Indicador de Conectividade Rural, novas associadas e 14,4 milhões de hectares conectados são algumas das novidades da ConectarAGRO na Agrishow 2023

A ConectarAGRO está mais um ano na Agrishow. Com o objetivo de fomentar a conectividade em áreas rurais e remotas do Brasil, a Associação tem diversas novidades que estão sendo apresentadas na feira, em Ribeirão Preto.

Com o novo mote “Conectar o Campo, alimentar o Planeta”, a ConectarAGRO auxiliou a promover a conectividade, via banda larga 4G, para mais de 14,4 milhões de hectares de áreas rurais e remotas no Brasil, beneficiando cerca de 1,1 milhões de pessoas, 90 mil propriedades rurais cobertas, 525 cidades, 13 estados, 65 unidades básicas de saúde e 221 escolas públicas em áreas rurais. O objetivo é solução de conectividade aberta, simples e acessível – o 4G LTE, na frequência de 700 MHz.

A Associação também foi responsável pela cobertura de mais de 29,2 milhões de hectares de soluções de Internet das Coisas. O NB-IoT é necessário para conectar máquinas e sensores, ferramentas importantes para o desenvolvimento do agronegócio, podendo ampliar em mais de 40% a cobertura tradicional em relação ao uso de smartphones, além de consumir menos bateria.

“A conectividade no Agro é essencial para a sustentabilidade do sistema produtor brasileiro e para solucionar questões urgentes, como a fome no mundo, empoderando o produtor rural, de qualquer porte, a atingir a máxima eficiência com a aplicação de tecnologias no campo.​ É com muito orgulho que, hoje, podemos apresentar esses números de conectividade, que só aconteceram graças à união das empresas que integram a ConectarAGRO”, afirma Ana Helena de Andrade, Presidente da ConectarAGRO.   

Novas associadas e novas metas

A ConectarAGRO é o resultado da união de diversas empresas que têm como objetivo central levar cada vez mais conectividade ao campo. Expandindo sua atuação, a Associação anuncia a chegada de duas novas integrantes: AWS (Amazon Web Services) e Vivo; que irão auxiliar a promover a expansão do acesso à internet nas mais diversas regiões agrícolas e remotas de todo o Brasil.

As novas associadas poderão contribuir positivamente para a conectividade e outras soluções importantes, que irão compor o ecossistema no meio rural, trazendo novas alternativas para aumentar a eficiência, a produtividade, o controle de custos, além da melhoria contínua da operação.

ICR – Indicador de Conectividade Rural

Com o objetivo de avançar no conhecimento sobre a relação entre a internet e o campo, a ConectarAGRO assinou, em conjunto com a Universidade Federal de Viçosa (UFV), um memorando de intenções para o estudo sobre a elaboração do ICR – Indicador de Conectividade Rural.

O intuito do levantamento é desenvolver propostas para verificar o aprimoramento do ICR, uma vez que as variáveis atuais são focadas na densidade populacional e, portanto, com maior peso para as áreas urbanas. Assim, a investigação reflete a importância do meio rural e da produção agropecuária brasileira.

Entre as principais contribuições do convênio, está a proposição de um índice de conectividade rural, com ponderações por tecnologia e pelo valor da produção agrícola e pecuária. Estes poderão ser obtidos pelo Valor Bruto da Produção (VBP) do Mapa ou da Produção Agrícola Municipal (PAM) do IBGE do município (em reais). Nesse panorama, as informações serão avaliadas, mediante os pesos atribuídos às diferentes tecnologias viabilizadas, sendo elas 2G, 3G, 4G e NB-IoT.

Aplicativo de gestão financeira e rentabilidade

Ainda em parceria com a UFV, a ConectarAGRO desenvolveu um aplicativo de gestão financeira e rentabilidade das propriedades rurais. Direcionado a pequenos agricultores, o projeto visa mensurar os benefícios da conectividade para a agricultura familiar na Zona da Mata de Minas Gerais. 

Oferecendo praticidade e facilidade na composição de custos, o aplicativo é fruto de um protocolo de pesquisa que ouviu 100 agricultores da região, sobre diagnóstico e percepção da tecnologia no campo. Em seguida, foram selecionados 25 produtores para a coleta de inventário, análise de movimento de caixa e mapeamento da propriedade.

Em sua fase atual, a iniciativa conta com o amplo acompanhamento e capacitação dos agricultores selecionados por meio de oficinas e oferta de tecnologias que auxiliam a análise dos impactos das ferramentas digitais na agricultura.

Simulador de Benefícios 

Em versão atualizada, o Simulador de Benefícios ConectarAGRO tem o objetivo de demonstrar os potenciais ganhos para o agricultor ao ter a conectividade e o uso das tecnologias digitais em sua propriedade e gestão agronômica.

Baseada em dados médios coletados de estudos científicos e da experiência de associadas, a aplicação quantifica o impacto na performance (redução de custo x aumento de produtividade) de uma fazenda conectada.

A ferramenta gratuita tangibiliza, de forma completa, a economia promovida pela conectividade ao produtor rural. Além disso, o Simulador proporciona recursos como a agricultura de precisão e uma infinidade de novos produtos e serviços habilitados.

O Simulador está disponível no site da ConectarAGRO.

Formação Conectada

Com o propósito de fomentar o desenvolvimento social humano por meio de soluções tecnológicas, a ConectarAGRO articulou, em parceria com a Fundação André e Lucia Maggi (FALM), o projeto educacional Formação Conectada. Focada na população de Vila Itanorte, em Campo Novo dos Parecis-MT, a proposta atende a trabalhadores, educadores e estudantes da área rural.

No eixo de ensino técnico, o Formação Conectada realiza cursos por meio da educação tecnológica acessível, a fim de qualificar profissionais da região sobre tecnologias e inovações. Desse modo, operadores de máquinas são capacitados acerca de interpretação de dados e uso de ferramentas relacionadas à agricultura de precisão.

Além disso, o projeto incentiva a educação tecnológica a partir da melhoria de metodologias, ferramentas e indicadores pedagógicos para professores do ensino fundamental e médio. A formação continuada de educadores contempla módulos sobre competências digitais, papéis entre aluno e professor nas práticas pedagógicas, usos de recursos de apoio e aplicativos para fixação de conteúdos em sala de aula.

O Formação Conectada também atua na identificação de pontos-chaves que garantam a infraestrutura de distribuição de WiFi de alta qualidade para que as atividades digitais de professores e alunos sejam realizadas com sucesso. 

5G como forma de agregar valor para os negócios

Por Márcio Kanamaru

Embora líderes das maiores empresas de telecomunicações, mídia e tecnologia do mundo estejam entusiasmados com as oportunidades que o 5G apresenta, eles estão preocupados com os custos para construir as novas redes e o retorno sobre estes investimentos. Apesar do fato de que os consumidores provavelmente pagarão mais por uma conexão 5G, há um acordo de que esse aumento não cobrirá o investimento nem compensará as redes. O entusiasmo e a expectativa em torno do notável potencial do 5G para consumidores e estilos de vida são empolgantes, mas, na realidade, os maiores benefícios do 5G provavelmente surgirão no mercado corporativo.

Infelizmente, apesar dos vastos recursos do 5G para transformar tudo, desde comunicações à manufatura, saúde, varejo e muito mais, uma peça-chave deste cenário 5G ainda está faltando. A visão necessária para compreender e alinhar estrategicamente os benefícios do 5G com os modelos de negócios atuais e futuros é um desafio para a maioria das empresas. Questões sobre o retorno de iniciativas 5G de bilhões de dólares são o principal assunto, especialmente, porque nenhuma indústria ainda não empunhou a bandeira para dar vida ao 5G.
A realidade é que elas não obterão retornos adequados apenas dos consumidores. Ao mesmo tempo, a maior parte do novo valor gerado por meio do 5G irá para as plataformas de serviço em vez das empresas de telecomunicações que emitem as contas. Para pagar as contas, as divisões empresariais precisarão criar fluxos de receita lucrativos, sabendo que os clientes corporativos irão investir para melhorar drasticamente a produtividade e a segurança.

O 5G tem cinco recursos principais que gerarão valor ao redefinir drasticamente ou criar modelos de negócios – capacidade, confiabilidade, latência, largura de banda e eficiência – que irão proporcionar recursos transformacionais. Vejo a necessidade de as empresas de telecomunicações irem além desses fatores. Com uma melhor compreensão do que, por quê, quando e como o 5G trará benefícios tangíveis para os clientes empresariais, as empresas de telecomunicação podem desenvolver estratégias embasadas para o futuro.

Nesse sentido, podemos elencar os seis componentes do DNA empresarial do 5G que agregarão valor para os negócios. Eles são os resultados comerciais que podem ser gerados pelo 5G e, entre eles, estão os seguintes: tomada de decisão aprimorada por máquina; meio ambiente; visualização; automação ágil; maior eficiência e conexões confiáveis.

Sabemos que o Brasil ainda terá um longo caminho para a chegada do 5G. Recentemente, foi apresentada uma nova data tentativa para realização do leilão do espectro para o segundo semestre do próximo ano, devido aos desafios a respeito da limpeza da frequência utilizada pela tevê via satélite na faixa de 3,5 GHz que poderá impactar 15 satélites, entre outras demandas do setor para a viabilização do 5G no país. Mas, todos estão confiantes e, tanto sociedade civil quanto governo têm se mostrado diligentes em encontrar caminhos para que esta tecnologia tenha um impacto positivo nos próximos anos.

Obviamente que não será uma questão de acionar o botão 5G e ver um novo mundo emergir. Haverá implementações iniciais em áreas menores, o que chamamos de estilo de campus ou redes privadas. Essas redes 5G menores resolverão problemas empresariais e fornecerão inovações em setores centralizados, por exemplo, um ambiente de manufatura inteligente localizado.

Depois disso, conforme as redes 5G se tornem publicamente acessíveis, veremos o crescimento do uso nas cidades, permitindo que vários setores descentralizados gerem valor, incluindo área da saúde e serviços financeiros junto com mobilidade, entretenimento ao vivo e muito mais. Além desse período, podemos esperar o surgimento do uso sem precedentes dessa tecnologia que ainda não podemos prever.

Márcio Kanamaru, sócio de tecnologia, mídia e telecomunicações da KPMG no Brasil

Feninfra: sucesso do 5G no Brasil depende da China e de outros países

Por Vivien Mello Suruagy

Estamos ingressando em nova era de desenvolvimento, com o advento do 5G. Mais pessoas poderão estar conectadas ao mesmo tempo, com maior velocidade de navegação em dispositivos móveis, como tablets e celulares.

Cidades e eletrodomésticos inteligentes, entregas de encomendas por drones, carros autônomos, identificação facial de criminosos por meio de sensores em postes, cirurgias a distância, automatização do agronegócio e vídeos-chamadas em 3D são alguns dos avanços proporcionados pela nova tecnologia. Porém, as vantagens são mais amplas. A navegação na Web será até 100 vezes mais rápida do nos sistemas sem fio atuais. Poderemos baixar filmes em nossos celulares em menos de três segundos. O consumo de energia será menor e as baterias durarão muito mais, algo congruente com o conceito “mais por menos” e os preceitos da economia sustentável.

O 5G, que representará um salto em direção à inteligência artificial e à internet das coisas, deverá gerar negócios de 11 trilhões de dólares em 2025, conforme estimativas da consultoria Mckinsey & Company. Estamos falando de aumento significativo de produtividade, redução de custos e surgimento de novas soluções.

Contudo, para contarmos com esse fantástico futuro, inimaginável há poucos anos, alguns obstáculos precisam ser vencidos. A tecnologia é cara e a infraestrutura dispendiosa. Tudo se torna mais crítico quando falamos da necessidade de manutenção da saúde das empresas, abaladas pela crise provocada pela pandemia da Covid-19. Em todo o mundo, os distintos mercados enfrentam complexas turbulências.

Nesse cenário, torna-se premente reduzir despesas para transformar o capital, que anda escasso, em investimentos e geração de empregos, ampliando a conectividade brasileira. Tal desafio traduz-se, dentre outros requisitos, em não termos um leilão arrecadatório e restritivo, nem limitação de determinados fornecedores e tecnologias.

Há um debate sobre a proibição de produtos chineses, devido à segurança nacional. Tal preocupação, contudo, deve estar sempre presente e se aplica a produtos, equipamentos advindos de quaisquer nações. Todos os fornecedores, independentemente da origem, têm comprovado até o momento serem fiéis ao lema soberania e segurança nacionais. Proibição numa economia de mercado não são princípios do comércio global, e certamente significaria aumento nos custos, afetando toda a economia, num danoso efeito em cascata, considerando a importância vital da internet e das telecomunicações para todos os setores de atividade.

Muito mais importante e prudente do que restringir a competição é zelar pela qualidade do sistema e boas práticas e exigir equipamentos importados legalmente e certificados pela Anatel. Também são fundamentais a qualidade da mão de obra e a garantia da segurança das redes. O Brasil necessita, sim, de empresas sérias, que continuem resguardando e respeitando a segurança e soberania brasileira e contribuam para a digitalização dos processos.

Tais avanços são decisivos para incluir nosso país entre os protagonistas na Indústria 4.0, robótica e inteligência artificial, ao lado das nações mais desenvolvidas.

Vivien Mello Suruagy, presidente da Feninfra (Federação Nacional de Infraestrutura de Redes de Telecomunicações e Informática)

Huawei destaca avanços do 5G durante a Futurecom Digital Week

Há 22 anos no Brasil, a Huawei participa ativamente na transformação digital do país em parceria com operadoras, desde a instalação do 2G até o 4.5G, além de já ter capacitado mais de 30 mil profissionais e estudantes em suas iniciativas e parcerias educacionais com instituições de todo o país. A colaboração da Huawei estará presente na Futurecom 2020 Digital Week, um dos maiores eventos dedicados a inovação na América Latina, que, este ano, será realizado em formato online, de 26 a 30 de outubro.

Durante os Meetups, Webinars, Podcasts e debates do evento, a Huawei demonstrará como os avanços de tecnologias como 5G, IA, Redes, Nuvem e IoT (Internet das Coisas) irão abrir oportunidades às pessoas, aos negócios e à sociedade.

“Junto com nossos clientes e parceiros, contribuímos para o desenvolvimento das redes móveis e de banda larga, que cobrem 95% da população brasileira. Ajudamos nossas operadoras parceiras a lançar as redes 2G até 4.5G no País e ajudamos a construir a primeira rede de fibra óptica de alta velocidade na região amazônica, conectando 20 cidades e beneficiando cerca de 4 milhões de pessoas”, explicou Sun Baocheng, CEO da Huawei Brasil, destacando que a empresa levará toda essa expertise para sua participação no evento.

No Brasil desde 1998, a Huawei tem contribuído para a transformação digital do País. Implantando soluções inovadoras e com uma operação localizada, a empresa gera 1.200 empregos diretos e mais de 15.000 indiretos.

O comprometimento com a missão de construir um mundo totalmente conectado e inteligente permitiu que a Huawei ofereça as soluções mais avançadas e acessíveis em diversos setores como finanças, energia, agricultura, transporte, mineração, cidades inteligentes e no setor público.

Confira a programação de participação da Huawei na Futurecom Digital Week 2020:

https://futurecom.easyevent.com.br/search?term=Huawei

–  26 de outubro, às 16:30h – MeetUp | Agronegócio: Do Plantio à Mesa do Consumidor: O Uso de Tecnologias como aliada na Transformação do Campo. Participação do diretor de Marketing da Huawei Brasil, Tiago Fontes.

–  27 de outubro, às 09:40h – PODCAST | O 5G, com o gerente de solução Wireless da Huawei, Bruno Alvarenga Martins Ribeiro.

–  27 de outubro, às 11:00h – WEBINAR | 5G Interconectando Tecnologias e Serviços, transformando Negócios. Participação do CEO da Huawei no Brasil, Sun Baocheng.

–  28 de outubro, às 09:40h – MeetUp | Governo: Importância da Digitalização das Instituições Públicas alinhada às Necessidades dos Cidadãos. Participação do Executivo de Soluções Huawei para a Indústria, Ricardo Mansano.

–  29 de outubro, às 09:40h – MeetUp | Varejo: Redesenhando a Experiência do Consumidor no Mundo Low Touch. Participação do Consultor de Vendas Corporativas da Huawei, Davi José Martins.

–  29 de outubro, às 16:30h – MeetUp | Energia: Da Geração à Entrega de Energia ao Consumidor: A Revolução Digital e o seu Impacto no Setor Energético. Participação do diretor da Huawei Enterprise, Francisco Costa de Menezes.

–  30 de outubro, às 10:30h – Fireside Chat | O 5G, com o gerente de solução Wireless da Huawei, Bruno Alvarenga Martins Ribeiro.

–  30 de outubro, às 11:00h – WEBINAR | Acelerando a adoção de 5G através da Construção de um Ecossistema de Colaboração e Inovação. Participação do diretor de Soluções da Huawei, Carlos Roseiro.

SERVIÇO

Evento: Futurecom Digital Week 2020 – Online e Gratuito

Período: 26 a 30 de outubro

Inscrição: https://www.futurecom.com.br/pt/digital-week.html#inscreva-se

5G deve gerar US$ 22,5 bilhões em negócios B2B até 2024, aponta Movimento Brasil Digital

A implantação do sistema de conectividade móvel de quinta geração (5G) no Brasil deve gerar cerca de US﹩22,5 bilhões em negócios entre empresas (segmento B2B) até 2024, aponta estudo encomendado pelo Movimento Brasil Digital, união de empresas que buscam construir propostas que tragam tecnologia e inovação para o centro da estratégia do País, ao IDC, fornecedora líder de pesquisa e consultoria de TI global.

O documento mostra que o 5G deve expandir o mercado de novas tecnologias no Brasil –, entre elas destacam-se IoT (internet das coisas), Public Cloud Services, Big Data & Analytics e Security, especialmente a partir de 2022. Para o período 2020-2024, a taxa de crescimento anual composta (CAGR) deverá ser de 179% no período.

Já a expectativa para o investimento das empresas fornecedoras de serviço para a implementação da infraestrutura do sistema de conectividade para o 5G deverá ser de USS 2,5 bilhões, no mesmo período, e US﹩3,9 bilhões até 2025. O montante – e o apetite ao risco das empresas – está diretamente relacionada ao leilão de frequências para a rede 5G, que teve o cronograma afetado pela pandemia de COVID-19 e deve ser realizado em 2021.

“O 5G proporcionará a conectividade com excelência, sendo o grande vetor do desenvolvimento tecnológico do Brasil e do mundo na próxima década. O MBD quer ser um agente ativo nas discussões para viabilizar a tecnologia no Brasil, apontando oportunidades e ganhos que o País pode ter em diversos setores, além, claro, da geração de empregos na nova economia”, afirma o diretor executivo Vitor Cavalcanti.

Fonte: IDC

Novo ecossistema: indústria 4.0 no centro

O estudo do IDC mostra que o novo sistema de conectividade também impactará no rearranjo do ecossistema de tecnologia. Se antes a função central era exercida pela operadora, porque era a provedora de todos os elos da cadeia, agora o papel de ligação será feito por quem implanta a tecnologia, tendo o Use Case no centro das atenções, em seus mais variados setores, como utilities, manufatura, saúde, educação ou agronegócio.

Essa mudança de arquitetura, embora possa indicar perda de protagonismo para as operadoras, nem de longe significa uma redução de importância tampouco ostracismo. “Os players terão um grau de interdependência muito grande entre si. Para que as implantações prosperem é importante que não apenas as operadoras, mas todos os demais elos de uma mesma cadeia estejam dispostos a estabelecer esse grupo de alianças”, explica Luciano Sabóia, gerente de Telecomunicações da IDC Brasil, responsável pelo estudo.

“Uma vez que a implantação das novas tecnologias vai para o centro e o senso de ecossistema ganha ainda mais força, a missão do MBD de ajudar na capacitação de pessoas em habilidades digitais torna-se ainda mais urgente.”, completa Cavalcanti.

Exemplos de atividades que poderão ser adotadas em massa com o 5G

Fonte: IDC 2020

5G: legislação brasileira avança para preparar infraestrutura de telecomunicações e municípios devem agir

Para preparar o ambiente do leilão do 5G no próximo ano, o presidente Jair Bolsonaro assinou em 1º de setembro o tão esperado Decreto que regulamentou a Lei Federal das Antenas, a fim de reduzir alguns dos mais importantes entraves que hoje dificultam a instalação de infraestrutura de telecomunicações e impedem o avanço da conectividade e da cobertura de telefonia no país. O texto é positivo e era aguardado por diversos setores da economia.

Nos próximos anos, fornecedores, fabricantes de equipamentos e operadoras de telecomunicação preveem investir cerca de R$ 35 bilhões para operacionalizar o 5G no Brasil. Quando falamos de infraestrutura passiva, somente empresas ligadas à Associação Brasileira de Infraestrutura para as Telecomunicações (Abrintel), que representa 65% do setor no mercado nacional de torres, planejam investir R$ 6 bilhões. O que ainda pouco se debate é que o avanço da digitalização depende da modernização de leis municipais obsoletas em todo o país. Enquanto não houvesse a regulamentação da Lei Federal de Antenas, boa parte dos recursos anunciados não seriam realizados. Agora, o cenário muda de figura.

Caso o leilão das novas frequências fosse realizado ainda este ano, como previsto antes da pandemia de Covid-19, seríamos uma nação com autorizações e outorgas para implantá-las, mas sem infraestrutura para tirar seu melhor proveito. Em outras palavras, apesar da regulamentação da Lei Federal das Antenas, boa parte das atuais leis municipais de antenas são incoerentes com a realidade tecnológica e impõem regras burocráticas que impedem o Brasil de atender à rotineira demanda por 4G e tornam impossível o desenvolvimento do 5G. Espera-se que os municípios se motivem a agir para modernizar suas leis.

Somente com a harmonização entre a Lei Federal de Antenas e normas municipais o país caminhará para a conectividade efetiva e para a diminuição da desigualdade digital. Destravar a instalação de torres e antenas é a condição básica para a ampliação da infraestrutura de telecomunicações. É preciso vontade política para o assunto entrar na pauta. Leis com mais de 20 anos, como é o caso de diversos municípios brasileiros, se tornaram antiquadas e altamente restritivas. Estas sequer previam as tecnologias atuais e muito menos a demanda crescente da sociedade por banda larga móvel e fixa.

As principais modernizações nas Leis de Antenas não são esperadas apenas pelo setor de telecom. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) também defende que as cidades adotem e façam valer o novo texto com a criação de uma janela única, ou seja, que apenas um órgão seja responsável por coordenar todo o processo de licenciamento urbanístico e ambiental nos municípios. Defende ainda a aderência à chamada autorização tácita, prevista no Decreto Federal, com prazo máximo de 60 dias para emissão de licenças de liberação para instalação de antenas. Assim, os municípios terão de analisar rapidamente os pedidos e, caso não haja respostas, entende-se que a autorização está dada até posterior fiscalização dos órgãos competentes.

Nos últimos dois anos, por exemplo, apenas na cidade de São Paulo, maior centro financeiro do país e da América Latina, operadoras e empresas de infraestrutura protocolaram mais de 1,8 mil pedidos de novas torres e antenas. Até o momento, apenas 90 foram liberados. O cenário se agrava com o advento do 5G, pois a implantação da nova tecnologia exigirá de 3 a 4 vezes mais antenas em relação à conexão 4G.

E se ainda existiam dúvidas quanto à essencialidade dos serviços de telecomunicações, a pandemia comprovou a duras penas sua importância para manter a dinâmica da economia e das relações pessoais. Nos próprios municípios onde a modernização das leis se mostra tão difícil, o teletrabalho, o ensino à distância e a compra remota com entrega em domicílio são apenas algumas das atividades que, dependentes e apoiadas na conectividade, ajudam a manter as atividades de milhares de famílias.

No cenário pós-Covid-19, não há dúvidas de que 5G será fundamental para a recuperação econômica global. Maior capacidade, maior velocidade e menor latência permitirão mais usuários, mais dados e conexões mais rápidas para novos serviços e maior produtividade das empresas. Permitirão também que as chamadas Cidades Inteligentes (Smart Cities), ganhem contornos visíveis.

Para os municípios que se prepararem para a chegada da nova tecnologia, transformações tão esperadas e que dependem de comunicação móvel de excelência se tornarão realidade, resultando em ganhos significativos para as áreas de saúde, transportes, educação, segurança e muitas outras. O desenvolvimento de novas soluções em robótica, inteligência artificial, mobilidade urbana, telemedicina e o fortalecimento da indústria 4.0 são apenas alguns dos segmentos que devem deslanchar nesse novo momento. Em todos eles, os fluxos de informações serão essenciais para o seu pleno funcionamento. Resta saber: quanto mais a burocracia e a dificuldade em modernizar as normas municipais atrasará o Brasil na sua transformação digital e na retomada da economia?

Por Luciano Stutz, presidente da Associação Brasileira de Infraestrutura para as Telecomunicações (Abrintel) e Mônica Messenberg Guimarães, diretora de Relações Governamentais da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Covid-19 acelera mercado de dados fixos na América Latina, afirma a IDC

Antes da covid-19, as projeções de crescimento dos serviços fixos de dados na América Latina eram de, em média, 10% ao ano de 2019 a 2024. Porém, com a pandemia, a expectativa de crescimento é de 24% acima da previsão, ou seja, de 12,4% ao ano para os próximos quatro anos, estimam analistas da IDC, líder em inteligência de mercado, serviços de consultoria e eventos para os mercados de tecnologia da informação, telecomunicações e tecnologia de consumo.

Com o surgimento da covid-19 as regras do jogo mudaram, a ponto das empresas de telecomunicações serem obrigadas a adiar ou reduzir seus investimentos, explicou Alberto Arellano, gerente de pesquisa em Telecomunicações da IDC México.

Fonte: Latin America Telecom Services Tracker IDC, maio de 2020.

“Somente nos primeiros dois meses de contingência do coronavírus, o tráfego de dados fixos cresceu até 30% e os dados móveis 10%”, afirma Diego Anesini, diretor de pesquisas da IDC América Latina.

“As mudanças na demanda resultaram em uma alta concentração nas redes de acesso do consumidor, devido ao uso de aplicativos para home office e serviços de streaming”, explica.

Mesmo com as mudanças, Luciano Saboia, gerente de pesquisa e consultoria em Telecomunicações da IDC Brasil, afirma que as operadoras conseguiram manter a qualidade dos serviços, tanto para os consumidores como para as empresas, que seguiram desenvolvendo suas atividades. “As operadoras aprimoraram suas ofertas e produtos e ampliaram funcionalidades de colaboração e de conectividade, ajudando os decisores de TI, por exemplo, a enfrentaram o ambiente desafiador. Um exemplo disso é o SD-WAN. Temos visto ofertas recentes combinando conectividade com a disponibilização de devices, como PCs, tablets e smartphones, principalmente para as pessoas que aderiram ao home office, o que reforça a capacidade do mercado em oferecer uma variedade de serviços”, completa.

Para Anesini, as operadoras tiveram que se fortalecer e reforçar principalmente o acesso à infraestrutura de ponta e seu desempenho.

O Chile liderará o mercado de 5G na América Latina.

No caso das redes móveis, o Chile se colocou como o país com maior avanço para as redes de quinta geração (5G), ao anunciar a primeira licitação desta frequência para outubro próximo, visto que seu principal uso será comercial, destacou Anesini.

Enquanto isso, Brasil e México anunciaram que, devido à complicações técnicas e financeiras causadas pela pandemia, a licitação do 5G será realizada até o próximo ano. “No Brasil ainda temos questões a serem definidas, como os participantes do leilão. Além das operadoras, existe uma grande quantidade de provedores regionais querendo usar a frequência do 5G para comercializar seus serviços”, explica Saboia. Segundo ele, fatores econômicos como a capacidade de investimento dos players, a capacidade do país para absorver os serviços e o ecossistema para utilizar a tecnologia no segmento também precisam ser definidos.

“Embora o México já tenha feito os primeiros testes, o leilão foi atrasado e as operadoras continuam desenvolvendo sua rede 4G”, destacou Alberto Arellano.

No caso da Argentina, seu desenvolvimento será mais lento devido à redução dos investimentos, principalmente após o ciclo de congelamento de preços dos serviços de telecomunicações que ocorrerá de 1º de setembro a 31 de dezembro, disse Sebastián Novoa, analista sênior da IDC do mercado argentino.

Conheça as etapas e a importância dos testes para a implementação da tecnologia 5G no Brasil

A rede móvel de quinta geração (5G) está chegando ao Brasil. Apesar do leilão da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) ter sido adiado para 2021, três empresas já disponibilizam o serviço em 11 cidades brasileiras, testando assim o funcionamento da tecnologia que já é alvo de uma intensa disputa mundial e deverá impactar de forma decisiva campos como a velocidade e maior taxa na transmissão de dados, além de inaugurar de forma decisiva a chamada internet das coisas (IoT), integrando milhares de dispositivos a equipamentos, móveis e eletrodomésticos.

À parte da disputa política que envolve a chegada dessa nova tecnologia, certificadoras e laboratórios já atuam na capacitação de seus parques técnicos com o objetivo de avaliar os parâmetros principais da tecnologia 5G, sua compatibilidade eletromagnética, segurança elétrica oferecida ao usuário e suas características na emissão de rádio frequência que possa ser absorvida pelo corpo humano, durante a utilização do dispositivo móvel. Um trabalho silencioso, mas essencial para que a nova plataforma de dados opere de forma eficaz e segura para seus usuários.

“Este trabalho é importante e necessário para oferecer segurança ao usuário que vai utilizar o dispositivo, proteger o espectro, ou seja, garantir que o produto de telecomunicações em análise está operando na faixa de frequências correta, contra uso indevido e para que o dispositivo não cause ou sofra interferência no ambiente que é utilizado”, explica Fabio Jacon, vice-presidente de Telecomunicações da Associação Brasileira de Avaliação da Conformidade (Abrac), entidade que reúne empresas de certificação e inspeção no Brasil. Jacon destaca ainda que o processo de certificação e testes de cada produto que entra no mercado “leve de um a dois meses entre a realização dos testes, a análise do organismo e a avaliação final por parte da Anatel”.

Para avaliar a tecnologia 5G no Brasil foram definidos critérios baseados em referências internacionais da 3GPP (3rd Generation Partnership Project), que padroniza, com o apoio da indústria internacional, as novas tecnologias, e dessa maneira o serviço é o mesmo em todos os países, apenas com a diferença das frequências disponíveis em cada território. Os testes de avaliação da rede móvel de quinta geração incluem análise da tecnologia, Testes de Compatibilidade Eletromagnética (EMC), segurança elétrica do dispositivo e a avaliação de SAR (Specific Absorption Rate).

Em junho de 2020, a Anatel estabeleceu os requisitos de testes aplicáveis tanto para as estações rádio base, que irão prover a tecnologia 5G nas redes das operadoras de telecomunicações, quanto para os terminais móveis, que permitirão aos usuários acesso à tecnologia. Inicialmente, as operadoras móveis presentes no Brasil compartilharão as frequências que já estão alocadas para a operação da atual tecnologia celular, através de uma técnica chamada DSS (Dynamic Spectrum Sharing).

Seguindo as regras determinadas pela Anatel, ao lançar um novo produto no Brasil, o fabricante local seleciona um Organismo de Certificação Designado (OCD) e fornece as informações técnicas sobre o produto, que é analisado para que sejam determinados os padrões e ensaios aplicáveis. Na sequencia, escolhe-se o laboratório que fará os testes, que executa os ensaios e emite seu relatório. Este é analisado pela Certificadora que, em caso de resultados positivos, cadastra o produto na Anatel, que analisa a documentação e emite o certificado de homologação para que o produto ou serviço seja comercializado.

“Go Ignite” lança chamada global para startups focada em casos de uso do 5G

Após o sucesso das chamadas globais anteriores, a Go Ignite, uma aliança de quatro empresas de telecomunicações líderes no mundo, lança a chamada “Go Ignite: 5G Open Call for startups” (Chamada Aberta 5G para startups). O público-alvo é formado por startups ou empresas apoiadas por capital de risco que desenvolvam produtos ou serviços 5G destinados a consumidores ou ao setor empresarial.

A Go Ignite é composta por hubraum, Orange Fab, Singtel Innov8 e Connected Open Innovation, que são as áreas de inovação aberta das empresas Deutsche Telekom, Orange, Singtel e Telefónica, respectivamente.

Os participantes interessados podem enviar suas propostas até 7 de setembro de 2020 em www.go-ignite.com. Elas serão avaliadas pelos membros da aliança quanto ao grau de inovação tecnológica, viabilidade, rapidez de execução e maturidade de cada projeto. As startups selecionadas terão a oportunidade de apresentar suas propostas aos principais diretores das companhias que formam a Go Ignite, em um workshop on-line que será realizado de 21 a 23 de setembro de 2020. O evento pretende ajudar as startups selecionadas a validar suas propostas com a participação das unidades de negócios dos membros da aliança. Posteriormente, as soluções poderão ser aprimoradas e ajustar suas estratégias para alinhar melhor suas inovações aos requisitos do mercado.

As startups que concluírem com sucesso o workshop on-line estarão melhor posicionadas para lançar seus produtos ou serviços 5G no mercado, pois os membros do Go Ignite totalizam mais de 1,2 bilhão clientes na África, Europa, América Latina, Oriente Médio, Sudeste da Ásia e Austrália.

Axel Menneking, responsável pela hubraum: “A incubadora de tecnologia da Deutsche Telekom já realizou programas 5G de sucesso com startups, a partir dos quais surgiram projetos interessantes. Esperamos novos e interessantes casos de uso, que demonstrem o potencial dessa tecnologia.”

Karine Dussert Sarthe, vice-presidente executiva de Marketing e Design de Produtos na Divisão de Inovação da Orange: “Queremos muito colaborar com startups para desenvolver novos casos de uso do 5G. Estamos convencidos de que o 5G poderá agregar valor acelerando a transformação digital em um mundo que enfrenta desafios econômicos e ecológicos sem precedentes. Acreditamos firmemente que alavancar um novo ecossistema 5G vai acelerar a criação de valor 5G para o benefício de todos.”

Edgar Hardless, diretor-geral da Singtel Innov8: “Esperamos ansiosamente a participação de startups que tenham ideias interessantes para aproveitar os benefícios do 5G. Através da chamada global da Go Ignite, queremos ajudar as startups a levar suas soluções inovadoras aos mercados da região do sudeste asiático, onde o Grupo Singtel está lançando o 5G. A inovação do ecossistema nos permitirá aproveitar o potencial do 5G como um divisor de águas para acelerar a transformação digital das empresas e fornecer ofertas inovadoras e diferenciadas aos consumidores.”

Miguel Arias, diretor global de empreendedorismo da Telefónica: “A Telefónica está comprometida com a tecnologia 5G, que abrirá nosso ecossistema de telecomunicações para uma ampla gama de indústrias do mercado vertical, em que, com produtos escaláveis e de impacto global, as startups poderão desenvolver provas de conceito de novos serviços, produtos, experiências e modelos de negócios no futuro.”

Para mais informações sobre a Go Ignite e inscrições, acesse o site.

À espera do 5G: o momento de investir em infraestrutura é agora

Por Cristiano dos Anjos

Já vemos no horizonte a chegada do 5G e a transformação digital que ele traz na bagagem. Muito em breve, mudaremos completamente nossa maneira de agir, de interagir, de trabalhar.

O 5G potencializará nossas vidas – velocidade, produtividade, eficiência, otimização. A digitização estará presente em tudo, no âmbito pessoal e profissional.

A internet das coisas deverá se aflorar em diversos setores da economia. Residências e prédios atingirão outro nível de inteligência. Distribuidoras elétricas, empresas de saneamento, data centers – os processos e os negócios não serão mais os mesmos. Empresas e fornecedores ficarão 100% conectados.

Veremos a nova revolução industrial 4.0, manufatura avançada e smart sendo utilizadas e potencializadas ao máximo

Mas a pergunta que fica é: estamos preparados para essa tecnologia? Temos condições de desfrutar todas as vantagens que ela poderá nos proporcionar?

Infraestrutura. Essa é a palavra-chave. Para que as “coisas” de fato se conectem à internet, investir em infraestrutura é condição sine qua non. E isso precisa ser feito agora.

As organizações devem apostar nas tecnologias digitais – nas suas telecomunicações, na sua logística, nas suas operações, no seu dia a dia.

Sem drama, mas também sem rodeios: quem não conectar suas infraestruturas já (já!), não terá como se ligar à cadeia de fornecimento global quando o 5G chegar. Ou seja, para esses, game over.

O que fazer para chegar lá

Você sabe o que a transformação digital pode fazer por uma companhia? Em última instância, será possível extrair e analisar dados, e decisões serão tomadas sem a interferência humana.

Em linhas gerais, isso significa: sugestões de melhorias em eficiência operacional, reduções de custos e consumos energéticos, até informações para manutenção preventiva e preditiva, tornando o ambiente realmente inteligente e completamente inserido na IoT.

Antes dessa fase, entretanto, é preciso investir no que chamamos de edge control: softwares para supervisão e controle dos produtos conectados.

E, assim, fazendo o caminho regressivo, chegamos ao primeiro passo dessa jornada obrigatória: tornar os produtos (ou as coisas) conectáveis. Ou seja, transformar o analógico em digital. Infraestrutura, meu caro. Infraestrutura.

Como o 5G impulsiona a transformação digital

Fato é que o 5G permitirá conectar “coisas” em níveis nunca antes possíveis.

Pensemos na indústria. Uma fábrica possui vários maquinários e precisa pagar um contrato de manutenção com uma empresa. Como está tudo conectado, é possível saber quais são os equipamentos que precisam de manutenção preventiva ou preditiva. Usando algoritmos de inteligência artificial, dá para evitar a quebra do ativo, realizando a troca de um componente antes da falha. E se falhar, o distribuidor pode adequar o estoque que está lá na ponta e colocar a equipe do parceiro para atender ao cliente de maneira muito mais rápida e mais efetiva em termos de custos.

Se olharmos para o chão de fábrica, teremos uma gestão muito mais eficiente. A gestão de energia da planta poderá ser realizada em tempo real, sem mais a necessidade de uma reunião para saber quantos quilowatts foram gastos. Esse dado já estará disponível, e os administradores poderão se comunicar com todos os setores da empresa de forma on-line para, juntos, tomarem as melhores decisões de negócios na mesma hora.

Só que nada disso será possível se não houver um preparo prévio. Nada disso será possível se não houver investimento na base.

O capital necessário

O que os executivos precisam fazer hoje é: adquirir equipamentos possíveis de conexão. Temos que pensar em infraestrutura conectável – não precisa estar conectada, mas, sim, deve ser conectável.

E ser conectável não significará trocar o ativo. Em muitos casos, já existem soluções que possibilitam tornar um equipamento inteligente. Isso vale para residências, prédios, hospitais, indústrias…

Moral da história: melhor investir em infraestrutura agora, antes que seja tarde demais. Até porque, se você não fizer isso, seu concorrente o fará.

Cristiano dos Anjos, Vice-Presidente para América do Sul da Schneider Electric.

5G no Brasil: assunto urgente ou uma realidade ainda distante?

Por André Gatti

Em meados de 2019 havia grande expectativa de que o leilão de licenças das frequências para a tecnologia 5G seria realizado em março de 2020, mas o que ocorreu não foi exatamente isso. Somente no mês de fevereiro a Anatel submeteu a consulta pública a proposta de edital para o leilão do 5G. Com isso, a expectativa agora é que o leilão se dê no fim deste ano ou até mesmo em 2021.

Apesar desse cronograma mais demorado, parece haver consenso no mercado de que realmente existem alguns pontos importantes a ser resolvidos para que o leilão seja bem-sucedido.
Um deles, que parece ter sido endereçado no edital submetido a consulta pública pela Anatel, é a previsão de leilão de blocos regionalizados, reservando espectro para prestadores de pequeno porte (PPPs) e também para possíveis novos entrantes. Isso permitirá que a tecnologia 5G chegue mais rapidamente a regiões que não seriam atendidas inicialmente pelas grandes operadoras, as quais, naturalmente, devem focar investimentos iniciais nas áreas mais populosas e rentáveis.

Outro ponto que não está diretamente ligado ao leilão, mas tende a afetar o volume de investimentos das operadoras no 5G, é a possibilidade da migração do modelo de concessão para o modelo de autorização pelas operadoras de telefonia fixa, pois isso pode liberar investimentos em fibra, essenciais para a infraestrutura de transporte do 5G. Nesse ponto, foi aprovado em 2019 o PLC 79, que ainda precisa ser regulamentado, incluindo a definição de como serão calculados os valores dos bens reversíveis.

O edital da Anatel também trata de um tema polêmico ao citar que a “utilização da faixa de 3,5 GHz por sistemas móveis terrestres implica potencial interferência dos sinais de TV aberta e gratuita recebida por meio de sinais de satélites, fazendo-se necessária a adoção de medidas para seu tratamento”. A resolução dessa questão é essencial para a liberação de espectro para o leilão, mas existem divergências em relação ao número de domícilios que seriam afetados, qual a melhor estratégia para tratar o problema e os custos envolvidos.

A quantidade de domicílios que utilizam a TV aberta por satélite varia entre regiões (áreas com menor cobertura da TV aberta dependem mais do satélite), não existem controles por parte das emissoras de TV ou do Estado sobre quem utiliza antenas parabólicas para recepção dos canais via satélite (as antenas são compradas livremente no mercado) e existem domícilios que também têm o sinal de TV via DTH (ou seja, TV paga via satélite). Por isso a dificuldade de calcular a quantidade de domicílios que seriam realmente afetados, embora estimativas mais recentes apontem para cerca de 3 milhões.

Quanto à solução a ser adotada, foram feitos progressos importantes em testes recentes e se constatou a possibilidade da utilização de filtros para mitigar as interferências do 5G na TV aberta por satélite, evitando a necessidade de migração do sinal de TV para outra banda de satélite, a banda Ku, o que significaria a necessidade de um equipamento novo para os usuários da TV aberta via satélite. De qualquer forma, o edital prevê que os custos para solução desse problema sejam pagos pelas empresas vencedoras do leilão do 5G.

As operadoras também aguardam com grande expectativa uma definição sobre a legislação para instalação de antenas, que, atualmente, é de responsabilidade dos municípios e vista como uma grande barreira para o 5G, que exigirá um número muito maior de antenas do que o utilizado pelas tecnologias atuais. Uma alternativa em análise é a do silêncio positivo, que nada mais é do que, na ausência de resposta para uma solicitação de licenciamento de antena, as operadoras poderiam iniciar a instalação em caráter provisório. Também se discute a necessidade de licenças para pequenas antenas, que podem ter papel importante no 5G.

Além de todas essas questões, as operadoras ainda tentam influenciar o governo para que o leilão não tenha caráter arrecadatório, onerando o valor das licenças, mas exista um foco maior em contrapartidas de investimentos e de cobertura por parte dos vencedores.

Por todos esses fatores, o leilão vai demorar mais do que o previsto para ser realizado. As operadoras também já declararam publicamente que não pretendem fazer uma corrida por causa do 5G, e, em anúncios recentes de algumas operadoras sobre o plano de investimentos, não foram indicadas variações significativas para 2020 por causa do 5G.

A pergunta que fica é: o que as operadoras devem fazer para se preparar para quando esse momento chegar?
Apesar de ainda não existirem modelos de negócio muito claros para monetização do 5G, é fato que essa tecnologia permitirá a criação de aplicações com os mais diversos requisitos de conectividade, incluindo velocidade e latência, e também será o viabilizador para o IoT. O conceito de network slicing (fatiamento de rede) também permitirá a priorização de serviços na rede, de acordo com a característica de cada serviço. Mesmo sabendo que, inicialmente, o 5G deve atender a demandas específicas de algumas indústrias, todas as operadoras já têm feito testes relacionados ao 5G.

Além dos testes tecnológicos, é essencial que as operadoras utilizem esse tempo para planejar modelos de negócio que possam monetizar seus investimentos. Aquelas que deixarem para avaliar o potencial da tecnologia somente após a aquisição de licenças certamente estarão atrasadas em relação a suas concorrentes. O momento é de avaliar as novas possibilidades de serviços e parcerias que serão viabilizados com o 5G.

Finalmente, as operadoras precisam também planejar os impactos que o 5G trará para seu ambiente de TI, pois o time-to-market será importante para recuperar investimentos que não devem ser baixos.

André Gatti, diretor de Telecomunicações, Mídia e Tecnologia da Cognizant no Brasil

Mercado de Telecom acredita que o 5G será fundamental para alavancar economia brasileira, diz pesquisa

Uma sondagem de opinião realizada pela Ericsson entre os dias 29 e 31 de outubro, em São Paulo, confirma que executivos do setor de telecom acompanham com ansiedade os próximos passos da implementação do 5G no Brasil. O estudo foi realizado durante o Futurecom 2019, maior evento do setor na América Latina, ouvindo 878 decisores do setor de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC), fornecedores, provedores e empresas referências no setor.

Com chegada ao Brasil do 5G prevista para 2020, a sondagem realizada com especialistas abordou, entre outros pontos, a importância do 5G para o País. Numa escala de 0 (muito baixa) a 10 (muito alta), a nota média ficou em 9,3.

Quando perguntados sobre o papel habilitador do 5G para a transformação da economia, 64% dos respondentes concordam plenamente que a tecnologia será fundamental para alavancar mudanças significativas em toda a sociedade. Outros 35% também entendem que haverá grande impacto, ainda que parcialmente,

Ao abordar um eventual atraso no leilão de frequências, 72% declararam que isso pode ter um forte impacto negativo para o Brasil. Apenas 7% posicionaram-se favoráveis ao referido atraso.

Para o diretor de Relações Institucionais da Ericsson, Tiago Machado, esses resultados merecem atenção: “Muitos estudos já realizados comprovam que o 5G será o principal fator de transformação econômica, competitividade e ganho de eficiência dos mais diferentes setores da economia na próxima década. E o Brasil não pode perder o timing para dar mais esse importante passo. É realmente importante que o Brasil tome uma série de medidas regulatórias como parte de uma política pública mais ampla que assegurem a introdução da tecnologia no Brasil ainda em 2020”. Ele alerta: “Entre essas medidas, estão o leilão de frequências 5G sem um viés arrecadatório e a aplicação da Lei Geral de Antenas em todos os municípios do País”.

Considerada a nova geração da conectividade móvel, o 5G já é uma realidade para a Ericsson, que foi pioneira na implementação e ativação da nova tecnologia em quatro continentes. Atualmente já somam 22 as operações comerciais em funcionamento na América do Norte, Europa, Oriente Médio, Oceania e Ásia utilizando tecnologia 5G da Ericsson.

Embratel fornece soluções de TI e Telecomunicações para GP Brasil de Fórmula 1

A Embratel será a Fornecedora Oficial de Telecomunicações e TI do Grande Prêmio Brasil de Fórmula 1 por mais um ano. Esta é a 14ª edição do evento automobilístico que contará com o fornecimento oficial de soluções da Embratel. A etapa brasileira da competição acontece nos dias 15, 16 e 17 de novembro no Autódromo de Interlagos, em São Paulo.

“Mais uma vez, a Embratel irá dispor do que existe de mais moderno para garantir conexão rápida de Internet e excelência na transmissão de sinais de áudio e vídeo para a mais importante prova automobilística do mundo”, diz Marcello Miguel, Diretor Executivo de Marketing e Negócios da Embratel, lembrando que as soluções fornecidas irão permitir que o mundo inteiro acompanhe os treinos e a corrida com as melhores imagens e conexão.

A movimentação de dados será intensa em Interlagos. Nesta edição, a Embratel trará uma solução especial de circuito ponto a ponto que liga o autódromo a um Data Center, possibilitando tráfego de grande volume de dados. A empresa também irá disponibilizar Wi-Fi em pontos estratégicos, como a Sala de Imprensa e a Sala de Fotos, possibilitando a comunicação e troca de informações de forma ágil por parte dos jornalistas brasileiros e internacionais que cobrem esta que é uma das etapas mais aguardadas da Fórmula 1.

O Paddock Club, local privilegiado para assistir à corrida, também terá acesso Wi-Fi da Embratel. As soluções para transporte de sinais de vídeo e áudio garantirão qualidade de transmissão digital. O centro de geração de imagem será equipado com fibras ópticas da Embratel e, por mais um ano, dez painéis localizados no autódromo serão interligados pela empresa.

O fornecimento de serviços para uma competição desta dimensão reforça a excelência do portfólio da Embratel. Também serão providos serviços de telefonia fixa para ligações locais e de longa distância, links dedicados para acesso à Internet, com suporte para alta capacidade de tráfego, e soluções de voz e dados para a rede de telefonia utilizada por emissoras de rádio e de televisão para a transmissão do evento.

Uma equipe técnica especializada estará no comando das atividades para assegurar o êxito da operação, garantindo uma experiência única ao público. Durante todo os dias, os serviços da Embratel serão monitorados com análise das performances em tempo real. Entre os diversos serviços fornecidos pela Embratel para a F1 deste ano também estão comunicações unificadas e colaboração, gerenciamento de redes, Smart Vídeo e Cloud.

A presença da Embratel no segmento automobilístico é de longa data e também se destaca pelo fornecimento de soluções de carros conectados para as maiores montadoras do País, garantindo bem-estar e segurança a milhares de motoristas e passageiros. Entre os benefícios do uso da tecnologia estão o monitoramento 24 horas dos veículos por meio do Centro de Operações de Segurança (Security Operations Center – SOC) Embratel, com rastreamento por satélite. Diversas funcionalidades são disponibilizadas por meio de conectividade, como travamento e destravamento remoto de portas, Wi-Fi para diversos dispositivos, chamadas ao Centro de Atendimento da montadora para pedir auxílio em caso de roubo, furto ou de qualquer outra emergência, além do acesso a informações essenciais para o bom funcionamento do automóvel, como calibragem dos pneus e volume de óleo.

Brasileiros estão dispostos a pagar mais para ter internet 5G dez vezes mais rápida que 4G, aponta Deloitte

Tema frequente e muito debatido pelos especialistas e apaixonados por tecnologia, o 5G está cada vez mais provocando curiosidade e ansiedade ao redor do mundo. E no mercado brasileiro não é diferente – o desejo pela internet mais rápida é destaque da edição deste ano da Global Mobile Consumer Survey Brasil. Realizada com 2 mil usuários de telefonia móvel no país, o objetivo é identificar as tendências para o setor de telecomunicações nacional, por meio de análise de hábitos, expectativas e oportunidades de usuários e do mercado global.

Apontado por dois terços dos respondentes, a internet 5G dez vezes mais rápida do que a 4G é considerada muito importante para os usuários. Cerca de 69% dos participantes estão dispostos a pagar mais caro pela tecnologia e 45% consideram migrar para a rede assim que ela estiver disponível.

“As novas tecnologias chegaram para proporcionar aos modelos de empresas tradicionais, por meio de plataformas e ecossistemas digitais, uma ‘nova ordem’ do processo de globalização. O 5G entra em cena para habilitar o uso dessas novas tecnologias que possibilitarão as transformações das empresas. Esta será a oportunidade para o Brasil se inserir no bloco dos países líderes da Economia Digital.”, declara Márcia Ogawa, sócia-líder de Telecomunicações, Mídia e Tecnologia da Deloitte.

O interesse das empresas em adotar o 5G é grande, contudo, é imprescindível ao mercado fazer uma avaliação dos benefícios que a rede trará a população, que vão além da velocidade. Outro ponto importante é a análise do impacto dos custos de implementação sobre o preço ao consumidor.

Smartphones na liderança da corrida tecnológica

Os smartphones seguem como os dispositivos eletrônicos utilizados com maior frequência pelos entrevistados. Do total de respondentes, 95% haviam utilizado o aparelho nas últimas 24h anteriores à pesquisa, bem à frente de desktop (70%) e notebook (66%). Isso indica a consolidação do smartphone como fonte de comunicação e pesquisa principal.

Segundo a Global Mobile Consumer Survey Brasil 2019, as atividades de compras são as mais realizadas pelos usuários no celular: 89% afirmam usar o dispositivo para pesquisar sobre produtos e serviços, seguido de navegar em sites/apps de compras (87%), ler avaliações sobre produtos/serviços (82%) e comprar online (80%). Entre os principais motivos para a escolha de um aplicativo de compra online estão a rapidez (34%), o baixo custo da entrega (27%) e a garantia de segurança (23%).

Produtos e serviços relacionados à saúde e beleza são os que os entrevistados adquirem com maior frequência pelo celular (34% afirmaram que compram mensalmente pelo dispositivo). Esses dados refletem o aumento da confiança do consumidor no ambiente online e a ascensão de novas plataformas de pagamento, e-commerce e entrega.

Trabalho x Lazer

Em um momento onde os modelos de negócios exigem agilidade e conectividade dos dados, os smartphones se tornam, cada vez mais, prioritários na comunicação profissional. A pesquisa aponta que existe um equilíbrio entre as atividades profissionais exercidas nos momentos de folga e as atividades pessoais durante expediente de trabalho. Cerca de 44% dos entrevistados assumem se distrair com o celular durante o trabalho e mais de dois terços utilizam o aparelho durante o expediente para fins pessoais. Ambas situações ocorrem com alguma ou muita frequência. Do outro lado, 90% afirmam o uso para fins profissionais fora do horário de expediente.

Smart TVs ganham força

Em resultado ao papel dos smartphones como hub de controle de outros dispositivos conectados, a smart TV se tornou o equipamento de entretenimento doméstico mais utilizado pelos brasileiros, de acordo com 59% dos respondentes. A transmissão de vídeos para a televisão é a atividade mais realizada por meio de site ou aplicativo no celular (47%). Em segundo lugar, na lista dos aparelhos, estão os videogames (33%) e o streaming de vídeo (25%). É importante ressaltar que a frequência do uso dos celulares aplicados aos carros conectados também é significativa (71% dos usuários que possuem o sistema o utilizam) e isso torna o celular um grande aliado na busca por mobilidade.

Uso dos aplicativos de comunicação

O WhatsApp é apontado pela pesquisa como aplicativo de comunicação mais utilizado. Oito em cada dez respondentes indicaram utilizá-lo pelo menos uma vez por hora. Em seguida, encontram-se Facebook, e-mail pessoal e Instagram. Os aplicativos de namoro e encontros são os menos utilizados, seguidos por Snapchat e Skype.

Dados seguros

A preocupação com a segurança de dados está cada vez mais consolidada entre os brasileiros. Mais de 70% dos respondentes se preocupam com o compartilhamento, armazenamento e uso de seus dados pessoais. Porém, 54% indicaram aceitar os termos e condições sempre ou quase sempre sem lê-los e apenas 9% responderam não seguir adiante sem lê-los.

“Esse cenário amplifica ainda mais a preocupação e responsabilidade das empresas sobre a governança dos dados pessoais de seus clientes”, finaliza Ogawa.

Metodologia da pesquisa

Para apurar os resultados da Global Mobile Consumer Survey Brasil 2019, a Deloitte consultou, por meio de questionários eletrônicos, cerca de 2mil brasileiros, de 18 a 55 anos, residentes de todas as regiões do país, sendo 58% público feminino e 48% masculino.

Futurecom traz discussões importantes sobre a implementação do 5G no Brasil

A 21ª edição do Futurecom, maior evento de Transformação Digital, Tecnologia e Telecomunicações da América Latina, abriu nesta terça-feira (29) debatendo as principais inovações do setor no São Paulo Expo. Em seu primeiro dia, a feira contou com a presença do CPO da Netflix, Greg Peters, do ministro em exercício do MCTIC, Júlio Francisco Semeghini Neto, e ministro do STF, Dias Toffoli, que participou da abertura do FutureJUD.

A solenidade de abertura oficial do Futurecom 2019 ocorreu na noite desta segunda-feira, 28, e foi marcada pela união entre artes e tecnologia. O maestro João Carlos Martins usou pela primeira vez, em uma apresentação, um robô colaborativo da Universal Robots para virar as páginas de suas partituras. O projeto é resultado de uma parceria entre a empresa, Nokia, TIM e a SPI Integração de Sistemas.

Nesta terça-feira, o congresso e os eventos paralelos da 21ª edição discutiram a transformação digital em diversas áreas: judiciária, meios de pagamento, segurança da informação, mobilidade, varejo, entre outros.

O primeiro a palestrar no Futurecom Congress foi Júlio Francisco Semeghini Neto, Ministro em Exercício do MCTIC, que destacou os desafios brasileiros no uso da tecnologia e como ela pode melhorar a qualidade de vida da população.

O presidente e ministro do STF, Dias Toffoli, também destacou a digitalização do judiciário brasileiro durante o FutureJUD. De acordo com o ministro, o Brasil possui 78 milhões e 600 mil processos em tramitação; do total, 80% já estão no sistema de processos eletrônicos. “Somos o judiciário mais produtivo do mundo: temos uma média de 8 sentenças por dia útil”, disse.

O futuro com o 5G

Um dos destaques da feira é a tecnologia 5G, que já está em funcionamento em vários países e deve chegar ao Brasil nos próximos anos. Por meio da quinta geração de telefonia móvel, é possível ter uma internet muito mais rápida e com menor latência. Com isso, teremos cidades conectadas e funcionais onde será possível, por exemplo, controlar a iluminação pública de forma inteligente, como demonstrado pela NEC em seu estande.
“Com a chegada iminente da rede 5G, teremos um mundo novo de oportunidades para inovar e tornar a nossa sociedade muito mais conectada, com benefícios para todos os setores”, afirma Angelo Guerra, vice-presidente da NEC no Brasil.

A Qualcomm também mostrou como o 5G transformará a vida das pessoas, das casas, das cidades e das indústrias.

“Temos um papel de liderança no desenvolvimento da tecnologia 5G no mundo. Durante o Futurecom, vamos mostrar as inúmeras oportunidades de negócios, aplicações, melhorias e o avanço econômico que o 5G poderá trazer para o Brasil e para a América Latina”, diz Rafael Steinhauser, vice-presidente sênior e presidente da Qualcomm para América Latina.

Em uma coletiva de imprensa, a Deloitte apresentou a Global Mobile Consumer Survey Brasil 2019, que afirma que os brasileiros estão dispostos a pagar mais para ter internet dez vezes mais rápida que a permitida pelo 4G.
“O 5G entra em cena para habilitar o uso de novas tecnologias que possibilitarão as transformações das empresas. Esta será a oportunidade para o Brasil se inserir no bloco dos países líderes da Economia Digital”, declara Márcia Ogawa, sócia-líder de Telecomunicações, Mídia e Tecnologia da Deloitte.

Mas para que todos os benefícios dessas tecnologias sejam aproveitados, é importante que o Brasil tome o importante passo de leiloar o 5G ainda no próximo ano.

De acordo com uma pesquisa da Ericsson, caso o leilão do 5G seja adiado para 2021, o Brasil pode perder R$ 25 bilhões, reduzindo de R$ 70 bilhões para R$ 46 bilhões a vantagem total de impostos e fundos para o governo entre 2021 e 2025.

O estudo também mostra que o 5G vai gerar R$10 bilhões em investimentos diretos e R$ 250 milhões adicionais em investimentos em P&D, além de criar mais de 205 mil empregos.

Entretenimento

O primeiro dia da Futurecom contou ainda com uma palestra de Greg Peters, Chief Product Officer da Netflix. Depois de uma projeção emocionante de séries e filmes brasileiros produzidos pela empresa, Greg apresentou aos presentes um pouco da filosofia da Netflix ao destacar a produção de conteúdos locais que são apreciados por milhões de pessoas ao redor do mundo.

Além disso, o executivo explicou que a provedora de conteúdo para entretenimento vai investir R$ 350 milhões em 30 produções originais brasileiras até 2021.

“O Brasil tem histórias que o mundo todo quer conhecer”, explicou Greg. Ele também comentou que, desde que a Netflix começou a produzir conteúdos nacionais, já gerou 40.000 empregos indiretos no país. “Nós somos apaixonados por contar histórias e transmiti-las de maneira que as pessoas possam assistir quando quiserem e de onde quiserem. Isso só pode ser feito por intermédio da tecnologia”.

Além disso, o evento também contou com a tecnologia na apresentação da escola de samba Sociedade Rosas de Ouro, que no Carnaval de 2020 falará sobre as quatro revoluções industriais.

Internet das Coisas (IoT)

O Futurecom marcou o lançamento do livro ‘Mundo Conectado: como a Internet das Coisas está revolucionando os negócios, as cidades e a vida das pessoas’, foi realizado pelo empreendedor Alexandre Bueno e escrito pela jornalista especializada em Tecnologia, repórter e colunista do Jornal do Comércio, Patricia Knebel.

Além disso, o CPQD, em parceria com a Qualcomm e a EMBRAPII, está apresentando uma solução inovadora que coloca inteligência em dispositivos conectados à Internet das Coisas (IoT). Trata-se de uma plataforma para o desenvolvimento de aplicações IoT com Inteligência Artificial embarcada, que se baseia em processador Qualcomm® Snapdragon™ 820E, de alto poder de processamento e baixo consumo de energia.

A solução está sendo demonstrada no espaço IoT Applications, em uma aplicação de reconhecimento de placas de veículos que utiliza Inteligência Artificial – especificamente, recursos de visão computacional. Mas essa plataforma habilita a criação das mais diversas aplicações IoT, em áreas diferentes – como cidades inteligentes, agronegócio inteligente, manufatura avançada e também em casas conectadas.

Consumidor

Marcelo Biasoli, diretor de estratégia de negócios e marketing da Seguros SURA, participou do painel “O cliente como protagonista” e destacou o Programa Exponencial, idealizado pela companhia para preparar a empresa para o futuro com base em três pilares: eficiência operacional, potencializar os negócios, estratégia e cultura.

Dessa forma, o executivo explica que “ao identificar o potencial do mercado e entender as características do negócio, definimos a estratégia que vai entregar a experiência que os nossos clientes e parceiros esperam em suas respectivas jornadas”. Para isso, a Seguros SURA inova constantemente o seu modelo de negócios para gerar experiências positivas por meio da análise do entorno, que “é fundamental para as empresas identificarem as competências e as soluções necessárias para alcançar o consumidor e os parceiros que estão ávidos por experiências”.

Cabos submarinos

Durante a Futurecom 2019, a Angola Cables mostrou sua parceria com a TM Global, braço da Malaysia Telekom Berhad (empresa líder em telecomunicações da Malásia), que contempla a implementação de um acordo de testes para uma rota expressa “Sul-Sul” de cabos submarinos vindos da Ásia conectando diretamente à Africa e à América do Sul.

Cibersegurança

O Future Cyber contou, pela manhã, com a palestra “Segurança Cibernética em uma Sociedade Hipercontectada e a Gestão de Riscos”, que reuniu Cristiano Breder, Head of Cybersecurity and Risk Services Latam da Wipro; Vitor Sena, Global Information Security Leader da Gerdau; André Fleury, da Accenture Latam; Bruno Ramos, da PSA Group, e Leidivino Natal, CEO da Stefanini Rafael.

“Quando falamos em cibersegurança, precisamos pensar o quanto somos vulneráveis, nós mesmos, as empresas e o próprio Governo”, destacou o executivo da Stefanini.

Futurecom: 5G vai habilitar a hiperconectividade

A conectividade é hoje tão importante para a sociedade quanto a eletricidade. Ou mais. Seja qual for a opinião pessoal de cada um, é fato que a eficiência dos serviços essenciais às cidades inteligentes e ao desenvolvimento socioeconômico dependem da conexão segura.

A capacidade de transmissão de dados da superbanda larga proporcionada pela 5G vai nos proporcionar uma comunicação massiva, com viabilidade para a Internet das Coisas (IoT). “Em alguns casos, vidas dependem de aplicações e conexão de baixa latência; conectar dispositivos e ter acesso irrestrito é primordial e o 5G já está em operação no país. Acreditamos que, até 2021, essas redes estarão implantadas no Brasil e viabilizando os projetos de IoT”, afirma Hermano Pinto Júnior, diretor do Futurecom.

Entre 28 e 31 de outubro no São Paulo Expo, a 21ª edição do Futurecom terá demonstrações práticas, principalmente na área IoT Applications, destinada a apresentar soluções e demonstrações imersivas e tangíveis de IoT. No espaço Telco Transformation, operadoras e prestadoras de serviços vão demonstrar como a conectividade e as novas tecnologias proporcionam benefícios para as pessoas, empresas e sociedade.

O potencial de negócios em torno das novas tecnologias é muito promissor. De acordo com um estudo conjunto entre ABES (Associação Brasileira de Empresas de Software) e IDC, divulgado pela entidade, estima que a indústria de soluções de IoT no Brasil pode movimentar US$ 9 bilhões já em 2019. No mundo, pode chegar a US$ 745 bilhões neste ano. O crescimento desse mercado até 2022 deve chegar a 20% ao ano. Soluções de IoT podem ser aplicadas em diversos contextos, dando suporte a todos setores da indústria e do varejo, além da própria sociedade.

As áreas mais promissoras para desenvolvimento de negócios em torno do 5G e da IoT não estão muito bem definidas até o momento, mas há algumas que despontam como certas. Automação de residências e de serviços de hotelaria, saúde, veículos, agronegócios e cidades inteligentes são segmentos que já apresentam soluções inovadoras. Um exemplo de aplicação de missão crítica que salvou vidas foi o do estado do Texas (EUA) na passagem do Furacão Harvey, em 2017. As informações do prontuário eletrônico dos habitantes afetados foram imediatamente disponibilizadas às autoridades de serviços de resgate por meio dos serviços de banco de dados da InterSystems. Para se ter uma ideia da quantidade de dados a serem processados e acessados no momento mais crítico, aproximadamente 70 mil pessoas necessitaram de resgate, 450 mil precisaram de assistência médica e 30 mil, de abrigo.

Para gestão pública das cidades inteligentes, os sistemas terão de ser capazes de comportar, analisar e atuar a partir de uma massa de dados. É um ecossistema que tem de processar o grande volume de dados, ao mesmo tempo das aplicações de missão crítica e conectadas em tempo real. É ele que suportará simultaneamente as tecnologias de Internet das Coisas (IoT), Inteligência Artificial (IA) e Aprendizado das Máquinas (AM).

O desenvolvimento deste mercado conta com o apoio do governo por meio do decreto 9.854/2019, conhecido como Plano Nacional de Internet das Coisas, cuja finalidade é implantar a IoT no país. Além da exposição nos espaços IoT Applications e Telcom Transformation, os debates do Future Congress abordarão as possibilidades e tendências proporcionadas por novas tecnologias, a IoT e o 5G.

Confira a programação completa: http://bit.ly/2ZcWitv.

ABRINT 2019 supera número de visitantes e expositores de anos anteriores e divulga novos conselheiros

A ABRINT (Associação Brasileira de Provedores de Internet e Telecomunicações) encerrou, na última sexta-feira (07/06), a 11ª edição do Encontro Nacional de Provedores, o maior evento do setor na América Latina. Neste ano, o evento contou com o maior número de participantes desde sua primeira edição, em 2009. No total, o Encontro contabilizou mais de 200 expositores e mais de 8 mil visitantes, representando, em ambos os casos, um aumento de mais de 30% em relação a 2018.

“A quantidade de provedores existentes no Brasil é única no mundo. Justamente por isso, o Encontro Nacional, realizado pela ABRINT, se torna cada vez mais importante, servindo como um espaço e oportunidade para que os provedores façam networking e conheçam as novidades do mercado, tanto em termos de produtos e serviços quanto em relação à legislação e regulamentação”, afirma Breno Vale, presidente do Conselho de Administração da ABRINT.

O Encontro Nacional da ABRINT reúne todo o ecossistema próprio do segmento de provedores, desde fabricantes de equipamentos até empresas de consultoria e serviços. Também estiveram presentes atendendo o público na feira, entidades como o Nic.Br e a ANATEL, que pelo terceiro ano consecutivo participa da feira e leva técnicos de diversas áreas para prestar orientações aos provedores.

Em três dias, o evento reuniu ainda mais de 90 palestrantes que puderam levar seus conhecimentos por meio de 4 salas de palestras – uma plenária principal e três salas auxiliares. A ABRINT tem procurado mesclar temas de grande interesse da pauta regulatória, como o leilão das faixas de 5G e a insegurança tributária que ainda paira sobre o segmento, com temas relacionados ao dia a dia das empresas como vendas, marketing e gestão de negócios.

TIM anuncia novo Chairman e CEO

O Conselho de Administração da TIM Brasil, em reunião hoje (3/4), deliberou a nomeação de Nicandro Durante como seu novo presidente e de Pietro Labriola como CEO da companhia. Ambos assumem os cargos a partir desta data, sucedendo, respectivamente, João Cox e Sami Foguel.

Nicandro Durante tem 40 anos de experiência na indústria do tabaco, tendo ocupado diversas funções na British American Tobacco, controladora da empresa brasileira Souza Cruz, até chegar ao cargo de CEO em 2011. Também é conselheiro independente da Reckitt Benckiser, maior produtor mundial de produtos de limpeza, saúde e cuidados pessoais. Nascido em Goiás, o executivo tem cidadania italiana e é graduado em Administração pela PUC-SP.

No Grupo Telecom Italia há 17 anos, Pietro Labriola foi Chief Operating Officer da TIM Brasil entre 2015 e 2018, liderando as áreas de Marketing, Comercial, Customer Relations e Tecnologia da Informação. Desde fevereiro, integra o Conselho de Administração da empresa, cargo que ocupará em conjunto com a posição de CEO, para seguir com a execução do plano estratégico da TIM Brasil. O executivo é italiano, graduado em Administração pela Università degli Studi di Bari e com especialização em Inovação e Tecnologia.