A ABES – Associação Brasileira de Empresas de Software anuncia parceria com o BrazilLAB, hub de inovação que acelera soluções e conecta empreendedores com o poder público. A parceria faz parte do ABES Startup Internship Program com objetivo de disponibilizar às startups ligadas ao BrazilLAB, os serviços oferecidos pela ABES a seus associados, sem custo por seis meses, como assessoria jurídica, tributária, trabalhista e regulatória, grupos de trabalho nos mais variados temas, dados de mercado, além de networking e completa estrutura de complaince, essencial para quem interage com órgãos públicos.
De acordo com Jamile Sabatini Marques, Diretora de Inovação e Fomento da ABES, a iniciativa pretende fortalecer o empreendedorismo e atrair talentos para o setor. “A parceria com incubadoras, aceleradoras e fundos de investimento permite que identifiquemos startups que precisam dos serviços que já disponibilizamos aos associados. Queremos contribuir cada vez mais para a competividades das empresas e impulsionar o mercado nacional de tecnologia”.
O objetivo da ação é ajudar as empresas emergentes, que usam intensamente tecnologia e desejam operar ou ampliar suas atividades, a superarem as complexidades presentes no mercado, colocando à disposição das participantes do programa os mais de 30 anos de experiência da associação nas áreas jurídica, regulatória, tributária e mercadológica. O programa tem duração de seis meses e disponibiliza todos esses serviços sem custo às startups.
Rodolfo Fücher, presidente da ABES, complementa: “Muitas empresas iniciantes precisam de suporte e estímulo. Queremos incentivar o empreendedorismo no Brasil e facilitar o acesso a informação e estrutura, por meio de uma rede de serviços essenciais para o sucesso de uma startup”. Para ele, a parceria com o BrazilLAB é fundamental para o propósito da entidade. “Queremos ampliar nosso escopo a empresas brasileiras que atuam com foco no setor público e trazer mais inovação para o segmento, afinal um de nossos pilares é contribuir para a construção de um Brasil mais digital e menos desigual e essa parceria é um dos caminhos para atingir esse objetivo”.
Para startups que têm como propósito gerar inovação para a gestão pública e atuam nos programas do BrazilLAB, esta é a oportunidade de ter acesso não só a serviços e pesquisas oferecidas pela ABES, como também a parcerias e possíveis acordos comerciais. “A parceria entre o BrazilLAB e a ABES é muito importante e estratégica para o avanço da atuação das GovTechs no Brasil. A pauta passa a ganhar ainda mais relevância com o apoio de uma organização que atua há mais de 30 anos promovendo e fortalecendo as empresas de Software no país. Temos a certeza de que essa união abrirá muitas portas para as startups da rede e será um ponto de apoio importante para o avanço do ecossistema GovTech no Brasil”, explica Guilherme Dominguez, cofundador e diretor do programa de aceleração do BrazilLAB.
O Aprova Digital, GovTech que busca desburocratizar e tornar digitais os processos das prefeituras do Brasil, recebeu um investimento seed no valor de 4 milhões de reais da Astella Investimentos. Agora, a empresa passa a ter como membro de seu conselho Marcelo Sato, sócio do fundo.
Com este aporte, a startup poderá crescer em todos os âmbitos. O time de colaboradores será dobrado, recebendo a contratação de mais de 40 pessoas, que vão atuar nos departamentos de sucesso do cliente, vendas e administrativo com foco na expansão do time de desenvolvedores.
Além disso, o Aprova Digital expande sua área de atuação de três para oito frentes de trabalho na gestão pública. Abrangendo agora, as secretarias municipais de administração, saúde e finanças, ofertando processos digitais de vigilância sanitária, tributos, abertura e fechamento de empresas, compras e recursos humanos. A startup já vinha tornando digitais os processos de licenciamento de obras, licenciamento ambiental e comunicação interna de prefeituras por todo o país.
“As soluções do Aprova Digital já facilitam a vida de munícipes e servidores públicos de diversas cidades, desde municípios pequenos até a cidade de São Paulo. O aporte catalisa a escalabilidade da empresa e permite que atendamos cada vez mais secretarias municipais em diferentes regiões do país”, comentou Henrique Mecabô, Diretor de Relações Institucionais da startup.
“A Astella sempre busca investir em serviços que querem mudar o futuro do Brasil propondo soluções tecnológicas para problemas recorrentes. A morosidade nos processos de prefeituras é um problema enfrentado diariamente por munícipes e servidores públicos em muitas prefeituras do Brasil. Catalisar o crescimento do Aprova Digital faz sentido como oportunidade de investimento e, também, como oportunidade de fazer parte da mudança”, afirma Marcelo Sato, sócio da Astella Investimentos.
Para o CEO e fundador do Aprova Digital, Marco Zanatta, o investimento seed realizado pela Astella Investimentos contribui não só para o crescimento dos serviços prestados pela startup, mas também melhora o posicionamento da empresa no mercado.
“Receber esse aporte da Astella consolida o Aprova Digital como uma GovTech relevante no cenário nacional e como uma das empresas de tecnologia mais valiosas do Paraná. O fundo de investimento está entre os cinco maiores do Brasil e é o melhor fundo brasileiro para empresas SaaS. O acesso aos sócios da Astella e aos executivos de outras empresas do portfólio deles tem um valor muito além do aporte financeiro”, afirma Marco Zanatta, CEO do AprovaDigital.
A multinacional brasileira Valid, especializada em plataformas para identificação segura, adquiriu 51% de participação na MITRA, empresa que fornece Sistemas Integrados de modernização da gestão municipal, presente em cidades como São Caetano do Sul (SP), Santo André (SP), Vinhedo (SP), Araraquara (SP) e Campos dos Goytacazes (RJ) com soluções que impactam uma população de mais de 1,7 mi de cidadãos atualmente.
A MITRA se desenvolveu sob o conceito do Governo Único para um Cidadão Único e criou uma matriz integrada e estruturadora das informações de Governos Locais. A plataforma da MITRA permite uma gestão moderna e digital para dar respostas mais rápidas e precisas às necessidades sociais e econômicas dos municípios, incluindo Saúde, Educação, Mobilidade e Segurança.
“A aquisição da MITRA fortalece a capacidade da Valid em promover, de forma customizada, a jornada de transformação digital dos nossos clientes. E não se trata apenas de tecnologia: na ponta final, entregamos para os Governos Locais as ferramentas de inclusão digital do cidadão, para uma jornada cada vez mais eficiente e geradora de qualidade de vida” explica Carlos Affonso D´Albuquerque, CEO da Valid.
A sinergia entre Valid e MITRA pode ser notada pela solução em funcionamento na cidade de São Caetano do Sul (SP). Ali foi implantado em conjunto – mesmo antes do acordo de aquisição – um extenso programa de recadastramento biométrico dos cidadãos, com integração de diferentes bases de dados do Governo Local e culminando com a entrega de um Certificado do Cidadão e o “Cartão São Caetano”, uma espécie de passaporte de acesso ágil aos serviços públicos municipais com facilidade e segurança. Este sistema permitiu, por exemplo, que durante a crise do Covid-19, a Administração Pública Local gerasse respostas mais rápidas no controle e gestão da pandemia através de um sistema de tratamento de dados espacializados com indicadores de incidência da doença por bairros e regiões.
Outro caso de sucesso de gestão inteligente acontece em Vinhedo (SP) com a ferramenta SIM Empresa Fácil, aplicada na desburocratização do processo de abertura alteração cadastral e encerramento de empresas. A solução disponibiliza a abertura de empresas de forma online e analisa automaticamente o pedido. Com um processo totalmente desburocratizado o alvará provisório é concedido em até 24 horas. Estima-se que em 67% dos casos essa abertura é aprovada instantaneamente.
Com a aquisição, a Valid amplia seu portfólio de produtos e serviços para a vertical de Cidades Inteligentes, com soluções dedicadas à qualificação da gestão pública através da tecnologia e inclusão digital. A aquisição da Mitra se soma à recente compra da Estacionamento Digital, também presente em importantes cidades como Belo Horizonte (MG), Salvador (BA) e Fortaleza (CE). Ao todo, as soluções de Cidades Inteligentes Valid já estão presentes em 34 municípios brasileiros.
Acabo de colocar reticências no livro “Inteligência Artificial: como os robôs estão mudando o mundo, a forma como amamos, nos relacionamos, trabalhamos e vivemos”. Seu autor, Kai-Fu Lee (chinês), é considerado um dos principais líderes globais de tecnologia, tendo desenvolvido carreira em empresas como Apple, Microsoft e Google, nesta última como presidente da unidade China.
De tudo o que li e aprendi, o que mais me fez refletir foi a descrição sobre como a corrida pela supremacia na IA está mudando a balança de poder e a geopolítica mundial. E nela existem hoje três pelotões de países:O primeiro, chamarei de retardatários estrategistas, aqueles que acham que a inteligência artificial é importante e precisa ser estudada – mas não vão muito além disso. O segundo, dos intermediários pragmáticos, que já perceberam que estão ficando para trás e resolveram acelerar. E o último, dos líderes supersônicos, que estão há anos luz dos demais e tem na IA um dos principais pilares das suas estratégias de crescimento e desenvolvimento de longo prazo. O livro, aliás, é muito bom, e recomendo sua leitura.
Acho que não é surpresa para ninguém que o batalhão da frente conta com apenas dois países: os Estados Unidos e a China.
Para quem acompanha esse assunto, já beira ao consenso a máxima de que o preparo necessário para se atingir uma economia orientada pela IA exige, basicamente, quatro elementos: empreendedores vorazes, um exército de engenheiros e cientistas de IA, capital de risco abundante e dados, muitos dados.
Mas o que poucos especialistas reconhecem é que sem uma boa dose de (1) governança pública e (2) estímulos governamentais, essa corrida teria de ser cancelada por falta de parâmetros e preparo dos atletas, que não teriam fôlego para cruzar a linha de chegada.
No primeiro ponto, há de se reconhecer que muitos países vêm avançando nos debates e na construção de princípios, boas práticas e regulações para o uso de inteligência artificial – inclusive o Brasil. Por aqui, estamos concluindo o processo de elaboração da nossa estratégia nacional de IA e, ainda no primeiro semestre de 2020, devemos acelerar o diálogo em torno de algum tipo de legislação para o uso desta tecnologia.
Mas no segundo, não há como negar: os Estados Unidos e a China, com esta ainda à frente mais uma vez, são recordistas absolutos. Com envolvimento direto dos níveis mais altos de governo, esses países largaram e seguem liderando por meio de enxurradas de financiamentos, apoio real a startups, a pesquisas, desenvolvimento de incubadoras, de laboratórios, de centros de treinamentos, parcerias com universidades, setor privado e, não menos importante, adquirindo tecnologia por meio de contratos que abrangem desde a IA para a transformação digital e inteligente do setor público, até para projetos de reconhecimento facial, de veículos autônomos, drones e robôs.
No Brasil, mesmo na condição de representantes dos retardatários estrategistas – triste, mas verdadeiro -, temos totais condições de avançar para o pelotão seguinte. E os governos, em todos os níveis, tem papel fundamental. Será importante aproveitarmos o ano de eleições municipais, o debate legislativo em curso e o fato de que o executivo federal vem imprimindo importantes esforços – e vitórias – na digitalização dos serviços públicos, para inserir a inteligência artificial como um dos principais habilitadores do nosso desenvolvimento de longo prazo.
Lembram-se das reticências que citei, no primeiro parágrafo? Que elas, e não um ponto final, sirvam de inspiração para que o governo e o setor privado sigam em um trabalho conjunto e contínuo, estruturando ações que priorizem a inteligência artificial como elemento vital para a construção de uma economia habilitadora de crescimento e prosperidade.
Fabio Rua, diretor e membro do Conselho de Administração da ABES (Associação Brasileira das Empresas de Software)
O projeto para facilitar a emissão de certificados digitais para os servidores públicos entra em execução em Santa Catarina com o auxílio técnico do Instituto Nacional de Tecnologia da Informação – ITI. A partir deste novembro, o Centro de Informática e Automação de Santa Catarina — Ciasc tornou-se a primeira Autoridade de Registro do estado a emitir os certificados no padrão da Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira — ICP-Brasil para os servidores públicos de forma ágil sem a necessidade da presença física a um local determinado, conforme previsto nos normativos que regem a ICP-Brasil.
A solicitação, identificação, validação e aprovação do certificado digital dar-se-á a partir dos sistemas já existentes de cadastro do servidor público. O assessor especial do ITI Ruy Ramos explica que o processo de emissão do certificado para os servidores será mais ágil e econômico, pois utilizará os dados já cadastrados pela Administração Pública no momento da posse do servidor e a biometria registrada em base oficial dos Prestadores de Serviço Biométrico — PSBios credenciados pela ICP-Brasil ou outra base biométrica oficial dos estados ou da União.
Agilidade e economia para a expansão digital
O governo catarinense já utiliza a certificação digital na administração direta, principalmente no Sistema de Gestão de Protocolo Eletrônico -SGPe. Porém, a tecnologia pode ser expandida e também usada em quaisquer sistemas que produzam documentos que requeiram uma assinatura digital. As possibilidades vão desde prontuários médicos até diários de classe e investigações policiais. A intenção do Ciasc é apresentar este novo método para outras instituições e cada vez mais contribuir na promoção de um governo digital.
O coordenador da área de Certificação Digital do Ciasc, Jefferson Velasco, explica como a integração dos sistemas administrativos do governo catarinense possibilitou a novo processo de emissão dos certificados digitais, tornando-o mais vantajoso para o governo, com economia para os cofres públicos, e reforçando o projeto governo sem papel.
“Nós corremos na frente e somos o primeiro estado do Brasil a implementar esse projeto. Construímos um sistema que busca no banco de dados da folha de pagamento do governo as informações de identificação do servidor público e, posteriormente, busca nas bases de identificação civil a confirmação da existência dos dados biométricos. Esse processo otimiza a validação de fé pública, não sendo mais necessária a vinda do servidor até o órgão certificador, o que gera uma redução de custos”, ressaltou.
A digitalização de serviços públicos vem se tornando cada vez mais relevante na pauta dos governos. E não é à toa: dados do Relatório “Estratégia Brasileira de Transformação Digital” revelam que uma boa estratégia digital pode trazer ao Brasil um aumento de 5,7% do Produto Interno Bruto (PIB) e economizar até 97% dos custos de atendimento e serviços públicos.
Isso mostra uma enorme possibilidade para startups que desejam trabalhar com o governo. Só na esfera federal, as compras em TI movimentaram cerca de cinco bilhões de reais em 2012.
Nesse cenário, o BrazilLAB, principal hub de inovação que conecta startups ao poder público, destaca cinco áreas a serem exploradas por empreendedores e que podem gerar grande impacto nesse contexto de transformação digital.
• Digitalização de processos
O Brasil tem 107,9 milhões de usuários de Internet, dos quais 61% (aproximadamente 65,8 milhões de pessoas) procuraram informações de governo ou realizam serviços públicos online.
A contínua digitalização do atendimento pode representar uma economia para o governo brasileiro de R$ 663 milhões ao ano. Para a sociedade como um todo, a economia alcança a casa de R$ 5,6 bilhões ao ano. Ou seja, uma economia total de R$ 6,3 bilhões ao ano.
A startup “Fábrica de Negócio”, por exemplo, conseguiu, através de sua solução de auditoria em folhas de pagamento, economizar cerca de oito milhões para a prefeitura em despesas com folha.
Dessa forma, soluções que priorizem a automatização e digitalização de processos se fazem necessárias em todas, Executivo, Legislativo e Judiciário, e têm grandes chances de aplicabilidade.
• Transparência
A sociedade está passando por uma grande mudança na sua relação com a Gestão Pública, e as lideranças do setor precisam responder a esses novos de forma eficaz.
Entre as principais necessidades estão a redução da burocracia, aperfeiçoamento de gestão de pessoas e, em especial, a ampliação da transparência das ações do governo.
“O cidadão anseia que a sua interação com o governo seja uma experiência positiva e que a participação na vida pública seja mais simples e rápida, ao mesmo tempo em que quer ter confiança de que os recursos públicos são utilizados com eficiência. Por isso, ações que privilegiem a transparência de dados são fundamentais”, explica Letícia Piccolotto, fundadora do BrazilLAB.
• Smart Cities e Urban Techs
No Brasil, mais de 80% da população brasileira vive em cidades. E, apesar de ocuparem apenas 2% do espaço, elas são responsáveis por consumir entre 60% a 80% da energia e gerar 75% da emissão de carbono.
Um grande exemplo de Smart City é Barcelona, que, por meio de projetos em Internet das Coisas (IoT), conseguiu criar 47 mil empregos, além de economizar 42 milhões de euros em apenas um ano. No Brasil, já vemos alguns exemplos, como Curitiba, considerada a cidade mais inteligente e conectada em 2018.
Dessa forma, tecnologias para apoiar o uso estratégico de recursos, gerar economia, desenvolvimento e qualidade de vida nas cidades são imprescindíveis, e ganham cada vez mais espaço, inclusive, nas esferas públicas.
• Habilidades na Sociedade 5.0
Cerca de 65% das crianças que estão no ensino primário terão empregos que hoje nem sequer existem. Além disso, estima-se que, em 2019, haverá 161 mil vagas abertas e não preenchidas para profissionais de TI, segundo estudo promovido pelo BrazilLAB em conjunto com o Centre for Public Impact, da consultoria BCG.
O desafio da transformação digital no Brasil passa pela educação e formação das competências necessárias para interagir com a tecnologia, tanto para consumi-la, quanto para produzi-la. Pensar em soluções que priorizem habilidades para uma sociedade 5.0 deve ser a tônica da agenda de desenvolvimento do Governo nos próximos anos.
• Gestão de Pessoas
A liderança tem um papel fundamental no que se refere à visão de longo prazo, enquanto a governança determina a capacidade de concretizar tal visão. Do ponto de vista tecnológico, a transformação digital de um país pode ser feita em apenas alguns meses. No entanto, do ponto de vista político, pode levar anos de articulação.
Por isso é necessário que se criem agendas claras e que se determinem as atribuições de cada agente para que seja possível garantir que funcionários públicos sintam-se empoderados, e não ameaçados pelas mudanças.
É necessário incentivar o avanço de ferramentas e métodos que busquem a qualificação e desenvolvimento desses profissionais.
Programa de Aceleração
O BrazilLAB tem como missão fomentar a inovação dentro do setor público, por meio da mobilização, conexão e empoderamento de diferentes atores da sociedade. Para isso, promove um programa de aceleração focado em conectar startups a governos.
As inscrições para a 4ª edição do Programa de Aceleração do BrazilLAB estão abertas e podem ser realizadas pelo link http://inscricao.brazillab.org.br/ até o dia 18 de novembro. Qualquer startup com soluções que possam ser adotadas pelo poder público pode participar – não é necessário que a solução tenha sido desenvolvida especificamente para esse fim. Os 25 empreendedores selecionados serão anunciados no dia 19 de dezembro.
A principal novidade desta edição é que o BrazilLAB considerará projetos capazes de atender, além do executivo, o judiciário e o legislativo – poderes que não costumam ter foco das startups.
Ao final dos três meses da aceleração, os empreendedores serão avaliados por uma banca composta por líderes públicos, parceiros e especialistas, que identificarão as melhores soluções. Os três primeiros colocados ganharão horas de assessoria jurídica dedicada e poderão participar de eventos com gestores públicos. O grande vencedor ganhará um contrato de investimento de até 250 mil reais e uma missão ao Vale do Silício, nos Estados Unidos.
O setor de tecnologia possui um gap significativo de mulheres desenvolvedoras. Dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) mostram que somente 20% dos alunos de cursos relacionados à área de análise e desenvolvimento de sistemas são mulheres. Pensando nisso, a {reprograma}, iniciativa de impacto social voltada ao ensino de programação para mulheres cis e trans, está promovendo em parceria com a Prefeitura de São Paulo o “Hackatona” – uma maratona de programação (hackathon) – que visa incentivar mulheres a debater e trazer soluções tecnológicas para diminuir essa lacuna, promover a diversidade e valorizar o potencial feminino nesta área. O Hackatona é um evento conjunto com a Ade Sampa, agência vinculada à Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Trabalho e conta com apoio da Amazon Web Services (AWS), IFC, FIAP e Nubank. A organização será da Shawee e a maratona será realizada na sede do Nubank, em São Paulo, entre os dias 16 e 17 de março. As inscrições vão até o dia 11 de março.
A {reprograma} é uma iniciativa de impacto social, criada em 2016, que oferece formação em programação a mulheres que não têm a oportunidade nem os recursos para aprender e que querem usar a tecnologia para mudar a vida delas, criando um impacto positivo no mundo. “A tecnologia precisa ser de todos e para todos. O futuro está sendo desenvolvido em linhas de código e é fundamental que mulheres façam parte dessa construção, colaborando para o desenvolvimento de soluções com impacto global. Para empresas isso também significa uma oportunidade econômica, já que diversidade implica em um pensar diferente que se traduz em soluções inovadoras para o negócio. Por isso trabalhamos junto com nossos parceiros referências do setor e com apoio da comunidade para, por meio de nossos cursos e eventos – como o Hackatona –, contribuir para a redução do gap de oferta/demanda no setor tecnológico brasileiro”, conclui Mariel Reyes Milk, CEO da Reprograma.
Para o Nubank, principal fintech da América Latina na atualidade, receber o evento é mais uma oportunidade de contribuir ativamente no desenvolvimento de um ecossistema mais plural e diverso na tecnologia. Ao longo de todo o final de semana, profissionais de diferentes funções da empresa – como analistas de negócios, engenheiras de software e cientistas de dado – prestarão mentoria aos grupos da hackatona.
“O setor da tecnologia da informação e comunicação tem grande destaque na economia da cidade de São Paulo, mas ainda é um ambiente eminentemente masculino. O prefeito Bruno Covas quer incentivar essa ação para que cada vez mais mulheres participem desse setor, que é uma das profissões do futuro do trabalho. Por isso, estamos apoiando essa iniciativa que pretende resolver importantes desafios para empresas, governo e sociedade”, destaca a secretária Municipal de Desenvolvimento Econômico e Trabalho, Aline Cardoso.
Serão vinte equipes multidisciplinares, cada uma formada por cinco mulheres, que possuam conhecimento em programação, design gráfico, gestão de negócios, marketing, ou muita curiosidade e vontade de aprender.
A Shawee – única plataforma capaz de automatizar todos os processos de um hackathon desde sua idealização, organização, realização e avaliação – foi convidada para ser a organizadora do evento, e Débora Garcia, desenvolvedora na Shawee, ficou muito feliz com a notícia. A desenvolvedora foi aluna da {reprograma} e contratada através de um evento promovido pela ONG, o Speed Hiring, que acontece a cada conclusão de turma para apresentar as alunas e o curriculum adquirido no curso às empresas de tecnologia. Débora ainda pontua a importância de todos os tipos de evento para a comunidade feminina crescer na área: “a lacuna que observo na tecnologia atinge a todo ecossistema. A gente vê poucas mulheres palestrando, escrevendo artigos técnicos ou participando de hackathons. Os motivos são inúmeros, e a Reprograma entrou nessa luta quebrando as prime iras barreiras, ao criar um ambiente seguro para as mulheres aprenderem a programar e adquirirem confiança, à medida que crescem juntas”, comenta.
A desenvolvedora dá uma dica para as garotas que pretendem participar do hackatona. “O hackatona vai ser INCRÍVEL. É sempre divertido aprender coisas novas com pessoas diferentes durante um projeto prático, e quem nunca participou de uma maratona dessas vai encontrar um ambiente repleto de sororidade e superação! Eu não consigo imaginar uma experiência melhor para as meninas e estou bem empolgada de ajudar na organização desse evento com a Shawee”, pontua Débora.
O desafio
O desafio será composto por quatro subtemas propostos pelos parceiros do hackathon e que poderão ser escolhidos pelos grupos. Cada grupo deverá escolher um desafio. Confira abaixo:
Desafio 1: Como unificar e disponibilizar em diversos níveis informações de um programa que envolve diferentes instituições, entre elas a Prefeitura de São Paulo, voltado a mulheres em situação de violência doméstica e familiar? O desafio, que será realizado na nuvem da AWS e mentorado por profissionais da empresa, prevê facilitar a administração do projeto e o mapeamento de informações que podem ser utilizadas para gerar políticas públicas que melhorem a vida das mulheres assistidas pelo programa.
Desafio 2: Como podemos democratizar o empreendedorismo entre as mulheres? Hoje não é nada simples a busca pelo microcrédito. Como podemos unificar as principais ofertas das instituições de microcréditos de acordo com cada perfil de cliente e modelo do negócio?
Desafio 3: Qual é o futuro da educação financeira? Neste desafio, queremos encontrar soluções que possam ajudar as pessoas a organizarem suas finanças de uma forma prática e eficaz.
Desafio 4: O Brasil tem recebido nos últimos anos um grande número de solicitantes de refúgio, que enfrentam vários desafios para a integração na nova comunidade, inclusive a falta de acesso a serviços financeiros. Como podemos utilizar a tecnologia para que os refugiados possam movimentar, com agilidade e facilidade, os recursos financeiros recebidos (muitas vezes em cheque) de organizações que lhes dão assistência emergencial?
Por Laércio Cosentino, presidente do Conselho de administração da TOTVS
O último relatório Focus, apresentado em 31 de dezembro de 2018 pelo Banco Central, mostra que a expectativa de investimentos estrangeiros no Brasil em 2019 subiu de US$ 78,4 bilhões para US$ 79,5 bilhões. Já a estimativa do BC é que nosso PIB cresça 2,4%, mas condiciona isso à reformas e ajustes fiscais na economia brasileira.
O que esses dados mostram é que depois da retração dos últimos anos, com investimentos represados, principalmente nos setores de infraestrutura e tecnologia, é primordial que o novo governo apresente uma agenda favorável às reformas necessárias para que este cenário se torne realidade. Especialmente, para evitar novas dificuldades econômicas. Claro que este não é um processo fácil ou tranquilo, mas é necessário para evitar que tenhamos, inclusive, novos retrocessos.
Isso começa por uma mudança de mentalidade do próprio governo. Por exemplo, a cada ano que passa acompanhamos o lançamento de novos produtos e serviços que buscam acompanhar as necessidades de seus clientes. Esta é uma demanda dos próprios consumidores que buscam por experiências inovadoras e que estão cada vez mais exigentes e empoderados de seus direitos.
O jovem não tem interesse em adquirir um imóvel, pois prefere alugar algo mais próximo do trabalho e que seja mais acessível. Eles também não se preocupam em correr contra o tempo para conseguir a habilitação, já que preferem utilizar o serviço de aplicativos de transporte. Portanto, sendo o governo o principal prestador de serviços de um país, está mais do que na hora de se adequar a essa nova realidade. É preciso se modernizar.
Tamanha mudança social demanda por reformas profundas de sistemas como o judiciário, trabalhista, tributário e até mesmo partidário. A reforma tributária, por exemplo, passa por uma reformulação completa do orçamento. De acordo com o Impostômetro, em 2018, foram pagos R$ 2,388 trilhões em impostos no Brasil, um valor equivalente a 50 salários mínimos por mês durante 4,2 milhões de ano. Enquanto o setor privado investe e se prepara para esta nova realidade, os governos se mantêm estagnados, desatualizados e sem entender o momento em que estamos vivendo.
Em contrapartida, temos as tecnologias de conectividade, mobilidade e colaboração disponíveis e já sendo usadas pelos cidadãos e pelo setor privado. Hoje temos inovações como os sensores de IoT, que captam informações para apoiar a tomada de decisões, ou alimentar algoritmos de Inteligência Artificial, que permitem a previsão de tendências. As empresas estão ágeis e os governos precisam perceber esses recursos para reduzir cargas tributárias, melhorarem a relação com o cidadão e com os potenciais investidores no Brasil.
Outro exemplo é a gestão do sistema educacional do país. Veja como esta base de dados está fragmentada, já que cada instituição seja ela privada ou pública, detém para si o registro dos seus alunos. Quando o Ministério da Educação quer fazer uma avaliação, precisa aplicar a Prova Brasil ou checar dados do Enade e do Enem, que não mostram a verdadeira qualidade do ensino porque não são todos os estudantes que fazem as provas. Com uma base de dados integrada e padronizada, seria possível comparar e avaliar em nível nacional as melhores instituições, índices de frequência, notas de alunos, municípios com falta de professores e escolas ou faculdades. Assim, reparar e desenvolver a educação brasileira.
Mas, tudo isso demanda agilidade e a capacidade de antecipar comportamentos, tendências e tecnologias, para que os governantes se adequem à nova realidade. Caso contrário, nosso mercado vai ficar para trás.
As oportunidades e o momento estão aí! As cartas estão dadas.
O governo precisa fazer a sua parte e nós como cidadãos precisamos expressar opiniões construtivas e colaborar para que o resultado positivo seja atingido. Vamos todos trabalhar para que o Brasil não perca mais quatro anos.
Com o objetivo de levar mais inovação às prefeituras do País, a 1Doc, startup que oferece uma plataforma em nuvem de comunicação, atendimento e gestão documental, uniu forças com a Softplan, empresa pioneira na área de simplificação e automatização de processos para gestão pública, setor de construção e justiça, na oferta de uma solução que automatizará todo o processo de validação e aprovação de alvarás. Com isso, as gestões municipais terão muito mais eficiência na tramitação do documento.
Baseada em conceitos de inteligência artificial e machine learning, a 1Doc implantou a inovação a partir da expertise em tecnologia e conhecimento da Softplan, que com uma estratégia de investimentos em pesquisa e inovação, estruturou laboratórios de ciência de dados para o desenvolvimento da solução. Com isso, implantou o recurso em sua plataforma de gestão pública, possibilitando análises prévias, validação e classificação de documentos e encaminhamento de processos de forma automática e ágil.
Presente em cerca de 60 municípios brasileiros, a 1Doc oferecerá inicialmente a tecnologia nas cidades catarinenses de Schroeder e de Biguaçu. Com o recurso em funcionamento, estima-se uma redução significativa no tempo de tramitação desses processos, que hoje levam em torno de 60 dias para serem concluídos. Ou seja, todo o processo de análise e aprovação de projetos para construção de residências, comércios e indústrias será feito de forma totalmente digital.
De acordo com Jéferson de Castilhos, fundador da 1Doc, o grande diferencial será em permitir que os próprios técnicos das prefeituras possam realizar a geração de documentos específicos para cada contexto com o benefício da criação de modelos a partir da tecnologia de machine learning. “Isso ocorrerá sem a necessidade de possuir conhecimentos em desenvolvimento de sistemas ou inteligência artificial, ocorrendo de forma intuitiva”, afirma.
Atualmente, a plataforma 1Doc garante celeridade dos atos administrativos e permitindo transparência e acesso à informação para todos os cidadãos. Isso é possível por oferecer resposta aos pedidos e requerimentos, nos prazos estabelecidos em lei, via internet. Tanto o profissional responsável pelo projeto quanto os proprietários podem acompanhar o processo de aprovação e liberação da obra ou outra solicitação por SMS ou por um e-mail previamente cadastrado no sistema.
Castilhos diz que existe uma procura constante por parte da gestão pública em buscar mecanismos que aperfeiçoem os processos dentro do órgão. “Para sair da era da burocracia e da morosidade, cada vez mais as Prefeituras têm buscado a tecnologia como solução para digitalização dos processos e, mais recentemente, investido em tornar os processos realmente inteligentes”, afirma.
Com a nova solução, a partir do uso da inteligência artificial, as gestões municipais poderão ter agilidade em análises prévias, validação e classificação de documentos e encaminhamento de processos de forma automática e ágil. “Tudo isso tornará o trabalho dos servidores públicos ainda melhor, uma vez que este profissional ficará dedicado à parte nobre das atividades, deixando a parte chata à cargo dessas novas tecnologias, o que torna célere a tomada de decisão e o atendimento aos cidadãos”, diz o fundador da 1Doc.
O deputado estadual Márcio Pacheco questiona, na justiça do Paraná, uma contratação milionária feita,no final de 2018, pela Celepar – Companhia de Tecnologia da Informação e Comunicações do Paraná.
Trata-se do pregão eletrônico 44/2018 para contratar empresa de tecnologia para controle e fiscalização de tráfego, de trânsito, velocidade de veículos e análise de dados coletados em diversos pontos do Estado do Paraná. A vencedora foi a Velsis Tecnologia por um valor anual de 50 milhões de reais por ano, podendo o contrato se estender a cinco anos, rendendo 250 milhões de reais para a parte vencedora.
Para o deputado, estranha o fato de a licitação ter sido feita de maneira muito rápida, com a participação de apenas três empresas e com um edital que não deixaria claro, para pesquisas via internet pelos interessados, por exemplo, o objeto da contratação. A concorrência também não teria sido amplamente divulgada, impedindo a participação de mais empresas.
De acordo com pedido na ação, o Edital seria nulo porque a descrição de seu objeto não traduz o serviço, de fato, licitado. E as especificações, tratam, exclusivamente, de controle de tráfego, de velocidade de veículos, de placas de carro, etc. Mas nada disso constaria na descrição do objeto.
Uma das primeiras medidas de Ratinho Junior, governador eleito do Paraná, foi rever todos os contratos firmados nos últimos meses de mandato do governo anterior. Resta saber que destino a nova administração vai dar a esse contrato milionário acertado pela Celepar no final de 2018. A conferir.
Discussões sobre transformação digital e o uso da tecnologia com foco central no usuário já são temas amplamente discutidos no setor privado. No setor público, por outro lado, o mesmo debate acontece de forma muito mais tímida. Muito embora iniciativas nesse sentido aconteçam, é necessário que haja uma intensificação para trazer à luz o cerne dessa questão: a necessidade de o poder público rever todos os seus processos, muitas vezes antiquados, a partir da adoção à inovação.
Se por um lado temos à disposição uma série de ferramentas que contribuem para acelerar esse processo inovador na gestão pública, por outro, ainda encontramos resistência na mentalidade do próprio setor. Isso nos remete à necessidade em avançar na integração nos diversos departamentos internos que compõem a estrutura do poder público com a própria população, que anseia por agilidade.
Do ponto de vista da população, esta entende que a sociedade está cada vez mais conectada, e não compreende que setores – como o público – ainda podem estar atrasados em questões básicas. Não falamos apenas em redução da burocracia na condução de processos e nas limitações no acesso à serviços e informações. O cidadão se faz mais consciente na economia de insumos, recursos e, sobretudo, tempo. A mitigação só é possível com implantação de meios digitais de comunicação.
Em um cenário em que cada vez mais a população brasileira está conectada – segundo o IBGE, o Brasil fechou 2016 com 116 milhões de pessoas com acesso à internet -, as gestões públicas precisam criar novas formas de estreitar os canais de comunicação. Ou seja, não basta prover o contato por telefone ou por e-mail. É preciso ir além. Os chamados multicanais digitais são uma forma simples e eficientes de se fazer. As redes sociais e os comunicadores instantâneos, como Facebook e WhatsApp, podem ser facilmente integrados às repartições.
A partir do momento que os governos criam mecanismos de atendimento à população por meio de implementações tecnológicas, a capacidade de atingir todos os cidadãos ocorre de forma quase que imediata. E a partir disso, estreita-se não só o relacionamento, mas o próprio entendimento do que o cidadão espera do poder público. Compreender as necessidades da sociedade por parte da esfera governamental também é resultado da inovação.
Recursos de computação na nuvem, análise de big data, economia colaborativa e inteligência artificial – que se fazem cada vez mais presentes e acessíveis – podem ser utilizados para fomentar esse processo de inovação pelo setor público. O engajamento social e as ferramentas de colaboração permitem que as novas tecnologias promovam essas mudanças. A análise de informações com o uso de big data possibilita a criação de soluções inovadoras, além de antecipar riscos.
Soma-se a isso, a informatização e digitalização de processos que auxiliam no monitoramento das demandas da população, e a sua consequente rastreabilidade. A centralização da administração pública em uma plataforma tecnológica consegue envolver as duas pontas necessárias que caracterizam as melhores ações governamentais: o aumento na qualidade do serviço prestado pelos servidores e a rapidez no atendimento envolvendo não só os cidadãos, mas também as empresas.
Apesar de estarmos engatinhando nas inovações tecnológicas, em especial nas mudanças estruturais do poder público nas suas diferentes esferas, os avanços estão ocorrendo. Temos uma janela de oportunidade importante para acelerar esse processo. Para isso, uma integração por parte do poder público, do setor privado e da própria demanda da população se faz primordial. Competência e tecnologia estão à disposição. Basta um maior entendimento da urgência em avançar nesse processo.
Jaison Niehues, cofundador da 1Doc, plataforma web de comunicação, atendimento e gestão documental para órgãos públicos.
Durante a Cerimônia de Abertura do Connected Smart Cities, que ocorreu hoje (04/09), em São Paulo, foi divulgado o resultado do Ranking Connected Smart Cities 2018, principal estudo sobre cidades inteligentes do Brasil e realizado pela Urban Systems, em parceria com a Sator. O Ranking, que conta com a participação de cerca de 700 cidades, analisadas a partir de 70 indicadores, apontou Curitiba como a cidade mais inteligente e conectada do País, seguida por São Paulo (SP), Vitória (ES), Campinas (SP) e Florianópolis (SC). Na sexta colocação está o Rio de Janeiro (RJ), seguida por Belo Horizonte (MG), Porto Alegre (RS), Santos (SP) e Niterói (RJ) na 10ª colocação. A capital paranaense conquistou, ainda, o 1º lugar nas categorias: por Faixa Populacional com mais de 500 mil habitantes, Região Sul e Governança. Curitiba se classificou em 2° lugar em Empreendedorismo e Urbanismo e em 3º na categoria Tecnologia e Inovação.
Em sua 4ª Edição, o Ranking Connected Smart Cities tem como objetivo definir as cidades com maior potencial de desenvolvimento no Brasil, sendo dividido em quatro resultados: Geral, por Eixo Temático, Região e por Faixa Populacional. O Ranking é composto por indicadores de 11 principais setores: mobilidade, urbanismo, meio ambiente, energia, tecnologia e inovação, economia, educação, saúde, segurança, empreendedorismo e governança, mesmos eixos temáticos do evento Connected Smart Cities.
O Prefeito de Curitiba, Rafael Greca, enfatiza que as ações desenvolvidas pelo Connected Smart Cities têm contribuído para a cidade se tornar uma cidade mais inteligente. “Desde o início da minha gestão, em 2017, a capital paranaense vem recuperando sua capacidade de inovar e ser novamente referência nacional também na gestão pública. O município tem o compromisso de melhorar a qualidade de vida dos curitibanos com uma gestão moderna e inteligente. Dessa forma, a Prefeitura vem incentivando e fomentando esse ambiente de inovação da cidade com o Vale do Pinhão, o movimento de todas as áreas da Prefeitura e do próprio ecossistema da capital para tornar a cidade a mais inteligente do País. O Vale do Pinhão é focado em cinco pilares: educação e empreendedorismo, ações integradas de incentivo à tecnologia, revitalização de regiões com emprego e renda, fomento (incentivos) e integração e articulação”, disse.
Greca cita que a Prefeitura relançou, este ano, o Curitiba Tecnoparque, programa de atração de empresas de base tecnológica para a capital, que oferece desconto de 5% para 2% no Imposto Sobre Serviços (ISS) às empresas que investem em tecnologia e inovação. “O Tecnoparque é um dos pilares do Vale do Pinhão, sendo um programa estratégico para Curitiba. Em 2017, o Engenho da Inovação, sede do Vale do Pinhão, recebeu mais de 50 eventos voltados à inovação. Já o Paiol Digital, evento gratuito, acontece mensalmente. E, como resultado destes esforços, a capital vem subindo ano a ano no Ranking Connected Smart Cities e, em 2018, atingiu o primeiro lugar no Ranking Geral e em todas as categorias. Este reconhecimento mostra que a cidade está no caminho certo”, comenta o Prefeito de Curitiba.
Segundo dia do evento
A 4ª Edição do Connected Smart Cities acontece até amanhã (05/09), no Centro de Convenções Frei Caneca, na capital paulista e, no primeiro dia, reuniu os diversos agentes relacionados aos governos, empresas e entidades nacionais e internacionais. Com uma programação com foco em debater e apresentar soluções para o desenvolvimento de cidades inteligentes no Brasil, o evento deve reunir mais de 2 mil pessoas.
“Essa edição é especial e conta com muitas novidades. São cerca de 300 palestrantes e 90 painéis, com apresentações simultâneas em 9 palcos, além da presença de cerca de 150 prefeituras e 60 entidades nacionais e internacionais. Hoje conhecemos as cidades mais inteligentes, conectadas e humanas do Brasil, por meio da divulgação do mais importante Ranking de cidades inteligentes e que contempla os eixos temáticos: Economia, Educação, Empreendedorismo, Energia, Governança, Meio Ambiente, Mobilidade, Saúde, Segurança, Tecnologia e Inovação e Urbanismo. Já no segundo dia do evento, teremos o anúncio dos vencedores do Prêmio Connected Smart Cities, com foco em reconhecer e premiar negócios inovadores que colaborem para o desenvolvimento de uma cidade inteligente”, comenta Paula Faria, idealizadora do Connected Smart Cities.
Ranking Connected Smart Cities 2018
Após a realização dos Encontros Regionais (2017-2018) em Florianópolis, Belo Horizonte, Salvador e Brasília, foram realizadas adaptações e atualizações nos indicadores do Ranking Connected Smart Cities, resultando em algumas mudanças no resultado do estudo, principalmente nos eixos de Energia, Educação, Mobilidade, Tecnologia e Inovação e Meio Ambiente.
Destaques
Além dos destaques no Ranking, como o 1° lugar na classificação geral, Curitiba se destaca ainda por possuir 4 Parques Tecnológicos (Polos), 7 incubadoras de empresa e apresentou crescimento de 20% das micro empresas individuais. A região Sudeste concentra as cidades mais inteligentes e conectadas, sendo sete municípios entre os 10 mais bem colocados. Três municípios são da região Sul, sendo que as regiões Norte, Nordeste e Região Centro-Oeste não têm representante entre os 10 melhores. Campo Grande (MS) está na 12ª colocação no Ranking Geral Recife (PE) na 13ª e Palmas (TO) em 18ª colocação. Com o 2º lugar no Ranking Geral, São Paulo conquistou o 1º lugar em três categorias: Ranking Região Sudeste, Mobilidade e Urbanismo.
Para o Presidente da Urban Systems e sócio da Plataforma Connected Smart Cities, Thomaz Assumpção, o Ranking Connected Smart Cities novamente mostra a importância de um planejamento estratégico das cidades considerando a conexão entre os 11 eixos temáticos analisados e a sinergia existente entre o resultado de investimentos. “A educação, por exemplo, que muitas vezes é visto como um eixo básico, tem uma grande importância no desenvolvimento do empreendedorismo e na busca da sustentabilidade econômica das cidades, permitindo que mais atores sejam responsáveis pelo desenvolvimento da cidade.”
E complementa: “Curitiba este ano assume a liderança no Ranking. E esse resultado demonstra a importância das ações de curto e médio prazo realizadas em anos anteriores e dos planos estratégicos das cidades, que devem ser mais do que planos de governo que não necessariamente sigam apenas o ciclo político de 4 anos, mas que prevejam estratégias e ações em diferentes tempos: curto, médio e longo prazo”, finaliza Assumpção.
Vitória (ES) ficou com o 3º lugar no Ranking Geral Connected Smart Cities, 1º lugar em três categorias: Faixa Populacional de 100 mil a 500 mil habitantes, Saúde e Educação. Já Campinas (SP) se destaca com a 4ª posição no Ranking Geral. Na classificação por região, destacam-se, no Centro-Oeste, Campo Grande (MS) com a 1ª colocação no Ranking Connected Smart Cities; no Nordeste, Recife (PE); e, no Norte, Palmas (TO). Viçosa (MG) é a 1ª colocada no Ranking Connected Smart Cities: Cidades de 50 a 100 mil habitantes.
Os vencedores por Eixo Temático
O primeiro lugar para Urbanismo e Mobilidade e Acessibilidade foi para São Paulo; Meio Ambiente: Santos (SP); Energia: Pirassununga (SP); Empreendedorismo e Tecnologia e Inovação: Rio de Janeiro (RJ); Saúde e Educação: Vitória (ES); Segurança para Ipojuca (PE); Governança: Curitiba (PR); e Economia para Barueri.
“A jornada da uma startup é uma jornada cheia de fracassos”, afirmou Uri Levine, um dos fundadores do Waze. “E temos de estar preparados para isso poque o empreendedorismo envolve riscos. E, se não arriscamos, não somos suficientemente empreendedores.”
A declaração foi feita durante o segundo dia do GovTech Brasil. Organizado pelo BrazilLAB e pelo Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio – ITS Rio, o evento tem o objetivo de contribuir para uma agenda de inovação e tecnologia para governos no país. Além de palestras com especialistas nacionais e internacionais, o encontro receberá nesta terça-feira (7) pré-candidatos à Presidência da República.
Levine citou o exemplo do próprio Waze, que começou a ser desenvolvido em 2007 e teve um duro ano em 2010. “É importante falar com os usuários. E nós interagimos, interagimos, até encontrar a solução certa”, afirmou. “Foi só em 2011 que o aplicativo começou a ser suficientemente bom. E começou a dar certo em um metrópole atrás da outra.”
No início da manhã, Armínio Fraga, da Gávea Investimentos, Georgia Pessoa, Instituto Humanize, Vinícius Carrasco, da Stone, e Marcos Lisboa, do Insper, debateram o fortalecimento do ecossistema brasileiro de inovação, com moderação de Letícia Piccolotto Ferreira, fundadora do BrazilLAB.
Em seguida, painel com Gonzalo Neto, ex-presidente da Anvisa, Elizabeth Jucá, Secretaria de Saúde de Juiz de Fora Patrícia Ellen, da Optum, e Manoel Lemos, da RedPoint Ventures, debateu a digitalização da saúde. “O prontuário único é imperativo”, afirmou Gonzalo Neto destacando que, se um médico não escreve, o conhecimento sobre o paciente se perde na rede de atendimento. “Temos poucos exemplos bons de digitalização no Brasil. E são locais. Então, há dificuldade de compartilhamento.”
Na segunda-feira (6), primeiro dia do evento, Toomas Hendrik Ilves, presidente da Estônia entre 2006 e 2016, e José Clastornik, diretor da Agência de Governo Eletrônico e Sociedade da Informação do Uruguai, afirmaram que o país deve apostar na identidade digital e popularização do acesso à internet para desborucratizar o Brasil. Estônia e Uruguai estão entre os países cujos governos são os mais digitais do mundo.
“Não é algo utópico. É uma questão de vontade política”, afirmou Letícia Piccolotto Ferreira, que anunciou um investimento entre R$ 50 mil e R$ 200 mil para acelerar a conexão de startups com governos no Brasil.
Ainda no primeiro dia, Ronaldo Lemos, diretor do ITS Rio, apresentou o Mapa da Informação, plataforma digital que revela o labirinto burocrático brasileiro. O endereço da plataforma é http://mapadainformacao.com.br/. Lemos mostrou preocupação pelo fato de o país estar multiplicando os documentos digitais, em vez de unificá-los. “Temos o e-CPF, o e-Título, o e-CNH”, enumerou. “Não faz sentido. Em vez de um documento unificado, que informe que pode dirigir, quem pode votar etc., temos documentos que reproduzem, no ambiente digital, nossa burocracia.”
O Connected Smart Cities Mapping é mais uma iniciativa do Connected Smart Cities, principal evento do setor no Brasil e que envolve empresas, entidades e governos para apresentar e debater ações com foco no desenvolvimento de uma cidade inteligente, mais conectada e humana. O principal objetivo do Mapa é que organizações possam compartilhar gratuitamente soluções em operação, além das alternativas em fase pré-operacional e, assim, gerar um banco de dados único, onde será possível qualquer cidadão, empresa ou governo acessar livremente as informações, independente da região do País.
O lançamento oficial do mapa georreferenciado colaborativo de dados abertos será durante o Evento Nacional – Connected Smart Cities, que será realizado nos dias 04 e 05 de setembro de 2018, no Centro de Convenções Frei Caneca, em São Paulo. No entanto, organizações da sociedade civil, poder público e setor privado já podem fazer a inscrição de soluções. Para participar, o responsável pela solução clica em ADICIONE SUA SOLUÇÃO (LINK: bit.ly/2vkuEcY) e preenche os itens do formulário. Posteriormente, a solução será analisada pelos administradores do Connected Smart Cities Mapping, que irão averiguar a veracidade das informações, e, quando aprovada, a iniciativa fará parte do mapa colaborativo georreferenciado.
O objetivo do Connected Smart Cities Mapping é mapear soluções dentro dos eixos temáticos: Economia, Educação, Empreendedorismo, Energia, Governança, Meio Ambiente, Mobilidade, Saúde, Segurança, Tecnologia e Inovação e Urbanismo. Tais temas são desenvolvidos dentro da plataforma e servem como base para o Ranking Connected Smart Cities, que destaca os indicadores de desenvolvimento das cidades brasileiras, e o Prêmio Connected Smart Cities, com foco em reconhecer e premiar negócios inovadores que colaborem para o desenvolvimento de uma cidade inteligente.
Paula Faria, Idealizadora do Connected Smart Cities, explica que o Mapping disponibilizará soluções inovadoras por meio de um software livre e “open source” para a coleta de informações. “Assim como já vem acontecendo em outros países e com outros segmentos, essa iniciativa vai contribuir com a disseminação de soluções inovadoras e qualificadas, sendo uma ferramenta de grande valia para quem oferece e, principalmente, para o interessado em adquirir tal solução. Dessa forma, teremos um banco de dados único que passa a oferecer, não apenas inspiração, mas as diversas possibilidades de implementação de projetos para o desenvolvimento de cidades inteligentes”, comenta.
Segundo a executiva, com o objetivo de destacar uma solução cadastrada na ferramenta, o Connected Smart Cities Mapping possui recursos para indicação de prêmios, certificações, reconhecimentos e validações do parceiro que utiliza a iniciativa. “As soluções cadastradas no mapa também servirão de parâmetro para destacarmos essas iniciativas junto às ações e premiações da plataforma Connected Smart Cities. Ressalto que o lançamento da ferramenta está inserido no propósito do nosso Manifesto, que destaca, na construção de cidades mais inteligentes, humanas e sustentáveis, os princípios de Integração; Inovação; Colaboração; Transparência; e Foco nas pessoas”, argumenta Paula Faria.
Connected Smart Cities | Evento Nacional
Data: 04 e 05 de setembro de 2018 Local: Centro de Convenções Frei Caneca, Rua Frei Caneca, 569, Consolação, São Paulo/SP Mais Informações: www.connectedsmartcities.com.br
Quando Jéferson de Castilhos e Jaison Niehues assumiram cargos comissionados na área de tecnologia da prefeitura de São José, na grande Florianópolis, se depararam como uma realidade obsoleta e morosa. “A minha primeira dificuldade foi conseguir uma caneta para escrever. Para obter esse simples objeto eu precisei enviar um memorando físico, assinado e carimbado para a diretoria de compras providenciar a aquisição”, relembra Jaison.
A mesma dificuldade com os empecilhos burocráticos e consequente falta de agilidade na resolução das demandas era compartilhada por Jéferson. De acordo com ele, muitas repartições públicas -principalmente na esfera municipal- ainda dependem totalmente do papel para se comunicar. “Elas [prefeituras] praticamente obrigam o cidadão a ir sempre presencialmente ao órgão para ter sua resolução concluída”, afirma.
Foi com esse cenário que os dois decidiram criar uma solução que agilizasse esse processo por meio de uma plataforma digital. Assim ambos criaram, em 2014, a 1Doc. A ideia foi desenvolver uma solução que oferecesse transparência para a população nas demandas municipais, além de reduzir custo com a papelada gerada pelas prefeituras. A plataforma permite que o cidadão tenha comunicação direta via internet com a prefeitura do seu município para a resolução de problemas da cidade.
A ideia dos fundadores era desenvolver uma tecnologia em nuvem capaz de acabar com a tradicional morosidade dos processos, repletos de empecilhos burocráticos, e diminuir a dependência do papel nos atendimentos. “As repartições são lotadas de softwares projetados no fim dos anos 90 e a metamorfose para os dias atuais é lenta. Essas condições obrigam o cidadão a ir sempre presencialmente ao órgão para ter sua resolução concluída”, afirma Jaison. De acordo com os fundadores, poucas startups no País se propõem a criar soluções voltadas exclusivamente para o setor público.
O primeiro teste da plataforma foi na prefeitura que ambos trabalhavam. “Esse teste deu muito certo, pois diminuiu o tempo de resposta e aumentou a eficiência e engajamento das pessoas que utilizavam a ferramenta”, conta Jéferson. A solução passou a ser apresentada a outros órgãos públicos, que foram fazendo a adesão, por meio de compra direta ou por licitação. “Nosso primeiro cliente comercializado foi a Prefeitura de Biguaçu, seguida pela de Palhoça e de Itapema, todas de Santa Catarina”, relembra o empreendedor.
Jéferson conta que de início, como em qualquer mudança de rotina, houve um pouco de resistência dos servidores, mas depois de verem a melhoria no dia a dia, a segurança que a ferramenta lhes proporcionaria, e o aumento da eficiência, os servidores e gestores apoiaram o uso. “Tanto que não tivemos até o momento qualquer cancelamento de contrato. E os gestores indicam a ferramenta para seus colegas de cidades próximas, trazendo a transparência como um dos pilares da ferramenta”, diz.
De acordo com os dois, o diferencial da 1Doc é que a plataforma conecta todos os servidores públicos em somente um local, com transparência a partir do registro oficial de quem leu e resolveu. Não é necessário investimento em infraestrutura, já que a plataforma é 100% na nuvem. “Por ser web, integra os processos de comunicação interna, atendimento ao cidadão e gestão documental, trazendo transparência para a administração”, conta Jaison. Outro diferencial seria o baixo custo de implantação, custando em média R$ 20 por usuário ativo.
Além de substituir o papel com a digitalização dos documentos e processos externos e internos, a ferramenta, utilizada atualmente em 33 prefeituras, monitora o andamento das tarefas por servidores ao registrar o responsável por cada etapa, mensurando taxas de engajamento e de resolução, mais ou menos como o site “Reclame Aqui” faz com as empresas que lidam com o consumidor.
Os empreendedores contam que a partir do uso da plataforma já foram atendidas mais de três milhões de pessoas, mais de cinco milhões de documentos foram gerados e mais de 200 árvores poupadas, com a diminuição e eliminação do uso de papel. Outro ponto é o potencial de economia alcançado pelos clientes a partir da comunicação digitalizada. O montante ultrapassa os R$500 mil, de acordo com eles.
O investimento inicial dos empreendedores na criação da solução foi de aproximadamente R$ 150 mil. Após o lançamento, a startup atraiu a atenção da empresa de tecnologia catarinense Softplan, que realizou um novo aporte. O valor não foi divulgado. A empresa possui sede em Florianópolis, com um escritório localizado no prédio da Softplan. Possui 16 colaboradores. A plataforma hoje conta com aproximadamente 5,5 mil usuários ativos, com 38 clientes localizados em diferentes Estados do País. De 2016 para 2017 a startup cresceu 36%. “Nos primeiros quatro meses de 2018 já faturamos 50% do faturado em 2017, e pretendemos chegar a 145% deste total”, afirma Jéferson.
Os empreendedores acreditam que cada vez mais as prefeituras do Brasil irão buscar soluções como a desenvolvida por eles. “Com os movimentos anticorrupção e o apelo da população por mais transparência nos atos públicos, torna-se o momento ideal para os governantes aderirem à soluções tecnológicas que atendam aos princípios da administração pública e alie transparência e eficiência à gestão”, diz Jéferson.
Estimar quanto a prefeitura do seu município poderia estar economizando com recursos públicos caso a tramitação de processos e de comunicação fossem feitos digitalmente. Este é o objetivo de uma calculadora de economia online que mostra ao cidadão o quanto os municípios poderiam economizar se eliminassem completamente o uso de papel na rotina diária de trabalho, no conceito conhecido como papel zero.
A iniciativa foi desenvolvida pela1Doc, startup que fornece uma plataforma que informatiza processos e aumenta a eficiência na comunicação interna e externa de diversas prefeituras de pequeno e médio porte do País, eliminando o uso do papel. A calculadora consegue fazer a estimativa dos mais de cinco mil municípios existentes no Brasil.
De acordo com Jaison Niehues, sócio-fundador da 1Doc, a principal missão da calculadora é abrir os olhos, não só da população, mas dos próprios gestores municipais com o alerta de que boa parte do custo originado com a impressão de trâmites poderia ser evitado com o uso da digitalização. “A questão fundamental é que se o órgão público não se modernizar, buscando ferramentas que auxiliem nesse processo, não é só o dinheiro público que será cada vez mais desperdiçado, mas também a responsabilidade com o próprio meio ambiente que é colocada em risco”, diz.
A 1Doc conseguiu criar critérios de cálculos de economia a partir dos indicadores obtidos na base da sua plataforma com as prefeituras que utilizam a solução. Com isso foi possível replicar o mesmo modelo e prever a economia para todos os munícipios do País, cruzando com informações do IBGE. A calculadora analisa os custos diretos, que envolvem as impressões e cópias dos processos, como memorandos e ofícios, e os custos indiretos, como gasto de combustível e deslocamento para entrega dos documentos.
Para ter uma ideia, a cidade de Ouro Preto, no interior de Minas Gerais, que possui cerca de 74 mil habitantes e aproximadamente 2,4 mil servidores na prefeitura, poderia economizar diretamente R$7,3 mil e indiretamente, R$ 48 mil, por mês, com a eliminação do uso do papel. Já uma cidade de 6,5 milhões de habitantes, como o Rio de Janeiro, que tem cerca de 117 mil servidores alocados, poderia economizar diretamente R$3,2 milhões e indiretamente, R$ 16 milhões, por mês, com esse mesmo processo de digitalização.
A intenção com a iniciativa, de acordo com Niehues, é também alertar e conscientizar o cidadão da importância de se ter processos mais eficientes na gestão pública, de modo que ele também possa exercer essa reivindicação para mudanças junto ao seu governante local. “A iniciativa de cobrar o poder público para que esse possa ser mais ágil no atendimento de demandas, reduzindo assim a burocracia, precisa vir também da população”, afirma.
De acordo com Fernando Paladini, Gerente de Tecnologia da 1Doc e um dos responsáveis pelo desenvolvimento da calculadora online, a modernização das prefeituras brasileiras é questão de sobrevivência, e que se nada for feito nesse sentido, cada vez mais o recurso público será desperdiçado. Para ele, esse convencimento deve ser cada vez mais forte, e que a iniciativa da calculadora é também jogar luz nessa questão. “É inaceitável que em pleno 2018, a gestão municipal ainda aconteça de maneira morosa quando há tecnologia disponível e acessível para tornar processos públicos menos burocráticos e mais baratos para os cofres públicos”, complementa.
Em sua quarta edição, o Connected Smart Cities vem desde 2015 reunindo diferentes segmentos da sociedade para apresentar e debater ações com foco no desenvolvimento de uma cidade inteligente, mais conectada e humana. Os setores participantes do evento se dividem em tecnologia, mobilidade, energia, urbanismo, meio ambiente e segurança. Já estão confirmados como patrocinadores da edição 2018: Caixa Econômica Federal, BNDES, Engie, Itron, Aceco TI, Atech, Midiacode e BMPI, além do apoio de mais de 40 entidades.
O Connected Smart Cities será realizado nos dias 04 e 05 de setembro de 2018, no Centro de Convenções Frei Caneca, em São Paulo, e, no primeiro dia do Fórum, será apresentado o Ranking Connected Smart Cities 2018, desenvolvido em parceria com a Urban Systems e que apresenta os indicadores de desenvolvimento das cidades brasileiras participantes do levantamento.
Com expectativa de reunir mais de duas mil pessoas, o Connecteed Smart Cities abordará os temas Urbanismo Sustentável nas Cidades; Cidades Prósperas; Cidades Conectadas; Mobilidade e Acessibilidade nas Cidades; Cidades Empreendedoras; Cidades Resilientes; e Cidades Participativas e Engajadas.
“Essa edição do evento contará com cerca de 90 painéis e 300 palestrantes que se apresentarão simultaneamente em 9 palcos, superando os números das edições anteriores. Também teremos a Expo, onde as empresas que apoiam o evento apresentam as suas soluções para uma cidade inteligente, além do Prêmio voltado para empresas que estão oferecendo soluções inovadoras para as cidades; as Rodadas de Negócios, reuniões entre organizações que oferecem soluções e cidades que têm interesse em implementar novos modelos, sendo que a nossa expectativa é de organizar mais de 600 reuniões durante o evento; e o lançamento do nosso Manifesto”, cita a idealizadora do Connected Smart Cities e diretora executiva da Sator, Paula Faria.
A executiva enfatiza, ainda, que o evento está sendo oficialmente lançado e muitas novidades serão apresentadas durante o Connected Smart Cities 2018 e que as ações do evento, com foco em uma cidade inteligente, apresentam resultados positivos em várias cidades brasileiras, como em Belo Horizonte, capital que implementou soluções do Connected Smart Cities, por meio do programa estratégico “Belo Horizonte Cidade Inteligente”. “O trabalho desenvolvido por nós já reflete e resultados positivos em cidades do país, como em São João da Boa Vista, Salvador, Florianópolis, Recife, Fortaleza, Belo Horizonte, entre outras cidades que implementaram soluções sugeridas pelo Connected Smart Cities, com o objetivo de oferecer mais qualidade de vida para a população, principal objeto da nossa iniciativa”, ressalta.
Manifesto Connected Smart Cities
Durante o evento será lançado o Manifesto do Connected Smart Cities, com o objetivo de destacar o propósito da iniciativa. “A missão do Connected Smart Cities é desenvolver e participar de ações que tenham como principal objetivo tornar as cidades brasileiras mais desenvolvidas e sustentáveis, onde os projetos implantados reflitam na qualidade de vida dos seus habitantes. A nossa missão é unir forças, por meio da sinergia entre todos os envolvidos, pois acreditamos e trabalhamos para que cada vez mais as nossas ações resultem em resultados efetivos. E o Manifesto do Connected Smart Cities reforça, ainda mais, o nosso objetivo”, Conclui Paula Faria. Acesse o Manifesto Connected Smart Cities.
Prêmio Connected Smart Cities
Estão abertas até o dia 25 de junho as inscrições para a 4ª edição do Prêmio Connected Smart Cities. Podem participar pessoas jurídicas, com sede no Brasil, e que apresentem um negócio inovador, com foco em cidades inteligentes. Mais informações e Inscrições, CLIQUE AQUI!
Data: 04 e 05 de setembro de 2018 Local: Centro de Convenções Frei Caneca, Rua Frei Caneca, 569, Consolação, São Paulo/SP Mais Informações: www.connectedsmartcities.com.br
A T-Systems Brasil, provedora alemã com amplo portfólio digital de soluções e serviços de TI, foi um dos destaques do Smart City Business America 2018. A companhia participou em duas frentes: na área de exposição, apresentou as soluções de logística inteligente desenvolvidas em parceria com a Roambee; e, entre os palestrantes, contou com o head de Digital Transformation, Luis Fernando Tadei, falando sobre tecnologia para cidades inteligentes.
“Uma cidade se torna inteligente quando conta com um ecossistema suportado por soluções baseadas em Tecnologia da Informação que ajudam a digitalizar seus serviços públicos”, afirma Tadei. O executivo ressalta, no entanto, que a transformação digital não é um fim. Ao contrário, o objetivo final de uma cidade inteligente deve ser ampliar a qualidade de vida de seus cidadãos, atrair visitantes e suportar o desenvolvimento econômico.
“Para nós, significa que queremos ser o melhor parceiro das cidades que estão se movendo nesse processo, e é sobre isso que vamos falar em nossa palestra”, adianta. Tadei lembra que a T-Systems vem ajudando administrações municipais de vários países a endereçar e gerenciar pressões econômicas e ambientais, assim como as necessidades de transformação urbana que garantam crescimento e avanço tecnológico. “Com a qualidade de vida das pessoas em mente, temos trabalhado para garantir conectividade e soluções de TI que façam a diferença no dia-a-dia dessas cidades”, reforça.
Soluções
Exemplo disso são algumas das soluções que foram apresentadas pela T-Systems Brasil na área de exposições. Uma delas é a BeeBeacon, lançada recentemente em parceria com a Roambee. A solução é a primeira tecnologia de monitoramento móvel que combina as tecnologias BLE/Wi-Fi/GSM com os Beacons para fornecer visibilidade ao conteúdo do pacote e gerenciamento de ativos.
Trabalhando com a plataforma IoT Honeycomb (Colmeia) da Roambee e aplicativo móvel para smartphones, o novo BeeBeacon e o Bee, hardware que atua como ponto de acesso, fornecem inteligência em tempo real para empresas globais monitorarem condições físicas de mercadorias e seus ativos em locais fechados, abertos e em trânsito. A Roambee transforma a cadeia de suprimentos em um negócio completamente digitalizado com uma abordagem pay-as-you-go, que elimina investimentos iniciais pesados e habilita a utilização em grande escala.
O evento
O Smart City Business America 2018 ocorreu entre os dias 16 e 18 de abril, no Expo Center Norte, em São Paulo. O evento reuniu os principais líderes dos setores público e privado, além de especialistas em soluções tecnológicas, planejamento, gestão pública, segurança, mobilidade, conectividade e sustentabilidade, criando um ambiente propositivo de negócios e de diálogo sobre o desenvolvimento das metrópoles.
Além disso, o evento contou com um espaço de 6000m2 para exposição e 200m2 na praça da tecnologia, além das áreas dos eventos paralelos. O Congresso teve mais de 50 painéis, nos quais profissionais, pesquisadores, empresários e representantes do poder público, nacionais e internacionais, apresentaram suas ideias e discutiram os principais pontos em torno das cidades inteligentes, de modo a criar o mercado de Smart Cities.