a produzir conteúdos nacionais, já gerou 40.000 empregos indiretos no país. “Nós somos apaixonados por contar histórias e transmiti-las de maneira que as pessoas possam assistir quando quiserem e de onde quiserem. Isso só pode ser feito por intermédio da tecnologia”.

Além disso, o evento também contou com a tecnologia na apresentação da escola de samba Sociedade Rosas de Ouro, que no Carnaval de 2020 falará sobre as quatro revoluções industriais.

Internet das Coisas (IoT)

O Futurecom marcou o lançamento do livro ‘Mundo Conectado: como a Internet das Coisas está revolucionando os negócios, as cidades e a vida das pessoas’, foi realizado pelo empreendedor Alexandre Bueno e escrito pela jornalista especializada em Tecnologia, repórter e colunista do Jornal do Comércio, Patricia Knebel.

Além disso, o CPQD, em parceria com a Qualcomm e a EMBRAPII, está apresentando uma solução inovadora que coloca inteligência em dispositivos conectados à Internet das Coisas (IoT). Trata-se de uma plataforma para o desenvolvimento de aplicações IoT com Inteligência Artificial embarcada, que se baseia em processador Qualcomm® Snapdragon™ 820E, de alto poder de processamento e baixo consumo de energia.

A solução está sendo demonstrada no espaço IoT Applications, em uma aplicação de reconhecimento de placas de veículos que utiliza Inteligência Artificial – especificamente, recursos de visão computacional. Mas essa plataforma habilita a criação das mais diversas aplicações IoT, em áreas diferentes – como cidades inteligentes, agronegócio inteligente, manufatura avançada e também em casas conectadas.

Consumidor

Marcelo Biasoli, diretor de estratégia de negócios e marketing da Seguros SURA, participou do painel “O cliente como protagonista” e destacou o Programa Exponencial, idealizado pela companhia para preparar a empresa para o futuro com base em três pilares: eficiência operacional, potencializar os negócios, estratégia e cultura.

Dessa forma, o executivo explica que “ao identificar o potencial do mercado e entender as características do negócio, definimos a estratégia que vai entregar a experiência que os nossos clientes e parceiros esperam em suas respectivas jornadas”. Para isso, a Seguros SURA inova constantemente o seu modelo de negócios para gerar experiências positivas por meio da análise do entorno, que “é fundamental para as empresas identificarem as competências e as soluções necessárias para alcançar o consumidor e os parceiros que estão ávidos por experiências”.

Cabos submarinos

Durante a Futurecom 2019, a Angola Cables mostrou sua parceria com a TM Global, braço da Malaysia Telekom Berhad (empresa líder em telecomunicações da Malásia), que contempla a implementação de um acordo de testes para uma rota expressa “Sul-Sul” de cabos submarinos vindos da Ásia conectando diretamente à Africa e à América do Sul.

Cibersegurança

O Future Cyber contou, pela manhã, com a palestra “Segurança Cibernética em uma Sociedade Hipercontectada e a Gestão de Riscos”, que reuniu Cristiano Breder, Head of Cybersecurity and Risk Services Latam da Wipro; Vitor Sena, Global Information Security Leader da Gerdau; André Fleury, da Accenture Latam; Bruno Ramos, da PSA Group, e Leidivino Natal, CEO da Stefanini Rafael.

“Quando falamos em cibersegurança, precisamos pensar o quanto somos vulneráveis, nós mesmos, as empresas e o próprio Governo”, destacou o executivo da Stefanini.

Futurecom: 5G vai habilitar a hiperconectividade

A conectividade é hoje tão importante para a sociedade quanto a eletricidade. Ou mais. Seja qual for a opinião pessoal de cada um, é fato que a eficiência dos serviços essenciais às cidades inteligentes e ao desenvolvimento socioeconômico dependem da conexão segura.

A capacidade de transmissão de dados da superbanda larga proporcionada pela 5G vai nos proporcionar uma comunicação massiva, com viabilidade para a Internet das Coisas (IoT). “Em alguns casos, vidas dependem de aplicações e conexão de baixa latência; conectar dispositivos e ter acesso irrestrito é primordial e o 5G já está em operação no país. Acreditamos que, até 2021, essas redes estarão implantadas no Brasil e viabilizando os projetos de IoT”, afirma Hermano Pinto Júnior, diretor do Futurecom.

Entre 28 e 31 de outubro no São Paulo Expo, a 21ª edição do Futurecom terá demonstrações práticas, principalmente na área IoT Applications, destinada a apresentar soluções e demonstrações imersivas e tangíveis de IoT. No espaço Telco Transformation, operadoras e prestadoras de serviços vão demonstrar como a conectividade e as novas tecnologias proporcionam benefícios para as pessoas, empresas e sociedade.

O potencial de negócios em torno das novas tecnologias é muito promissor. De acordo com um estudo conjunto entre ABES (Associação Brasileira de Empresas de Software) e IDC, divulgado pela entidade, estima que a indústria de soluções de IoT no Brasil pode movimentar US$ 9 bilhões já em 2019. No mundo, pode chegar a US$ 745 bilhões neste ano. O crescimento desse mercado até 2022 deve chegar a 20% ao ano. Soluções de IoT podem ser aplicadas em diversos contextos, dando suporte a todos setores da indústria e do varejo, além da própria sociedade.

As áreas mais promissoras para desenvolvimento de negócios em torno do 5G e da IoT não estão muito bem definidas até o momento, mas há algumas que despontam como certas. Automação de residências e de serviços de hotelaria, saúde, veículos, agronegócios e cidades inteligentes são segmentos que já apresentam soluções inovadoras. Um exemplo de aplicação de missão crítica que salvou vidas foi o do estado do Texas (EUA) na passagem do Furacão Harvey, em 2017. As informações do prontuário eletrônico dos habitantes afetados foram imediatamente disponibilizadas às autoridades de serviços de resgate por meio dos serviços de banco de dados da InterSystems. Para se ter uma ideia da quantidade de dados a serem processados e acessados no momento mais crítico, aproximadamente 70 mil pessoas necessitaram de resgate, 450 mil precisaram de assistência médica e 30 mil, de abrigo.

Para gestão pública das cidades inteligentes, os sistemas terão de ser capazes de comportar, analisar e atuar a partir de uma massa de dados. É um ecossistema que tem de processar o grande volume de dados, ao mesmo tempo das aplicações de missão crítica e conectadas em tempo real. É ele que suportará simultaneamente as tecnologias de Internet das Coisas (IoT), Inteligência Artificial (IA) e Aprendizado das Máquinas (AM).

O desenvolvimento deste mercado conta com o apoio do governo por meio do decreto 9.854/2019, conhecido como Plano Nacional de Internet das Coisas, cuja finalidade é implantar a IoT no país. Além da exposição nos espaços IoT Applications e Telcom Transformation, os debates do Future Congress abordarão as possibilidades e tendências proporcionadas por novas tecnologias, a IoT e o 5G.

Confira a programação completa: http://bit.ly/2ZcWitv.

ABRINT 2019 supera número de visitantes e expositores de anos anteriores e divulga novos conselheiros

A ABRINT (Associação Brasileira de Provedores de Internet e Telecomunicações) encerrou, na última sexta-feira (07/06), a 11ª edição do Encontro Nacional de Provedores, o maior evento do setor na América Latina. Neste ano, o evento contou com o maior número de participantes desde sua primeira edição, em 2009. No total, o Encontro contabilizou mais de 200 expositores e mais de 8 mil visitantes, representando, em ambos os casos, um aumento de mais de 30% em relação a 2018.

“A quantidade de provedores existentes no Brasil é única no mundo. Justamente por isso, o Encontro Nacional, realizado pela ABRINT, se torna cada vez mais importante, servindo como um espaço e oportunidade para que os provedores façam networking e conheçam as novidades do mercado, tanto em termos de produtos e serviços quanto em relação à legislação e regulamentação”, afirma Breno Vale, presidente do Conselho de Administração da ABRINT.

O Encontro Nacional da ABRINT reúne todo o ecossistema próprio do segmento de provedores, desde fabricantes de equipamentos até empresas de consultoria e serviços. Também estiveram presentes atendendo o público na feira, entidades como o Nic.Br e a ANATEL, que pelo terceiro ano consecutivo participa da feira e leva técnicos de diversas áreas para prestar orientações aos provedores.

Em três dias, o evento reuniu ainda mais de 90 palestrantes que puderam levar seus conhecimentos por meio de 4 salas de palestras – uma plenária principal e três salas auxiliares. A ABRINT tem procurado mesclar temas de grande interesse da pauta regulatória, como o leilão das faixas de 5G e a insegurança tributária que ainda paira sobre o segmento, com temas relacionados ao dia a dia das empresas como vendas, marketing e gestão de negócios.

O futuro das telecomunicações está alinhado à Inteligência Artificial

Por Carlos Eduardo Sedeh

O futuro das telecomunicações passará pela Inteligência Artificial. Prova disso é que os computadores com inteligência preditiva e outras tecnologias mais avançadas já estão presentes no mercado de Telecom. Mas, da mesma maneira que durante a Revolução Industrial, as pessoas se perguntavam se estávamos prontos para a introdução das máquinas nos meios de produção, há quem veja o avanço da IA de maneira negativa.

Este receio aparece devido à redução, ou mesmo extinção, de empregos menos complexos e repetitivos. Estes acabarão sobrepostos pelos aspectos evolutivos alcançados com o uso da IA em massa. Mas, também é preciso olhar pelo outro lado, há aspectos positivos como computadores criando lógicas de acordo com a complexidade de um problema na área jurídica, por exemplo.

Existem, inclusive, robôs tomando decisões sobre quadros clínicos, cujo poder de acerto, em determinados casos, é muito maior do que o de um indivíduo. Ou seja, a Inteligência Artificial pode e vai ajudar na longevidade do ser humano.

Na área de Telecomunicação, que tem o atendimento como um dos principais centros de custos da operação em larga escala, a IA permitirá diminuição de gastos e elevará a qualidade. Isso porque, hoje, as empresas não têm mão de obra suficiente e, muitas vezes não conseguem dar a resposta para o cliente no momento em que ele precisa.

Suas aplicações em Telecom serão essenciais também no que diz respeito às fraudes. As operadoras terão informações ainda mais detalhadas e amplas sobre o perfil de uso de um cliente, podendo evitar qualquer tipo de atividade fora do padrão. Outros pontos importantes serão a interconexão e a telefonia, que irão dispor de sistemas com decisões melhores e mais rápidas, ampliando a qualidade do serviço.

Tudo isso que está acontecendo dará a oportunidade, também, de se investir nas novas qualificações. As pessoas aprenderão a fazer programação na escola, tornando este conhecimento, no futuro, algo tão indispensável quanto matemática e português.

Existem formas, no entanto, de atrasar esse avanço como a criação de regulamentação que proíba o uso da tecnologia em determinadas áreas ou que adote posturas de defesa e reserva de mercado. Contudo, não há como pará-la, a IA é um fenômeno global.

As empresas de telecomunicação, por sua vez, devem contribuir com o avanço desta tecnologia, primeiramente, planejando-se e entendendo a melhor utilização em seu ramo de atuação.

A Megatelecom busca formas de participar ativamente dessa revolução, tornado a estrutura da fibra ótica pronta e convergente para suportar essas aplicações, além de investir em interconexões diretas para baixa latência e em aumento da capacidade de transmissão das redes por meio do investimento permanente em equipamentos.

Isso porque a empresa acredita que esse modelo irá prosperar devido à facilidade e a nova fronteira de aplicações que proporcionará aos usuários. A utilização em larga escala deve acontecer entre 10 e 15 anos e será fundamental para o mercado de telecomunicações. Então, as empresas que não estiverem acompanhando esse processo perderão competitividade, e os que não tomarem a decisão de acompanhar essa evolução, poderão ficar para trás, dificultando a atualização de seu modelo de negócios no futuro.

Carlos Eduardo Sedeh, CEO da Megatelecom, empresa que oferece serviços personalizados na área de telecomunicações.

Hughes investe em desenvolvimento profissional

A Hughes, líder mundial em telecomunicações via satélite, investe em desenvolvimento profissional por meio de incentivo à educação com aporte financeiro em cursos de especialização, língua estrangeira (inglês e espanhol), MBAs, mestrados e até mesmo cursos de graduação. Essa iniciativa faz parte do compromisso da empresa de manter seu time em constante atualização profissional, capacitado e preparado para os desafios e o futuro, e, acima de tudo, engajado e motivado nos projetos pessoais e profissionais na Hughes.

“Mesmo em um momento de instabilidade econômica, a Hughes aumentou em 80% seu quadro de funcionários, desde o lançamento da unidade de negócios residenciais em 2016. Isso mostra o quanto estamos apostando em capital humano como força motriz da companhia”, afirma Rafael Guimarães, presidente da Hughes no Brasil.

Nos escritórios da empresa há aulas de inglês com professores contratados pela área de Recursos Humanos para todos os colaboradores que têm interesse em aperfeiçoar o idioma. Essa é uma forma de apoiar aqueles que querem iniciar o estudo da língua ou para quem deseja se manter atualizado e preparado para posições nas quais o idioma é necessário. Para quem prefere estudar em escolas, fora do escritório, a Hughes também subsidia parte dos custos.

Para se candidatar a algum curso externo, o funcionário precisa contar com pelo menos um ano de atuação na Hughes e apresentar desempenho elevado. “Oferecemos subsídios financeiros para que o funcionário possa se desenvolver dentro da companhia, por meio de cursos de médio e longo prazo, de acordo com as competências requeridas pela empresa e o plano de desenvolvimento acordado”, comenta Valeria Motta, diretora de RH da Hughes.

Alessandro Silva, gerente de serviços de campo para o negócio de banda larga residencial, foi contemplado com esse subsídio para a realização do mestrado profissional em gestão para a competitividade, na FGV. No decorrer do mestrado, Alessandro realizou intercâmbio na Egade Business School, no Tecnológico de Monterrey, na cidade do México, e na Pontifícia Universidade Católica do Chile, em Santiago. Posteriormente, também foi selecionado para realizar um curso de pós-graduação no MIT, impulsionando ainda mais seu conhecimento e experiência.

“Graças à oportunidade de cursar o mestrado na FGV é que tive acesso a essas universidades internacionais. O apoio da empresa foi fundamental em todo o processo, não apenas com o subsídio do mestrado, mas também com a carta de recomendação para que eu fosse aceito no MIT. Tenho procurado aplicar o conhecimento adquirido aqui na empresa, além de compartilhar a experiência vivida com meus colegas de trabalho. A Hughes é uma empresa que tem visão de longo prazo e por isso investe em seus funcionários”, ressalta Silva.

Sidnei Pereira, que hoje ocupa o cargo de gerente de pré-vendas da Hughes no Brasil, começou na empresa em 2008, como estagiário da área de produtos. A partir de então galgou posições estratégicas na companhia, desenvolveu-se profissionalmente e recebeu apoio financeiro para realizar um MBA voltado a administração de empresas na FGV.

“Realmente a empresa se preocupa com a qualificação e o desenvolvimento de seu quadro de colaboradores e sempre está investindo para que sejamos cada vez mais qualificados. Fiz cursos de redes IP, de rede satélite, de plataforma de satélite nos EUA, de inglês e espanhol, tudo porque a Hughes acreditou em mim como profissional e me ofereceu a oportunidade de crescer e fazer parte de uma gigante de telecomunicações”, afirma Pereira.

A Hughes é a única prestadora de serviços gerenciados via satélite que utiliza tecnologia própria em suas operações e também o principal fornecedor mundial de serviços de satélites de banda larga, produtos e soluções de redes gerenciadas. Com 50 anos de atuação no Brasil, a companhia americana chegou ao País em 1968 e foi a responsável pela venda dos primeiros satélites de telecomunicações brasileiros.

Ericsson e Vivo testam tecnologia 5G em rede 4,5G/LTE-A comercial

A Ericsson (NASDAQ: ERIC) e a Vivo anunciam hoje a realização de testes de campo com a tecnologia Massive MIMO, uma das etapas mais relevantes na evolução rumo ao 5G, ativada na rede 4,5G/LTE-A atualmente implementada pela operadora em São Paulo.

O Massive MIMO permite que as operadoras expandam sua capacidade de rede para oferecer uma melhor experiência para os consumidores, bem como para conectar mais dispositivos por antena. Essa característica garante que, em horários de pico, mais consumidores possam utilizar a internet e assistir vídeos ao mesmo tempo, sem prejuízo à experiência de navegação.

O teste é realizado em dois cenários com a antena ativa Ericsson AIR 6468, com recursos 64T64R Massive MIMO, instalada em um bairro de alta densidade populacional. No primeiro momento, o sinal é apontado a um edifício comercial para avaliar a desempenho da cobertura vertical em ambiente indoor. Em seguida, a cobertura horizontal é testada por múltiplos usuários, que obtêm ganho de performance devido à individualização dos feixes emitidos (beamforming) pela antena.

Para o diretor de Planejamento e redes da Vivo, Atila Branco, o tráfego de dados está em ascensão e aumentará exponencialmente com o avanço dos serviços de vídeo 4K, Realidade Virtual e Realidade Aumentada. “Estamos preparando e testando novas tecnologias para garantir que nossas redes tenham a capacidade e velocidade que oferecerão aos nossos clientes a melhor experiência em dados móveis no Brasil”, explica

Rogério Loripe, vice-presidente comercial da Ericsson no Brasil, comenta que “o Massive MIMO é uma das etapas mais relevantes para o 5G, mas enquanto a quinta geração não chega, os usuários podem se beneficiar de um desempenho superior mesmo na rede 4,5G/LTE-A. Este teste é um passo importante na parceria estratégica que temos com a Vivo na evolução da rede atual rumo ao 5G”.

O Massive MIMO é uma das principais tecnologias utilizadas para expansão de capacidade de rede, tendo sido implantado pela operadora de telecomunicações MTS e pela Ericsson durante o torneio global de futebol sediado na Rússia. Bastante superior ao atual MIMO4x4 disponível na rede, as medições da rede realizadas durante a competição esportiva em estádios e zonas de concentração de torcedores, em sete cidades-sede, mostraram que a velocidade média de download de dados e a eficiência espectral dobraram enquanto a capacidade da rede aumentou mais de quatro vezes.

O aumento da capacidade de rede é necessário para suportar o rápido crescimento dos dados trafegados pelas redes de telecomunicações. De acordo com o mais recente Mobility Report da Ericsson, o tráfego de vídeo atualmente representa mais da metade do tráfego móvel e deve aumentar ainda mais com a adoção de aplicativos de vídeo como Realidade Aumentada, Realidade Virtual e vídeo em 360º.

Hughes contrata novo diretor financeiro para operação no Brasil

A Hughes, líder mundial em telecomunicações via satélite, anuncia Luiz Alexandre de Medeiros Araújo, que conta com mais de 20 anos de experiência de mercado, como head da Diretoria Financeira da companhia no Brasil.

Formado em contabilidade pela Universidade Federal Fluminense, com MBA em gestão empresarial pela Fundação Dom Cabral & Insead e mestrado concluído também na Dom Cabral em administração de empresas, o executivo será responsável por ações estratégicas na Hughes, além de contribuir para a geração de negócios no País.

“Para mim é um grande desafio, e espero poder atender às expectativas e contribuir com minha larga experiência para a geração de negócios no Brasil. É uma grande satisfação fazer parte de uma empresa que completa 50 anos de presença no país com grande investimento e perspectiva de futuro”, afirma Araújo.

Luiz Alexandre foi responsável por projetos-chave no Brasil e na América Latina durante sua trajetória profissional e liderou ações estratégicas para as áreas de Vendas, Marketing e Supply Chain de grandes empresas como: Xerox, Motorola e Diebold.

20 anos da privatização das telecomunicações: uma visita ao passado para projetar o futuro

Por Basílio Perez, presidente da ABRINT (Associação Brasileira de Provedores de Internet e Telecomunicações)

Um dos maiores marcos do setor brasileiro de telecomunicações completa 20 anos em 2018. Considerada a maior privatização da história do país, a venda de 20% (exatamente a cota pertencente ao governo na época) da estatal Telebrás arrecadou mais de R$ 22 bilhões e definiu novas diretrizes que impactam nossa sociedade até hoje. O aniversário é uma data propícia para analisar os pontos positivos e negativos daquela histórica decisão, além, é claro, de mirar o futuro.

Em 1998, quando o acordo foi concretizado, ninguém imaginava a dimensão que a internet tomaria. O foco passava basicamente pela telefonia – em um tempo no qual se declarava a linha telefônica no imposto de renda, tamanho seu custo. E esse certamente foi o grande benefício da privatização: o serviço melhorou e se democratizou.

Duas décadas depois vivemos uma realidade completamente diferente, na qual telefones fixos são de fácil acesso, mas já estão em declínio diante das possibilidades oferecidas por celulares e banda larga. Essas transformações devem ser levadas em conta quando refletimos sobre os efeitos da privatização.

Não se pensou que o Brasil chegaria ao século XXI com tantos provedores de internet operando em seu território, necessários para levar os serviços de telecom a toda a população. Originalmente, considerou-se que poucas operadoras dariam conta da demanda (tanto que o projeto de telefonia fixa dividiu um país tão grande em apenas três regiões de atendimento: São Paulo, coberto pela Telefônica; Centro-Sul, responsabilidade da Brasil Telecom; e o Norte-Nordeste, contemplado pela Telemar).

O modelo previa algumas medidas para evitar monopólios, como a existência das chamadas empresas “espelho” (que poderiam competir com as privatizadas) e a possibilidade de que as operadoras regionais atuassem também fora de seus núcleos após um período de transição. Apesar dessa preocupação, na prática esses incentivos nem sempre foram bem-sucedidos.

Com a explosão da internet, naturalmente o mercado se diversificou e muitas das companhias que dominavam o setor enfrentaram dificuldades para manter suas posições, abrindo caminho para fusões e vendas. Aqueles que souberam investir nas novas tecnologias foram mais bem-sucedidos e o esforço de pequenos empresários para se adaptar compensou a maior parte das defasagens do projeto original. Hoje, felizmente, há diversas opções para se instalar linhas telefônicas ou uma rede de internet.

Olhando para o futuro, com base em toda essa reflexão, a prioridade deve ser investir cada vez mais nas melhores condições para que haja competição justa no mercado de banda larga – tecnologia que ainda tem muito a se desenvolver no Brasil. Assim como a telefonia se democratizou, podemos também acreditar em expandir e tornar mais acessível a internet. Lembrando os erros e acertos do passado, conseguiremos planejar um grande futuro.

Desafios e oportunidades para uma América Latina conectada

Por Tadeu Viana, Sales Director CALA at Corning Optical Communications

Com 600 milhões de pessoas, a América Latina tem potencial de se posicionar como um dos blocos econômicos mais importantes do planeta. No entanto, como cada país opera de forma independente, a taxa de adoção não é tão rápida quanto outras partes do mundo em que as regiões operam como uma só. Se observarmos o sucesso de outros locais e aproveitarmos a ampla capacidade do continente, as perspectivas para todos os latino-americanos poderão ser mais claras – as redes resultantes conseguirão impulsionar cada país individualmente e a região coletivamente.

A superação da fragmentação na América Latina é fundamental para expandir e democratizar os serviços de banda larga. Os avanços na estrutura compartilhada, o investimento em mão de obra qualificada e o diálogo cooperativo entre os governos são essenciais para alcançar melhores visões de curto, médio e longo prazo para a região.

Vários países já iniciaram um caminho no sentido universalizar e melhorar a qualidade da banda larga. Para citar alguns exemplos: o Brasil buscou recentemente oferecer benefícios fiscais para a construção de redes de banda larga (no entanto, dado nosso complicado sistema tributário, as medidas tiveram pouco efeito). O México, por sua vez, visa combater os monopólios (um plano que conseguiu baixar os preços para o consumidor final, mas ainda não resultou em um aumento significativo no alcance da banda média oferecida). Os governos do Peru e da Colômbia, em parceria com o setor privado, investiram na instalação de um backbone (ou seja, a construção de uma estrutura de rede de fibra para interconectar as cidades). Essas iniciativas são notáveis por si só e podem ter um impacto ainda maior em alinhamento umas com as outras.

Um planejamento comum mais amplo seria benéfico para todos, em especial no que se refere ao comércio dentro da região. Em muitos casos, os governos da América Latina têm tido mais sucesso nas negociações comerciais na China e nos Estados Unidos do que com outras nações da região, principalmente porque não há grandes facilitadores e vantagens comerciais. Mesmo os blocos econômicos que existem entre alguns países não podem reverter essa tendência, até alcançarmos uma visão estratégica compartilhada e uma maior cooperação entre as autoridades.

Juntas, as autoridades de vários países poderiam melhorar as perspectivas da região, integrando seus esforços em uma política alinhada, consistente e comum, gerando maior competitividade e condições para expandir os serviços de banda larga.

O Uruguai é um exemplo de sucesso, com mais de 90% das casas cobertas por redes de fibra óptica, graças aos subsídios estatais facilitados pelo tamanho do país. O Chile também tem uma posição de destaque com um alto nível de penetração de fibra, o que pode ser creditado por uma razão totalmente oposta: os impostos são baixos e há pouca burocracia, o que aumenta a competitividade dos operadores e melhora seus serviços.

Esses dois países têm realizações significativas, porém esses esforços poderiam ter sido muito mais fáceis se fossem trabalhados em conjunto com outras economias robustas da região. Assim, a desigualdade característica em tantos setores da vida latino-americana também é evidente na distribuição da banda larga: temos regiões bem servidas, mas outras não tão distantes quanto ao seu desenvolvimento – posicionando nossa região como um todo em um bloco intermediário o contexto global, acima das regiões sem banda larga (tais como certas áreas da Ásia e África), mas longe dos serviços locais mais desenvolvidos, especialmente nos Estados Unidos, Canadá, Europa, Japão, Coréia do Sul e Austrália.

Novas tecnologias estão permitindo uma transformação de rede mais fácil e acessível. O segmento de fiber-to-the-home (FTTH) registrou um aumento de 18% nas residências atendidas em toda a região entre dezembro de 2015 e setembro de 2016, graças aos produtos mais econômicos, à acessibilidade e à velocidade de instalação. Atualmente, aproximadamente 23,5 milhões de residências na América Latina são servidas por redes de fibra ótica, de acordo com dados da Fiber Broadband Association, capítulo da América Latina. É uma indicação clara do potencial da região: mesmo com desafios, o alcance da internet cresce.

A expansão das redes de fibra ótica é uma maneira efetiva de conectar o continente. A fibra é o caminho mais rápido para transmissão de dados, uma tecnologia que é capaz de atender novas necessidades de conexão, impulsionada por tendências como a “internet das coisas”, densificação 4G, o surgimento de 5G e computação em nuvem, entre outros. Precisamos nos unir para aproveitar muitas oportunidades que trarão maior produtividade e melhorias em nossas vidas.

Para que a América Latina possa atingir todo o seu potencial de desenvolvimento, precisamos nos unir para melhorar as conexões de banda larga em toda a região, proporcionando uma qualidade de serviço superior e alcançando uma faixa maior da população. É hora de trabalhar de mãos dadas e com objetivos claros. Afinal, podemos sempre melhorar a conexão dessas redes, com uma atualização do serviço no presente e, assim, absorvendo as inovações do futuro da melhor forma.