O renascimento do dinheiro físico durante a pandemia

Por Matheus Neto, Gerente de Pré-Venda da Diebold Nixdorf do Brasil

Pagamentos instantâneos, carteiras eletrônicas, QRCode e sistemas de pagamento baseados em biometria – facial, por exemplo. Nos últimos anos, você deve ter ouvido falar – diversas vezes – que o surgimento de tecnologias como essas marcariam o fim do dinheiro físico, não é mesmo? O que pouca gente imagina, contudo, é que o ano de 2020 seria marcado, também, por um aumento expressivo no volume de moeda em espécie em circulação no Brasil. Mas seria isso, afinal, um episódio pontual ou sinal de que as projeções não estavam em dia com a realidade das pessoas?

Evidentemente, qualquer resposta agora seria precipitada. Este ano ficará para sempre marcado como um período atípico de nossa história, e seria inoportuno cravar qualquer avaliação baseado no que vimos durante a pandemia. Ainda assim, o que é possível dizer, desde já, é que, apesar do avanço dos meios eletrônicos de pagamento, a circulação de moedas e notas segue sendo um importante fator a ser considerado na economia global.

De acordo com números do Banco Central, por exemplo, o Brasil tem atualmente mais de 320 bilhões de reais em circulação. Isso representa quase 30% a mais do que tínhamos no início de 2020 e marca a maior quantidade de papel moeda em uso no País desde que os dados sobre este tema começaram a ser registrados em 2001.

Podemos explicar esse movimento de diversas formas. Entre os pontos a serem destacados, no entanto, é preciso salientar três fatos: o avanço no número de negócios informais com pagamentos em espécie; o aumento no número de pessoas estocando dinheiro em casa; e, claro, o alto impacto provocado pelo pagamento do auxílio digital pelo Governo Federal.

Ao todo, mais de 60 milhões de pessoas puderam receber o benefício – e grande parte desse contingente teve de sacar as quantias diretamente em dinheiro. Ainda nesse quesito, vale considerar que, segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), 70% dos beneficiários do Bolsa Família e dos que receberam o auxílio de emergência não possuem conta bancária, e sacam esses recursos em espécie.

Por outro lado, ainda que nossa realidade seja bastante específica, é preciso deixar claro, por outro lado, que esse cenário não é exclusividade do Brasil. Estudos do braço econômico da ONU mostram que em outras regiões do planeta, como a Europa e América do Norte, também foi visto o aumento no número de saques e o maior uso de dinheiro físico. Hoje, estima-se que a movimentação de dinheiro físico represente, hoje, 11% do PIB dos Estados Unidos – contra menos de 6% registrados em fevereiro desse ano. Ou seja, o mundo inteiro está vendo um aumento gradual no uso de cédulas e moedas, sacando mais dinheiro nos caixas eletrônicos – ou estocando em casa.

Seja como for, o fato é que o papel moeda ainda tem uma importante função na economia atual, sobretudo entre aqueles que não possuem contas em bancos ou acesso à digitalização real. Aqui no Brasil, relatórios da FEBRABAN apontavam que um enorme contingente de pessoas ainda não possui contas bancárias e se valem quase que exclusivamente às operações locais, em dinheiro.

Não é preciso problematizar demais a questão para supor que esses consumidores que estão fora do mercado formal e da bancarização ainda seguem distantes das inovações trazidas por soluções como o PIX, entre outras. Para eles, o dinheiro físico é a principal -senão única – forma de realizar suas compras e pagamentos. Eles aplicam suas receitas em pequenos negócios que, por sua vez, também realimentam os caixas e ATMs da rede bancária de todo o País.

Por isso, é preciso prestar atenção a este cenário – que aparentemente ficou invisível aos olhos de quem imaginava o fim das moedas já no futuro em curto prazo. Apesar de não sabermos se a sobrevida do dinheiro físico foi um fato pontual gerado somente pela pandemia, é interessante notarmos que muita gente ainda depende do velho e tradicional modelo de compra e venda com papel.

E isso também serve para ressaltar a importância e o valor da manutenção da rede de caixas eletrônicos durante as ações de restrição de mobilidade. Hoje, é possível perceber que o mundo não parou, muito porque serviços como a gestão de ATMs permaneceu firme, abastecendo e suprindo as demandas da população – necessidades essas que continuarão em evidência nos próximos meses e anos, até que a crise aberta pela disseminação de COVID-19 seja apenas como uma oportunidade para vencer novos desafios.

Clientes podem cadastrar chave Pix a partir de segunda-feira (5)

A partir da próxima segunda-feira (5), os clientes interessados em usar o Pix, sistema de pagamentos instantâneos, poderão começar a cadastrar suas informações para aderir à nova solução, que permitirá pagamentos e transferências de dinheiro durante 24 horas por dia, 7 dias por semana, em até 10 segundos. O Pix começará a funcionar para toda a população a partir de 16 de novembro.

Para que as transações eletrônicas ocorram de forma simples e ágil, sem que o cliente tenha que passar todos os seus dados para o usuário que irá realizar a transferência, o PIX terá chaves de endereçamento para identificação de contas transacionais. Intitulada “chave Pix”, o cadastramento será feito através de um “apelido” que será usado pelo cliente para identificar sua conta no sistema.

Algumas instituições optaram por realizar um pré-cadastro da chave Pix com seus clientes. Entretanto, mesmo tendo feito esse processo, a partir de 5 de outubro, os bancos terão de confirmar com os usuários o efetivo cadastramento das chaves no Pix.

Como irá funcionar o Pix?

O ícone do PIX estará dentro do aplicativo bancário e no internet banking do cliente, assim como já estão outras funcionalidades, como DOC e TED. A chave Pix vincula as informações básicas do usuário aos dados completos que identificam a conta transacional do cliente (identificação da instituição financeira ou de pagamento, número da agência, número da conta e tipo de conta).

Os quatro tipos de chaves Pix que poderão ser usadas e cadastradas são:

• Número de CPF/CNPJ;

• Endereço de e-mail;

• Número do telefone celular

• EVP (Uma sequência alfanumérica de 32 dígitos que, após solicitação do cliente ao seu banco, será enviada pelo Banco Central à instituição, e com ela será possível criar um QR Code

Não é obrigatório cadastrar uma chave para fazer ou receber um Pix. Caso o usuário queira usar o sistema de pagamento instantâneo, sem a chave Pix, será preciso digitar todos os dados bancários do destinatário para realizar uma transação.

Além das chaves de endereçamento, o PIX também trará a experiência do QR Code que possuirá dois formatos:

– Estático: que poderá ser utilizado para transferências ou no comércio quando as informações para pagamentos não mudam, incluindo o valor do pagamento (exemplo: um sorveteiro, em que o preço do picolé é o mesmo sempre)

– Dinâmico: que poderá ser utilizado no comércio quando as informações para pagamentos mudam a cada momento (ex: em um supermercado, quando o valor de cada compra é diferente).

Inovação, comodidade e menor circulação de dinheiro em espécie

Para Isaac Sidney, presidente da FEBRABAN, o Pix é uma inovação que trará mais segurança e conveniência ao consumidor em suas transações financeiras, como já ocorreram com outras ferramentas, como tokenização, mobile baking e internet banking. “O Pix irá aumentar a inclusão financeira no país, estimular a competitividade e aprimorar a eficiência no mercado de pagamentos. O acesso a serviços financeiros constitui um passo crucial para a inclusão social e para o combate à desigualdade no país”, diz.

Para aderir ao PIX, os bancos brasileiros estão investindo recursos adicionais em infraestrutura, tecnologia e segurança para padronizar e organizar um sistema dentro um ambiente de comodidade e confiabilidade para o cliente. Segundo Isaac Sidney, as medidas são condizentes com os investimentos que o setor bancário vem fazendo em modernização tecnológica, da ordem de R﹩ 24,6 bilhões anuais.

Leandro Vilain, diretor executivo de Inovação, Produtos e Serviços Bancários da FEBRABAN, também ressalta que a Federação é favorável a medidas que reduzam a necessidade de circulação de dinheiro em espécie, que somente de custo de logística totalizam cerca de R﹩ 10 bilhões ao ano. “A FEBRABAN e os bancos estão se preparando para esse novo modelo de negócios e com a expectativa de reduzir o custo de logística de numerário”, diz.

TecBan é reconhecida em prêmio de inovação de TI

A 20ª edição do prêmio “As 100+ Mais Inovadoras no Uso de TI” premiou a TecBan, administradora do Banco24Horas, na categoria Serviços Financeiros. A empresa foi representada por Robert Baumgartner, Diretor de TI. A premiação foi realizada pela IT Mídia, em parceria com a PwC. Os ganhadores foram revelados virtualmente durante o primeiro dia do IT Forum Anywhere, na última quinta-feira, dia 10 de setembro.

Neste ano, o prêmio recebeu 241 inscritos. A TecBan foi premiada com o case Inclusão de Fintechs no Sistema Financeiro Brasileiro – HubDigital + Saque Digital. No ranking geral, a TecBan ocupou a 16ª posição. No total, 22 executivos receberam o troféu de mais inovador na categoria em que participaram.

O projeto da TecBan escolhido como mais inovador foi o HubDigital, uma plataforma de integração criada para acelerar a entrada de novas instituições de pagamento, como fintechs e banco sociais ao Banco24Horas. Além do Saque Digital, uma solução de integração entre o físico e digital por meio da disponibilização de APIs que viabilizam a conexão entre os sistemas da TecBan e essas empresas de forma rápida, fácil e segura. Os clientes dessas instituições não necessitam de um cartão físico para efetuar saques no Banco24Horas.

Ao receber a notícia da premiação, Robert Baumgartner, que participou do evento de forma online, agradeceu aos organizadores e também parabenizou sua equipe. Na inscrição do case, o executivo destacou que a inovação tecnológica, que já vinha ocorrendo de forma acelerada, tornou-se ainda mais importante para a competividade das empresas durante a pandemia.

Bancos digitais e o comportamento do brasileiro

Desburocratização, redução de taxas, facilidade de acesso a cartão de crédito são apenas algumas das vantagens sonhadas por quem procura abrir conta em um banco digital. O Brasil é um dos expoentes mundiais na digitalização bancária e isso se reflete em um crescimento do mercado de fintechs no país. Falar de neobanks é impossível sem mencionar o buzz que eles geram nas redes sociais e no tráfego pela internet. O time de Consumer Insights da Decode fez um levantamento que dá pistas do poder dessa transformação em curso.

Somente no mês de agosto, houve cerca de 7,2MI de downloads de apps de bancos digitais brasileiros. No Twitter, as menções têm um tom majoritariamente favorável (51%) e os assuntos mais comentados em torno dos bancos digitais são: cartão de crédito (35%), NFC (27%), PIX (23%) e limite do cartão de crédito (15%).

De acordo com a análise de Lucas Fontelles, Head de Consumer Insights da Decode, esses números reiteram a tendência a uma democratização cada vez maior das transações financeiras e virtualização dos valores. “Os bancos digitais foram os principais responsáveis pelo aumento em 151% das buscas por cartão de crédito nos últimos 5 anos. A ampliação de acesso aos smartphones, somada à oferta de serviços gratuitos nos neobanks, entre outras facilidades, vai ao encontro de uma tendência crescente da bancarização e educação financeira dos brasileiros”, pontua.

PIX: A ponte da cédula para as criptomoedas?

Por Wagner Gomes Martin, Diretor de Desenvolvimento de Negócios da VeriTran

A sociedade está em um momento em que, da mesma forma que é possível acompanhar uma entrega em tempo real pelo GPS, conseguimos seguir os passos de um amigo em uma viagem pelas mídias sociais ou falar com alguém em qualquer lugar do mundo com apenas um toque e sem a necessidade de códigos de operadora. E tudo isso sem grandes custos ou mesmo gratuito.

Toda essa evolução tecnológica também é vista no sistema bancário, e a pandemia do Covid-19 acelerou em anos a necessidade de inovação. No Brasil, dinossauros caríssimos como DOC e TED são os dominantes entre os meios de transferência, além do boleto, que é mais caro que o TED, possui compensações que demoram dias e só processam durante um determinado horário. Por isso, as instituições financeiras sabem que precisam manter seu ambiente digital com usabilidade rápida e simples e, como lidam com dados valiosos de seus usuários, também necessitam de uma proteção robusta sobre tais informações.

A criptomoeda é uma base monetária muito eficiente, interoperável e que ainda possui como característica a ausência de regulador nos países. Por outro lado, elas não possuem uma usabilidade simples e aceitação massificada.

Um entorno mais digital, com mecanismos de instantaneidade e facilidade de transferência gera uma demanda cada vez mais virtual, onde podemos ter um cenário de uma criptomoeda emitida por uma reserva federal com cotação oficial assim como a moeda corrente de um país. Ambas podem ser indexadas entre si ou podem ter cotações independentes, podemos supor vários cenários econômicos.

Com isso, todo o movimento de Open Banking que o Banco Central do Brasil vem promovendo está em linha com as premissas de necessidade de rapidez, facilidade, baixo custo e segurança.

O PIX oferta instantaneidade a custo baixo e com segurança de processamento. Esse será um instrumento de transferência que, independente de conta ou titularidade, se instrumentaliza por leitura de QR Code ou dados do recebedor, podendo ser presencial ou por link e capaz de sacar dinheiro em estabelecimentos comerciais. Temos um instrumento de transferência competitivo, com alto potencial de canibalizar os outros formatos e que propõem a ascensão do digital, uma vez que reduz a necessidade de sacar dinheiro.

Com isso é possível vislumbrar uma criptromoeda regulada por um banco central operando através de meios de transferências digitais e online. O PIX é um dos instrumentos essenciais para o futuro de uma moeda digital dentre outros do entorno Open Banking, promovendo esta digitalização funcional para o momento atual. Todo este movimento é a prova de que as empresas precisam estar de olho em soluções que aceleram e simplificam a implementação de projetos digitais na mesma velocidade em que o entorno financeiro está evoluindo.

next, banco digital do Bradesco, se torna empresa e ganha mais autonomia

A partir de setembro, o next, banco digital criado pelo Bradesco em 2017, passará a funcionar como uma das empresas do conglomerado financeiro da Organização Bradesco, adquirindo maior autonomia e velocidade de gestão e de atuação.

O movimento é parte da estratégia do Bradesco na competição com outros bancos digitais e fintechs, que se torna mais acirrada com a entrada de novos marcos regulatórios como o PIX e o Open Banking, especialmente após a aceleração dos hábitos digitais da população no cenário Covid19 e que intensificou o uso de canais digitais.

Com a mudança, o next será uma empresa de tecnologia, proprietária da plataforma digital que já alcançou mais de 3 milhões de clientes, e atuará também como um correspondente digital, abrindo sua plataforma para oferta de produtos e serviços financeiros e não financeiros do Bradesco e também de terceiros.

“É um movimento natural e evolutivo, à medida que o next tem se tornado cada vez mais uma experiência completa de serviços financeiros. Queremos estar presentes em todos os momentos da jornada de vida dos nossos clientes”, diz Octávio de Lazari Jr, Presidente do Bradesco.

Nos últimos meses, o next agregou em sua plataforma produtos da Bradesco Seguros e da Ágora Investimentos e segue trazendo novas parcerias. A Ágora, que também é uma plataforma aberta de investimentos, comercializa produtos de terceiros.

Recentemente, o next lançou uma conta digital para crianças e adolescentes, o nextjoy, em parceria com a Disney, trazendo os personagens para dentro da experiência para estimular a educação financeira.

Quatro áreas críticas para bancos no mundo pós-pandemia

Por Elias Rogério da Silva, Presidente da Diebold Nixdorf no Brasil

Antes mesmo da pandemia de COVID-19, instituições bancárias de todo o mundo já reconheciam que a adoção de novas tecnologias, como reconhecimento facial, acesso a caixas eletrônicos sem cartão, assistentes virtuais e aplicativos móveis, era uma questão onipresente e indiscutível. Por outro lado, a variedade de caminhos a serem seguidos era tanta que também provocava efeitos colaterais, muitas vezes gerando uma espécie de paralisia na jornada de inovação dos bancos.

De fato, questionamentos como “qual tecnologia é a mais adequada para minha companhia?” ou “como sei se vale a pena investir nessa opção?” sempre foram recorrentes nos processos de evolução das instituições bancárias, permeando todos os planos e projetos para a transformação digital de agências e das estratégias de atendimento.

Mas o cenário mudou, e essas curvas de inovação acabaram sendo completamente aceleradas pela crise aberta pelo coronavírus. As dúvidas tiveram de ser superadas pela urgência do momento. Nesse cenário, aliás, vale destacar que uma das mudanças mais notáveis para combater o impacto da pandemia foi justamente a busca por impulsionar o autoatendimento, com a divulgação de novos canais digitais para comunicação e utilização dos serviços.

A crise do COVID-19, com as demandas por isolamento social, deixará marcas. Ainda assim, porém, ela irá passar. Com isso, a questão que os bancos terão de responder será outra: o que nos espera a seguir? Podemos dizer que as instituições bancárias precisarão concentrar seus focos em quatro áreas críticas:
clientes, estratégia tecnológica, pessoal e roteiro bem definido.
Primeiro, é preciso se atentar em conhecer bem seus clientes. Por exemplo, uma agência bancária no centro de São Paulo provavelmente atende a uma população diferente de uma cooperativa de crédito em uma cidade rural no interior. Em meio à pandemia, os melhores bancos migraram quase 70% dos depósitos de caixa para o autoatendimento, com pouco mais de 50% ocorrendo no caixa eletrônico. Utilizar dados é uma coisa – alavancá-los é outra.

Logo, o primeiro passo é simples: concentre-se em seus clientes e em qual experiência eles valorizam. O que mudou desde a pandemia? Os bancos devem ter acesso a dados para que possam identificar quais atividades estão acontecendo.

Depois de conhecer seus clientes, está na hora de fazer o mesmo com a sua estratégia tecnológica. É importante adaptar processos e comunicar com clareza sobre o ambiente em rápida mudança. Considere avaliar quais serviços serão mais importantes para atrair os clientes para a área digital, especialmente porque o autoatendimento desempenhará um papel fundamental na transição para uma nova interação bancária.

Pesquisas mostram que consumidores que contam com melhor experiência digital acabam utilizando os canais de autoatendimento dos bancos com mais frequência, com os usuários de bancos móveis realizando 25% mais transações por meio deste recurso do que aqueles de bancos não móveis. O entendim ento de quem você está servindo e em que tipo de tecnologia você precisa investir determinará onde fazer suas apostas em tecnologia.

O terceiro passo é investir em seu pessoal. As empresas devem repensar o que esperam de seus funcionários se quiserem minimizar riscos. Uma pesquisa recente da Diebold Nixdorf indica que muitos colaboradores das agências não usam as soluções de tecnologia implementadas pelo banco porque as equipes temem que a promoção desses serviços possa ameaçar seus empregos, ou porque relutam em falar com os clientes sobre esses recursos devido à falta de conhecimento para solucionar possíveis dúvidas ou problemas.

Para contornar esse desafio, os bancos podem adotar diversos métodos para investir em seus funcionários, oferecendo treinamento sobre as opções de autoatendimento. Um caminho é designar membros da equipe com conhecimen to mais profundo em soluções de tecnologia como “embaixadores digitais”, que responderão às perguntas dos usuários e darão suporte a outros colaboradores. A ideia é treinar a equipe para identificar oportunidades de comunicar os benefícios das opções disponíveis.

O quarto ponto é: siga um roteiro bem definido. A retomada real não acontecerá da noite para o dia e exigirá uma abordagem gradual de todos. Os bancos que desejam reabrir suas agências devem considerar algumas coisas importantes: uso da análise para entender a direção dos principais indicadores, como canais digitais, call centers, caixas eletrônicos e filiais; alinhamento com centros de transporte e direcionadores de tráfego do varejo, como supermercados; lobbies de agências maiores para manter o distanciamento social.

Da mesma forma que a implementação da tecnologia não ocorrerá da noite para o dia, o ROI também não será imediato. Definir um roteiro ajuda a estruturar o que os bancos farão no primeiro ano, em comparação aos dois ou três anos seguintes. Esse roteiro deve incluir a tecnologia, além de investimentos nos colaboradores e mudanças em processos.

Com muita frequência, os bancos implementam novas soluções, mas não medem o impacto desses investimentos. Defina metas para a migração de transações no nível das filiais e meça o desempenho comparando-o com as metas. Avalie o uso de novas soluções pelo feedback dos clientes e desenvolva métricas adicionais, conforme necessário. Testar e avaliar novas soluções é fundamental para o sucesso.

Embora ninguém tenha certeza sobre o que é o “Novo Normal”, uma realidade foi comprovada – a mudança pode acontecer instantaneamente. Os bancos precisarão avaliar possíveis resultados e estabelecer iniciativas para se posicionar de forma vantajosa. Em vez de copiar e colar os investimentos em tecnologia de outras empresas, concentre-se em si mesmo porque todo mundo está jogando um jogo diferente.

O impacto da tecnologia nos bancos durante a pandemia do COVID-19

Por Reginaldo Santos

Já faz um tempo que o comportamento das pessoas para consultas e transações financeiras passou a ser digital. De acordo com recente pesquisa da FEBRABAN relacionada ao comportamento financeiro em 2019, o orçamento total que o segmento de tecnologia obteve dos bancos foi de R﹩ 24,6 bilhões, 24% maior do que os R﹩ 19,8 bilhões registrados em 2018. Agora com a pandemia global de COVID-19 uma série de adaptações tecnológicas tornaram-se necessárias para que o setor bancário continue a operar de forma cada vez mais digital. Mas, qual é o verdadeiro impacto da tecnologia nos bancos neste momento tão delicado?

Antes de mais nada, é importante contextualizar e relembrar as iniciativas realizadas pelos bancos neste momento. No que diz respeito aos negócios, as primeiras medidas adotadas foram a criação de linhas de crédito e a prorrogação/renegociação dos contratos vigentes. O impacto recessivo da COVID-19 sobre a economia reduz a inflação e torna o ambiente cada vez mais propício à queda das taxas de juros, cuja tendência de declínio já se apresentava desde antes da crise. Outro aspecto a ser considerado é que, embora tenha havido um crescimento da abertura de novas contas bancárias, grande parte desses clientes não tem perfil de consumo de outros produtos bancários. Logicamente, os bancos terão que tentar capitalizar e fidelizar estes clientes. Desta forma, é necessário que estejam preparados para lidar com este cenário e todas essas questões, especialmente para o risco de perdas, uma vez que inevitavelmente ocorrerão inadimplências.

A resposta para o enfrentamento desta situação passa cada vez mais pela tecnologia, pela digitalização de tudo o que envolve a atividade bancária. Em relação ao atendimento, é extremamente necessário educar o comportamento dos clientes durante o período da crise, ensinando-os e incentivando-os a poupar, direcionando-os para as linhas mais interessantes, entre outros.

No campo dos produtos tornou-se ainda mais importante acelerar o que já estava sendo feito para operacionalizar as vendas e os serviços digitais. De fato, existem bancos mais maduros e outros menos, porém, o caminho do digital foi obrigatoriamente acelerado neste momento. Há questões bem especificas a serem tratadas, como por exemplo, os refinanciamentos que, neste momento, apresentam-se como cruciais. Existem necessidades relacionadas ainda a ajustes no modelo operacional e ao controle de custos, já que investir em soluções que sobreviverão após a pandemia e que continuarão interessantes é sempre o caminho mais estratégico.

Atendimento ao cliente X tecnologias nos bancos

A multiplicação dos canais digitais de atendimento é uma solução já existente, mas deve ser aprimorada. Hoje, diversos bancos já utilizam tecnologias mais avançadas como inteligência artificial e chatbots, para minimizar a necessidade de interação com os atendentes. Os bancos que já nasceram digitais estavam com toda a plataforma tecnológica preparada para o atendimento não presencial. Alguns bancos tradicionais, no entanto, por conta da pandemia tiveram que acelerar a corrida por mudanças em sistemas e procedimentos, inclusive com a reconstrução de suas plataformas de internet banking e mobile banking.

O aumento da demanda por canais digitais reforçou a necessidade do segmento bancário em ampliar e aprimorar os seus recursos, com a implementação de novas tecnologias. A multicanalidade, por exemplo, consiste em oferecer várias formas de acessar os produtos, por meio de canais diferentes. Já o conceito omnichannel, representa oferecer uma ótima experiência ao cliente independentemente do canal pelo qual o cliente entrou e uma resposta padronizada e satisfatória. Além disso, há a continuidade do atendimento. Para o omnichannel, ainda há um caminho a ser perseguido e este é mais um processo no qual os bancos que já nasceram digitais possuem vantagem frente aos bancos tradicionais.

O open banking é outro conceito, mais do que nunca, importante, já que permite que as pessoas levem seus históricos de relacionamento com uma determinada instituição financeira para outra, democratizando o segmento e permitindo uma maior competição no setor. Ou seja, o usuário final terá acesso às suas informações financeiras para compartilhar com a instituição financeira que desejar e com isso buscar melhores taxas e preços, com liberdade ao cliente de diversificar o ambiente e alinhar os serviços financeiros de acordo com os seus interesses.

Desafios da tecnologia nos bancos

É fato que hoje, não ser digital não é uma opção. A digitalização para atender aos clientes é importante e necessária. O desafio é quebrar a mentalidade tradicional, mesmo em um banco que já nasceu 100% digital e entender qual é a real necessidade do cliente. Um exemplo, é a abertura de conta. Muitas vezes, é irrelevante para o cliente se existem ou não pessoas e processos por trás, se ao final ele conseguir abrir sua conta virtualmente. Sendo assim, um processo que ainda não é 100% digital atinge essa necessidade do cliente. Porém, quando olhamos internamente, este banco gastou muito mais do que um banco completamente digital. A pandemia evidenciou que as instituições que estavam mais avançadas nesse processo encontram-se em uma posição mais vantajosa.

Pagamentos instantâneos e open banking

Recentemente, o Banco Central anunciou que o sistema de pagamentos instantâneos (PIX), será gratuito para pessoas físicas. Segundo o BC, o baixo custo para o consumidor é uma questão central do PIX, já que a iniciativa se propõe a ser um meio de pagamento acessível para quem paga e para quem recebe, além de permitir um funcionamento 24×7, simples e sem burocracia. O PIX promete transações seguras com período de liquidação de poucos segundos, sem restrições de datas ou horários. É uma iniciativa que vem ganhando força em outros países e proporciona assim, um ambiente disruptivo e novo no Brasil. O PIX veio para trazer uma experiência mais rápida para o consumidor já que a movimentação financeira é instantânea, diferentemente de uma TED, em que você tem um tempo para a compensação.

Considerando o PIX e o open banking, onde os dados passam a estar disponíveis, está mais fácil criar um negócio novo hoje no setor financeiro do que há dois anos, por exemplo. O PIX e o open banking permitirão a inclusão de mais pessoas nesse universo financeiro, sendo uma excelente oportunidade para oferecer serviços diferenciados. Até 2010, o mercado financeiro no Brasil era fechado e reduzido a um pequeno número de instituições. Após essa abertura, empresas focaram em inovação e apostaram em tecnologia para criação de produtos e soluções para as Instituições de Pagamentos – IP. Embora sejam muito semelhantes aos bancos tradicionais, especializados em intermediar o dinheiro investido e empréstimos, as IPs viabilizam serviços de pagamento e cobrança e movimentação de recursos, diferenciados dos bancos.

Por todos estes aspectos mencionados, o forte impacto da COVID-19 no setor bancário acentuou ainda mais a busca por soluções tecnológicas. O desafio imposto pela pandemia escancarou a importância e a urgência em investir em tecnologias que mantenham e promovam a relevância das instituições financeiras.

Reginaldo Santos, Diretor Executivo da Provider IT

Pandemia do Covid-19 acelera uso dos canais digitais nos bancos

Em painel no segundo dia do CIAB LIVE 2020, executivos das principais instituições financeiras do país destacam crescimento do mobile banking e plataformas de inteligência artificial e de investimentos

O painel contou com a presença de Maurício Minas, membro do Conselho de Administração do Bradesco; Estevão Lazanha, diretor de Engenharia de Canais do Itaú Unibanco; Gustavo Fosse, diretor de Tecnologia do Banco do Brasil; Cláudio Salituro, VP de Tecnologia da Informação da Caixa; Marino Aguiar, CIO do Santander; e João Dantas, CFO do BTG Pactual.

Mauricio Minas destacou que as plataformas digitais do Bradesco tiveram crescimento acentuado no período de pandemia. O banco digital do grupo, o Next, por exemplo, registrou crescimento de 46% nas transações, enquanto a plataforma de investimentos Ágora teve salto de 76%. Já a plataforma de inteligência artificial do banco, a BIA, teve 25% de aumento na demanda, enquanto as operações de mobile banking cresceram mais de 30%.

Lazanha contou que o uso dos canais digitais cresceu de forma espantosa durante a pandemia em sua instituição. Como exemplo disso, mencionou que três quartos das novas contas abertas pelo Itaú Unibanco nos três últimos meses foram pelo mobile banking, como evolução da jornada de atendimento pelo aplicativo.

O número está em linha com os resultados da Pesquisa FEBRABAN de Tecnologia Bancária – também apresentados no CIAB LIVE que apontam que as transações bancárias feitas por pessoas físicas pelos canais digitais -internet e mobile banking- foram responsáveis por 74% das operações em abril, um mês após o início da quarentena e das medidas de isolamento social.

Gustavo Fosse, do Banco do Brasil, destacou que setor financeiro brasileiro é referência por ser um dos que mais utiliza tecnologia de ponta. Durante a pandemia, os clientes puderam explorar essa capacidade das instituições financeiras de estarem na vanguarda tecnológica. No BB, ele informa que as transações pelos canais digitais durante a pandemia cresceram 76%.

Para os participantes do painel, a crise sanitária contribuiu para acelerar mais ainda a transformação digital no setor financeiro. Salituro, da Caixa, contou que a pandemia foi uma oportunidade para colocar em prática rapidamente projetos que já vinham sendo discutidos pelo banco, mas que dependiam da mudança de cultura.

Quando chegou a pandemia, e consequentemente o período de distanciamento social, muitas dessas iniciativas precisaram ser lançadas em poucos dias. Ele menciona o desenvolvimento de dois aplicativos para atendimento da plataforma do auxílio-emergencial do governo e da liberação do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para alcançar o cliente onde quer que ele estivesse.

Ao analisar a mudança de comportamento do cliente durante a pandemia, Aguiar, do Santander Brasil, reforça a necessidade de implementação de novas tecnologias como o PIX, novo sistema de pagamento instantâneo do Banco Central, e open banking para facilitar a entrega de serviços. Ele explicou que o banco espanhol pode importar muitas inovações de outros mercados para implementações no Brasil.

Na visão de Dantas, do BTG Pactual, toda crise exige mudanças. Porém, o executivo avalia que o setor financeiro, por ser um dos que mais investe em tecnologia, estava mais preparado para atender os clientes nesse momento de mudança de comportamento em relação ao uso de plataformas digitais.

Fraudes e cibersegurança

O painel “As novas tentativas de fraudes e ameaças cibernéticas durante a crise” fechou o segundo dia do CIAB FEBRABAN Live 2020.

Participaram: Adriano Volpini, head de Corporate Security do Itaú Unibanco, Bruno Fonseca, superintendente-executivo de Prevenção a Fraudes do Bradesco, Álvaro Teófilo, head de Segurança do Santander, Jorge Krug, head de TI do Banrisul, Fabrizio Pinna, superintendente-executivo do Bradesco, e Ednaldo Oliveira, gerente nacional de Segurança Tecnológica da Caixa.

A conscientização dos clientes quanto aos riscos sobre golpes virtuais é a principal arma dos bancos para combater a ação dos fraudadores, concluíram os palestrantes do painel.

Segundo Bruno Fonseca, superintendente-executivo de Prevenção a Fraudes do Bradesco, não foram registrados casos de quebra de criptografia ou de sigilo de dados durante a pandemia. “Em praticamente todos os casos, trata-se de engenharia social. O fraudador ensina o cliente a cair no golpe virtual.” Para conscientizar seus clientes, o Bradesco lançou uma cartilha com os 10 golpes mais comuns, que vão desde a criação de um “chat” fake até o velho golpe do motoboy.

Para minimizar os riscos, é essencial conscientizar os clientes. “Educação digital é o caminho mais eficiente”, definiu Adriano Volpini, do Itaú Unibanco.

Clientes pessoas físicas fizeram 74% das transações bancárias pelos canais digitais em abril

As transações bancárias feitas por pessoas físicas pelos canais digitais – internet e mobile banking – foram responsáveis por 74% do total de operações analisadas em abril, um mês após o início da quarentena e das medidas de isolamento social para combate ao Covid-19 em grande parte do país. O resultado representou um aumento de 10 pontos percentuais em relação a janeiro e foi impulsionado pelo uso intenso dos smartphones. Os celulares, sozinhos, representaram 67% das transações analisadas neste mês.

Os dados estão no capítulo “O impacto da Covid-19 nas transações”, da Pesquisa FEBRABAN de Tecnologia Bancária 2020, feita em parceria com a consultoria Deloitte. O levantamento foi divulgado hoje (23/9) no CIAB FEBRABAN Live 2020 durante o painel “Prontidão em tempos de disrupturas”. No recorte feito especialmente para retratar as transações nos quatro primeiros meses do ano foram consideradas as seguintes operações: saldos, transferências, contratação de crédito, consulta de investimentos, depósitos, pagamentos de contas, saques e recarga de celular.

De acordo com a pesquisa, entre janeiro e abril de 2020, o volume de transações feitas por pessoas físicas nos canais digitais cresceu 19%. Somente no mobile banking, a alta foi de 22%. O levantamento também revelou que, no mesmo período, as operações bancárias caíram 53% nas agências. Nos ATMs, a queda foi de 19%.

“As últimas edições da nossa pesquisa de tecnologia têm revelado uma mudança de comportamento do consumidor, que cada vez mais se torna mais digital em suas operações do dia a dia”, avalia Gustavo Fosse, diretor setorial de Tecnologia e Automação Bancária da FEBRABAN. De acordo com Fosse, a pandemia do Covid-19 impulsionou a digitalização em todos os setores da economia, e com os bancos não foi diferente. “Entretanto, nossos clientes já elegeram, desde 2015, os meios digitais como os preferidos para suas transações, reflexo da praticidade de uso, da segurança e da conveniência oferecidas por estes canais.”

Na semana passada foram divulgados à imprensa os dados da pesquisa relativos à 2019. Hoje, a apresentação das informações inéditas do estudo, também revelou que a comparação entre a média mensal de 2019 e o último mês de abril mostrou um expressivo crescimento nas transações com movimentação financeira no mobile banking: a consulta de investimentos teve alta de 105%; contratação de crédito (+61%); pagamentos (+33%) e transferências (+24%).

Entre janeiro e abril deste ano, as interações dos clientes com os seus bancos por meio de chatbots registraram um crescimento de 78% e a quantidade de atendimentos nos contact centers cresceu quase 7 milhões no período – passando de 123,2 milhões para 130 milhões.

Executivos entrevistados

O recorte examinado, que trata das análises de transações financeiras no mês de abril, representa a visão de 16 bancos que responderam ao questionário. Já a pesquisa completa, que pode ser encontrada por meio deste link, traz os dados de 22 bancos que responderam o questionário, o que representa 90% dos ativos dessa indústria no Brasil.

Além do preenchimento dos formulários, dez executivos da área de tecnologia bancária concederam entrevistas para a edição de 2020 da pesquisa (tendo como ano-base 2019), informa Sérgio Biagini, sócio-líder da Deloitte para a indústria de Serviços Financeiros no Brasil.

O painel realizado hoje no CIAB FEBRABAN LIVE também revelou que entre as novas tecnologias que demandam investimentos dos bancos estão inteligência artificial (IA), RPA (Automação Robótica de Processos, na sigla em português), blockchain e internet das coisas. “As prioridades de investimentos para inteligência artificial estão nas áreas de atendimento ao cliente, contratação de crédito, biometria, robôs e jurídica”, afirma Biagni.

De acordo com ele, o atual levantamento também mostrou que os bancos já estão se preparando para o open banking, que começará a ser implementado a partir de novembro no Brasil. O sistema cria novos modelos de negócios com o uso de APIs (interfaces de programação de aplicações, em português), que permitem ao cliente visualizar, no aplicativo de banco, todas as contas, investimentos, serviços e produtos contratados que tenha, tanto do próprio banco, como em outras instituições. Segundo o estudo, 90% dos bancos já têm APIs.

A íntegra da Pesquisa FEBRABAN de Tecnologia Bancária 2020 (ano-base 2019) completa está disponível em:

Site da FEBRABAN: http://portal.febraban.org.br/pagina/3106/48/pt-br/pesquisa

TecBan promove Hackathon para estimular Open Banking no Brasil

A TecBan, administradora do Banco24Horas, promoverá nos dias 24, 25 e 26 de julho o primeiro Hackathon TecBan, que tem como objetivo, nesta edição inaugural, simular as possibilidades do Open Banking no Brasil. Devido ao atual cenário de pandemia e para preservar a saúde e bem-estar de todos os participantes, o evento será 100% online, com organização da Shawee e em parceria com universidades, associações e players do mercado. Durante a maratona, os integrantes terão a oportunidade de desenvolver soluções e serviços utilizando as transações disponíveis e oferecidas na plataforma de Open Banking da TecBan.

No dia 24, ocorrerá a divisão dos grupos em times com cinco membros, respeitando os seguintes perfis: desenvolvedor, tecnologia, business, marketing e user experience. O desafio consistirá em atuar como uma TPP ‘third party’ (fintechs, startup ou banco), utilizando as APIs da plataforma de Open Banking (consulta de saldo/extrato, pagamentos, localização de agência/ATM, entre outras) para desenvolver novas soluções e serviços inovadores para pequenas e médias empresas, além de pessoas físicas.

Com as equipes formadas, serão 56 horas de ideação, programação e networking, com a supervisão de mentores, que estarão à disposição de forma online, durante todo o processo, para auxiliar e tirar dúvidas dos times. As simulações serão feitas por meio da plataforma de ‘sandbox’, ambiente controlado criado para o desenvolvimento de aplicativos e serviços compatíveis com o Open Banking brasileiro.

Dentre os resultados esperados, o Hackathon TecBan desafiará os participantes a entender o universo de opções do Open Banking para apresentar o produto certo para o cliente certo, automatizando tarefas repetitivas para economia de tempo, trazendo informações detalhadas de consumo ou apresentando soluções que ajudem pequenas e médias empresas, sempre de maneira simples e objetiva. Por exemplo, se um consumidor estiver procurando por um empréstimo, a ferramenta deverá realizar a busca, realizar a comparação e apresentar as melhores opções em um único lugar, sejam elas da mesma ou de diferentes instituições financeiras.

No dia 29 de julho acontecerá a live para a divulgação do resultado. Uma equipe será declarada vencedora e cada integrante será premiado com um iPhone 11.

“Apoiamos a formação de novos profissionais, e a iniciativa do Hackathon TecBan é uma ótima oportunidade para aprender mais, colocar as habilidades em prática e transformar ideias em soluções, além de formar uma rede de contatos que poderá agregar no desenvolvimento do profissional”, afirma Tiago Aguiar, head de Novas Plataformas da TecBan.

As inscrições são gratuitas e devem ser realizadas no website do Hackaton TecBan , até o dia 15 de julho. Ao todo, serão selecionados 200 participantes para a formação das equipes.

Serviço:

Inscrição – até 15/07 às 23h59 – http://hackathon.tecban.com.br/

Início do Hackathon TecBan – 24/07 às 16h

Submissão dos projetos – 26/07 até 23h59

Avaliação dos jurados – 27 e 28/07

Live de divulgação dos premiados – 29/07 às 18h

Investimentos de bancos com tecnologia crescem 48% em 2019 e orçamento total chega a R﹩ 24,6 bilhões

Os investimentos feitos pelo setor bancário em tecnologia em 2019 cresceram 48% em relação ao ano anterior, e o orçamento total chegou a R﹩ 24,6 bilhões, somados aos gastos do setor em TI, que tiveram alta de 14%, revelou a Pesquisa FEBRABAN de Tecnologia Bancária 2020 (ano-base 2019), divulgada hoje. Os investimentos passaram de R﹩ 5,8 bilhões para R﹩ 8,6 bilhões, enquanto as despesas cresceram de R﹩ 14 bilhões para R﹩ 16 bilhões.

O estudo, realizado pela Deloitte, mostrou que, assim como nos anos anteriores, as despesas e investimentos em software estiveram no centro das atenções das instituições financeiras e somaram R﹩ 13,2 bilhões, ou 54% do total. O resultado reforça o compromisso da indústria bancária no desenvolvimento de novas funcionalidades em serviços e produtos.

“Os bancos brasileiros sempre funcionaram como um importante indutor em inovações no país. A crise impulsionou a digitalização dentro e fora das instituições financeiras, mas já estávamos preparados e queremos continuar ajudando o cliente a criar um DNA digital que lhe permita ter acesso a serviços com maior valor agregado, mais eficiência e redução de custos”, avalia Isaac Sidney, presidente da FEBRABAN.

“O histórico de investimentos dos bancos em TI, aliado ao crescimento do uso dos canais digitais nos últimos cinco anos, foram fundamentais para que, neste momento de pandemia, nossos clientes tivessem a opção de fazer praticamente todas as transações financeiras de forma segura em suas casas, evitando, assim, aglomerações”, destaca Isaac Sidney.

A Pesquisa FEBRABAN de Tecnologia Bancária também revelou que as transações bancárias cresceram 11% em 2019, registrando 89,9 bilhões de operações. Deste total, 39,4 bilhões, ou 44% do total, correspondem a operações feitas pelo mobile banking, que a cada ano vem ganhando a preferência do consumidor brasileiro para suas transações financeiras.

“O mobile banking transformou-se em uma expressiva porta de entrada para a inclusão financeira de milhões de brasileiros pela possibilidade de carregar no bolso e acessar, em qualquer hora ou local, serviços antes restritos a agências bancárias”, afirma Gustavo Fosse, diretor setorial de Tecnologia e Automação Bancária da FEBRABAN.

De acordo com o levantamento, as operações com movimentação financeira no smarthphone tiveram alta de 41% no ano passado em relação a 2018. Na comparação anual, o mobile banking mostrou significativo avanço em todas as transações pesquisadas: contratação de investimento (alta de 114%); tomada de crédito (+47%); transferências, DOCs e TEDs (+43%); pagamento de contas (+39%). A pesquisa também revelou que a contratação de seguros por celular cresceu 133%, enquanto os depósitos virtuais mostram alta de 327% nesse canal .

O cliente do mobile banking faz login no banco 23 vezes por mês, sendo que os chamados heavy users – usuários que fazem mais de 80% das transações em um único canal – visitam seu banco 40 vezes, na média mensal. Já as contas abertas pelo smartphone cresceram 66% em 2019, na comparação ao ano anterior, totalizando 6,5 milhões.

As últimas edições da Pesquisa FEBRABAN de Tecnologia Bancária têm revelado uma mudança de comportamento do consumidor. Hoje, 63% das operações bancárias são feitas pelos meios digitais – internet banking e mobile banking -, percentual que era de 46% em 2014. Atualmente, praticamente todas as operações bancárias podem ser feitas de forma eletrônica.

Metodologia

A Pesquisa FEBRABAN de Tecnologia Bancária foi feita com 22 bancos, que representam 90% dos ativos da indústria bancária. O estudo, já em sua 28ª edição, traz uma radiografia e tendências do comportamento do setor financeiro no que se refere aos investimentos e uso da tecnologia, bem como a relação dos consumidores com os canais de atendimento.

Neste ano, o levantamento também ouviu executivos dos bancos brasileiros. “A coleta de dados se deu em uma fase quantitativa, via formulário, e outra qualitativa, com entrevistas mais aprofundadas. Além dos 22 bancos que responderam o questionário, o que representa 90% dos ativos dessa indústria no Brasil, 10 executivos da área de tecnologia bancária concederam as entrevistas para a edição de 2020 da pesquisa”, analisa Sérgio Biagini, sócio-líder da Deloitte para a indústria de Serviços Financeiros no Brasil.

Entre os resultados da pesquisa, Biagini também destaca que que os bancos investiram R﹩ 107,3 milhões com treinamentos no ano passado, que atingiram 146 mil pessoas, totalizando 1,7 milhão de horas. “Os bancos continuam a investir fortemente na formação de seus times, que conduzem a transformação digital do setor . ”

Bancos: pensar e atuar Digital First para não ser ignorado pelo cliente

Por Maristela Martins, Country Manager Brasil da Backbase

A nova geração de consumidores já não quer mais ter a obrigação de ter de comprar uma casa para morar ou para veraneio, ou um carro, como aconteceu com as gerações de nossos pais. Serviços de aplicativos de motorista e de hospedagem estão conquistando a preferências das novas gerações e muitos de nós já nos tornamos adeptos desta nova modalidades de acesso a serviços, por demanda. Muitos outros serviços por demanda estão em alta: vídeo, filmes, música e é cada vez maior o número de usuários que acederem ao novo formato.

Os aplicativos de motoristas e de hospedagem líderes são ótimos exemplos dessa mudança, e estas empresas criaram seus negócios baseados em uma plataforma tecnológica de alto impacto, de fácil utilização e com elevada experiência do usuário, conectando todas as partes interessadas em um único ambiente de contato. Essa já é a realidade em muitos setores da economia e agora estamos vendo o mesmo movimento no setor bancário.

No cenário criado pela pandemia COVID-19 muitos outros serviços se apresentaram na modalidade online para garantir o distanciamento social, como as plataformas de telemedicina e ensino, entre outras. Os serviços de entrega de produtos (principalmente comida) que já eram fortes, quase que triplicaram sua clientela.

Temos vários bons exemplos de bancos digitais no Brasil, mas gostaria de comentar dois exemplos dos quais eu posso citar nominalmente, como é o caso do alemão N26 The Mobile Bank e do britânico Revolut -que inclui a oferta de cartão de pré-pago, câmbio, troca de criptomoedas Bitcoin – e que estão revolucionando a maneira como os bancos podem ser, com seus modelos de negócios atuando como distribuidores e agregadores para permitir aos clientes paguem somente pelo que usam, nem mais, nem menos. Nada de tarifa fixa mandatória.

Para os bancos que desejam prosperar e se adaptar rapidamente ao novo mundo, o único caminho a seguir é alinhar sua estratégia, modelo de negócios e arquitetura de TI com a mentalidade Digital First e incorporar novas tecnologias e ambientes (nuvem, IA, Machine Learning etc.) com rapidez e flexibilidade (metodologia ágil) e novos modelos de negócios (combinando valor + identificação de oportunidades de monetização). Isso poderá resultar em um aumento contínuo nas vendas digitais, maior engajamento, retenção e fidelidade, o que significa ir além do simples acompanhamento das demandas em constante mudança.

A era digital é agora e os bancos têm a necessidade de avançarem rumo à sua transformação digital, não apenas em seus processo, mas principalmente como entregam serviços aos cliente. O Digital First não é algo especulativo, um termo da moda. O banco, que fez uma revolução ao se tornar 24 horas, agora precisa ir além, e se ajustar à nova forma de consumo de produtos bancários, saindo do contexto onde um produto serve para todos, para um novo modelo de ofertas hiper-personalizadas, disponíveis quando o cliente quer e através do canal que ele escolher e vivenciar uma jornada simples, fácil, rápida e altamente conectada com o cliente.

Entendendo a mente do cliente bancário digital

Ao analisar a movimentação do mercado digital, é correto afirmar que os clientes terão suas necessidades de serviços financeiros atendidos por meio de uma nova geração de plataformas cada vez mais aderentes às suas expectativas e as empresas que não responderem rapidamente a qualquer mudança brusca do desejo do cliente ficará pelo caminho. Pode parecer assustador, mas isso é altamente desafiador.

As plataformas caminham para atuar como hubs de serviços bancários digitais, assim como N26 e Revolut, que construíram um ecossistema de parcerias estratégicas com fintechs que tinham negócios complementares aos seus. Os bancos que atuam apenas no fornecimento dos seus produtos e serviços sem atualizar o seu modelo de negócios podem ficar para trás e aqueles com visão de futuro e que realmente desejam se posicionar como o hub digital para seus clientes devem, então, alinhar a plataforma tecnológica, estratégia e modelo de negócio para entregar jornadas mais encantadoras. Entender o seu cliente e entregar o que ele precisa, na hora que ele precisa e da maneira que ele quer é o grande desafio.

Atender à cultura digital

Os principais componentes de um hub digital devem atender à cultura Digital First, onde as experiências são tão impactantes como as oferecidas pela Apple, envolventes quanto as do Instagram, convenientes quanto Uber ou até tão maravilhoso como o 1-Click da Amazon. A transformação de modelos de negócios, cultura, ritmo e tecnologia fazem parte do processo de transformação focada nos anseios e experiência do cliente. O banco que desejar deixar de ser analógico ou semi digital tem que levam isso em consideração.

Ao pensar no Digital First, devemos levamos em conta o Hub Digital, que é uma porta de entrada para a vida financeira de um cliente. Assim como plataformas revolucionárias, tais como Siri, Alexa ou Google Assistant, o banco digital tem que pensar em como a sua plataforma pode ser interativa, ao mesmo tempo que ajuda a vida do seu cliente. A verdadeira Inteligência Artificial, combinada com Machine Learning e Experiência do Usuário devem estar no centro das atenções para que as necessidades do cliente sejam antecipadas e atendidas. Não espere que o cliente procure, entregue antes e o cliente verá o valor dos seus serviços.

Pensar um passo à frente. Antecipe-se

Ao pensar no Digital First, desafios se apresentam e devem ser encarados de frente e levar em consideração em quem será o provedor desse de hub digital financeiro para os clientes da nova geração. Em termos de infraestrutura em nuvem, temos girantes como AWS, Google, Microsoft. Este cenário deixa os bancos em condições de atuarem potencialmente um ou mais de três papéis diferentes:

1. Como provedor de Hub Digital;
2. Como provedor de infraestrutura, Platform-as-a-Service;
3. Como fornecedor de produtos / serviços para outros Hubs Digital, Banking-as-a-Service, fornecendo acesso à API’s Premium.

Os bancos com visão de futuro deverão ter o hub digital como o centro da sua estratégia e desenvolver um conjunto de APIs para ajudar a facilitar a vida financeira do cliente. Atuar na vanguarda digital é, então, pensar e ser digital tendo o cliente em primeiro lugar em seu radar.

Pensar digital para não ser ignorado pelo cliente

Muitas empresas do amplo espectro da inovação tendem a achar que elas estão, de fato, intimamente conectadas com os anseios do cliente. No entanto, esta pode não ser uma realidade; aliás este é o verdadeiro desafio a ser superado por muitas empresas.
O banco que deseja ser o preferido do cliente tem que pensar como o seu cliente pensa. Se apresentar como um Hub Digital financeiro completo e integrado, pode ser muito desafiador, mas esta é a nova demanda e nova forma de consumir produtos e serviços, inclusive os financeiros. Para o cliente, não basta ser digital. Tem que pensar e agir como tal.

World FinTech Report 2020: colaboração das FinTechs é ainda mais essencial para que os bancos atinjam o foco no cliente neste momento

A Capgemini e a Efma publicaram o World FinTech Report 2020, revelando que, apesar de um abismo crescente entre bancos tradicionais de um lado e as BigTechs e bancos desafiadores do outro, as empresas financeiras tradicionais têm uma oportunidade de prosperar no mercado atual ao abraçar o Open X (*1) e tornaram-se bancos inovadores (*2).

A diferença entre o que os clientes esperam e o que os bancos tradicionais atualmente entregam nunca foi tão grande, mas agora é o momento certo para os bancos acompanharem do front ao back-end para oferecer a melhor experiência ao cliente. Com experiências hiper personalizadas e alimentadas por dados em tempo real, tanto BigTechs como os bancos desafiadores demonstraram sua capacidade de conquistar clientes. Por outro lado, embora os bancos tradicionais tenham investido pesadamente na infraestrutura de TI de front-end para melhorar a experiência do cliente, os esforços até o momento não se ajustaram ao que se tornou habitual em outros setores, especialmente com fornecedores de tecnologia. Para que os bancos permaneçam atraentes e competitivos nesse cenário de mudanças, o relatório destaca que eles devem se transformar em bancos inovadores, ágeis e centrados no cliente, adotando o Open X e assumindo um papel especializado, em vez de universal, como fornecedor ou agregador dentro do novo ecossistema aberto.

O caminho a seguir: colaboração estruturada eficaz é essencial para o sucesso de parcerias entre bancos e FinTechs

Bancos e FinTechs estão atualmente frustrados com os resultados sem brilho de suas colaborações até o momento. O World FinTech Report 2020 revelou vários pontos negativos:

– Apenas 21% dos bancos dizem que seus sistemas são ágeis o suficiente para colaboração;
– Apenas 6% dos bancos alcançaram o ROI desejado com a colaboração;
– 70% das FinTechs não vêem, nos campos cultural ou organizacional, o mesmo que seus parceiros bancários;
– Mais de 70% das FinTechs dizem estar frustrados com as barreiras de processo dos bancos;
– Metade dos executivos das FinTechs afirma que não encontrou o parceiro colaborativo certo.

“O mundo mudou dramaticamente nos últimos dois meses. As empresas evoluirão e emergirão da crise do COVID-19 de maneiras diferentes e profundas. Para os bancos tradicionais, isso se traduzirá em uma necessidade ainda maior de experiência digital por meio de mais colaboração com a FinTechs. Desde que começamos este relatório, há 3 anos, as FinTechs passaram de disruptores para players maduros, e agora é essencial que os bancos históricos os considerem não apenas como concorrentes formidáveis, mas como parceiros de escolha necessários para atender às mudanças nas expectativas dos consumidores”, comenta Anirban Bose, CEO dos Serviços Financeiros da Capgemini e Membro do Conselho Executivo do Grupo. “A colaboração eficaz exige maturidade de pessoas, negócios e processos. Embora, para os bancos tradicionais, o fracasso não seja uma opção, as FinTechs são rápidas no mercado e estão prontos para o fracasso. Bancos inovadores com vontade e capacidade de colaborar em escala e “industrializar” a inovação provavelmente prosperarão no ecossistema compartilhado do Open X”.

Os bancos tradicionais devem investir em operações de middle e back-end para oferecer uma melhor experiência ao cliente

De acordo com o World FinTech Report 2020, para permanecer competitivo e apelar para os consumidores, os bancos devem priorizar a transformação do middle e back-end por meio de parcerias centradas em dados e no cliente com as FinTechs, o que acabará por melhorar também o front-end. Embora o investimento geral em novos desenvolvimentos de TI (vs. manutenção) tenha aumentado de 24% em 2016 para 33% em 2019, as operações de middle e back-end continuam baseadas em processos de negócios complexos e frequentemente manuais, levando a uma experiência fragmentada do cliente.

O relatório destacou que a experiência de última milha do front-end – por exemplo, embalagem e entrega de produtos aos clientes – está atualmente perdendo a marca, resultando em insatisfação dos clientes, pois sentem que não recebem um relacionamento personalizado do banco (50%) e não pode fazer pagamentos por débito direto em vários sites comerciais (60%). Enquanto isso, 48% dos clientes da nova era (geração Y e especialista em tecnologia) ficam frustrados com a estreita gama de produtos e serviços oferecidos pelo banco tradicional principal, impulsionando-os a mudar no próximo ano para players da nova era, à medida que procuram serviços que correspondam às suas preferências e se integrem a outras plataformas/aplicativos. Melhorar toda a cadeia de valor, do início ao fim, é essencial para ingressar na onda Open X e melhorar o crescimento dos lucros e resultados, aumentar a produtividade, aprimorar o envolvimento do cliente, reduzir custos, aumentar a transparência e aumentar a satisfação dos funcionários.

Bancos e FinTechs que priorizam a colaboração eficaz prosperarão na economia de compartilhamento do Open X

O “Open X Readiness Index”, da Capgemini, é uma ferramenta de benchmarking global que mede a prontidão dos bancos para colaborar efetivamente em escala com as Startups, medindo sua maturidade nos pilares de pessoas, finanças, negócios e tecnologia. Apresentado no World FinTech Report 2020, o índice mostra que os principais bancos colaborativos são aqueles com uma equipe de parceria de inicialização autônoma e dedicada e que demonstram uma abordagem inovadora à prova de falhas para determinar valor e reduzir perdas rapidamente. Os pioneiros de prontidão também são pioneiros no investimento em tecnologias emergentes e têm pouca dependência de sistemas legados, facilitando a integração com as FinTechs.

“Os bancos tradicionais estão em um momento crítico. Eles devem abraçar o Open X ou correr o risco de se tornar irrelevantes “, disse John Berry, CEO da Efma. “Para acompanhar as constantes mudanças nas expectativas dos clientes no mercado de hoje, os bancos existentes devem se transformar em bancos inovadores com o apoio colaborativo de parceiros qualificados da FinTech”.

Metodologia do relatório

O Relatório Mundial FinTech 2020 baseia-se em informações de pesquisa das Entrevistas Executivas Globais de 2020 da FinTech e do Índice Capgemini Open X Readiness.

Entrevistas globais de executivos FinTech 2020

A edição 2020 do relatório inclui informações de entrevistas focadas com executivos seniores de bancos líderes de todas as regiões.

Capgemini’s Open X Readiness Index

O Open X Readiness Index da Capgemini avalia bancos com base em 98 pontos de dados para avaliar sua prontidão de colaboração em quatro pilares: Pessoas, Finanças, Negócios e Tecnologia. Cada parâmetro recebeu uma ponderação apropriada e as pontuações finais foram mapeadas em um gráfico de dispersão (rebatizando a pontuação em 100). A visão dos bancos sobre a prontidão da colaboração é representada no eixo X, enquanto o eixo Y representa o sucesso da colaboração do banco.

Brasil é um dos países com mais acessos a aplicativos financeiros no mundo, aponta relatório

O ano de 2019 foi extremamente positivo para os aplicativos financeiros em todo o mundo. Com a digitalização dos bancos e o crescimento das fintechs e carteiras digitais, esse tipo de app se tornou cada vez mais presente no dia a dia das pessoas, e o número de acessos a eles superou a marca de 1 trilhão no ano passado. É o que aponta o novo relatório Mobile Finance Apps , da Liftoff, líder global em marketing e retargeting de aplicativos, realizado em parceria com a App Annie.

A pesquisa analisou 117 apps nos 12 mercados mais importantes do mundo entre 1 de janeiro e 31 de dezembro de 2019. Foram contabilizadas 22 bilhões de impressões, 382 milhões de cliques e 7 milhões de instalações.

Com mais de 550 fintechs em atividade, o Brasil registrou o terceiro maior número de acessos a apps financeiros no ano passado, atrás apenas de China e Índia, e à frente de países como Estados Unidos e Rússia.

O Nubank, que chegou à marca de 15 milhões de clientes em outubro do ano passado, foi o aplicativo de finanças mais acessado no Brasil em 2019. Os apps do FGTS e da Caixa Econômica e as carteiras digitais PicPay e Mercado Pago completam o top 5 brasileiro.

“O Brasil vem se mostrando um terreno muito fértil para fintechs e outras alternativas mais tecnológicas e menos burocráticas para cuidar do dinheiro. Nesse sentido, os aplicativos de finanças têm tudo para continuar crescendo e se consolidando no país, tanto os bancos mais modernos e 100% digitais, quanto os mais tradicionais”, afirma Antonio Affonseca, country manager da Liftoff no Brasil.

O relatório também mostra que as fintechs tiveram vantagem em relação aos bancos tradicionais no número de pessoas engajadas em seus aplicativos. A base de usuários dos apps de instituições financeiras digitais cresceu 20%, contra 15% dos bancos.

Covid-19

O uso de aplicativos móveis cresceu em praticamente todos os países analisados de março para cá, quando a pandemia da Covid-19 obrigou governos a decretarem quarentena ou incentivarem as pessoas a ficarem em casa. No Brasil, houve um crescimento de 35% no número de horas gastas em apps financeiros durante a primeira semana de março em relação à última semana do ano. Na Coreia do Sul e no Japão, esse crescimento foi de 85%.

“Durante esse período de pandemia, é natural que as pessoas acessem mais os apps financeiros, já que agências bancárias estão fechadas. O auxílio emergencial do Governo Federal também exige um registro que pode ser feito via aplicativo, e isso deve aumentar ainda mais a movimentação nessas aplicações”, analisa Antonio Affonseca.

Do dinheiro físico ao banco digital: o novo paradigma na América Latina

Por Edgardo Torres Caballero

Somos protagonistas da quarta revolução industrial, que chegou com força ao mercado de serviços financeiros. Estes, por sua vez, nos levam a uma nova tendência: a da economia digital.

A democratização dos serviços financeiros vem ocorrendo através da tecnologia. Somente através dela poderemos proporcionar inclusão financeira e acesso a serviços bancários para um maior número de cidadãos. A tecnologia atual oferece infinitas opções para fornecer novas experiências, capacitar usuários e situar socialmente uma instituição. Atualmente, através do celular, podemos efetuar pagamentos on-line e transações financeiras, permitindo o acesso ao banco sem distinção de categoria social.

Cerca de dois anos atrás, em abril de 2018, a GSMA apresentou a certificação de dinheiro móvel (GSMA Mobile Money Certification). Trata-se de um programa global para oferecer serviços financeiros mais seguros, transparentes e resilientes a milhões de usuários em todo o mundo. Segundo a organização, globalmente, o número de clientes que já utilizam serviços certificados chega a 114 milhões.

No Caribe e na América Latina já são mais de 21 milhões de contas cadastradas em 17 mercados, e Brasil, Colômbia, República Dominicana, Equador, Panamá e Peru se destacam no uso do dinheiro eletrônico, segundo a GSMA.

Além disso, serviços como o Apple Pay Cash oferecem envio e recebimento de dinheiro de usuário para usuário sem a participação de intermediários financeiros. Essas transações são feitas graças a um cartão virtual associado aos produtos instalados no Google Wallet. Para completar o cenário, as moedas eletrônicas, que ganharam popularidade com o advento das Bitcoins, também conquistaram seu espaço.

E a América Latina vem surfando essa onda. A modernização é observada na região, aumentando em média 50% nos últimos dois anos, especialmente em El Salvador, Honduras e Paraguai. Estes países estão entre os 15 principais mercados mundiais em relação à proporção de cidadãos que usam ativamente serviços de dinheiro digital.

De acordo com pesquisas de mercado, em março de 2018, 91% dos usuários de Internet na União Europeia acessaram um site ou usaram um aplicativo mobile de serviços financeiros. E os serviços bancários online foram utilizados por 70% dos usuários da Internet. Em comparação com outras indústrias, o setor bancário está adotando com sucesso as tecnologias móveis. (1)

Composable banking

Atualmente, fornecedores de TI conseguem garantir este processo de transformação do setor financeiro, não só com os bancos tradicionais, mas também com os novos bancos, os bancos digitais. Um caminho para isso é a adoção de um conceito chamado composable banking, na verdade uma nova abordagem que prevê o desenvolvimento e a prestação de serviços financeiros baseados na montagem rápida e flexível de sistemas independentes. Ela tem ajudado instituições tradicionais a oferecer novas experiências aos seus clientes, competir com as fintechs e responder a esta necessidade de mudança, sem abrir mão de seus ativos construídos ao longo de décadas.

Reduzir o uso de dinheiro físico a partir da maior adoção das transações digitais é um dos objetivos perseguidos no mundo. Assim como é a redução do uso de papel e de papel-moeda, uma meta para os mercados que querem ser sustentáveis. Na Suécia, por exemplo, apenas 5% das compras no varejo são feitas com dinheiro em papel. A Índia também reduziu expressivamente a emissão de papel-moeda.

A mudança para um banco cada vez mais tecnológico e inclusivo está a caminho – e anda a passos largos. As instituições precisam aproveitar as vantagens que a tecnologia oferece para enfrentar os desafios da nova economia digital.

Este ano, a implantação das redes 5G ganhará força nos Estados Unidos, China, Reino Unido, Japão e Coréia do Sul. Na América Latina, segundo a GSMA, o primeiro país a ter esta tecnologia será o México em 2020. E o Brasil deve iniciar os serviços em 5G também em breve. As novas redes otimizarão o desempenho das comunicações e haverá mais dispositivos conectados à Internet, que serão a chave para a explosão de novos serviços, como IoT, pagamentos mobile, inteligência artificial e cidades inteligentes.

E o dinheiro digital também deve ser desenvolvido. Evidentemente, os avanços tecnológicos promoverão o desenvolvimento da economia digital na América Latina.

É por esta razão que a indústria financeira deve avançar na reconfiguração de uma arquitetura para auxiliar a “Quarta Revolução Industrial”, o setor financeiro reconverter seus serviços e produtos para o novo consumidor, juntamente com o setor de tecnologia com serviços em nuvem, API e plataformas robustas e seguras. Assim – e só assim – alcançaremos a “revolução digital e social”.

Edgardo Torres Caballero, diretor geral da Mambu Américas

(1) Fonte: ComScore

A transformação nada espontânea do setor bancário

Por Paulo Marcelo

O mercado financeiro, como todos os outros setores da economia, está hoje às portas de um tremendo processo de transformação digital. Esse processo não se dá por geração espontânea, mas como resultado da pressão que vem sendo exercida por duas forças: o consumidor, cada vez mais acostumado às comodidades da vida digital; e a concorrência trazida pelas fintechs e pelos bancos que saíram na frente neste processo de digitalização.

Esta é a constatação mais clara do estudo Digital Banking Ecosystem, divulgado no final do ano passado pela Business Insider Intelligence. A pesquisa aponta que o processo de transformação desencadeado por estas pressões externas têm levado os bancos a investir bilhões de dólares para eliminar e substituir tecnologias, e isso vale desde o front office até o backoffice.

Entre os maiores destinos desses investimentos, estão mobilidade (43%), APIs de open banking (35%) e tecnologias de conversação – conversational banking – (32%), e a lista prossegue com analytics, cloud computing, IoT, blockchain e wearables. O fato é que o horizonte de transformações é gigante e não há como seguir em frente sem o trabalho conjunto não apenas com parceiros, mas também com concorrentes e outros participantes do ecossistema.

Isso porque esse processo tem que seguir em diversas frentes. No front office, com a busca de canais digitais cada vez mais integrados e inteligentes; no middle office, com a busca por soluções de conformidade, risco e estratégia corporativa. E finalmente, no backoffice, com a adoção de estruturas robustas e flexíveis o suficiente para atender às novas demandas.

Olhando um pouco mais de perto os fatores que têm pressionado essas mudanças, se percebe uma clara mudança no perfil dos clientes. Foi-se o tempo em que os consumidores tinham que se adaptar às regras e processos bancários. Na mão inversa, o setor financeiro se vê obrigado hoje a atender, e rápido, às mudanças nos hábitos dos consumidores. Mais que isso, deve haver um esforço para reconquistar esses clientes.

O estudo aponta que em muitos mercados vem crescendo a confiança dos clientes nos serviços financeiros oferecidos por empresas de tecnologia. No Brasil, esse índice é de 74% e há países, como a Itália, onde esse índice supera 80%. E isso não acontece à toa, já que hoje estes serviços podem ser contratados junto a bancos 100% digitais, fintechs e empresas de tecnologia, como Google, Apple ou Amazon.

Essas empresas entenderam primeiro como oferecer serviços por canais digitais (online ou mobile) e têm grande responsabilidade na redução do uso de agências, caixas eletrônicos e serviços telefônicos.

Essas questões têm levado os bancos tradicionais a iniciarem seus processos de transformação digital com foco bastante claro em fatores como maior agilidade; redução de custos; e ampliação da capacidade de inovação. Tudo isso como parte de um movimento maior, que é o foco total no cliente. A mudança será crucial para que estas instituições se mantenham competitivas em uma economia digitalizada. O processo está apenas começando, mas ele pode ser mais rápido do que se imagina.

Paulo Marcelo, CEO da Solutis, tech partner especializada na aceleração de jornadas digitais

A introdução do PIX e seus potenciais impactos

Por Josilmar Cia

A iniciativa do Banco Central de desenvolver e lançar o PIX, que é uma infraestrutura para permitir transferências bancárias instantâneas (chamado de Pagamento Instantâneo) entre correntistas, pode revolucionar a forma como os brasileiros lidam com o dinheiro.

Na medida em que o uso do PIX se dissemine pela economia, o uso do papel moeda tende a desaparecer. Na China, por exemplo, que foi o primeiro grande país a adotar um sistema semelhante, até pessoas em situação de rua têm uma espécie de crachá com código QR! Eles recebem o dinheiro eletronicamente das pessoas benevolentes através de uma aplicativo chamado WeChat, que é semelhante ao popularíssimo WhatsApp.

Com a redução do uso de papel moeda, diminui o custo ligado à logística do transporte de cédulas para estabelecimentos de varejo, agências bancárias e caixas eletrônicos por meio de carros fortes. Esse fato trará menos perigo de assalto a banco, explosões em caixas eletrônicos, assaltos do tipo “saidinha de banco”, aumentando a segurança para todos.

Essa praticidade do PIX para pessoas físicas e jurídicas deverá levar à consequente queda no uso de cédulas em papel, facilitará a fiscalização de atividades ilegais e a sonegação de impostos. O risco nesse ponto é ter um aumento de circulação de dólares em papel moeda para financiar atividades ilegais. A saída para essa potencial falha seria permitir contas bancárias em moedas estrangeiras.

Josilmar Cia , graduado em Economia, mestre e doutor em Administração de Empresas, professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie.